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AV1 - Interrupção e Suspensão do Contrato de Trabalho


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Nome: Abigail Isabel Medeiros Nunes 
 
Matrícula: 1511416 
 
Nome do Professor: Marcelo dos Santos Longen 
 
Disciplina: Direito do Trabalho II 
 
Semestre: 8º semestre 
 
Turma: DIR0317 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei (CLT e 10.420/2020), da Medida Provisória 
936/2020 – Interrupção e Suspensão do Contrato de 
Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021 
 
 
CAMPO DE APLICAÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA 936/20 
 
Diversamente da MP 927/00, que expressamente determinou sua aplicação aos urbanos, rurais, 
domésticos, terceirizados, estagiários e aprendizes, a MP 936/00 apontou os excluídos: os 
empregados públicos de qualquer órgão da administração pública, os empregados das subsidiárias 
destas e os de organismos internacionais. 
Da mesma forma, entendemos que é ilegal o parágrafo 2º do artigo 4º da Portaria 10.486/20, pois 
impede os aposentados de ajustarem por escrito a suspensão ou redução de salário, pois a MP 936 
apenas impede o recebimento do BEm nestes casos e não o ajuste em si. 
Por fim, defendemos que a MP 936/20 é aplicável para todos os empregados regidos pela CLT, aos 
rurais, domésticos, terceirizados e temporários regidos pela Lei 6.019/74 (estes com algumas 
restrições abaixo analisadas), inclusive aos aprendizes e aos relacionados no artigo 62 da CLT. 
Ora, se o teletrabalhador pode, para questões da saúde ocupacional (direito de indisponibilidade 
absoluta) firmar termo de responsabilidade de cumprimento das regras de segurança e medicina do 
trabalho, por que os demais trabalhadores abrangidos pelo artigo 62 da CLT não podem fazer o menos, 
isto é, autodeclarar seu compromisso em reduzir seu trabalho. 
Artigo 4º, parágrafo 3º da Portaria 10.486/20 do Ministério da Economia explicitamente autorizou o 
pagamento do BEm aos empregados inseridos no artigo 62 da CLT, desde que haja redução “nível de 
exigência de produtividade ou de efetivo desemprenho do trabalho” durante a redução do salário 
proporcional à jornada. 
 
Suspensão e Interrupção contratual: quais as definições e principais diferenças? 
 
Muito se confunde sobre a aplicabilidade da suspensão ou interrupção diante dos casos práticos 
instaurados em face de um contrato de trabalho. 
Relevante mencionar que todas as regras destinadas ao conhecimento da suspensão e interrupção do 
contrato de trabalho estão sedimentadas entre os artigos 471 a 476-A, da Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT. 
 
Com brevidade, a suspensão contratual pode ser conceituada como uma sustação temporária dos 
efeitos do contrato de trabalho que fazem alusão às partes, sem promover quaisquer rupturas ao 
vínculo já constituído. Alguns dos exemplos mais importantes deste instituto são: 
 
 aposentadoria por invalidez; 
 greve; 
 intervalo interjornada; 
 intervalo intrajornada; 
 licença não remunerada; 
 licença maternidade; 
 suspensão disciplinar; 
 prisão; 
 entre outros fatos juridicamente relevantes. 
 
De forma diversa, a interrupção contratual também promove a sustação temporária, mas àquela que 
diga respeito à obrigação principal estipulada no contrato do trabalho, a saber, a prestação de serviços 
do empregado, bem como sua disponibilidade em favor dos interesses do empregador. Assim, todas 
as cláusulas contratuais restantes se mantêm intactas, mas um fato juridicamente relevante as rompe. 
São exemplos corriqueiros de interrupção do contrato de trabalho: 
 
 descanso semanal remunerado; 
 faltas justificadas; 
 feriados; 
 licenças remuneradas; 
 férias e afins. 
 
Fato é que independentemente das circunstâncias que ensejam a suspensão ou interrupção contratual, 
não pode haver, em hipótese alguma, a rescisão do contrato de trabalho, exceto nos casos em que 
ficarem evidenciadas a consumação de justa causa ou extinção da empresa, que impossibilitam a 
continuidade das relações de emprego anteriormente estabelecidas. 
Uma observação oportuna quanto à suspensão do contrato de trabalho é que quando esta ocorre por 
motivo de incapacidade decorrente de acidente do trabalho ou doença ocupacional, o período de 
suspensão é computado como tempo de serviço, assim como a empresa é obrigada a depositar o FGTS, 
conforme estabelece o artigo 15 § 5º da Lei 8.036/1990 e artigo 55, II da Lei 8.213/91. 
 
Curiosamente, as hipóteses de afastamento por acidente de trabalho podem comportar as duas 
modalidades, ou seja, suspensão ou interrupção. 
Em analogia, as greves comportam a mesma tratativa, inicialmente são consideradas como suspensão, 
mas havendo a implementação de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho 
mantendo a remuneração, acabam por se converter em interrupção contratual. 
 
Interrompem o contrato de trabalho, por exemplo, as férias, o DSR e o afastamento do empregado 
por doença até o 15º dia. Já na suspensão, o empregado não recebe pelo tempo inativo e tal período 
não conta como tempo de serviço. Acarretam a suspensão do contrato de trabalho a falta injustificada, 
o período de greve, etc. 
 
Suspensão do Contrato de Trabalho: aprofundamento legal. 
 
A suspensão do contrato de trabalho funciona como uma espécie de cessação da prestação e da 
contraprestação de serviços, paralisando todas as obrigações principais de empregados e 
empregadores, quais sejam, as prestações dos serviços e os pagamentos de salários, respectivamente. 
 
Suspensão contratual e aposentadoria por invalidez. 
 
O benefício de prestação continuada da aposentadoria por invalidez, o qual detém suas regras de 
concessão pela Lei nº 8.213/1991, e consequente regulamentação pelo Decreto nº 3.048/1999, é 
pertinente ao segurado considerado incapaz à execução de atividades relacionadas ao trabalho, esteja 
ou não beneficiado pelo auxílio-doença, e que não haja condições de participação em programa de 
reabilitação profissional para a promoção de medidas que aprimorem a garantia da própria 
subsistência. Embora não haja pagamento dos salários, alguns benefícios devem ser preservados, 
como o plano médico, por exemplo. O art. 475 da CLT diz que o empregado que for aposentado por 
invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante prazo fixado pelas leis de previdência social 
para a efetivação do benefício. 
 
Suspensão do Contrato de Trabalho, Pandemia do Novo Coronavírus. 
 
Diante do surgimento do Novo Coronavírus e sua consequente propagação, o cenário de diversos 
países teve os mesmos impactos. As medidas de contenção do vírus e a implementação do isolamento 
social fizeram com que milhares de trabalhadores perdessem as suas maneiras de sustento, agravando 
não só os interesses subjetivos destes, como também aos interesses estatais, em que pese refletir 
drasticamente na economia do país. O Governo Federal, diante do conhecimento das variadas 
reduções na jornada de trabalho e salário dos trabalhadores, assim como dos inúmeros contratos 
suspensos de trabalhadores com carteira assinada e empregados domésticos, publicou a Medida 
Provisória nº 936/2020, tornando lícita e extremamente apropriada a suspensão do contrato de 
trabalho pelo período não excedente há dois meses. 
Ao término destes 60 dias, segundo os preceitos legais, o restabelecimento do contrato é automático 
e em conjunto com o pagamento do salário, devendo o empregado ser realocado no seu cargo de 
origem. 
 
Enquanto consumada a suspensão contratual, recebe o trabalhador valor pecuniário correspondente 
ao seguro-desemprego integral. 
 
INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO EM FACE DE DOENÇA. 
Nulo é o despedimento do empregado no curso da licença por motivo de enfermidade, pois, o período 
é considerado de interrupção, os primeiros quinze dias, e de suspensão do contrato de trabalho, o 
período posterior. 
 
(TRT-1 – RO: 00876003220075010076 RJ, Relator: Ana Maria Moraes, Data de Julgamento: 
01/12/2009, Oitava Turma, Data de Publicação: 22/01/2010). 
 
AGRAVO DE PETIÇÃO DA EXEQUENTE. CÁLCULOS. INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃODO CONTRATO DE TRABALHO. Como o título coletivo exequendo determinou que fossem 
aplicados os limites do item 8.2.10.8 do PCS, que prevê a dedução de toda e qualquer período que 
não caracterize efetivo exercício para fins de apuração que não caracterize efetivo exercício para fins 
de apuração do interstício fixado para a concessão da progressão de antiguidade, os cálculos perciais, 
ao deduzirem os períodos de afastamento da reclamante na apuração das diferenças salariais, 
observaram o comando contido na sentença coletiva. AGRAVO DE PETIÇÃO ADESIVO DO 
EXECUTADO ECT. JUROS DE MORA.O art. 1º F, da Lei n° 9.494/1997 não é aplicavel nesta 
Justiça Especializada, visto que, em relação a débitos trabalhistas, há regra específica prevista no art. 
39, §1º, da Lei nº 8.177/1991, o qual dispõe sobre a atualização dos créditos obreiros em geral e 
determina a aplicação de juros de mora de um por cento(1%) ao mês. 
 
(TRT-17- AP: 00000591920195170003, Relator: JOSÉ CARLOS REZK, Data de Julgamento: 
13/08/2019, Data de publicação: 23/08/2019) 
 
 
 
Fontes: 
 
https://trt-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1133459131/recurso-ordinario-ro-
876003220075010076-rj 
 
http://genjuridico.com.br/2020/05/04/comentarios-medida-provisoria-936-20/ 
 
https://saberalei.com.br/suspensao-do-contrato-de-trabalho/ 
 
https://jus.com.br/artigos/suspensao-e-interrupcao-do-contrato-de-trabalho 
 
https://www.camara.leg.br/noticias/650693-medida-provisoria-permite-suspensao-de-contrato-de-
trabalho-e-corte-salarial 
 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2030243/qual-a-diferenca-entre-suspensao-e-interrupcao-do-
contrato-de-trabalho-mariana-egidio-lucciola 
 
https://masterjuris.com.br/diferenca-entre-suspensao-e-interrupcao-do-contrato-de-trabalho/ 
https://trt-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1133459131/recurso-ordinario-ro-876003220075010076-rj
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https://www.camara.leg.br/noticias/650693-medida-provisoria-permite-suspensao-de-contrato-de-trabalho-e-corte-salarial
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https://masterjuris.com.br/diferenca-entre-suspensao-e-interrupcao-do-contrato-de-trabalho/