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Consumidor - Direitos e Deveres

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o consumidor, seus direitos e deveres
Direito do Consumidor
Conjunto de regras jurídicas que buscam equilibrar as relações que decorrem do consumo de bens e serviços, com a finalidade da preservação dos interesses do consumidor (PALAIA, 2005). Temos desta definição os sujeitos do Direito do Consumidor, figuras essenciais para a compreensão do Direito do Consumidor, são eles:
• Consumidor: compreende-se como consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza um produto ou serviço, sendo seu destinatário final, de acordo com o artigo 2º, do Código de Defesa do Consumidor. Há um outro tipo de consumidor presente no CDC, que é o consumidor por equiparação, previsto no parágrafo único, do artigo 2º, e nos artigos 17 e 29, ambos do CDC, abrangendo, de forma ampla, terceiros à relação de consumo. Assim, o consumidor pode ser uma pessoa física, jurídica ou a coletividade de pessoas. 
• Fornecedor: pode ser conceituado como aquele que desenvolve as atividades de produção, importação, exportação, distribuição, comercialização de produtos ou prestação de serviços de acordo com o artigo 3º, do Código de Defesa do Consumidor (PALAIA, 2005). 
A transação entre o consumidor com o fornecedor constitui a relação de consumo, visto que o consumidor é o agente do consumo e o segundo, fornecedor, é o que atende, por meio de seus produtos ou serviços, às necessidades e aos desejos dos primeiros (PALAIA, 2005).
Produto
Toda a mercadoria que é colocada à venda ao consumidor, por exemplo: uma roupa, um computador, um telefone, e assim por diante. 
Podem ser classificados em: 
• Produtos duráveis: enquadram-se nesta categoria os que não desaparecem com o uso, como geladeira, carro, apartamento, entre outros. 
• Produtos não duráveis: ao inverso dos primeiros, são os que, assim que usados, desaparecem, por exemplo: chocolate, pasta de dentes, sabonete, e assim por diante. Quanto ao serviço, pode ser definido como tudo aquilo que, para que seja realizado, precisa de uma prestação pecuniária, por exemplo, para que possamos cortar o nosso cabelo, consertar o carro, passar o final de semana em um hotel, devemos pagar para obter a contrapartida, a prestação do serviço. 
Serviços
• Durável: neste enquadram-se os serviços que demoram a desaparecer com o uso, como a pintura de uma casa, a construção de um apartamento, etc. 
• Não durável: como o próprio nome diz, são que serviços que não duram, como a lavagem de um carro, de uma roupa, a limpeza de uma casa, assim que passam a ser consumidos já se consome, pois a roupa, a casa e o carro sujam quase que imediatamente.
Direitos do consumidor 
• Proteção quanto a prejuízos à saúde e segurança: consiste no dever do fornecedor do produto ou serviço quanto ao aviso ao consumidor quanto aos possíveis riscos, saúde ou segurança, que esteja sujeito. 
• Acesso a informações quanto ao consumo correto, com a liberdade de escolha: o consumidor deve receber informações quanto ao consumo do produto ou serviço que está adquirindo, bem como a escolha do produto que achar mais conveniente ou melhor. 
• Prestação de informações ao consumidor de forma adequada e clara quanto aos produtos, sua composição, especificação, características e qualidades: o consumidor deverá ter todas as informações necessárias quanto às características do produto e à forma de utilização, a fim de não o induzir ao erro. 
• Proteção contra publicidade enganosa e abusiva: ao realizar um anúncio, o que está vinculado deve ser cumprido e cabe ao consumidor exigir. Caso não o seja, o consumidor poderá solicitar o cancelamento do contrato e receber a quantia paga. Quanto à propaganda enganosa, constitui crime e está contida no artigo 67, do Código de Defesa do Consumidor, e será analisada em nossa próxima seção. 
• Possibilidade de modificação de cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou excessivamente onerosas: o Código de Defesa do Consumidor protege o consumidor quanto a cláusulas que não forem devidamente cumpridas, ou se até mesmo forem prejudiciais ao consumidor. Podem tais cláusulas serem anuladas ou modificados por meio judicial. 
• Prevenção e reparação de forma efetiva quanto aos danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos: se o consumidor for prejudicado, deverá ser indenizado pelo fornecedor do produto ou serviço, inclusive por danos morais. 
• Acesso ao judiciário para a busca quanto à reparação de danos: tendo seus direitos violados, deverá recorrer à justiça para pleitear que seus direitos sejam cumpridos. O órgão que representa é o Procon, sobre o qual trataremos há pouco. 
• Facilitação de sua defesa, com a inversão do ônus da prova, observada a verossimilhança e hipossuficiência: o Código de Defesa do Consumidor facilitou a defesa dos direitos do consumidor por meio da possibilidade da inversão do ônus da prova. Para que haja tal inversão, é necessário que sejam preenchidos dois fatores, são eles: o Verossimilhança: assenta-se num juízo de probabilidade, resultante da análise dos motivos que lhe são favoráveis (convergentes) e dos que lhe são desfavoráveis (divergentes). Sendo que os motivos convergentes são inferiores aos divergentes, o juízo de probabilidade cresce; caso ocorra ao contrário, os motivos divergentes são superiores aos convergentes, a probabilidade diminui. o Hipossuficiência: relaciona-se com a vulnerabilidade do consumidor quanto à relação de consumo, sendo ele a parte mais fraca (MOREIRA, 1997). 
• Adequada prestação dos serviços públicos de forma geral: os serviços públicos devem ser de qualidade, zelando os órgãos públicos e as empresas concessionárias de um bom atendimento ao consumidor
O Procon – Programa de Proteção e Defesa do Consumidor 
Está presente em diversos municípios, revestido de personalidade jurídica de direito público, vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. 
O objetivo de tal instituição consiste no estabelecimento do equilíbrio e harmonia das relações entre consumidores e fornecedores, visando à proteção e à defesa dos consumidores. 
deveres do consumidor: 
• Agir com boa-fé: a honestidade e a transparência nas relações são fruto do artigo 170, da Constituição Federal, já que tal artigo embasa-se na harmonização dos interesses dos participantes nas relações de consumo e a proteção do consumidor, tendo como base a boa-fé e o equilíbrio entre consumidores e fornecedores. Assim, cabe ao consumidor não omitir no momento da contratação tanto de um produto quanto de um serviço as informações solicitadas, nem se aproveitar do fornecedor para seu enriquecimento de forma ilícita. 
• Utilizar o produto de forma adequada: deve o consumidor utilizar o produto de acordo com o estabelecido no manual deste, visto que defeitos que são provados por mau uso não são de responsabilidade do fornecedor do produto. 
• Planejar-se financeiramente: visto a obrigação do cumprimento do contrato, cabe ao consumidor o correto pagamento do contratado ou do serviço prestado, já que a inadimplência do consumidor não pode ser suportada e nem é de responsabilidade do fornecedor. Caso o consumidor não cumpra com a sua parte contratual, estará sujeito às consequências legais e seu nome pode ser inserido nos órgãos de proteção ao consumidor, caso o contrato celebrado assim prever tal inserção, como o SERASA. 
• Atentar aos prazos: o Código de Defesa do Consumidor apresenta os prazos quanto a possíveis reclamações, são eles de 30 a 90 dias para que se reclame quanto aos defeitos aparentes do produto e de cinco anos quanto uma possível ação de danos morais ou materiais em face ao fornecedor, de acordo com os artigos 26 e 27. Caso não cumpra esses prazos, o consumidor perde o direito de exercer seu direito.
Referência: Direito empresarial - Danylo Augusto Armelin

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