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TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES SOB RADIOTERAPIA ▪ Tipos de Tratamento: ➢ Tratamento Radioterápico (Radioterapia) ▪ Capacidade de destruição. ▪ Induz morte celular por ação de radiações ionizantes eletromagnéticas (raios x ou gama) ou particulada (partículas alfa e beta, prótons e nêutrons) = eliminação do tecido neoplásico. ▪ Modalidades de irradiação utilizadas na prática clínica: 1. Braquiterapia Colocação de material radioativo junto ao tumor. 1. Teleterapia Irradiação feita a distância da área tratada. ➢ Tratamento Quimioterápico (Quimioterapia) ▪ Tratamento sistêmico. ▪ Realizado por intermédio de agentes citostáticos, citolíticos, hormonais ou imunoterápicos. ▪ É também um tratamento à base de fármacos citotóxicos que impedem a proliferação celular. ➢ Tratamento Cirúrgico (Cirurgia) ▪ Retirada de tecidos neoplásicos localizados ▪ Contraindicação: casos de metástase ▪ Objetivos Tratamento Cirúrgico: I. Controlar a doença locorregional. II. Estagiar cirurgicamente para estabelecer grupos de alto risco para recorrência local. III. Orientar a terapia sistêmica. IV. Proporcionar maior sobrevida. V. Identificar grupos de maior risco de metástase a distância. VI. Evitar mutilação. Introdução ▪O que é a radioterapia? ➢ Modalidade de tratamento que utiliza energia ionizante eletromagnética ou corpuscular, capaz de interagir com os tecidos durante tratamento de neoplasias malignas. ➢ Provoca inúmeras sequelas, extensas ou permanentes, ao paciente irradiado. ▪ Importância do Cirurgião-Dentista durante o tratamento ➢ Prevenir alterações na cavidade oral ➢ Planejamento odontológico ➢ Remoção de possíveis focos de infecção ➢ Orientar o paciente EFEITOS COLATERAIS RADIOTERAPIA ❑A radioterapia danifica as células cancerosas, e também pode danificar as células saudáveis na área de tratamento, cujos danos às células saudáveis causam efeitos colaterais. ❑Dependendo de qual parte do corpo recebe a radioterapia, diferentes células e tecidos do corpo lidam de uma forma diferente com a radiação. As células que se dividem rapidamente são as mais afetadas. Estes incluem células da pele, células do revestimento da boca e gastrointestinal, trato e células sanguíneas na medula óssea. ❑Os efeitos colaterais podem acontecer a qualquer momento durante o tratamento de radioterapia (sendo: imediatamente após o início ou alguns dias ou semanas após a terapia de radiação). ➢ A maioria desses efeitos geralmente desaparece dentro de algumas semanas a 2 meses após o término do tratamento. ➢ Porém, alguns podem continuar após o término do tratamento, devido ao tempo de recuperação das células saudáveis se recuperarem dos efeitos da radioterapia. ➢ Os efeitos colaterais tardios podem ocorrer meses ou anos após o tratamento. Se as doses de radiação forem altas o suficiente, algumas dessas células podem não ser capazes de se reparar, e como resultado, alguns efeitos colaterais podem durar muito tempo ou ser permanentes. Fatores que definem os efeitos colaterais: • Tipo de radioterapia a ser usada (varia de acordo com a patologia e grau); • Parte do corpo sendo tratada; • Quantidade (dose) de radiação e esquema de tratamento; • Sua saúde geral XEROSTOMIA ▪ Função da saliva: XEROSTOMIA "Boca seca" ➢ é um sintoma médico de uma série de condições médicas e também um efeito adverso que pode surgir em decorrência do uso de determinados medicamentos ou mesmo por conta do tratamento do câncer; ➢ Redução da produção de saliva pelas glândulas salivares; ➢ Em alguns casos, a xerostomia é temporária e acontece porque o paciente dormiu de boca aberta ou mesmo não ingeriu líquidos suficientes; ➢ Comum em pacientes que fazem uso de determinados medicamentos, com pressão alta, depressão e diabetes, além de doenças como o Mal de Alzheimer, Síndrome de Sjögren, cirrose e doença de Addison. ▪ Como é o tratamento da xerostomia? ➢ O tratamento da xerostomia, de modo geral, envolve o tratamento da condição que está causando a xerostomia; ➢ Podem ser realizadas medidas para aliviar o incômodo desse sintoma, como o aumento na ingestão de líquidos e o uso de chicletes para estimular a produção de saliva. ▪ Como é o tratamento da xerostomia? ➢ Inicialmente cabe o cirurgião-dentista instruir o paciente quanto à correta Ingestão de água (8 a 12 copos/dia), bebidas sem açúcar, gomas de mascar, Balas sem açúcar e alimentos ricos em ácido ascórbico, ácido málico ou ácido cítrico; ➢ Também recomenda-se evitar café, refrigerantes, chás e alimentos muito salgados, não fumar ou ingerir bebidas alcóolicas; ➢ Tais medidas não medicamentosas muitas vezes já conferem conforto ao paciente. ▪ Medicamentos disponíveis no Brasil ➢ São soluções, spray, géis e gotas adaptando-se às mais diversas necessidades dos pacientes que possuem queixa de boca seca. Solução em gel R$ 25,60 Solução em spray R$ 42,55 Dental Cremer Figura 1: região anterior inferior, na qual se observa a presença de lesões cervicais nos dentes remanescentes, compatíveis com cárie de radiação CÁRIE DE RADIAÇÃO A cárie de radiação é um dos possíveis efeitos colaterais que podem se desenvolver devido a radioterapia. ➢ Isso acontece porque, apesar da evolução que esse método tem apresentado, ele ainda pode ser atingido por raios ionizantes no tecido saudável, dentina e esmalte, próximo ao local irradiado. ➢ A cárie de radiação é de progressão rápida ➢ A progressão é assintomática e leve, muitas vezes, ocorre a fratura completa da coroa dental. PROGRESSÃO DA CÁRIE DE RADIAÇÃO: Figura 2: radiografia panorâmica, na qual se observam lesões extensas de cárie e raiz residual nos dentes remanescentes inferiores TRATAMENTO: O tratamento e motivo de aparecimento desse tipo de cárie são totalmente diferentes da cárie dentária comum. ▪ Justamente por causa das alterações no esmalte do dente, não é possível tratar esse tipo de cárie da mesma forma que a comum é tratada. ▪ Deve-se utilizar um cimento restaurador de boa adesão e flúor para evitar o aparecimento de cáries secundárias. ➢ O tratamento mais eficaz nesses casos é a prevenção. ➢ Muito da prevenção está relacionada com os avanços obtidos no tratamento radioterápico. ➢ Conforme a radioterapia vem ganhando maior precisão e atingindo um campo menor, os efeitos colaterais também têm diminuído. Entretanto, ainda é muito importante que o paciente siga um protocolo de saúde oral: ✓ Restrição de açúcar na dieta, uso de saliva artificial, aplicação tópica de flúor ou bochechos com soluções remineralizadora, assim como, reforçar a escovação eficiente dos dentes. Figura 3: Fonte Pixbay OSTEORRADIONECROSE OSTEORRADIONECROSE ➢ É uma grave consequência da radioterapia de cabeça e pescoço; ➢ A radioterapia se constitui numa arma eficaz contra o câncer bucal; ➢ Dentre os tumores de cavidade oral tratados com radioterapia, a osteorradionecrose atinge em 90% dos casos a mandíbula, seguido da maxila; As características clínicas mais comuns para o diagnóstico são: Dor local Trismo Exposição Óssea OSTEORRADIONECROSE ➢ Osteonecrose da mandíbula é diagnosticada quando há osso exposto necrosado na maxila ou mandíbula durante pelo menos 8 semanas; ➢ Quando o início dos sintomas ocorre em um intervalo menor que dois anos, após a radiação, a doença é chamada de precoce e, geralmente, está relacionada às altas doses de radiação; ➢ Dentre as medidas conservadoras, a mais utilizada é a antibioticoterapia tópica ou sistêmica desbridamento limitado, antibióticos e enxaguantes bucais. OSTEORRADIONECROSE ➢ Uma vez que a osteonecrose da mandíbula tenha se estabelecido, o tratamento é um desafio e deve ser feito por um cirurgião buco-maxilofacial ➢ O tratamento da ONM normalmente envolve desbridamento limitado, antibióticos e uso de enxaguantes bucais antibacterianos. A ressecção cirúrgica da área afetada pode piorar a condição enão deve ser o tratamento inicial. MUCOSITE ORAL ➢ Inflamação aguda da mucosa oral decorrente a toxidade da radioterapia em região de cabeça e pescoço. ➢ Efeito colateral caracterizado por eritema e ulceração da mucosa, que acomete 90-97% dos pacientes tratados com radioterapia. ➢ Sua severidade é avaliada pela Escala de Toxidade Oral, estabelecida pela OMS. ▪ Estágios no processo de formação da lesão Mucosite Oral: a) Grau 1 - presença de eritema sem necessidade de tratamento b) Grau 2 – quando há quadro doloroso, sem necessidade de analgésicos, com dificuldade na alimentação c) Grau 3 - presença de ulceração dolorosa exigindo o uso de analgésicos e impossibilitando a alimentação d) Grau 4 - presença de necrose com necessidade de nutrição enteral ou parenteral ✓ Diagnóstico se baseia no exame clínico periódico ▪ Tratamento da Mucosite Oral: ➢ Fotobiomodulação de baixa intensidade (laserterapia) ➢ Proporciona alívio da dor; ➢ Redução da inflamação local; ➢ Auxilia na rápida epitelização. Obs: Também devem ser tomadas outras medidas locais e sistêmicas junto com a laserterapia para um melhor resultado, como, a aplicação de luz diária na mucosa oral. INFECÇÕES OPORTUNISTAS A mucosite pode ser agravada por infecções fúngicas, viróticas e bacterianas (bacilos Gram positivos e Gram negativos). ➢ Fatores que devem ser avaliados em pacientes com infecções orais: a) disfunções endócrinas; b) lesões em mucosas; c) higiene oral deficiente; d) tratamento prolongado com antibióticos e corticoides. ➢ As infecções mais comuns de se presenciar é a Candidose e a Herpes Simples recorrente ▪ As lesões virais decorrentes de infecções herpéticas também são comuns em pacientes oncológicos em tratamento radioterápico e podem comprometer qualquer área da mucosa bucal, não apenas a mucosa queratinizada; ▪ Pacientes irradiados são imunossuprimidos (possuem função imunológica debilitada para o combate de microrganismos da própria microbiota bucal e outros oportunistas); ▪ Outro fator predisponente do paciente irradiado é a redução do fluxo salivar e da qualidade da saliva. ORIGEM: ➢ A origem da infecção local, na boca, ou sistêmica muitas vezes é decorrente de uma infecção periodontal ou endodôntica preexistente; ➢ A candidose oral tem como principal agente etiológico a Candida albicans. Sua manifestação clínica se caracteriza pela presença de placas brancas removíveis a raspagem, podendo apresentar-se na forma pseudomembranosa ou eritematosa. ➢ O paciente irradiado apresenta uma queda no fluxo salivar o que pode justificar o aumento na ocorrência da candidose, geralmente também associada a alterações no paladar e mucosite. DIAGNÓSTICO: ➢ A origem da infecção local, na boca, ou sistêmica muitas vezes é decorrente de uma infecção periodontal ou endodôntica preexistente; Clinicamente os pacientes relatam sensação de dor e queimação. TRATAMENTO: ➢ As infecções fúngicas devem ser tratadas com peróxido salino de hidrogênio ou o uso de antifúngicos tópicos como a nistatina, preferencialmente em pó ou em suspensão sem açúcar na sua composição, clotrimazol, cetoconazol e clorexidina. ➢ Para as infecções mais graves, é necessária a prescrição de antifúngicos sistêmicos como o cetoconazol 200 mg uma vez ao dia, até uma semana após o desaparecimento dos sinais e sintomas, ou o fluconazol, 100 mg por dia, de 7 a 14 dias, ou ainda a anfotericina B. A clorexidina 0,12% pode também ser prescrita. ➢ Nas infecções bacterianas recomenda-se a prescrição de antibióticos tópicos ou sistêmicos. TRISMO Dificuldade de abrir a boca ➢É uma sequela que aparece entre a terceira e a sexta semana após o termino do tratamento de radioterapia. ➢Dificulta a alimentação, fonação e higienização oral. TRATAMENTO: ➢ Fisioterapia • Exercícios dos músculos mastigatórios envolvidos, com o uso de abridores dinâmicos de boca para alongá-los = é eficaz para aumentar a abertura bucal ➢ Anti-inflamatórios não esteroidais ➢ Relaxante muscular DISGEUSIA Diminuição ou distorção do paladar ➢ Pacientes em tratamento oncológico; ➢ Manifestação a partir da 2ª ou 3ª semana de radioterapia, podendo durar várias semanas ou meses; ➢ Doença causada pela deficiência de zinco ou vitaminas b12 por conta de uso de certos medicamentos; ➢ Botões gustativos são radio sensíveis, ocorrendo degeneração da arquitetura histológica normal dos mesmos. ➢ Altera o paladar e, também, afeta parte do sistema olfativo ➢São raros os casos em que se perde completamente as sensações paladares ➢Afeta 70% dos pacientes que são submetidos à radioterapia, implicando também em perda de apetite e de peso ▪ Estratégias nutricionais para o tratamento da Disgeusia I. Consumir alimentos frios ou à temperatura ambiente; II. Adicionar mais temperos aos alimentos; III. Reduzir o consumo de alimentos amargos ou metálicos como o café, chocolate e carne vermelha. DISFAGIA ▪ O que é Disfagia? ➢Dificuldade para engolir (disfagia) acontece quando o paciente apresenta dificuldades na passagem do alimento ou líquido pela garganta. Alguns podem vomitar, tossir ou engasgar-se tentando engolir, enquanto outros podem ter dor ou sentir como se o alimento estivesse preso na garganta. ▪ Tipos? ➢Existem dois tipos de Disfagia • Disfagia orofaríngea: uma condição que afeta a cavidade bucal e a faringe, causando dificuldade para engolir; • Disfagia esofágica: condição caracterizada pela dificuldade de passagem do alimento depois do processo de deglutição. ▪ Como amenizar a falta de consumo de alimentos por conta da Disfagia I. Mastigar bem os alimentos e comer refeições menores pode facilitar a deglutição; II. Evitar cafeína, nicotina, álcool e alimentos que são difíceis de engolir também pode ajudar. Milena Zanholo João Bueno Samara Oliveira Livy Igor Felipe Rodrigo Sanches Thales Zanuncello Rodrigo P Moisés Vander Mariana Genaro Ingrid Talita Taynara Souza Bruno Oliveira
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