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1 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
Icterícia neonatal 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
 Conhecer a epidemiologia e o percentual de 
prevalência da icterícia nos neonatos a termo e nos 
prematuros 
 Entender o metabolismo da bilirrubina 
correlacionando com os diferentes tipos de 
icterícia; 
 Saber realizar o diagnóstico diferencial das 
icterícias (fisiológica, IMF ABO, RH, icterícia 
associada ao AM e icterícia pelo leite materno); 
 Descrever os principais exames laboratoriais para 
investigação das icterícias; 
 Reconhecer a principal complicação da 
hiperbilirrubinemia indireta (Encefalopatia 
bilirrubínica), descrevendo suas características 
clínicas. 
 Descrever os principais tratamento das icterícias 
(fototerapia e exsanguinotransfusão), descrevendo 
mecanismo de ação e complicações associadas a 
estas terapias. 
 
ICTERÍCIA 
DEFINIÇÃO: Impregnação amarelada da pele, mucosas e 
esclera pelo pigmento de bilirrubina. 
 Quando a icterícia é visualizada/expressada 
clinicamente, o bebê já tem obrigatoriamente, no 
mínimo, 5mg/dL de bilirrubina. 
 Acomete cerca de 60% RNT e 80% RNPT tornam-se 
ictéricos na 1ª semana de vida 
 Praticamente todos RNs < 34 semanas evoluem 
com icterícia 
 Na maioria das vezes trata-se de uma adaptação 
neonatal ao metabolismo da bilirrubina e é 
considerada fisiológica. Entretanto, quando 
patológica, pode ser danosa ao cérebro 
(Encefalopatia Bilirrubínica), conferindo risco de 
morte e sequelas neurológicas. 
 
Icterícia fisiológica Icterícia patológica 
Surge antes das primeiras 
24 horas de vida 
Inicia após 24 horas de 
vida 
 
Icterícia neonatal ⇨ Expressão clínica do aumento da 
concentração sérica da bilirrubina indireta (BI) > 1,3-1,5 
mg/dL ou da bilirrubina direta (BD) > 1,5 mg/dL, desde que 
tal valor seja > 10% da bilirrubina total (BT). 
Nos neonatos, a hiperbilirrubinemia indireta é mais 
frequente. Cerca de 98% dos RN apresentam níveis séricos 
basais de BI > 1mg/dL e, por se tratar de uma bilirrubina 
lipossolúvel, pode chegar facilmente ao SNC e causar 
lesões nos tecidos cerebrais. 
A hiperbilirrubinemia significativa tem valores de BT > 20-
25 mg/dL. Porém, valores de BT > 12mg/ dL em RN com 
icterícia precoce já alerta para a necessidade de uma 
investigação etiológica e dos fatores de risco para 
hiperbilirrubinemia significativa. 
METABOLISMO DA BILIRRUBINA 
Bilirrubina ⇨ Produto final do catabolismo das hemácias ⇨ 
Pigmento derivado do grupo heme, originário da 
hemoglobina dos eritrócitos. 
Nos RNs, mais do que nos adultos, a bilirrubina também vem 
de outros grupos heme, como os que compõem a catalase, 
mioglobina e citocromos. 
 75% é oriunda da destruição de eritrócitos e 20% 
de células eritróides imaturas 
 1-5% turnover de outras proteínas que contém o 
grupo heme (mioglobina, citocromos) 
PROCESSO METABÓLICO FISIOLÓGICO DA 
BILIRRUBINA 
1) Captação 
2) Armazenamento 
3) Conjugação 
4) Secreção hepática 
 
As hemácias são formadas na medula óssea e se destinam 
ao sistema circulatório, circulam por 120 dias e são 
destruídas. Durante esse período, o seu sistema metabólico 
se torna cada vez menos ativo, sua membrana fica mais frágil 
e pode sofrer ruptura ao passar por locais mais estreitos. Por 
isso, muitas hemácias se autodestroem no baço nos espaços 
entre as trabéculas estruturais da polpa vermelha (3μm; as 
hemácias têm 8μm). 
 
2 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
A ruptura das hemácias libera a hemoglobina, que é 
fagocitada de imediato, especialmente no fígado, pelas 
células de Kupffer, e no baço e medula óssea, pelos 
macrófagos. 
 Captada pelo sistema retículo-endotelial 
Hemoglobina ⇢ Heme-oxigenase ⇢ Biliverdina, monóxido 
de carbono e ferro 
Biliverdina ⇢ Biliverdina-redutase ⇢ Bilirrubina livre, 
sendo liberada dos macrófagos para o plasma 
gradualmente 
BILIRRUBINA LIVRE 
 Taxa de conversão da biliverdina em bilirrubina livre 
= 4mg/kg/dia 
 Lipossolúvel e apolar 
 Pode: 
− Ligar-se à albumina ⇢ BILIRRUBINA NÃO 
CONJUGADA OU DIRETA 
 Sua fração livre pode atravessar a barreira 
hematoencefálica → Impregnação dos gânglios da 
base → Kernicterus 
 Fração da bilirrubina não ligada ao plasma pode 
aumentar na doença hemolítica grave ou quando 
drogas ligadoras de proteínas deslocam a 
bilirrubina da albumina 
Bilirrubina livre ⇢ Fígado ⇢ Hepatócitos ⇢ Captação 
*Sistemas proteicos, transportadores de membrana 
(proteínas X e Y) 
Liberada da albumina plasmática ⇢ Conjugação ⇢ UDP 
glicuroniltransferase ⇢ Bilirrubina + 1 ou 2 moléculas de 
ácido glicurônico ⇢ Bilirrubina conjugada 
BILIRRUBINA CONJUGADA 
 Mais polar e solúvel 
 Parte dessa bilirrubina liberada nos hepatócitos 
pode-se ligar a uma proteína citoplasmática 
denominada ligandina, etapa posterior à sua 
conjugação, que impede o efluxo dessa substância 
do hepatócito para o plasma 
Excretada para o intestino ⇢ Pelo ducto biliar principal, 
como complexo lipídico micelar ⇢ Cólon ⇢ Desconjugação 
⇢ Glicuronidases bacterianas ⇢ Urobilinogênios ⇢ 
Estercobilinogênio ⇢ Oxidação ⇢ Estercobilina ⇢ 
Excreção nas fezes 
*Pequena parte dos urobilinogênios são reabsorvidos pela 
mucosa intestinal e retornam com fígado pelo sistema porta, 
formando o ciclo entero-hepático da bilirrubina. Cerca de 5% 
são eliminados na urina pelos rins (oxidado em urobilina). 
Sua maior excreção é hepática. 
 
METABOLISMO FETAL 
 Na vida fetal precoce, a BI é transportada ligada à 
alfa-feto-proteína 
 BI é excretada pela placenta ⇢ TUDO É FEITO PELA 
PLACENTA 
NO RN 
 Maiores índices hematimétricos e meia vida mais 
curta das hemácias ⇢ Maior concentração de 
hemoglobina e menor meia vida dos eritrócitos ⇢ 
RN tem quantidade de bilirrubina 2x maior que o 
adulto 
 Menor capacidade de captação hepática e 
conjugação (menor quantidade e imaturidade de 
enzima uridina-difosfato-glicuroniltransferase; 
UDG-T – só atinge níveis similares aos do adulto 
entre a 6ª e 14ª semana de vida) 
 Exacerbação da circulação êntero-hepática e 
pouca expressão de flora intestinal ⇢ Esterilidade 
do TGI e aumento das betaglicuronidase adquiridas 
no leite materno 
Fatores no RN que contribuem para hiperbilirrubinemia 
Menor meia vida dos eritrócitos 
2x mais bilirrubina 
Trato gastrointestinal estéril 
 
3 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
Maior quantidade de glicuronidase no leite materno 
Imaturidade hepática 
 
ICTERÍCIA FISIOLÓGICA 
Para que a icterícia seja fisiológica, deve ser TARDIA (após 
24 horas), com auge até no 3º dia de vida, ocupando área 
até a ZONA III de Kramer (joelhos) e pico até 12 mg/dL. 
Relacionada aos mecanismos ligados à imaturidade dos 
hepatócitos e outros fatores que contribuem para 
hiperbilirrubinemia no RN. 
TEMPO PARA DIZER SE A ICTÉRICIA É PRECOCE OU TARDIA 
– 24 HORAS 
 RN a termo – Aumento progressivo da BI, com pico 
no terceiro dia (12mg/dl), não deve se prolongar 
além de 1 semana 
 RN pré-termo – Pico entre 4º e 6º dia de vida, 
podendo chegar até 12mg/dl, não deve se 
prolongar além de 2 semanas 
QUALQUER CARACTERÍSTICA DIFERENTE DAS 
SUPRACITADAS É PATOLÓGICA. 
LEMBRAR: fatores de risco associados a maiores níveis de 
bilirrubina ⇢ Descendência asiática, mãe com diabetes, 
hipóxia, coleções sanguíneas, clampeamento tardio de 
cordão. 
 
ICTERÍCIA PATOLÓGICA 
CRITÉRIOS PARA INÍCIO DE INVESTIGAÇÃO DE 
HIPERBILIRRUBINEMIA NEONATAL 
(1) Iniciada nas primeiras 24h de vida 
(2) RN a termo – bilirrubina > 12mg/dL ou zona 3 de 
Kramer (a partir do joelho) 
*Aumento de bilirrubina > 5mg/dia; 
*Icterícia persistente além da 1ª semana de vida no 
RNT e além da 2ª semanas no RNPT 
*Icterícia com BD aumentada 
ATENÇÃO! Bebê ictérico por > 2 semanas, acolia fecal e 
bilirrubina às custas da dieta ⇢ PENSAR EM ATRESIA 
BILIAR 
INVESTIGAÇÃO DA BILIRRUBINEMIA 
Qualquer RN ictérico comidade gestacional (IG) ≥ 35 
semanas precisa ter seu risco determinado (mínimo, 
intermediário ou maior) de desenvolver hiperbilirrubinemia 
significativa, ou seja, BT > 25mg/dL. A avaliação deve ser 
feita antes da alta na maternidade e no período máximo de 
72h após a mesma. 
FATORES DE RISCO LABORATORIAIS E 
EPIDEMIOLÓGICOS PARA HIPERBILIRRUBINEMIA 
SIGNIFICANTE 
 Icterícia nas primeiras 24hrs 
 IMF Rh (mãe Rh- e RN Rh+) 
 IMF ABO (Mãe O e RN A ou B), antígenos irregulares 
(C, c, e, E, Kell) 
 IG de 35 e 36 semanas (prematuro; menor 
capacidade de conjugação) 
 Aleitamento com dificuldade ou perda de peso > 
7% 
 Irmão com icterícia neonatal tratado com foto 
 Presença de cefalohematoma ou equimoses 
 Clampeamento tardio de cordão umbilical (quanto 
mais tempo se demora para fazer o clampeamento, 
mais sangue vai passar para o bebê e, 
consequentemente, mais sangue será degradado) 
 Mãe diabética (bebês maiores; mais sangue, maior 
degradação) 
 Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase 
 Albumina < 3% (mais bilirrubina livre) 
 BT ⇢ Sérica ou transcutânea na zona de alto risco 
(> P95), ou intermediaria superior (P75 a 95) antes 
da alta hospitalar (normograma de Buthani) 
ZONAS DE KRAMER 
 Estudo para delimitar o grau de intensidade da 
icterícia clínica e correlacionar com as suas 
manifestações e níveis séricos de bilirrubina. Tem 
PROGRESSÃO CEFALOCAUDAL. 
 Não permite predizer a gravidade da elevação dos 
níveis de bilirrubina, assim como a análise pode 
variar muito a depender do tom de pele do RN. 
 
COMEÇA COM 6 
MÉTODO MNEMÔNICO → SOMAR 3 mg/dL A CADA ZONA 
BILICHECK 
 Avaliação de BT transcutânea 
 Boa verificação da BT independente da etnia 
 Técnica ainda muito onerosa para o sistema de 
saúde 
 
4 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 Alguns estudos mostram que valores de BT > 13-15 
mg/dL devem ser investigados por meio de 
bilirrubina sérica 
 
COOMBS INDIRETO E DIRETO 
INDIRETO: permite analisar se há anticorpos anti-D NO 
PLASMA MATERNO. 
DIRETO: pesquisa de anticorpos maternos anti-D nas 
HEMÁCIAS DO NEONATO. 
 
No caso de doença hemolítica por incompatibilidade ABO, 
pode ser realizado também o teste do eluato por 
congelamento, no qual são retirados os anticorpos presos 
nas hemácias e expõe estes a hemácias ABO, se 
apresentando com uma maior sensibilidade para detectar 
anticorpos ABO presentes nas hemácias dos RN. 
NORMOGRAMA DE BUTHANI 
 Baseado nos percentis 40, 75 e 95 
 Valores de BR séricas colhidas do RN 
 
ETIOLOGIAS MAIS PROVÁVEIS 
DOENÇA HEMOLÍTICA POR INCOMPATIBILIDADE 
RH 
A icterícia que ocorre nas primeiras 24h de vida do neonato 
costuma estar ligada às doenças hemolíticas. Elas podem 
ser imunes, enzimáticas, da membrana eritrocitária 
(esferocitose), por hemoglobinopatias (alfa-talassemia) e 
adquiridas (infecções virais ou bacterianas). 
 
Mãe RH –; feto RH + 
O antígeno Rh(D) passa da circulação fetal para a materna; 
no primeiro contato o organismo materno é informado e 
desenvolve memória imunológica. Uma segunda exposição 
é suficiente para produção rápida de anticorpos IgG; estes 
retornam à circulação fetal e aderem à superfície das 
hemácias, condicionando a lise célula. 
 Se a destruição for mais intensa do que a 
produção, desenvolve-se anemia. 
 A icterícia hemolítica é quase sempre precoce 
(primeiras 6h) e acentua-se rapidamente 
atingindo níveis indicativos de 
exsanguinotransfusão. 
COMO SERÃO AS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS DO 
BEBÊ? 
Eritrograma: diminuição da Hb, contagem de reticulócitos e 
eritroblastos aumentados 
Bilirrubinas: hiperbilirrubinemia indireta. IMPORTANTE 
CALCULAR A VELOCIDADE DE HEMÓLISE, verificando o 
aumento de BI por hora. Aumento de 0,5% por hora nas 
primeiras 48h de vida está associada com processo 
hemolítico mais grave. 
Teste de Coombs direto (RN): SEMPRE POSITIVO. 
Teste de Coombs indireto (genitora): POSITIVO. 
Exames laboratoriais no sangue do cordão umbilical logo 
após o nascimento: CS, CD, eritrograma, reticulócitos e 
 
5 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
bilirrubinas. Em geral BI do cordão ≥ 4mg% e hemoglobina ≤ 
12 g%/dl indicam forma moderada a grave da doença. 
PREVENÇÃO 
 Mãe Rh negativa (–) fazer Imunoglobulina anti-D, 
se RN for Rh positivo; com CI negativo (não 
sensibilizada) 
 O sistema RH é bastante amplo, mas somente cinco 
sorotipos estão envolvidos com formas 
clinicamente significantes da DHRN, a saber: D, C, 
E, c, e, sendo o antígeno D o mais comumente 
implicado, devido a sua maior antigenicidade. 
INCOMPATIBILIDADE ABO 
Mãe do grupo sanguíneo O, e o RN, A ou B 
 Há produção de anticorpos IgG anti A ou B, que 
invadem a circulação fetal e reagem com os 
eritrócitos 
QUADRO CLÍNICO 
Hiperbilirrubinemia de menor intensidade que na IMF Rh, 
pode surgir já no 1º dia de vida; ausência de grau importante 
de anemia. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 CS, Rh 
 ABO, reticulocitose, anemia leve, 
hiperbilirrubinemia precoce 
 A maioria dos recém-nascidos incompatíveis ABO 
apresenta anticorpo Anti-A ou Anti-B sobre seus 
eritrócitos (teste do eluato) 
 Coombs direto positivo ou negativo 
 
ABO → COOMBS DIRETO PODE SER POSITIVO OU 
NEGATIVO; PRECISA SER CONFIRMADA COM TESTE DE 
ELUATO 
RH → COOMBS DIRETO POSITIVO SEMPRE 
DEFICIÊNCIA DE G6PD 
 Enzimopatia de caráter hereditário 
 Recessiva, X 
 Povos do mediterrâneo, oriente médio, asia, África 
 4 a 12# 
 Sexo masculino 
 Incapacidade de produzir NADPH ⇢ Estabilizador 
das hemácias 
 RN expostos fatores oxidantes podem manifestar 
icterícia por hemólise ⇢ Infecções, uso de 
medicamentos (ATB, analgésico) 
 Icterícia pode surgir nas primeiras 24 horas 
 Diagnóstico – Dosagem qualitativa e quantitativa 
deficiente de G6PD 
ICTERÍCIA DA AMAMENTAÇÃO 
ICTERÍCIA ASSOCIADA AO LEITE MATERNO, mas não 
causada 
 Tardia 
 Associada a uma ingesta inadequada e aporte 
calórico deficiente ⇢ Aumento da circulação 
entero-hepática de bilirrubina e, 
consequentemente, maior aporte desta para a 
circulação sanguínea 
 RNs apresentam níveis de BTF levemente maiores 
nos primeiros 3-4 dias 
 Menor frequência do número de mamadas, 
reduzindo o reflexo gastrológico e, 
consequentemente, retardo na eliminação de 
mecônio. 
Mecônio apresenta em sua composição BD ⇢ Sofre ação da 
betaglicuronidase ⇢ Transformação da BI ⇢ Absorvida pela 
circulação entero-hepática ⇢ Sobrecarga de BI ao 
hepatócito 
 RNs com perda de peso excessivo (> 7%) – com 2 
dias, o bebê está mais amarelinho do que se tivesse 
com icterícia fisiológica (mais rápida) + grande 
perda de peso após o nascimento 
 Bebê mama menos, perde mais líquido por causa 
do ciclo entero-hepático da bilirrubina; e a 
bilirrubina passa mais tempo no intestino por causa 
dos lactobacilos da amamentação, que não será 
eliminado 
NÃO SÃO BEBÊS SAUDÁVEIS. 
 
6 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO OU SÍNDROME DA 
ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO 
A CAUSA É O LEITE MATERNO 
 Geralmente é a icterícia da SEGUNDA SEMANA DE 
VIDA. 
BEBÊ SAUDÁVEL ⇢ Não perde peso, não chora muito de 
fome etc. 
 O leite materno passa a agir como modificador 
ambiental para genótipos que atuam na captação e 
conjugação da bilirrubina, elevando o risco em até 
22x de chegar a valores de BT > 20 mg/dL 
 Geralmente o bebê teve alta, já passou pela 
bilirrubina fisiológica e, quando a mãe retorna para 
o acompanhamento, ele se apresenta amarelinho 
 Associado a mães que têm leite com maior volume 
e concentração de ácido graxo. Outras literaturas 
afirmam que a mãe também tem enzima 
betaglicuronidase. 
 Presença de ácidos graxos livres no LH e o aumento 
da circulação entero-hepática da bilirrubina 
devido à alta concentração de betaglicuronidase, 
que determina uma desconjugação da bilirrubina 
diretae sua absorção pela circulação entero-
hepática 
QUADRO CLÍNICO 
 RN termo (2 – 4%) 
 Icterícia persistente desde a 1ª semana de vida, 
que se prolonga por 2 a 3 semanas 
 Pico na 2ª semana 
 RN com bom EG e ganho de peso 
 Não tem hemólise 
 Níveis de BI caem com a retirada do leite materno 
por 48 horas ⇢ PROVA TERAPÊUTICA ⇢ Apenas se 
BT próximos a EXT → O TESTE TERAPÊUTICO SÓ 
DEVE SER FEITO SE OS VALORES DE BILIRRUBINA 
ESTIVEREM TÃO ALTOS QUE JUSTIFIQUE A 
RESTRIÇÃO 
ABORDAGEM DO RN ICTÉRICO 
 Anamnese 
 História familiar; doenças de base; parto; 
eliminação de mecônio; vômitos; nº de evacuações 
 Exame físico 
 EGeral do paciente, icterícia; anemia, 
hepatoesplenomegalia; hematomas 
 Exames básicos 
 Classificação sanguíneo ABO e Rh do RN e 
genitora; Coombs indireto (mãe) e direto (RN); BTF; 
teste do Eluato; hemograma com reticulócitos 
 
 
NÃO PRECISA ESPERAR O RESULTADO DA BT PARA 
INICIAR A CONDUTA 
 
 
7 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
CRITÉRIO DE GRAVIDADE 
 Coombs direto positivo 
 Icterícia observada nas primeiras 24 horas 
 Baixos níveis da Hb e Hcto 
 Incremento de Bilirrubina > 0.5 mg/hora 
 Reticulócitos > 10 % 
EFEITOS NOCIVOS DA HIPERBILIRRUBINEMIA 
INDIRETA 
KERNICTERUS 
Impregnação de BI no cérebro; apresenta-se no 
anatomopatológico: coloração amarelada dos gânglios da 
base. Associada a níveis superiores a 20 mg/dl. 
⇩ 
ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA 
Quadro clínico neurológico relativo à impregnação de 
bilirrubina 
FATORES QUE FAVORECEM A ENCEFALOPATIA 
BILIRRUBÍNICA 
 Imaturidade 
 Hiper hemólise de qualquer etiologia 
 Hipóxia neonatal 
 Acidose 
 Hipoalbuminemia 
 Infecções graves 
 Presença de certas drogas (cefalosporinas 3ª) 
ATENÇÃO! A cefalosporina COMPETE COM A ALBUMINA; 
NÃO pode usar cefalosporina em bebê neonatal. 
QUADRO CLÍNICO DA ENCEFALOPATIA 
BILIRRUBÍNICA 
 Fase 1: Hipotonia, letargia, má sucção; 2-3 dias. 
 Fase 2: Hipertonia, com tendência a espasticidade, 
convulsão; opisótono, choro agudo, febre. 
 Fase 3: Aparente melhora, final da primeira 
semana. 
 Fase 4: Sinais de paralisia cerebral (perda da 
audição; distúrbios da deglutição e fonação e 
deficiência mental moderada aos 2 a 3 meses de 
vida) 
 
Figura 1 Bebê em fase 2; hiperespacidade e hipertonia 
KERNICTERUS 
 Impregnação de bilirrubina no cérebro 
 Coloração amarelada nos gânglios da base 
 
TRATAMENTO DA ICTERÍCIA 
 Promover aumento da ingesta enteral, diminuindo 
a circulação entero-hepática. aumento do reflexo 
gastrocólico; maior eliminação da bilirrubina 
 Fototerapia 
− Transforma a bilirrubina em um isômero 
HIDROSSOLÚVEL, que será eliminado na urina 
− BI ⇢ Lumirrubina = Fotoisômero 
− Estímulo ao metabolismo alternativo da 
bilirrubina 
 
 Exsanguinotransfusão 
− Troca parte de sangue do bebê pelo do doador 
⇢ Retira a bilirrubina do sangue e corrige a 
icterícia, mas também retira anticorpos etc. 
− Remoção da bilirrubina intravascular 
− Remoção de anticorpos 
− Corrige anemia* 
FOTOTERAPIA 
Terapia luminosa que converte moléculas de bilirrubina 
depositadas na pele em compostos hidrossolúveis 
(fotoisomerização), promovendo excreção pela urina e bile. 
 
8 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 É o tratamento mais utilizado. 
 Sua eficácia dependerá: 
− Comprimento de onda da luz 
− Irradiância espectral 
− Superfície corpórea exposta a luz 
− Distância da unidade ao RN 
 Indicações: 
− Levar em consideração as causas, a idade pós-
natal e a concentração de bilirrubina sérica 
 
Figura 2 NÃO INDICA FOTOTERAPIA. Ajuda o profissional a identificar a 
probabilidade de o bebê desenvolver hiperbilirrubinemia significante nas 
primeiras 72 horas (> 17,5) - Bebês acima do percentil de 95% têm 40% 
mais chance de desenvolvê-la 
 
Quanto maior é o nível de bilirrubina, maior e mais rápida é 
a queda; quanto maior a superfície iluminada, maior é a 
eficácia da fototerapia; a eficácia da fototerapia depende da 
irradiância da lâmpada. 
→ Foto convencional: irradiância: 8-12𝞵w/cm 2/nm 
TIPOS DE FOTOTERAPIA 
 Bili-Berço/BED: 
− Berço de acrílico com 15 lâmpadas LED 
− Colchão de silicone reflete as ondas luminosas 
na cúpula que o recobre 
− Irradiância: 30-50𝞵w/cm2/nm 
 
 Fototerapia “bilispot” 
− Luz emitida em forma de foco, a 50 cm do RN. 
− Utiliza lâmpada de halogênio-tungstênio, que 
emite alta irradiância: 25-30 𝞵W/cm2 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 Desidratação 
 Hipertermia 
 Queimaduras 
 Síndrome do Bebê Bronzeado 
 Diarréia aquosa 
 Alterações oculares (lesão de retina) 
CUIDADOS 
 Proteção ocular 
 Hidratação ⇢ Aumentar a oferta hídrica 
 Avaliar peso diário 
 Controle de temperatura 
 Mudar decúbito 
 Controlar bilirrubina de acordo com a gravidade 
 Monitorar a bilirrubina a cada 8-12h e após 24h da 
suspensão da fototerapia 
 Suspender a foto se níveis de BD elevados ⇢ Risco 
de Síndrome do bebê bronzeado 
 Interromper a foto durante a amamentação e 
retirar a proteção ocular para permitir interação 
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO 
 Procedimento invasivo de troca lenta, onde existe 
a troca de parte do sangue do RN pelo sangue de 
um doador compatível 
 Baixa o mais prontamente possível os níveis de 
bilirrubina, removendo-o da circulação. 
 Reduz os níveis de anticorpos circulantes pela troca 
por eritrócitos do doador 
 Substitui e repõe as hemácias do RN 
 O sangue selecionado deve ser o mais novo 
possível 
 Volume de troca: 2 volemias/kg 
Puxa 10 mL do bebê e retira 10 mL do doador POR KG. 
Bastante invasivo. 
 
9 Neonatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 
 
COMPLICAÇÕES 
 Infecções 
 Tromboembolismo 
 Hipocalcemia e hipomagnesemia 
 Hipercalemia 
 Doença enxerto-versus-hospedeiro 
 Hipotermia 
 Sangramentos

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