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Histologia - 15-25 lóbulos de glândulas tubuloalveolares compostas - Cada lóbulo é uma glândula individual, com seu próprio ducto excretor - galactóforo - Lóbulos separados por tecido conjuntivo denso e tecido adiposo (estroma) Puberdade Histologia e Patologia da Mama - Antes da puberdade, as glândulas mamárias são compostas de porções dilatadas, os seios galactóforos e várias ramificações desses seios, os ductos galactóforos - Não tem glândulas - Aumento do desenvolvimento mamário - Crescimento e ramificação dos ductos (efeito hormonal) - Em meninos permanece plana - Exposição cíclica ao estrogênio e progesterona (ciclos ovulatórios) - leva a um aumento do estroma e desenvolvimento lóbulo-acinar - A maioria desse desenvolvimento ocorre na, ou logo após da puberdade, porém parte ainda ocorre até 30 anos - E a diferenciação final da mama só é induzida mesmo com a gestação Mama da mulher adulta (não lactante) - Lóbulo: Estrutura característica da glândula, desenvolve-se a partir das extremidades dos menores ductos - Um lóbulo consiste em vários ductos intralobulares que se unem em um dueto interlobular terminal Tipos de glândulas Holócrina – quando soltam a secreção que é composta por ela toda (morre) Apócrina – solta produto e solta um pouco do seu citoplasma Merócrina – só solta só seu produto Mama – secreção apócrina Mama pré-púbere Epitélios - Internamente (ductos galactóforos): estratificado colunar ou cuboide - Externamente (abertura dos ductos galactóforos): epitélio estratificado pavimentoso - Ductos interlobulares e lóbulos/alvéolos → epitélio simples cúbico ou colunar, envolto por células mioepiteliais (2 camadas) *células mioepiteliais: Abraçam as unidades secretoras das glândulas Entre a lâmina basal e as células Filamentos de actina e miosina, e queratina Função contrátilEstroma adiposo X fibroso - Ductos ramificados e dúctulos que terminam em ácinos (ou unidades ductulo-lobulares terminais) - Pode mudar de acordo com a idade (+ jovens tendem a ter mamas mais densas, com predomínio de estroma fibroso) - Influência também de quantidade de gordura corporal, quantidade de gestações, genética... Gestação e lactação - Intenso crescimento → estrógenos, progesterona, prolactina e lactogênio placentário humano - Aumento do número de lóbulos e ácinos - Completa formação das unidades alveolares terminais - Crescimento do estroma inter e intralobular - Células epiteliais aumentam em tamanho e volume, citoplasma vacuolizado secretório - Alvéolos → ativamente secretores na lactação - Citoplasma vacuolizado - gotículas esféricas de vários tamanhos que contêm gotículas de lipídios na porção apical das células há ainda um número grande de vacúolos contendo caseínas e outras proteínas do leite, que incluem lactalbumina e IgA - Após o período lactacional ocorre regressão - Alvéolos sofrem degeneração por apoptose - Células liberadas nos lúmens dos alvéolos - Fragmentos retirados por macrófagos - Menopausa → tendência à involução devido ao estímulo hormonal reduzido Patologia Mamária Apresentações clínicas - Mastalgia ou Mastodinia - relacionada ao ciclo menstrual, raramente associada à neoplasia - “Inflamação” mais comum em período lactacional Descarga papilar (secreção mamilo) - Bilateral, pouca quantidade (provavelmente benigna) - Unilateral; hemorrágica maior risco malignidade (*citologia) - pode ser feito um exame desse liquido através do esfregaço do mesmo - Massas palpáveis devem ser sempre investigadas! (maioria benignas) - O risco de malignidade aumenta com a idade (risco de um nódulo ser maligno é de 10% em mulheres antes dos 40, aumentando para 60% após os 50 anos) - Ultrassom Técnicas diagnósticas principais 1. Punção aspirativa por agulha fina - PAAF: Análise citológica (retira células para análise), menos conclusivo 2. Biópsia por agulha grossa (Core biopsy): Análise histológica (retirada de um fragmento de tecido para análise arquitetural), mais específico Técnicas dxs: Exame da peça cirúrgica Exame transoperatório ou “congelação” - Diagnóstico depende da origem do tumor (epiteliais, mioepiteliais, estromais, estromais + epiteliais) - Neoplasias estromais (puras ou com componente epitelial junto - princ. Fibroadenomas) - Lesões epiteliais benignas (desde sem risco nenhum de desenvolver neoplasia, até “pré-neoplásicos”) - Neoplasias epiteliais malignas → Carcinomas - As inflamações podem ocorrer por infecções, doenças autoimunes ou reações do tipo corpo estranho - Mastites agudas ocorrem quando se tem bactérias, geralmente Staphylococcus aureus, ganham acesso ao tecido mamário através dos ductos. A grande maioria dos casos surge durante as primeiras semanas de amamentação, quando a pele do mamilo está vulnerável ao desenvolvimento de fissuras. Pode haver abscesso - Mastite granulomatosa idiopática (#afastar infecção por TB, fungos) - Mastopatia linfocítica (princ. associada ao Diabetes Mellitus) - Processo inflamatório do tipo “corpo estranho” (princ. associado à próteses) próteses porque o corpo reage a ela, forma uma capsula fibrosa ao redor do silicone para isolar o corpo dessa região – vai ter linfócitos, lesão granulomatosa “Reação do tipo corpo estranho” Neoplasias estromais Processos inflamatórios Estroma intralobular e interlobular Intralobular: estroma + epitélio - Lesões “bifásicas” - Fibroadenomas e Tumores filoides Interlobular: neoplasias estromais “puras” - apenas origem mesenquimal - Hemangiomas, lipomas, sarcomas - Proliferação neoplásica de fibroblastos lobulares também estimula a proliferação reativa de células epiteliais lobulares - Conforme os fibroblastos se proliferam, “empurram” os ductos e lóbulos, que ganham aspecto alongado, em fenda = NEOPLASIAS FIBROEPITELIAISNeoplasias “bifásicas” Fibroadenoma - Tumor mais comum em adolescentes e jovens - Benigno - massas móveis, isoladas e distintas, nódulos bem delimitados - Superfície nodular - Firme à macroscopia, fibroso Tumor Filoide - Raro - O estroma desses tumores é mais celular e abundante, muitas vezes formando projeções parecidas com folhas revestidas por epitélio - Nódulos bulbosos - Padrão de crescimento “foliáceo” - Benignos, “borderline” ou malignos Neoplasias estromais “puras” Benigno (mesmo benignos devem ser acompanhados) Maligno Obs: Entre o fibroadenoma e o tumor filoide a diferenciação é praticamente impossível em Punções por agulha fina (necessária avaliação da celularidade do estroma e avaliação arquitetural). Pode ser difícil diferenciar na Biópsia, muitas vezes necessitando exérese do nódulo em casos duvidosos Hemangiomas, lipomas, sarcomas Angiosarcoma → tumor maligno de vasos sanguíneos (geralmente associado a histórico de câncer prévio com tratamento radioterápico local) Hemangiona Lesões epiteliais benignas não proliferativas - Sem risco de evoluir para carcinoma - Três alterações morfológicas principais: cistos, fibroses (*adenoses) - Única camada de células epiteliais (sem proliferação) + mioepiteliais - Frequente metaplasia apócrina - Pode formar nódulos e microcalcificações “Alterações fibrocísticas da mama” Lesões epiteliais proliferativas sem atipias - Risco ligeiramente maior de desenvolver de câncer - São elas: Hiperplasia ductal Lesões epiteliais proliferativas com atipias Adenose esclerosante - Proliferação de ácinos distorcidos em meio a estroma fibroso “esclerótico Papilomas intraductais - Proliferação de aspecto “papilar” com eixos conjuntivos revestidos por células proliferadas - Podem ser únicos, múltiplos, de vários tamanhos, com diferentes graus de atipias - Geralmente necessitam excisão Lesão esclerosante complexa /Cicatriz radial Alterações de células colunares (sem atipias) - “Pré-neoplásico” - Risco moderadamente aumentado de desenvolver carcinoma (13-17%) - Risco bilateral, hiperplasia lobular atípica (HLA) e a hiperplasia ductal atípica (HDA) Carcinoma mamário - Neoplasia maligna mais comum entre as mulheres (exceto pele não melanoma), e principal causa de óbito - O risco de câncer demama ao longo da vida é de 1 em 8 para as mulheres que vivem até os 90 anos nos Estados Unidos - Quase todas as doenças malignas da mama são adenocarcinomas (>95%) - Subdivisão de acordo com o painel Hormonal - Painel prognóstico (Imuno-histoquímica (IHQ) fundamental em TODOS os casos de carcinoma invasivo mamário) Fatores de risco - Parentes de 1° grau com CA de mama - Mutação em genes supressores de tumor - Menarca precoce e menopausa tardia - Gestações mais tardias/ nulíparas - Aleitamento materno levemente protetor - Doenças proliferativas das mamas, com atipias maior risco Hx radiação ionizante - Obesidade, ingestão de álcool Reposição hormonal pós menopausa Painel hormonal - Imuno Histoquímica - RE - receptor de estrogênio - RP - receptor de progesterona - HER2 - receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (ERBB2) (oncogene) - Também é pesquisado o índice de proliferação celular (marcador Ki-67, quanto mais alto, mais as células estão se dividindo) Subclassificação: Principal • Triplo negativo (RE, RP e HER2 negativos, 10%-20% dos cânceres) Diferenças morfológicas, resposta ao tratamento, prognóstico Outra classificação semelhante: Luminal A: (60%); Luminal B; HER enriquecido, basal-like Patogenia - Grupos hormonais indicam uma fonte diferente de patogenia (diferentes mutações) Genética - Mutações em células da linhagem germinativa (herdadas) → BRCA1 e BRCA2 - genes supressores de tumor - Codificam proteínas necessárias para o reparo de certos tipos de danos ao DNA - Maior risco de Ca de mama e ovário - A maioria dos portadores desenvolve câncer de mama até os 70 anos de idade - Outros genes: TP53; PTEN Via mais comum é a mutação do BRCA2 ganho 1q e perda de 16 Cânceres esporádicos: - Mutação somática BRCA raramente observado (BRCA1 inativado) - Mutação de TP53 comum via de sinalização PI3KAKT - Mutação de HER2 (Amplificação) - receptor de tirosina quinase - promove a proliferação celular e se opõe à apoptose Patogenia - HER2 amplificado - Neoplasias altamente proliferativas - Antigamente péssimo prognóstico (tratamento cx radical ou quimioterapia era muito agressiva) - Hoje há terapia alvo (Ac monoclonal) - melhor prognóstico (Trastuzumabe - Herceptin) - Influências Hormonais - Estrogênio: A maioria dos carcinomas mamários é “estrogênio-dependente” - Estrogênio → estimula a produção de fatores de crescimento, que promovem o desenvolvimento do tumor - Importância comprovada pelo benefício dos tratamentos com antagonistas de estrogênios (p. Ex Tamoxifeno) Morfologia 1. Classificação quanto à invasão ou não (se já ultrapassou ou não a camada basal) - Carcinomas “in situ” x Invasivos - In situ- glândulas cheias de células tumorais, pode ser mais solido ou cribriforme (quanto tem buraquinhos), é antes de virar invasivo, cheio de acinos com células tumorais Carcinoma ductal “in situ” Ou Carcinoma Ductal Intraepitelial - Não ultrapassa a membrana basal - Padrões sólido, cribriforme, micropapilar, comedo-carcinoma Microcalcificações Carcinoma lobular “in situ” - Atualmente prefere-se chamar de Neoplasia Lobular - Não-Invasiva - Não se estadia como um Carcinoma - Expande os lóbulos NLNI Doença de Paget do mamilo - Origem de células de um carcinoma ductal in situ em ductos lactíferos, que migram para a região do mamilo - Pode exibir exsudato ou eritema perimamilar - Pode estar associado à carcinoma invasivo subjacente 1-4% dos carcinomas mamários Células isoladas ou ninhos “subindo” na epiderme do mamilo (disseminação pagetoide) Carcinomas invasivos - Ultrapassam a Membrana Basal Carcinoma ductal invasivo = carcinoma mamário invasivo, de tipo não especial (OMS) - Não se enquadra em nenhuma outra variante - Aspecto histológico variável, depende do grau - Graduação de acordo com formação de túbulos, quantidade de mitoses e atipia nuclear - Maioria forma túbulos ou “ductos”, e tem moderada atipia nuclear - Origem da unidade ducto-lobular terminal (= lobular) Subtipos especiais Carcinoma lobular invasivo - Segundo mais frequente - Exibe na maioria das vezes perda de expressão de E-caderina (proteína responsável pela adesão célula-célula) → células invadem isoladamente (pouco coeso) ou formando colunas ou “filas indianas” de células - Pode haver lesão “em alvo” na microscopia - Geralmente baixo grau nuclear (poucas atipias, nucléolos pequenos) - Macroscopicamente geralmente são lesões menos delimitadas Carcinoma com características medulares - “Triplo-negativo” - Lesões bem delimitadas, nódulos que podem ser confundidos com lesões benignas - Células altamente pleomorficas em blocos, cercados por acentuado infiltrado linfocitário (principalmente células T) - Mutação de BRCA1 Carcinoma mucinoso/ coloide - Semelhante ao visto no TGI - Blocos neoplásicos “boiando” em lagos de mucina >50% do tumor precisa ter este padrão Carcinoma tubular >90% da neoplasia com arquitetura tubular (formação de túbulos) - Por definição, baixo grau nuclear - Prognóstico excelente Carcinoma inflamatório - Diagnóstico clínico - Mama edemaciada, eritematosa, com “massa” difusa - Pele com aspecto de casca de laranja (peau d’orange) - Altamente agressivo - Carcinomas pouco diferenciados (Pode ser qualquer subtipo) - Estadiamento avançado - Infiltração difusa e oclusão de vasos linfáticos na derme - Dificuldade de retorno do líquido intersticial → aspecto clínico Carcinomas mamários invasivos - Todos os subtipos são graduados (túbulos, núcleo e mitoses) - Existem outras variantes mais raras (apócrino, micropapilar, metaplásico) - ESTADIAMENTO (AJCC 8a. edição): pTNM pT = tamanho do tumor pN = quantidade de linfonodos + pM = presença de metástases à distância ypTNM quando há hx de QMT neoadjuvante Mamas masculinas - Não desenvolve lóbulos ou ácinos, apenas ductos - Ginecomastia (aumento das mamas masculinas) - Em torno de 1% dos cânceres de mama são em pacientes masculinos - Morfologia semelhante
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