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Antibiograma Técnica destinada à determinação da sensibilidade/resistência bacteriana in vitro frente a agentes antimicrobianos, também conhecido por Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA). Interpretar a categoria de sensibilidade de acordo com os critérios estabelecidos CLSI (2011). Clinical and Laboratory Standards Institute. Finalidade • Terapia antimicrobiana dirigida • Conhecer o fenótipo de sensibilidade de um microrganismo • Perfil epidemiológico Indicação do teste de sensibilidade para qualquer organismo que: • contribua para o processo infeccioso • requer terapia antimicrobiana • sua sensibilidade não pode ser prevista quando do conhecimento da espécie envolvida • pertença a uma espécie capaz de exibir resistência aos antibióticos mais comumente empregados Métodos de antibiograma • Método da difusão • Diluição em caldo – micro e macrodiluição • Métodos automatizados • Outros Disco-difusão Princípio: discos de papel de filtro com o antibiótico impregnado Finalidade: determinação qualitativa da sensibilidade Limitações: • pH • espessura do meio • estabilidade dos discos • detecção de alguns mecanismos de resistência • análise qualitativa e não quantitativa • leitura e interpretação pelo usuário • necessita de um mínimo de 18 a 24 horas de incubação Aspectos relevantes: • fácil execução • flexibilidade • utilizado pela maioria dos laboratórios de microbiologia • menor custo • aplicado a microrganismos de crescimento rápido O teste de disco-difusão em ágar - Kirby e Bauer (1966) Realização de um controle de qualidade Variáveis pode afetar o teste de disco-difusão Destacam-se: • O preparo dos meios de cultura; • O controle do pH do meio; • O tempo; • A temperatura e a atmosfera de incubação; • Concentração do inóculo; • O estoque adequado dos discos de sensibilidade; • O rigor na execução da técnica. Vantagens do método de disco-difusão em ágar • A fácil execução; • A reprodutibilidade; • A utilização de reagentes de baixo custo; • Resultados de fácil interpretação clínica; • Flexibilidade quanto à escolha dos antimicrobianos • Não exigência de equipamentos especiais Limitações • Não padronização para algumas combinações de microrganismos e agentes antimicrobianos (S. pneumoniae versus cefalosporinas e Acinetobacter spp. versus polimixinas, por exemplo); • Pode não ser adequado para a detecção de mecanismos de resistência Müller-Hinton: • pH -7,2 a 7,4 • Ca e Mg – interferem aminoglicosídeos e tetraciclinas – P. aeruginosa • Altura do ágar – 3 a 5mm • 24mm um do outro • Placas 150mm – 12 discos; 100mm - 5 discos Preparo do inóculo bacteriano Objetivo: turvação correspondente a 0,5 da escala de McFarland turbidímetro. • Aproximadamente 1,5 x 10 8 unidades formadoras de colônias (UFC)/mL. • O inóculo bacteriano pode ser obtido por meio do método de crescimento ou da suspensão direta da colônia 1 Método de crescimento: transferir 3 a 4 colônias - mesma morfologia para 3 a 4 mL de caldo de Trypticase Soy Broth (TSB), solução fisiológica a 0,9%, ou caldo de Müeller-Hinton * 35±2 ºC até a turbidez atingir 0,5 da escala de McFarland: geralmente ocorre após 2 a 6 horas 2 Método da suspensão da colônia direta: transferir 3 a 4 colônias - mesma morfologia para 3 a 4 mL de caldo de TSB, solução fisiológica a 0,9%, ou caldo de Müeller-Hinton * comparar o inóculo com a escala 0,5 de McFarland; Inoculação da placa: 5 minutos à temperatura ambiente Cepas que apresentam hemólise, tomar cuidado para ler a inibição do crescimento e não a hemólise • Técnica de Kirby e Bauer - é a mais utilizada: fácil execução, baixo custo e confiabilidade de seus resultados • Técnica de Kirby e Bauer – instruções seguidas rigorosamente: os resultados obtidos correspondam à realidade • *discos impregnados com antimicrobianos • 1 monodiscos (avulsos em frascos com 50 unidades) • 2 multidiscos (embalagens contendo 25 “estrelas” com 12 discos em cada). Fatores determinantes para realização do TSA: • Material clínico – cuidado com a microbiota normal; • Realização da técnica – passos seguidos rigorosamente conforme prescrito; • Escolha dos antimicrobianos – adequada • Pesquisa e confirmação de mecanismos de resistência • -Atualização: - grupos de antimicrobianos - grupo de microrganismo e de seus halos de interpretação (atualizações anuais das organizações internacionais) Quanto às amostras Tipo de amostra: Colônias puras de bactérias gram-positivas ou gram- negativas - 18 a 24 horas Armazenamento e estabilidade: • Viáveis para a execução das análises até cerca de 24 horas em meio não seletivo • Além deste prazo - novo repique da cepa - cultivar por mais 24 horas em meio não seletivo para depois proceder ao exame. Critério para rejeição: As amostras que já ultrapassaram o prazo máximo de estabilidade devem ser rejeitadas para a análise, devendo ser repicadas em meio apropriado, e usadas colônias recentes. Verificar a pureza do inóculo, e na dúvida, sugere-se o repique da cepa. Em caso de contaminação, deve-se reisolar o microrganismo a ser testado para evitar erros na medição dos halos. Princípio da técnica: • Suspensão de bactérias de cultivo recente • Inoculação suspensão - ágar Müeller Hinton • Aplicação discos de papel impregnados com antimicrobianos • Incubação em estufa • Padrão de crescimento ou inibição ao redor de cada disco • Medir o tamanho de cada halo • Resultado pesquisado em tabelas apropriadas segundo a espécie bacteriana em análise. Passos: ➢ 1 Suspender as colônias em solução salina estéril (NaCl 0,85%) até se obter uma turvação compatível com o grau 0,5 da escala Mac Farland (1x106 UFC/mL) ➢ 2 Embeber um suab estéril na suspensão bacteriana ➢ 3 Semear em seguida de forma ➢ 4 Aguardar - superfície do ágar secar ➢ 5 Colocar os monodiscos ou multidiscos ➢ 6 Incubar a placa ➢ 7 Resultados: medir diâmetro dos halos inibitórios do disco, e consultar tabela apropriada: sensível, intermediário ou resistente ao antimicrobiano testado Reagentes: • Discos de papel impregnados com antibióticos - concentração padronizada Armazenamento e estabilidade: • Geladeira (2-8 °C) ou freezer (abaixo de -10 °C) - não ocorrendo contaminação microbiana ou umidificação, o produto se manterá estável até a data de validade expressa em rótulo. Cuidados: • Seguir padronização técnica para execução da prova (CLSI, 2011) • Discos e meios à temperatura ambiente antes do uso • Observar critérios para escolha dos antibióticos apropriados para a bactéria em análise e suas resistências intrínsecas; • Abertura precoce do frasco - condensação de água - aumento da umidade e consequente inativação do antibiótico com queda em sua atividade • O meio de Müeller Hinton - deve estar com pH, composição química (íons cálcio, íons magnésio, timina e timidina) e espessura do ágar adequados; Atentar para: • Meios espessura média de 4 mm - 3 mm a 5 mm: respectivamente provocam resultados falsamente aumentados ou diminuídos; • Inóculos acima do padrão 0,5 da escala Mac Farland - resultados falsamente diminuídos e inóculos mais fracos resultados falsamente aumentados; • Pré-incubação - 5 minutos após a inoculação: remover o excesso de umidade, que pode causar a difusão errática do antibiótico após a implantação dos discos • A temperatura de incubação deve ser rigorosamente controlada • O tempo de incubação indicado não deve ser nem abreviado nem aumentado, sob risco de se obterem resultados falsamente diminuídos (pouco tempo) ou falsamente aumentados (mais tempo) • Placas 90x15 mm - no máximo 5 discos; placa 140x15 mm - colocados até 12 discos. Visa impedir que o contato entre os antimicrobianos difundidos no meio, - podendo fornecer distorções ligadas a sinergismo ou outros tipos deinteração. Principais fatores de erros na técnica: • 1 Erro na transcrição de dados • 2 Erro na leitura dos halos de inibição • 3 Erro na padronização do inóculo • 4 Contaminação ou alteração na cepa-controle (ensaio qualitativo de controle de qualidade) • 5 Padrão velho da escala de McFarlland (suspensão de sulfato de bário) • 6 Temperatura ou atmosfera impróprias para incubação • 7 Semeadura não homogênea no ágar • 8 Variações no desempenho do meio de cultivo • 9 Perda de potência do disco durante o armazenamento (excesso de umidade, temperatura inadequada, expiração do prazo de validade). Leitura interpretada • Classificação em resistente, intermediário e sensível • Tradução dos halos ou CIM • • Estabelece probabilidade de sucesso ou fracasso terapêutico • Os critérios utilizados são gerados em função do conhecimento microbiológico, de dados farmacológicos e da resposta terapêutica Aspectos clínicos do antibiograma • Testes de rotina nem sempre predizem eficácia clínica • Microrganismos podem apresentar sensibilidade “in vitro” mas a resposta clínica ao tratamento é falha Considerações finais • As bactérias apresentam uma versatilidade extraordinária para adquirir resistência • O antibiograma é a ferramenta mais importante para o início dos estudos dos mecanismos de resistência.
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