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Medicina-Natural-ilustrado-ai-tambem-explica-fisiognomonia-Dr-Marcio-Bontempo-pdf

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Dr. Márcio Bontempo 1 ¿ 
MEDICINA 
NATURAL 
Musicoterapia 
Geoterapia 
Fisiognomonia 
^ K U C O S NOVA C O i r 
' """"" 
MEDICINA NATURAL 
D R . M Á R C I O B O N T E M P O 
Musicoterapia 
Geoterapia 
Fisiognomonia 
HOM CULTUR4L 
CÍRCULO DO OVRO 
O poder da música 
as energias da terra, 
a linguagem da face. 
ara os que conhecem apenas os aspectos mais 
corriqueiros da medicina natural, como as ervas 
medicinais, a homeopat ia ou a acupuntura, este 
volume traz surpresas interessantes. E m primeiro 
lugar, u m a das mais suaves, eficazes e poderosas 
maneiras de prevenir e tratar doenças, através de 
u m método repleto de prazer e encantamento: a 
musicoterapia, ho je enriquecida e renovada pela 
experiência dos terapeutas modernos . Depois , o 
sistema mais simples, natural e singelo de 
tratamento, que emprega o recurso mais barato e 
abundante n o planeta — a terra. E por último, u m 
método de diagnóstico cujas raízes se perdem na 
sabedoria milenar do Extremo Oriente — a 
f is iognomonia, ou a avaliação das condições do 
organismo pela simples observação do rosto. 
As informações teóricas e práticas sobre essas três 
matérias chegam ao leitor através de u m a visão 
humanista e da própria experiência do autor, 
fornecendo elementos para u m autoconhecimento 
cada vez mais profundo e u m a sensibilidade 
sempre mais aguda para perceber as pessoas que 
estão próximas. 
Tanto a musicoterapia, como a geoterapia e a 
f is iognomonia são ricas fontes técnicas para todos 
os interessados em descobrir o gratificante m u n d o 
da medicina natural. 
Musicoterapia 
Para muitas culturas, o som é a força divina que se 
manifesta através das vibrações rítmicas. 
U ma das técnicas ligadas ao uso das leis naturais, a mu-sicoterapia tem suas raízes 
na sabedoria cujas origens se per-
dem no tempo. O homem antigo 
desconhecia métodos organizados 
de "terapia dos sons", mas, na 
verdade, nem precisava deles, pois 
conhecia e vivenciava espontanea-
mente a influência dos sons sobre. 
Os sons da natureza 
sempre fascinaram e 
influenciaram 
profundamente os 
seres humanos. 
O terror provocado pelos trovões, 
a tranqüilidade gerada pelo ruído de 
uma chuva fina, o enlevo produzi-
do pelo canto de um pássaro, o êx-
tase a que se é conduzido pelo som 
de uma flauta: todos esses sentimen-
tos são fruto de efeitos inexplicáveis, 
mas que sempre atraíram e exerce-
ram forte influência sobre o ser 
humano. 
6 
M U S I C O T E R A P I A 
São muitas as referências e nume-
rosos os escritos relacionados à apli-
cação da música e dos sons na 
medicina. Na região próxima a Ka-
hum, no Egito, foi descoberto em 
1889 um papiro de aproximadamen-
te 4 500 anos que revelava a aplica-
ção de um sistema de sons e de 
músicas, instrumentais ou vocais, 
para o tratamento de problemas 
emocionais e espirituais. Esse siste-
ma incluía até mesmo indicações pa-
ra algumas doenças físicas. 
A mitologia grega também é rica 
em informações sobre técnicas tera-
pêuticas de caráter musical. Asclé-
pio, ou Esculápio para os romanos, 
filho de Apolo e deus da medicina 
— do qual, acreditavam os gregos, 
descendia o próprio Hipócrates — 
tratava seus doentes fazendo-os ou-
vir cânticos considerados mágicos. 
Homero, por sua vez, famoso his-
toriador que precedeu Platão, afir-
mava que a música foi uma dádiva 
divina para o homem: com ela, po-
deria alegrar a alma e assim apazi-
guar as perturbações de sua mente 
e de seu corpo. 
A música e o temperamento 
Os gregos antigos chegaram a de-
senvolver um sistema bem organiza-
do de musicoterapia, baseado na 
influência de certos sons, ritmos e 
melodias sobre o psiquismo e o so-
matismo do ser humano. Esse poder 
que se atribuía ao som, ou à músi-
ca, denominava-se ethos e dividia-se 
em quatro tipos baseados nas qua-
tro formas de temperamento huma-
no. São eles: 
• Etho frígio — que excita, gera co-
ragem e mesmo furor; 
• Etho eólio — que gera sentimen-
tos profundos e amor; 
• Etho lídio — que produz senti-
mentos de contrição, de arrependi-
mento, de compaixão e de tristeza; 
• Etho dórico — que gera estados 
mais profundos, de recolhimento e 
de concentração. 
Em todas as culturas antigas, se-
jam elas egípcia, persa, grega, india-
na, chinesa, japonesa ou qualquer 
outra, existem importantes referên-
cias sobre terapia musical ou sobre 
a conexão entre música e transforma-
ções do estado de espírito. Entre os 
gregos, ainda, a flauta do semideus 
Pã ficou famosa não só por encan-
tar as pessoas como também por que 
eliminava os maus sentimentos acu-
mulados no organismo. 
O remédio da alma 
Para os gregos, Pã 
foi o inventor da 
flauta, cujo som 
encantava os 
animais, os homens, 
as ninfas e até 
mesmo os deuses. 
Platão revelou especial admiração 
pelo estudo dos efeitos da música so-
bre os seres humanos e, em particu-
lar, por seus efeitos terapêuticos. 
Afirmava que "a música é o remédio 
da alma" e que chega ao corpo por 
intermédio dela. Ainda segundo o fi-
lósofo, a alma pode ser condiciona-
da pela música assim como o corpo 
pela ginástica. 
7 
M U S I C O T E R A P I A 
Demócrito, outro filósofo grego, 
afirmava com convicção que o som 
melodioso da flauta doce conseguia 
combater os efeitos da picada de ser-
pentes venenosas. Esse poder da 
flauta, cuja melodia encanta as pró-
prias serpentes na índia desde os 
tempos mais remotos, ganhou fama 
na Europa durante a Idade Média: 
acreditava-se, então, que o som da 
flauta doce era capaz de curar crises 
de dor ciática, como o confirmam re-
gistros da época. 
Hoje, a medicina natural, além de 
aplicar esse mesmo recurso em cri-
ses de ciática, estendeu seu uso a 
manifestações agudas de outras 
doenças nevrálgicas. 
Música, alimento do amor 
Esse interesse pelos efeitos tera-
pêuticos da música não se limita aos 
filósofos e aos médicos. O escritor e 
pensador alemão Goethe costuma-
va passar horas e horas ouvindo sin-
fonias que considerava inspiradoras 
e que, segundo suas palavras, "re-
presentavam a fonte do pensamen-
to e do sentimento puro". Antes dele, 
na abertura da peça Noite de Reis, 
Shakespeare já havia colocado na 
voz do Duque de Orsino um pedi-
do aos instrumentistas: "Se a músi-
ca é o alimento do amor, continuem 
tocando". 
São infinitas as citações em que a 
música aparece ligada a sentimentos, 
emoções, pensamentos, e essa rela-
ção é mais intensa e está mais enrai-
zada nas culturas do que se imagina. 
Ainda na índia, por exemplo, o ve-
lho hábito de se pendurar sinos nas 
vacas — animais sagrados para os in-
dianos — tem por objetivo afugen-
tar os maus espíritos, causadores de 
doenças; já os japoneses mantêm o 
hábito milenar de pendurar, nas por-
tas e janelas, instrumentos que pro-
duzem sons à passagem do vento. 
Desse modo "purificam-se" as vibra-
ções dos ambientes, criando-se uma 
atmosfera de calma, de paz, propí-
cia à concentração, à interiorização 
e mesmo ao convívio harmonioso. 
Não há como negar a influência dos 
sons na natureza anímica e mental 
do ser humano; esses recursos, aliás, 
têm sido cada vez mais aproveitados 
pela moderna musicoterapia. 
Gandharva Veda: 
a influência dos sons puros 
O s 's médicos da antiga Índia tal-
vez tenham sido os maiores conhe-
cedores das técnicas musicais 
curativas. A medicina ayurvédi-
ca dispõe até hoje de sons instru-
mentais, de cânticos e de montras 
(sons vocalizados ou interioriza-
dos) capazes de ativar e de equili-
brar os centros de força psíquica 
do homem, promovendo a recupe-
ração do organismo mesmo no ca-
so de graves disfunções. 
Um dos ramos da literatura vé-
dica, o Gandharva Veda, ou "co-
nhecimento dos tons musicais", 
reúne técnicas de musicoterapia 
baseadas em ragas, ou melodias 
improvisadas, capazes de produ-
zir resultados surpreendentes. Se-
gundo as teorias a seu respeito, a 
música Gandharva agrupa as vi-
brações fundamentais que pulsam 
na natureza a cada momento. 
Desse modo, há ragas específicas 
que devem ser ouvidas em deter-
minadas.horas, pois exercem in-
fluêncianão só sobre quem as 
ouve, como em todo o ambiente. 
M U S I C O T E R A P I A 
Música, doce música 
U m recurso terapêutico que utiliza a magia dos sons para 
harmonizar e curar o corpo e a alma. 
Lodernamente, a musicoterapia 
é largamente empregada no trata-
mento de diferentes anomalias psi-
cofísicas como a esquizofrenia e em 
problemas tipicamente neurológicos, 
como a afasia (perda total ou parcial 
da fala). Também exerce excelente in-
fluência no tratamento de neuroses 
e no autismo infantil. Recentemen-
te, clínicos norte-americanos divul-
garam os efeitos benéficos de certas 
músicas no tratamento da crise as-
mática e da colite nervosa. Mesmo 
as neuroses de guerra têm sido tra-
tadas com música, e existem relatos 
comoventes de crises de choro inten-
so provocadas pela audição de sin-
fonias de Beethoven, nos 
alojamentos dos soldados no Vietnã. 
De modo mais genérico, muitos 
profissionais ligados à psicoterapia 
vêm utilizando os sons para estimu-
Bastante freqüentes 
na arte medieval e 
renascentista, as 
figuras de anjos 
tocando 
instrumentos 
sugerem a relação da 
música com os 
poderes celestiais. 
lar a auto-conf iança em seus pacien-
tes, desenvolver a concentração e 
aliviar tensões, através da música 
ambiental instalada em consultórios 
ou ambulatórios. O mesmo vem 
acontecendo em muitos hospitais, 
onde uma suave música ambiente 
gera tranqüilidade e confiança, tan-
to nos pacientes como nos funcioná-
rios. Clínicas e hospitais 
especializados em musicoterapia, 
porém, aplicam suas técnicas como 
auxiliares no tratamento de doenças 
específicas. O Horton Hospital de 
Epson, Inglaterra, por exemplo, ob-
teve bons resultados ao incluir con-
certos musicais no tratamento de 
doentes mentais com profundas ten-
sões nervosas, em casos de neuro-
ses, depressão, choque provocado 
pela perda de parentes queridos, es-
tupro e traumatismo por acidentes. 
9 
M U S I C O T E R A P I A 
Efeito anestésico 
Na Universidade de Michigan 
(EUA), médicos pesquisadores des-
cobriram que o som da harpa alivia 
os pacientes portadores de sintomas 
histéricos e que os solos de violino 
podem eliminar dores de cabeça e 
diminuir a enxaqueca. Utilizando 
apenas a musicoterapia, um dentis-
ta de Cambridge, Massachusets, rea-
lizou centenas de obturações e outro 
tanto de extrações sem precisar re-
correr a anestésicos. Existem ainda 
referências a cirurgias — inclusive do 
coração — e partos, cujo único anes-
tésico foi a musicoterapia. Um dos 
pioneiros no estudo da capacidade 
analgésica e anestésica da música, o 
Dr. E. Gall, localizou no cérebro hu-
mano áreas capazes de gerar blo-
queios aos estímulos dolorosos 
provenientes das vias nervosas afe-
rentes. 
Aumento da sensibilidade 
É incontestável a enorme influên- J fa 
cia da música e dos sons sobre os se- 'Sf 
res humanos, os animais e as " 
plantas. A pessoa que aprende a to-
car um instrumento em geral desen-
volve maior sensibi l idade e 
introspecção. O escritor português 
Eça de Queiroz não deixou de ter ra-
zão ao afirmar que "são os hinos que 
fazem as revoluções", referindo-se ao 
imenso poder da música sobre a al-
ma humana. 
Muito mais que um amontoado de 
recursos aparentemente mágicos, a 
musicoterapia contemporânea repre-
senta a sistematização das influên-
cias da música e sua utilização 
terapêutica e preventiva. 
Os instrumentos 
musicais 
e seu efeito 
'aseado nos estudos da musi-
coterapia clássica, o psiquiatra in-
glês Robert Schauffer observou os 
seguintes efeitos dos instrumentos 
sobre o organismo: 
• Piano: combate a depressão e a 
melancolia; 
Violino: combate a sensação de 
insegurança; 
Flauta doce: combate nervosis-
mo e ansiedade; 
Violoncelo: incentiva a intros-
pecção, a sobriedade; 
Metais de sopro: inspiram co-
ragem e impulsividade. 
M U S I C O T E R A P I A 
O poder da música 
Segundo sua qualidade, os estímulos sonoros produzem 
efeitos positivos ou negativos no ser humano . 
LS ondas sonoras são captadas pe-
lo pavilhão auricular e chegam ao 
conduto auditivo e ao tímpano, cu-
jas vibrações atingem o ouvido mé-
dio, onde são convertidas em 
impulsos nervosos. Esses impulsos 
viajam até o cérebro pelo nervo óti-
co e ali são interpretados por célu-
las nervosas altamente diferenciadas, 
que "entendem" tais estímulos como 
som. O deslocamento das vibrações 
sonoras no líquido cerebrospinal e 
nas cavidades de ressonância do cé-
rebro determina um tipo de massa-
gem sônica que, segundo a 
qualidade harmônica do som, pro-
duz efeitos positivos ou negativos, 
benéficos ou não ao sistema psico-
bioenergético. As fibras nervosas 
convertem o som captado em estí-
mulo nervoso propriamente dito. 
O encadeamento de estímulos 
produz, então, efeitos específicos no 
organismo. No caso da dor, a músi-
ca melodiosa, terna e serena, deter-
mina efeito analgésico ou anestésico. 
Através de complexos mecanismos, 
os neurônios atingem um estado de 
harmonia, que se traduz como re-
pouso da célula; o efeito oposto 
ocorre com sons estridentes, muito 
fortes, desarmônicos, que determi-
nam hiperestimulação das células 
nervosas e stress neuronial. 
Ritmos perturbadores 
Músicas de ritmo muito marcado, 
como o samba, ou dissonantes, co-
mo o rock, embora funcionem como 
estimulantes, exercem efeito disper-
sivo sobre o sistema nervoso, impe-
dindo a concentração e o 
relaxamento. 
Sons agressivos, 
ouvidos em volume 
excessivamente alto, 
podem sobrecarregar 
o sistema nervoso e 
provocar tensão. 
Assim, conforme sua qualidade, 
intensidade e quantidade, o som po-
de beneficiar ou agredir o organis-
mo. O ouvido humano está 
preparado para resistir a ruídos de 
alta intensidade apenas durante cur-
tos períodos. Após pouco mais de 
uma hora de exposição a sons inten-
sos, de aproximadamente 100 deci-
béis, o sistema nervoso necessita de 
cerca de 40 horas para se recuperar 
completamente dessa espécie de 
"trauma". 
Diante disso, é fácil imaginar os 
danos provocados pela vida numa 
cidade grande ou em locais com fre-
qüentes ruídos fortes, constantes e 
desagradáveis. A musicoterapia se 
torna cada vez mais necessária, já 
que é uma das técnicas capazes de 
restabelecer a paz e a harmonia in-
terior do ser humano, hoje tão pre-
judicado pelo barulho, pelos sons 
agressivos, pela música dissonante 
ouvida em volume excessivamente 
alto. 
11 
M U S I C O T E R A P I A 
Estudos realizados pela Academia 
Francesa de Medicina apontam o 
ruído forte como responsável por 
grande parte das depressões nervo-
sas e de muitas enfermidades orgâ-
nicas. Segundo essas pesquisas, em 
1982, o ruído das fábricas foi respon-
sável por 1 1 % dos acidentes de tra-
balho; o excesso de barulho foi a 
causa de um terço dos casos de de-
pressão nervosa entre trabalhadores 
franceses e uma em cinco interna-
ções psiquiátricas deveu-se a esse 
mesmo motivo. 
Os benefícios da música 
Segundo os especialistas, a músi-
ca harmônica pode provocar, nos se-
res humanos, oito tipos de efeito 
1. anti-neurótico 
2. anti-distônico 
3. anti-stress 
4. sonífero e tranqüilizante 
5. regulador psicossomático 
6. analgésico e/ou anestésico 
7. equilibrador do sistema car 
diocirculatório 
8. equilibrador do metabolismo 
profundo. 
Para os estudiosos, a influência da 
música atinge diversos órgãos e sis-
temas do corpo humano: o cérebro, 
com suas estruturas especializadas, 
como o hipotálamo, a hipófise, o ce-
rebelo; o córtex cerebral, o tálamo, 
o plexo solar, os pulmões, todo o 
aparelho gastrintestinal, o sangue e 
o sistema circulatório (com ação va-
soconstritora e vasodilatadora, agin-
do, portanto, na pressão sanguínea), 
a pele e as mucosas, os músculos e 
o sistema imunológico. 
O médico polonês Andrzes Janic-
ki, especialista em musicoterapia, 
após realizar muitas experiências 
nesse campo, concluiu também po-
sitivamente a respeito da influência 
da música no sistema nervoso cen-
tral, no sistema endócrino, no siste-
ma nervoso autônomo (simpático e 
parassimpático), nas funções de nu-
merosos órgãosinternos, na função 
psíquica e na memória. Tais influên-
cias se revelam diretamente nos se-
guintes aspectos: 
ritmo cardíaco 
pressão arterial 
secreção do suco gástrico 
tonicidade muscular 
equilíbrio térmico 
metabolismo geral 
volume do sangue 
redução do impacto dos estímu-
los sensoriais 
funcionamento das glândulas 
sudoríparas 
redução da sugestionabilidade e 
do medo. 
Segundo o neuropsiquiatra 
francês facques Baoudoresque, o 
excesso e a freqüência de ruídos 
podem provocar desordens psico-
orgânicas como: 
• úlceras e distúrbios gerais do es-
tômago: 
• elevação da pressão arterial; 
• perda temporária ou redução da 
capacidade auditiva (quando 
acima de 65 decibéis); 
• agravamento de doenças car-
díacas; 
• redução do campo e da acuida-
de visual; 
• redução do tempo de sono 
normal; 
• dificuldade de percepção das 
cores; 
• aumento de sudorese; 
• redução da capacidade de con-
centração; 
• redução da capacidade inte-
lectual; 
• tendência a cãibras, vertigens e 
espasmos ou cólicas; 
• aumento do consumo de 
oxigênio; 
• maior tendência a neuroses; 
• perturbações circulatórias do fe-
to na gravidez; 
• desequilíbrios nas reações 
neuro-psíquicas e orgânicas. 
12 
M U S I C O T E R A P I A 
Técnicas terapêuticas de aplicação da música 
As experiências do Centro de Pesquisas e Aplicações 
Psicomusicais fizeram da França u m dos países pioneiros no 
emprego da musicoterapia. 
Wh" 
; .* :? : :• W;.:',,--;JH| 
til. 111 i l l i i í l 
A música pode ser usada de di-
versas formas como tratamento: 
desde a simples música ambiental 
constante, passando pela audição 
individual ou grupai, ou então no 
ambiente dos centros de terapia, 
associada a tratamentos clínicos 
ou a outras técnicas como a cro-
moterapia, a aromaterapia, a bioe-
nergética, a reflexologia, a ioga, a 
meditação, a alimentação natural, 
a ginástica e a dança. 
Atualmente, a musicoterapia 
também tem sido associada a vá-
rias formas oficias de tratamento, 
em particular à psiquiatria, à fi-
sioterapia e à medicina psicosso-
mática. 
Na França, um dos países pio-
neiros nos estudos de musicotera-
pia, foi criado um Centro de 
Pesquisas e Aplicações Psicomu-
sicais, cujos terapeutas sistemati-
zaram a terapia musical em dois 
grandes grupos: 
* a musicoterapia passiva, em que 
o paciente apenas ouve a música 
específica para seu tratamento; 
* a musicoterapia ativa, em que 
o paciente passa a tocar um ins-
trumento, em grupo ou isolada-
mente, segundo suas necessidades 
terapêuticas. 
Em ambos os casos, a música ou 
o conjunto de peças musicais uti-
lizadas no tratamento são escolhi-
das após entrevistas que definem 
os diagnósticos e as técnicas mais 
adequadas. 
Com base na experiência do 
Centro de Pesquisas e Aplicações 
Psicomusicais, o efeito de determi-
nadas músicas sobre pacientes 
com doenças nervosas foi dividi-
do em quatro grandes grupos: 
Efeito relaxante 
Hino ao Sol, de Rimsky-
Korsakov 
Sonho de Amor, de Liszt 
O Lago dos Cisnes, de Tchai-
kovsky 
Fantasia e Fuga em Sol Menor, de 
Bach 
Serenata, de Schubert 
Largo, do Xerxes, de Haendel. 
Efeito de tranqüilidade 
profunda 
Ave Maria, de Schubert 
Rêverie, de Schumann 
Canção da índia, de Rimsky-
Korsakov 
Suite em Ré Maior, de Bach. 
Efeito tonificante 
Abertura da Aída, de Verdi 
Sinfonia N? 5, de Dvorak 
A Grande Marcha, do Tannhau-
ser, de Wagner 
Judeus, da ópera Fausto, de 
Gounod. 
Efeito de exaltação e 
estimulação 
Serenata, de Toselli 
Adagio, de Albinoni 
Daphnis et Chloé, de Ravel 
As Criaturas de Prometeu, de 
Beethoven 
Réquiem, Opus 48, de Faure 
(parte final). 
13 
M U S I C O T E R A P I A 
Musicoterapia: como utilizar 
As obras de compositores clássicos vêm sendo estudadas e aplicadas 
há longo tempo pelos musicoterapeutas, com resultados comprovados. 
Siga atentamente as instruções e deixe a música fazer o resto. 
Ilustração: K i k a 
14 
M U S I C O T E R A P I A 
Para combater a ansiedade: 
• Barcarola (dos Contos Musicais), 
de Offenbach; 
• Dança Polovetsiana, de Borodin; 
• Os 4 Improvisos, de Chopin; 
• Canção Sem Palavras, Andante 
cantabile, Primeiro Quarteto Para 
Cordas em Ré, de Tchaikovsky; 
• Sonho de uma Noite de Verão, de 
Mendelssohn; 
• Ária para a Quarta Corda, de 
Bach. 
Inicialmente, ouça as peças — 
uma a cada dia — e identifique 
aquela que produz maior impacto 
no plano dos sentimentos. Escute-
a então diariamente, durante meia 
hora, em ambiente silencioso. É 
recomendável usar fones de 
ouvido. 
Para estimular a energia vital: 
• Marcha Eslava, de Tchaikovsky; 
• Marcha da Festa, do Tannhauser, 
de Wagner; 
• Marcha Fúnebre para uma 
Marionete, de Gounod; 
• Marcha Rakruzky, de Berlioz; 
• Marcha Triunfal, da ópera Aída, 
de \erdi. 
As peças acima são particularmen-
te recomendadas no tratamento de 
doenças crônicas, debilitantes, nas 
quais ocorre profunda redução da vi-
talidade. Em casos de fraqueza pro-
funda, anemias e depressões com 
acometimento físico pronunciado e 
em casos terminais de câncer, essas 
músicas devem ser continuamente 
tocadas no quarto do paciente, sem-
pre em volume suave. 
Para produzir harmonia, 
equilíbrio emocional e mental: 
• Consolação N? 3, de Liszt; 
• Noturno, de Rimsky-Korsakov; 
• Sonata ao Luar, de Beethoven; 
• Canção Noturna, de Schumann; 
• Trio em Dó Menor, segundo 
movimento, de Chopin. 
Recomendadas àqueles que perde-
ram pessoas queridas e nos estados 
de inconformismo, as peças musicais 
acima têm sido aplicadas com bons 
resultados em certos tipos de esqui-
zofrenia e no retardamento mental. 
Devem ser ouvidas com freqüência, 
no mínimo durante uma hora todos 
os dias, em ambiente tranqüilo, ou 
então continuadamente na residên-
cia, no local de trabalho, no carro. 
Para combater a depressão e o 
medo excessivo: 
• Sonho de Amor, de Liszt; 
• Serenata, de Schubert; 
• Guilherme Tell (Abertura), de 
Rossini; 
• Noturno, Opus 48, de Chopin; 
• Chacona, de Bach. 
O ideal é uma sessão diária de 
meia hora pela manhã, ao 
levantar; se necessário, repita no 
decorrer do dia. 
Para combater insónia, tensão e 
nervosismo: 
• Canção da Primavera, de 
Mendelssohn; 
• Sonata ao Luar, de Beethoven 
(primeiros movimentos); 
• Valsa N? 15, em Lá Bemol, de 
Brahms; 
• Sonho de Amor, de Liszt; 
• Movimentos Musicais N? 3, de 
Schubert. 
Depois de ouvir todas as peças in-
dicadas, escolha a que deu melhores 
resultados e escute-a diariamente, 
antes de dormir. No início, os efei-
tos são leves: é preciso um pouco de 
15 
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M U S I C O T E R A P I A 
paciência e persistência para notar 
progressos. Em casos mais acentua-
dos, o efeito terapêutico pode dimi-
nuir com o tempo. Se isso acontecer, 
escolha outra música do grupo. 
Para favorecer à interiorização e à 
meditação: 
• Concerto N? 2 para piano, de 
Rachmaninov (último 
movimento); 
• Concerto em Lá Menor, para piano, 
de Grieg (primeiro movimento); 
• Concerto N? 1 para piano, de 
Tchaikovsky (primeiro 
movimento). 
Prepare-se bem para a prática da 
meditação ouvindo qualquer uma 
das peças acima durante cerca de 10 
minutos. 
Para pessoas de caráter 
pessimista: 
• Abertura do Guilherme Tell, de 
Rossini (parte final); 
• Carmen, de Bizet (parte final); 
• Abertura 1812, de Tchaikovsky; 
• Mestres Cantores, de Wagner 
(abertura); 
• Valquírias, de Wagner (abertura); 
• Dança Húngara N? 5, de 
Brahms; 
• Bacanal, de Sansão e Dalila, de 
Strauss; 
• Dança dos Comediantes de A 
Noiva Vendida, de Smetana; 
• Bolero, de Ravel; 
• Lohengrin, de Wagner (Prelúdio 
do terceiro ato); 
• Dança de Anitre, da Suite Peer 
Gynt, de Grieg. 
Estas peças devem ser ouvidas fre-
qüentemente pelas pessoas que ten-
dem à negatividade e ao pessimis-
mo. Conforme sua sensibilidade, a 
própria pesssoa vai descobrir qual 
delas é a mais indicada. 
Para casos de debilidade 
muscular, apatia, sensação de 
fraqueza, obesidade com 
prostração, desequilíbrios 
nervosos e doenças debilitantes 
dos músculos em geral: 
• Danças Eslavas, de Dvorak; 
• DançaHúngara N? 5, de 
Brahms; 
• Pavana, de Debussy; 
• Valsa da ópera Eugène Onéguine, 
de Tchaikovsky; 
• Marcha da ópera Aída, de Verdi; 
• Dança dos Marinheiros Russos, de 
Glière. 
Recomenda-se ouvir as peças con-
tinuamente, como música de fundo, 
durante todo o dia e também à noi-
te, mesmo dormindo. 
Durante a gravidez e para 
facilitar o parto: 
• Concerto para Violino, Opus 87 B, 
de Sibelius; 
• Sonata Opus 56, de Haydn; 
• As Quatro Estações, de Vivaldi; 
• Concerto Tríplice, de Beethoven; 
• Concerto para Violino, de Brahms; 
• Concerto para Violino, de 
Tchaikovsky. 
Ouvidas alternadamente, por pe-
ríodos, durante a gravidez e nos dias 
que precedem o parto, estas peças 
musicais geram bem-estar e contri-
buem para o nascimento de crianças 
mais tranqüilas. 
Para obter efeito analgésico e 
anestésico em cirurgias, segundo 
a experiência da Dra. Sara K. 
Makler: 
• Estrela Noturna e Murmúrio no 
Bosque, de Wagner; 
15 
M U S I C O T E R A P I A 
• Clair de Lune, de Debussy; 
• Sonata ao Luar, de Beethoven, 
(primeiros movimentos). 
Devem ser ouvidas algumas 
horas antes e durante a cirurgia. 
Para melhorar e estimular a 
memória: 
• Concerto em Dó Maior para 
Bandolim, Corda e Clavicordio, de 
Vivaldi; 
• Largo do Concerto em Dó Maior 
para Clavicordio, BMW 976, de 
Bach; 
• Largo do Concerto em Fá Menor, 
BMW 988, de Bach; 
• Spectrum Suite, Confort Zone e 
Starborn Suite, de Stephen 
Halpern. 
Faça sessões de uma hora, de pre-
ferência pela manhã, ao acordar. 
Escute uma peça por dia, alternan-
do-as. 
Para acalmar ambientes 
tumultuados: 
• Sonho, de Debussy; 
• Tema de Amor da Abertura de 
Romeu e Julieta, de Tchaikovsky; 
• Pavana para uma Infanta Defunta, 
de Ravel; 
• Morte do Amor, de Tristão e 
Isolda, de Wagner; 
• Dia de Esponsales en Troldhausen, 
(Noturno), de Grieg; 
• Noturno para Cordas, de Borodin; 
• Variação N? 18 sobre um tema de 
Paganini, de Rachmaninov. 
Como música de fundo, estas pe-
ças podem ser tocadas seguidamente 
em escritorios, lares tumultuados, 
hospitais, fábricas, salas de espera, 
bancos, etc. Os resultados têm se re-
velado notáveis. Também já se com-
provou que, aplicadas em casas 
comerciais de grande porte, além de 
criarem uma atmosfera harmoniosa 
entre os funcionários, levam os clien-
tes a realizarem suas compras com 
maior tranqüilidade. 
Para combater o stress e doenças 
correlatas: 
• Traumergi, de Schumann; 
• Clair de Lune, de Debussy; 
• Melancolia Matinal, da Suite Peer 
Gynt, de Grieg; 
• Canção da Estrela da Tarde, do 
Tannhauser, de Wagner; 
• Estudo Opus 10, N? 3, de 
Chopin. 
Todas as manhãs, antes de iniciar 
o trabalho, faça uma sessão de meia 
hora; ouça cada uma das peças du-
rante uma semana. São muito efica-
zes contra o stress, o cansaço por 
excesso de trabalho ou de preocupa-
ções, a tensão nervosa, a impulsivi-
dade, a preocupação exagerada com 
pequenas coisas, as explosões de 
irascibilidade em crianças rebeldes e 
mimadas. Também produzem resul-
tados satisfatórios nos casos de 
doenças orgânicas psicossomáticas 
decorrentes do stress, desde que as-
sociadas a tratamentos médicos, co-
mo nos casos de úlceras gástricas e 
duodenais, colites, soluços e outros 
distúrbios de origem nervosa. Efica-
zes também nas crises histéricas, na 
falta de estímulo sexual, com impo-
tência ou frigidez, e na enurese in-
fantil. 
17 
M U S I C O T E R A P I A 
Música, o melhor medicamento 
A música na cura das doenças mentais: 
uma experiência que deu certo. 
Opsiquiatra inglês Robert 
Schauffer aplicou técnicas de mu-
sicoterapia em manicômios para 
doentes mentais graves, com ex-
celentes resultados. Ao perceber 
que os doentes reagiam de diver-
sas maneiras às músicas habitual-
mente tocadas em seu consultório, 
Schauffer começou a estabelecer 
variações musicais, observando e 
acompanhando os efeitos dessas 
mudanças nos pacientes. Notou, 
por exemplo, que a música desar-
mônica e dissonante produzia agi-
tação e despertava sentimentos 
negativos como medo e ódio. Ob-
servou também que os tons gra-
ves provocavam depressão e que 
músicas de ritmo bem marcado, 
como o samba ou o jazz, geravam 
em certos pacientes um estado de 
agitação ou de dispersão mental, 
fá a música leve, suave e melodio-
sa criava um ambiente de sereni-
dade, favorecendo a digestão, 
regulando a circulação sanguínea 
e equilibrando o metabolismo. O 
Dr. Schauffer começou, então, a 
utilizar sistematicamente uma sé-
rie de peças de música erudita, e 
acabou por desenvolver uma bem 
sucedida técnica de musicoterapia. 
Utilizando apenas a música e evi-
tando as drogas psiquiátricas, ob-
teve resultados excelentes, 
inclusive a cura de vários casos 
considerados difíceis. As indica-
ções abaixo baseiam-se nas obser-
vações e conclusões desse trabalho. 
• Esgotamento físico: O Rio 
Moldava, de Smetana; pe-
ças de Grieg. 
• Esgotamento nervoso: Pre-
lúdio do Carnaval, de 
Dvorak. 
• Depressão com manias: A 
Cavalgada das Valquírias, de 
Wagner. 
• Insónia: obras de Chopin. 
• Tristeza: concertos de 
Dvorak; obras de Bee-
thoven. 
• No combate à inveja:Prelú-
dio dos Mestres Cantores, de 
Wagner. 
• No combate à preguiça: 
valsas, polcas e mazurcas. 
• No tratamento da loucura 
com fúria: Coro dos Peregri-
nos, do Tannhauser, de 
Wagner. 
• No combate ao alcoolis-
mo: obras de Bach. 
Como fazer uma sessão individual 
LJscolha um lugar calmo, de 
preferência sem ruídos, isolado, 
onde você pode se garantir de que 
não será perturbado nem inter-
rompido. Deixe-o na penumbra. 
Deite-se confortavelmente e, 
ainda sem música, faça um peque-
no exercício de relaxamento: 
estique-se e tensione todos os mús-
culos; depois, solte-os. Faça isso 
algumas vezes, enquanto respira 
suave e profundamente, em ritmo 
lento, inspirando e exalando sem-
pre pelo nariz. Procure manter 
sua mente livre de tensão. Para is-
so, basta não dar nenhuma aten-
ção aos pensamentos que tiver: 
deixe que eles venham, mas não 
se ocupe deles. Mantendo essa 
disposição mental, coloque a mú-
sica que escolheu, em volume mo-
derado. 
Continue deitado, feche os olhos 
e deixe que a melodia o envolva. 
Imagine que ela o invade, inun-
dando seu cérebro e todas as suas 
células, percorrendo a medula es-
pinhal e espalhando-se pelo pei-
to, como se fosse uma luz. 
Imagine ainda que, suavemente, 
ela penetra no tórax, chega aos 
pulmões e depois ao coração, cu-
jas pulsações distribuem essa "luz 
sonora" por todo o organismo. 
Continue respirando suavemente, 
sempre pelo nariz. 
Imagine, então, que a música 
inunda todo o seu corpo, 
integrando-se a ele, produzindo 
harmonia e equilíbrio, o que se re-
fletirá em profunda sensação de 
bem-estar. 
Estabeleça um tempo mínimo de 
20 minutos para essas sessões diá-
rias de musicoterapia. 
18 
M U S I C O T E R A P I A 
A obra sublime de Beethoven 
Quase dois séculos depois de ter sido criada, a música imortal 
deste grande artista alemão continua chegando até nós 
com a m e s m a força que arrebatou seus contemporâneos . 
Ur m dos maiores mestres da mú-
sica de todos os tempos, Beethoven 
é também considerado o mais pro-
fundo, o mais misterioso, pois viveu 
em estreita conexão com aquele pla-
no mais insondável da vida, incom-
preensível para alguns, inatingível 
para muitos. E foi através de sua 
obra que ele procurou transmitir um 
pouco desse mistério incomensurá-
vel a que seu espírito extremamen-
te sensível teve acesso: esse sutil 
mundo superior, tão distante das 
consciências menos refinadas, volta-
das apenas para os aspectos super-
ficiais da vida e condicionadas pela 
cultura massificante, presas sobretu-
do à simbologia limitada dos valo-
res materiais. 
A música é uma forma direta de 
comunicação: ela fala de coração pa-
ra coração. Ao mesmo tempo, po-
rém, sua linguagem pode alcançar a 
dimensão mais profunda, sublime, 
abrangente e essencial daquilo que 
é superior, tangenciando a natureza 
ilimitada da universalidade cósmica. 
E Beethoven, como poucos, conse-
19 
M U S I CO T E R A P I A 
guiu plasmar em sua criação cinti-
lações desse plano, desse mundo 
mágico, pleno de êxtase, cujos atri-
butos são inacessíveis à razão. 
Assim, para penetrar o universo 
beethoveniano, é necessário cultivar 
outros sentidos, como o discerni-
mento, a percepção superior, a intui-
ção ou qualquer outro nome que se 
queira dar aos elementos da sensi-
bilidade humana que ultrapassam a 
mente discriminativa, analítica, ra-
cional e o âmbito dos sentimentos in-
feriores, como a paixão egoísta. 
Porque a música desse grande mes-
tre só pode ser alcançada quando se 
transcende o universo conceituai ou 
intelectual a que o homem comum 
está preso, quando se ultrapassa 
aquilo que equivocadamente foi es-
tabelecido como o limite dos senti-
dos do ser humano. 
20 
M U S I C O T E R A P I A 
As sinfonias de Beethoven 
A música dos grandes mestres 
sempre foi um importante instru-
mento utilizado nas escolas iniciá-
ticas para elevar a capacidade de 
percepção. Em musicoterapia não 
é diferente, e a música de Beetho-
ven, em particular, tem o dom de 
gerar profundas mudanças na vi-
da de seus ouvintes, através de 
um diálogo sutil que constante-
mente se renova. 
A seguir, uma síntese dos efei-
tos das principais sinfonias de 
Beethoven. 
• Primeira Sinfonia: estimula 
a motivação e a 
auto-confiança; 
• Segunda Sinfonia: gera 
grande força de vontade, 
poder de decisão; pode 
promover profundas 
transformações em mentes 
passivas; 
• Terceira Sinfonia: contribui 
para equilibrar o sistema 
nervoso; combate a tensão, o 
pessimismo, a incerteza e o 
desânimo; 
• Quarta Sinfonia: transmite 
forte carga de sentimentos 
altruístas; ajuda a eliminar 
sentimentos negativos como o 
P a r t ÍA ; o n 
ódio, o egoísmo, o ciúme, a 
inveja, o desejo de vingança 
e a luxúria; 
• Quinta Sinfonia: estimula a 
reflexão existencial, levando o 
ouvinte a pensar em seu 
processo dialético e na 
própria vida; 
• Sexta Sinfonia: desperta a 
criatividade, particularmente 
no plano artístico, estimula a 
esperança, a autoconfiança e 
a busca de novos caminhos; 
• Sétima Sinfonia: propícia a 
auto-análise e, 
conseqüentemente, amplia o 
autoconhecimento; permite 
maior aprofundamento no 
inconsciente e encoraja o 
caminho da espiritualidade; 
• Oitava Sinfonia: eleva o 
discernimento, abrindo os 
campos da consciência a 
formas superiores de ser e de 
perceber; 
• Nona Sinfonia: induz à 
devoção mística e permite o 
contato com estados mais 
refinados de consciência. 
A "Décima Sinfonia": 
acredita-se, nos' meios 
esotéricos, que Beethoven 
teria composto mais uma 
sinfonia que nunca publicou. 
Tal decisão seria devida ao 
caráter insólito e aos efeitos 
excessivamente intensos e 
profundos que sua audição 
poderia provocar, gerando 
reações inusitadas e 
sentimentos estranhos em 
pessoas menos preparadas 
para o contato com as esferas 
mais sutis da realidade. 
Assim, a Décima Sinfonia 
teria sido reservada apenas 
para alguns discípulos 
especiais das escolas 
iniciáticas. 
M U S I C O T E R A P I A 
Se as doenças, tensões e neuroses 
são basicamente causadas pelas 
pressões da vida superficial, pela 
busca ansiosa promovida pelo egoís-
mo, pelos descaminhos marcados 
por desejos equivocados, enfim, pe-
los condicionamentos aos falsos va-
lores ditados por uma sociedade 
massificante, a solução está em 
transcender, em superar a identifi-
cação com esses valores que nos 
aprisionam, que tolhem nossa ver-
dadeira liberdade de ser. 
E a música de Beethoven é capaz 
disso. Ao nos despertar para a suti-
leza de um mundo sem palavras, 
mas repleto de significados eternos, 
ela nos permite o mergulho no ab-
soluto. Não é sem razão que muitos, 
por temer o desconhecido, preferem 
o contato aparentemente seguro com 
a superficialidade, que na verdade 
perpetua a dor e o sofrimento, retar-
dando a evolução individual e mes-
mo coletiva. 
Em contato 
com a essência universal 
Quando alguém ouve uma peça 
de Beethoven e se identifica com ela, 
sentindo-se tomado por sentimentos 
intensos, porém sutis, quase indefi-
níveis, pode-se inferir que nessa pes-
soa há um aspecto cultivado da alma 
que ultrapassa os limites comuns do 
plano mais grosseiro da vida. Este é 
o poder da música clássica, particu-
larmente a de Beethoven: promover 
o contato com a essência universal. 
Quando existe essa identificação, 
amplia-se o contato com a universa-
lidade, que transforma o ouvinte, 
tornando-o mais sensível e percep-
tivo; se, no entanto, não ocorre de 
imediato nenhuma identificação, o 
simples ato de ouvir e a atenção in-
teressada podem produzir um efei-
to próximo da magia: abre-se o 
campo da percepção à medida que 
o contato se torna mais freqüente. 
22 
M U S I C O T E R A P I A 
A 
Os sons da natureza 
música do futuro não é mú-
sica: desde os anos 70 vêm sendo 
produzidas nos Estados Unidos fi-
tas cassetes com sons ambientais, 
destinadas a uma importante e 
bem específica utilização psicoló-
gica. Segundo a psicoacústica — 
ciência que investiga de que ma-
neira o ser humano processa o 
som em sua mente —, muita gen-
te sofre uma carência de sons da 
natureza. Básicos para o equilíbrio 
do homem desde que o mundo é 
mundo, os sons naturais não são 
mais ouvidos por quem vive nas 
cidades. E isso gera uma necessi-
dade, uma "saudade" subcons-
ciente. 
As fitas podem ser ouvidas co-
mo um "fundoambiental", mas 
também são úteis para mascarar 
ruídos perturbadores ou para es-
timular a interação e a conversa. 
Devem ser escolhidas de acordo 
com as condições psicológicas: 
uma fita com cantos de pássaros, 
por exemplo, é ideal para acordar 
de manhã, mas não funciona à 
noite. O executivo que chega em 
casa tenso e esgotado já pode pe-
gar no sono ao embalo do suave 
marulhar das ondas numa praia 
deserta... Entre outros bést-sellers 
do som natural destacam-se o ven-
to nas árvores, uma noite no cam-
po, um riacho correndo sobre as 
pedras, uma tempestade de neve 
nas montanhas, a chuva leve nu-
ma floresta de pinheiros. 
A música do terceiro milênio o movimento "New Age" ou 
Nova Era ganha cada vez mais 
adeptos no mundo inteiro. Esse re-
nascimento filosófico, espiritual e 
cultural do planeta se expressa 
através de uma visão holística, in-
tegradora do mundo e do ser hu-
mano. Engloba a preocupação com 
o meio ambiente, o respeito pela 
natureza, as terapias alternativas 
de auto-ajuda e sobretudo a ex-
pansão da consciência humana e 
a passagem para um nível espiri-
tual mais elevado. 
O termo "new age music" foi 
criado na década de 70, na Cali-
fórnia, pelo compositor Stephen 
Halpern, um dos mais respeitados 
estudiosos dos efeitos do som e da 
música nos seres humanos. Essa 
nova tendência musical reúne 
passado e futuro, integrando sons 
tão variados como mantras india-
nos, percussão africana, instru-
mentos japoneses e sons acústicos 
produzidos por sintetizadores. 
Também incorpora influências de 
impressionistas do início do sécu-
lo, como Debussy, Ravel e Satie. 
Suave e harmônica, a música 
da Nova Era trabalha com gran-
des extensões melódicas. Os efei-
tos que ela produz são em geral 
relaxantes e inspiradores, atuan-
do de forma a expandir a consciên-
cia do ouvinte. 
23 
Geoterapia 
A cura pela terra 
É da terra que retiramos nosso alimento, 
nossa água, nossa energia vital. Nas palavras 
do chefe índio Seattle, da nação Sioux, 
"tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra". 
Como ciência do uso da terra, a geoterapia é sem dúvida uma das mais importantes 
técnicas terapêuticas da medicina na-
tural. Está presente nos mais antigos 
tratados de cura popular e constitui 
uma técnica bastante difundida entre 
curandeiros e médicos famosos. 
Hipócrates (c. 460-c. 377 a.C), mé-
dico grego considerado o "Pai da Me-
dicina", freqüentemente utilizava a 
argila em seus tratamentos e ensina-
va seus discípulos como usá-la de ma-
neira adequada. Encontramos essa 
prática mencionada na obra de mé-
dicos célebres como Avicena 
(980-1037), Averrois (1126-98)e Gale-
no (c. 131-c. 201), além de cientistas 
e filósofos como Plínio (c.23-79 d. C ) , 
Aristóteles (384-322 a. C.) e, mais re-
centemente, o Mahatma Gandhi, 
grande admirador dos efeitos curati-
vos da terra. Hoje raramente encon-
tramos uma clínica naturalista que 
não utilize a argila, sozinha ou asso-
ciada a outros elementos. 
24 
G E O T E R A P I A 
Usos e costumes antigos 
Os antigos egípcios utilizavam a ar-
gila como um dos componentes no 
embalsamamento das múmias e pa-
ra a preservação de alimentos de ori-
gem animal. Na América, alguns 
grupos indígenas tinham por tradição 
"enterrar" seus doentes, que eram co-
locados de corpo inteiro, na posição 
vertical, dentro de um buraco cava-
do na terra. Apenas a cabeça era dei-
xada para o lado de fora, e o doente 
permanecia assim, em contato com a 
terra, durante muitas horas. Esse ti-
po de tratamento era aplicado aos 
doentes terminais, à beira da morte. 
Durante os ataques que sofreram 
dos Estados Unidos, os vietnamitas e 
os coreanos empregaram o banho de 
argila para tratar queimaduras sérias, 
inclusive as provocadas por napalm. 
Averróis, eminente 
filósofo árabe da 
Idade Média, 
compôs várias obras 
sobre medicina, 
astronomia e 
filosofia. 
Ainda hoje no Japão a argila é utili-
zada para conservar, às vezes por vá-
rios anos, ovos e alimentos de 
procedência animal. 
O homem e a terra 
Universalmente, a terra é a matriz 
que concebe as fontes, os minerais, os 
metais. Da terra retiramos o nosso ali-
mento, a nossa água — dela depen-
de a nossa vida. Nada mais natural, 
então, do que utilizá-la como remédio. 
Em filmes documentários, freqüen-
temente observamos cenas em que 
animais selvagens se untam de lama 
ou permanecem muito tempo mergu-
lhados no lodo úmido. Mesmo o nos-
so cão doméstico não dispensa seus 
"banhos de lama" sempre que tem 
oportunidade. Por instinto, os animais 
percebem a capacidade que a argila 
G E O T E R A P I A 
O hipopótamo, um 
dos maiores 
mamíferos terrestres, 
passa o dia imerso 
na água lodosa dos 
rios africanos. 
G E O T E R A P I A 
possui de manter seus corpos mais 
sadios e de livrá-los de energias 
malsãs. 
A saúde e o bem-estar só podem 
existir quando o homem vive em har-
monia com a terra em que habita, o 
que equivale a dizer que ele deve es-
tar sempre em harmonia com as leis 
da natureza. Não podemos esquecer 
que a terra possui tudo o que neces-
sitamos: sua utilização como medica-
mento é a mais natural das medicinas. 
A tartaruga é um 
dos animais que 
costuma enterrar 
seus ovos. 
mumente encontrados. A composição 
química e geológica da argila, porém, 
não basta para explicar suas qualida-
des curativas. Existe um outro moti-
vo muito mais importante para que 
a terra constitua um agente terapêu-
tico: a energia que ela contém. 
Por que a terra cura 
Existem vários fatores que explicam 
o poder curativo da terra. Antes de 
mais nada, a existência de uma de-
terminada composição química e geo-
lógica que, logicamente, varia muito 
de um lugar para o outro. Todas as 
terras e argilas, no entanto, possuem 
três componentes geológicos funda-
mentais: o quartzo, o feldspato e a mi-
ca, em quantidades diferentes se-
gundo o terreno. Mas o que mais os-
cila em termos de quantidade são os 
componentes químicos; a sflica, o alu-
mínio, o ferro, o cálcio, o potássio, o 
magnésio e o titânio são os mais co-
No Egito antigo, a 
argila era usada 
como um dos 
componentes da 
técnica do 
embalsamamento. 
27 
G E O T E R A P I A 
A energia telúrica 
Na verdade a argila não contém 
apenas um tipo de energia, mas três 
principais nela condensados. Como 
se sabe, os raios solares impregnam 
camadas superficiais do solo com 
energia calorífica e energia radiante, 
que ativam os cristais e os elementos 
desencadeando um processo dinâmi-
co e vitalizador capaz de beneficiar o 
corpo humano. Outro tipo de ener-
gia é a telúrico-magnética, determina-
da pelo próprio campo magnético 
vibratório do planeta, que deixa a ter-
ra impregnada de uma força sur-
preendente. Mesmo a argila seca, sem 
nenhuma umidade, contém essa 
energia. Por fim, a terra possui sua 
própria energia, que é determinada 
pela região, pelo tipo de solo, pelas 
formações geológicas, idade das ca-
madas, idade do solo, clima e resí-
duos vulcânicos, hoje infelizmente 
alterada pelos inevitáveis poluentes. 
Essa energia intrínseca é uma ener-
gia estrutural derivada da própria ter-
ra e de seus componentes — e não é 
fácil especificar sua natureza. 
Para ilustrar o que acabamos de afir-
mar, podemos fazer uma analogia 
com as águas minerais, que, tendo a 
mesma composição química, pos-
suem efeitos diferentes, de acordo 
com a região de onde provêm. Isso 
se deve a algum fator ainda desconhe-
cido pela ciência oficial, mas sem dú-
vida relacionado à energia vital de 
cada região. 
As energias telúrico-magnéticas da Terra têm um sentido norte-sul na 
superfície e um sentido inverso no centro, já que o retorno se faz pelo eixo 
central, do sul para o norte, perfazendo o chamado espectro magnético do 
planeta. Quando recebemos corretamente as energias magnéticas, mantemos a 
nossa própria energia em harmonia. Caso contrário, se recebermos essa energia 
lateralmente ou se ela entrar pelos pés, estaremos nos sujeitando a certas 
turbulências e alterações energéticas desnecessárias e às vezes até nocivas. 
28 
G E O T E R A P I A 
O simbolismo dà Terra 
Em muitas culturas e religiões, a Terra simboliza a mãe, fonte de todos os 
seres e protetora contra as forças de destruição. O costume de enterrar os 
mortos evoca essa idéia de devolver os filhos às entranhas da mãe. 
Os primitivos 
artistas imaginaram 
Gaia, a mãe-Terra, 
como uma mulher 
de formas 
pronunciadas e seios 
enormes, índice de 
fertilidade. 
Os romanos 
conceberam a 
mãe-Terra como uma 
altiva mulher de 
traços serenos. Neste 
relevo, o caráter 
maternal da deusa é 
indicado pelas 
crianças que a 
acompanham. 
22 
G E O T E R A P I A 
Como a terra cura 
E m contato com o corpo doente, a terra produz certas alterações que 
promovem a cura. Conheça os principais efeitos obtidos com a 
utilização desse tipo de terapêutica. 
Troca de energia com a área afetada: 
quando aplicada externamente ou 
quando ingerida, a argila é capaz de 
absorver a energia perniciosa acumu-
lada na área doente e transmitir sua 
energia de elevada qualidade vital. 
Assim, uma compressa fria de argila 
alivia a região em que foi aplicada e 
torna-se quente, pois absorve o calor 
da região doente. Nos casos dê tumo-
res malignos, o aquecimento da com-
pressa é intenso. Isso se deve à 
passagem das energias malsãs do 
doente para a compressa, que funcio-
na como uma espécie de "mata-
borrão" energético, ao mesmo tempo 
que fornece energia de boa qualidade. 
Equilíbrio térmico: o equilíbrio de 
temperatura ocorre graças ao efeito 
dissipador de calor produzido pela 
compressa de argila fria. Esse efeito 
é bem conhecido na hidroterapia. 
Cerca de 9.000 a.C, 
o homem começou 
a cultivar a terra 
para tirar dela 
seu alimento. 
Ação vitalizante: esse efeito é mais 
claro no uso interno da argila, que for-
nece a sua carga energética ao orga-
nismo mesmo quando ingerida em 
pequena quantidade, como em geral 
é recomendado. A ação neste caso é 
do tipo "homeopático", pois torna o 
organismo mais saudável e dinâmico. 
Ação anti-radiativa: a capacidade anti-
radiativa da argila foi recentemente 
descoberta, graças à observação de 
que objetos contaminados por radia-
tividade, ao entrarem em contato com 
a lama, perdem a radiação em pouco 
tempo. Embora não seja uma proprie-
dade aceita por todos os cientistas, sa-
bemos que a argila tem a capacida-
de de absorver energias estranhas ao 
organismo, como é o caso da radia-
ção proveniente das explosões nu-
cleares que se precipita da atmosfera 
sobre o planeta. 
30 
G E O T E R A P I A 
Efeitos medicinais específicos 
Tanto interna como externamente, a terapia pela terra tem indicações 
b em precisas para muitos males. Alguns desses efeitos já eram 
conhecidos por povos antigos e fazem parte da tradição popular. 
Uso interno 
• antiinflamatório 
• cicatrizante 
• adsorvente (combate os 
gases intestinais) 
• desintoxicante 
• anticatarral (combate o 
catarro intestinal) 
• vermífugo 
• normalizador da 
digestão e da excreção 
• antidiarréico e obstipante 
(prende os intestinos) 
• analgésico (combate as 
cólicas) 
Por seu efeito normalizador, suavi-
zante, desintoxicante e purificador do 
aparelho digestivo, a argila é útil no 
combate a numerosas moléstias, não 
apenas do aparelho digestivo mas de 
todo o organismo. É bom lembrar 
que, para a medicina natural, o apa-
relho digestivo comanda praticamente 
o corpo todo. 
A argila é usada internamente con-
tra úlceras gástricas e duodenais, gas-
trites, irritações da mucosa digestiva, 
cólicas intestinais, diarréias, colite ul-
cerativa, vermes de todos os tipos, ga-
ses intestinais, digestão lenta. Ela 
desodoriza as fezes e desintoxica os 
intestinos, eliminando substâncias no-
civas do tubo intestinal e do sangue. 
Também é útil no tratamento do reu-
matismo crônico, da artrite, ácido úri-
co, colesterol elevado, catarro 
pulmonar, sinusite, rinite, enxaqueca, 
estomatite (aftas), mau hálito, amíg-
No I Ching o 
hexagrama K'UN, 
O Receptivo, se 
compõe de seis 
linhas abertas. 
Tem como imagem 
a terra, e seu 
atributo é a 
devoção, o poder 
maleável e 
receptivo da 
energia Yin. 
dalas inflamadas, adenóides, dentes 
e ossos fracos. 
Em certas regiões do planeta, inclu-
sive em algumas áreas do Nordeste 
brasileiro, existe o costume de forne-
cer às crianças um tipo de água de ar-
gila para beber, a fim de combater as 
cáries dentárias, a desnutrição, o ra-
quitismo e os distúrbios de crescimen-
to. Em geral, isso ocorre em locais 
onde impera a desnutrição, e a argila 
é usada como fonte de cálcio, mag-
nésio e outros elementos. 
Uso externo 
antiinflamatório 
anti-séptico 
absorvente 
anti-reumático 
antiinfeccioso 
analgésico 
antitraumático 
cicatrizante 
antitumoral 
desobstruente 
antitóxico 
emoliente 
regulador orgânico 
torúficador 
estimulante 
vitalizante 
refrescante 
Essas propriedades da argila quan-
do usada externamente permitem que 
ela seja empregada numa infinidade 
de doenças e alterações orgânicas, co-
mo: reumatismo, artrite, artrose, ce-
lulite, varizes, dores musculares, 
31 
G E O T E R A P I A 
cãibras, contusões fechadas, febres de 
qualquer tipo, furunculose, tumores 
malignos e benignos, leucemia, amig-
dalites, dores de cabeça, má digestão, 
vesícula preguiçosa, gases, diarréias, 
prisão de ventre, obesidade, inchaços, 
hemorróidas, mastites (inflamações 
da mama), cistos, distúrbios mens-
truais, fibromas, corrimentos vaginais, 
inflamações da próstata, esterilidade, 
endometrite (inflamação da mucosa 
do útero), incontinência urinária, in-
fecções urinárias, cólica renal, dor ciá-
tica, lumbago, torcicolo, gota, 
arteriosclerose, angina do peito, taqui-
cardia, palpitação, tensão nervosa, 
stress, distúrbios da tireóide, eczema, 
asma brônquica, pneumonia, tuber-
culose pulmonar e articular, enfisema, 
sinusite, otite, rinite, vômitos, tosse, 
catarro, gripes e resfriados, cálculo bi-
liar, hepatite aguda e crônica, gastri-
te, miopia, astigmatismo, presbiopsia 
(distúrbio visual da velhice), hiperme-
tropia, glaucoma, dores e inflamações 
oculares, pressão alta, pressão baixa, 
enxaqueca, dores de dentes e ne-
vralgias. 
Como se percebe, a argila tem efei-
tos locais e gerais; estes últimos 
devem-se à sua ação reflexa. Uma 
compressa fria de argila aplicada so-
bre o abdome durante cerca de 2 ho-
ras por dia, por exemplo, é capaz de 
eliminar mais da metade dos proble-
mas mencionados acima. 
A Lua também 
exerce influência 
sobre a Terra. O 
efeito lunar mais 
evidente são as 
marés, fluxo e 
refluxo das águas 
que acontece em 
todo o nosso 
planeta. 
Espalhe a massa de argila sobre um tecido bem 
limpo, de linho ou algodão, para formar um 
cataplasma. Não use tecidos sintéticos ou 
plástico: eles diminuem os efeitos da argila, às 
vezes até eliminando-os. 
A espessura da massa sobre o pano deve variar 
de 1 a 6 cm, de acordo com o local da 
aplicação. Em geral se usa uma compressa bem 
grossa para o tórax e o abdome, e bem fina 
para o rosto. A cabeça, a pélvis e os membros 
recebem compressas de cerca de 3 cm de 
espessura. O tamanho varia segundo a extensão 
da área a ser coberta. 
Ilustrações: Dilvacy M. dos Santos 
32 
G E O T E R A P I A 
Preparando a argila 
Num recipiente de vidro ou 
madeira, misture a argila em 
pó com água pura (não serve a 
água tratada das torneiras 
comuns) até obter uma 
consistência pastosa. A massa 
não deve desmanchar nem 
soltar água — deve ser sensível 
à pressão dos dedos e manter a 
forma. Se quiser, use uma 
colher de pau para obter uma 
mistura uniforme. Retire os 
pedacinhos de pedra e de argila 
que não se dissolverem. Evite o 
contato da argila com qualquer 
tipo de metal. 
A compressa também pode ser soltas para fechar a compressa. 
confeccionada com um 
quadrado de argila, como no 
desenho. Coloque o quadrado 
de argila sobre o pano e cubra 
com outro pedaço de tecido 
antes de dobrar as pontas 
As aplicações de argila sem 
pano obedecem aos mesmos 
critérios, mas são menos 
utilizadas devido à dificuldade 
de removê-las após o uso. 
O tempo de aplicação da 
compressa varia segundo o 
caso, mas em geral é de 
2 horas. Há certas 
ocasiões, porém, em que ela 
deve permanecer no doente 
por 12 ou até 24 horas. 
Em geral se utilizam compressas 
frias, mas para "puxar" uma área 
com abscesso ou trazer à superfície 
uma infecção, é mais indicada a 
compressa quente. Nesse caso, basta 
aquecer em banho-maria a massa de 
água e argila antes de preparar a 
compressa. 
Para aplicar a compressa de argila, 
No caso de doenças bem 
localizadas, prepare uma 
compressa com uma 
camada mais grossa no 
centro (veja desenho) e 
coloque exatamente sobre a 
área mais afetada. Esse tipo 
de compressa garante o 
tratamento da parte afetada 
e promove a dissipação do 
processo inflamatório em 
torno da lesão. É 
especialmente indicado para 
furúnculos, abscessos, 
tumores, dores e 
inflamações localizadas, etc. 
convém que o paciente esteja deitado. 
Forre a cama com um plástico para 
evitar que a água que emana da 
compressa manche a roupa de cama. 
Para melhores resultados, a aplicação 
deve ser feita diretamente sobre a 
pele do doente. Cubra a compressa 
com um pedaço de plástico para 
manter a umidade. 
32 
G E O T E R A P I A 
Alguns usos específicos 
São muitos os benefícios do tratamento com a argila, aplicada em 
compressas frias ou quentes. Veja os desenhos e siga cuidadosamente 
as instruções para obter os melhores resultados. 
Compressa abdominal fria 
Seu principal efeito é a restaura-
ção do equilíbrio térmico devido à 
dissipação do excesso de calor acu-
mulado na área abdominal. A ali-
mentação excessivamente rica em 
carboidratos (açúcares), carnes, con-
servas, gorduras, laticínios, ovos, 
frituras, temperos fortes e aditivos 
produz a dilatação do intestino, fer-
mentações, gases, irritações e infla-
mações crônicas. 
A compressa de argila fria elimi-
na esses problemas, favorecendo 
não só a região dos intestinos como 
todo o organismo, que sofre com a 
má digestão. Assim, o tratamento é 
útil contra doenças crônicas e dege-
nerativas, como o câncer em todas 
as suas formas. É indicado também 
no tratamento auxiliar do diabetes, 
do reumatismo, do excesso de áci-
do úrico, da gota, artrite, artrose, ar-
teriosclerose e diversos distúrbios 
metabólicos. Tem poderoso efeito no 
Compressa abdominal 
Ilustrações: Dilvacy M. dos Santos 
combate às doenças crônicas do fí-
gado, como a hepatite crônica e a cir-
rose. Mesmo na hepatite aguda é 
um recurso valioso. É indicado pa-
ra a má digestão, azia, doenças do 
pâncreas, a falta de enzimas diges-
tivas, colite, diarréias crônicas, en-
jôos, vômitos, enxaquecase cólicas 
intestinais. 
Para esse tratamento a compres-
sa deve ser grande, com 5 cm de es-
pessura, no mínimo. 
Em casos agudos, a compressa de-
ve ser aplicada de 3 em 3 horas, re-
novada a cada aplicação. Nos casos 
crônicos, diariamente durante 2 ho-
ras, por mais de 60 dias, de prefe-
rência antes de dormir. O estômago 
deve estar vazio (aplicar com uma 
distância mínima de 4 horas da úl-
tima refeição).Certas pessoas, no en-
tanto, obtêm melhores resultados 
aplicando a compressa pela manhã, 
em jejum, e alimentando-se 2 horas 
após a aplicação. 
Compressa fria 
abdominal completa, em cinta 
Nesse caso a compressa circunda 
toda a região abdominal e as costas, 
como uma cinta grossa. Tem as mes-
mas indicações que a compressa ab-
dominal simples, mas, por atingir 
também os rins e a parte inferior da 
coluna, é eficaz contra as infecções 
urinárias e renais, retenção de líqui-
dos, incontinência noturna da urina, 
cistite e rins fracos. 
Devido à sua ampla ação é reco-
mendada contra a psoríase e o ec-
zema, além de produzir efeitos 
contra o lumbago e a ciática. Muito 
eficiente na obesidade, principal-
mente quando o problema é acom-
panhado de inchaços e retenção de 
34 
G E O T E R A P I A 
Compressa abdominal em cinta 
água com elevação de pressão arte-
rial. Deve ser lembrada como trata-
mento no combate à pressão alta de 
qualquer natureza. 
A cinta abdominal deve ser apli-
cada pela manhã, em jejum, durante 
3 horas. O tempo de tratamento não 
deve ser inferior a 30 dias nem su-
perior a 60, podendo ser repetido 
após um intervalo de um mês. 
Compressa 
torácica fria 
casos de torcicolo e nevralgia inter-
costal. Não deve ser aplicada quan-
do o doente está sensível ao frio 
local, quando está extremamente de-
bilitado, quando existem feridas 
abertas no tórax (exceção para o cân-
cer externo) ou, ainda, no caso de 
herpes-zoster e em todas as situa-
ções em que o contato do tórax com 
o frio é contra-indicado. 
Compressa torácica 
Tem efeito poderoso nas doenças 
dos pulmões, do coração, dos vasos 
(artérias e veias) torácicos, do timo, 
da coluna vertebral e das glândulas 
mamárias. É particularmente notá-
vel no tratamento da pneumonia 
aguda e crônica, tuberculose pulmo-
nar, enfisema, crise aguda de asma 
brônquica, catarro pulmonar, angi-
na do peito, como preventivo do en-
farte do miocárdio, de tumores nos 
pulmões, nos brônquios e na tra-
queia. Também atua nos casos de 
dores torácicas, dificuldades respi-
ratórias, derrame pleural, tabagismo 
(para desintoxicar os órgãos toráci-
cos), taquicardia, palpitações, nódu-
los benignos e câncer de mama em 
qualquer estágio, infecções das ma-
mas (mastite), produção insuficien-
te de leite. Também é eficiente nos 
Nos casos agudos, a compressa 
deve ser grossa e permanecer sobre 
o local por cerca de 1 hora por dia 
até que o problema desapareça. 
Nos casos crônicos, pode ser um 
pouco mais fina (aproximadamente 
4 cm.) e permanecer por 2 horas diá-
rias. Faça o tratamento pelo tempo 
mínimo de 3 semanas, repetindo-o 
por 6 vezes, sempre com um inter-
valo de 30 dias entre um e outro. 
'¿5 
G E O T E R A P I A 
Compressa pélvica 
menstrual, hemorróidas, pólipos do 
períneo e dores em geral nessa re-
gião. Não pode ser usada nos casos 
de doenças venéreas, feridas aber-
tas, sífilis, e quando sua aplicação 
determina uma piora do caso. 
Em geral é aplicada antes de dor-
mir, 30 minutos, por 21 dias se-
guidos. 
Compressa 
pélvica quente 
Compressa 
pélvica fria 
Esta é uma compressa de forma-
to triangular, de cerca de 4 cm. de 
espessura, que deve ser colocada so-
bre a região pélvica e ajustada na re-
gião do períneo, de forma a atingir 
a área do cóccix. O doente deve es-
tar deitado, sem roupas. 
A compressa pélvica é útil contra 
todos os tipos de câncer e de tumor 
do baixo ventre, da bexiga, prósta-
ta, reto, ovários, útero. Indicada nos 
casos de fibroma, cólicas mens-
truais, hemorragias, corrimentos va-
ginais, cistos, alterações do ciclo 
É confeccionada e colocada da 
mesma maneira que a compressa 
fria, mas seu tempo de aplicação não 
deve ultrapassar 10 minutos. A tem-
peratura precisa ser um pouco abai-
xo da que o doente pode suportar. 
Deve ser aplicada no máximo duran-
te 3 dias, mas em geral uma única 
aplicação é suficiente. Indicada pa-
ra as cólicas menstruais (às quais a 
compressa fria não trouxe alívio) e 
para processos infecciosos, funcio-
nando como analgésico. Também 
pode ser usada com cuidado em ca-
sos de furúnculos e abscessos na re-
gião. O contato com os órgãos 
genitais precisa ser feito com muita 
cautela para não provocar quei-
maduras. 
• Escolha a argila em local despoluí-
do, o mais agreste possível. 
• Retire da argila corpos estranhos: 
pedras, pedaços maiores que não des-
mancham, minhocas, insetos etc. 
• Guarde o pó da argila em saco de 
pano, em local seco e arejado. 
• Utilize água mineral de boa proce-
dência no preparo da massa de argila. 
• Não aplique a compressa em feri-
das abertas, hemorrágicas, na muco-
sa da boca, dentro do nariz, dentro da 
vagina, em fístulas, fissuras, micoses, 
frieiras, áreas externas muito infec-
cionadas, queimaduras e bolhas • 
• Se o doente piorar, suspenda ime-
diatamente o tratamento. 
• Tome muito cuidado ao aplicar com-
pressas quentes. 
Não use compressas frias quando o 
doente não estiver em condições de su-
portar o frio local, especialmente 
quando se tratar de crianças peque-
nas. A única exceção é o caso da com-
pressa fria abdominal para o trata-
mento da febre, mesmo quando ele-
vada; nesse caso, não há contra-
indicação. 
36 
G E O T E R A P I A 
Compressa de cabeça 
ou capacete frio 
Esta compressa deve ser moldada 
de modo a formar um capacete da 
testa até a nuca, cobrindo as orelhas. 
É muito eficaz nas crises de dor de 
cabeça, desde que não estejam liga-
das à pressão alta. Também é útil na 
sinusite, otite, rinofaringite e nevral-
gia do trigêmeo. Sua aplicação tran-
quiliza o sistema nervoso. O 
emprego mais notável, no entanto, 
é no tratamento de tumores benig-
nos e malignos intracranianos. 
A compressa deve ser feita diaria-
mente, por cerca de 30 minutos, du-
rante 30 dias seguidos. Nos casos 
crônicos, a aplicação deve ser repe-
tida por 6 meses, sempre com inter-
valo de 10 dias entre uma e outra. 
Nos casos agudos, em geral basta 
uma única aplicação. Antes de co-
locar a compressa, aconselha-se a 
molhar os cabelos com água fria. É 
preciso manter a compressa bem co-
lada ao couro cabeludo. 
Compressa 
de cabeç, 
Compressa fria 
para o pescoço 
Esta compressa, que cobre todo o 
pescoço, é indicada nos casos de 
amigdalite aguda e em todos os pro-
blemas de tireóide, em especial o hi-
potireoidismo, o hipertireoidismo e 
as inflamações tireoidianas. 
Nos casos agudos, o tempo de 
aplicação não deve superar 1 hora, 
durante 3 dias ou mais, até que de-
sapareçam os sintomas. Para os ca-
sos crônicos, a aplicação deve ser de 
2 horas diárias durante várias sema-
nas; depois, dê um intervalo de uma 
semana antes de recomeçar. Nesse 
caso, a compressa não precisa ser 
muito grossa, apenas de uns 3 cm. 
Aplicação nos pés 
Aplicação 
de argila nos pés 
A pasta de argila, nesse caso, de-
ve ser quase líquida e quente (o má-
ximo que se conseguir suportar), 
colocada num recipiente não metá-
lico em que os pés possam ser mer-
gulhados. É muito útil nos casos de 
gripes, resfriados, dores articulares 
nos pés e pernas, reumatismo dos 
membros inferiores e amigdalite; 
nesse último caso, pode ser aplica-
da simultaneamente à compressa 
fria de argila no pescoço. 
O tempo ideal é de 20 minu-
tos, evitando-se qualquer tipo de 
friagem em seguida. Pode ser feita 
por vários dias consecutivos. 
3 7 
G E O T E R A P I A 
Máscara fria 
de argila 
Trata-se de uma aplicação que dis-
pensa o pano de linho, pois é feita 
diretamente na pele do rosto, em ca-
mada fina. É excelente no combate 
da acne, espinhas, cravos, acúmu-
los de gordura, pele oleosa e rugas, 
sardas e sinusite. Quem possuia pe-
le seca, deve misturar à argila um 
pouco de óleo de mamona e, em vez 
da água para dissolver o pó, usar 
chá de camomila bem forte. A más-
cara deve ser aplicada 3 vezes por 
semana durante vários meses. An-
tes de aplicá-la, lave o rosto com sa-
bonete neutro, seque a pele e 
aguarde 30 minutos. 
Outras aplicações 
Tanque de barro 
O doente é imerso até o pescoço 
num tanque cheio de uma lama mui-
to fina e fria, permanecendo assim por 
cerca de 20 minutos. A sensação de 
leveza provocada por esse método é in-
descritível, mas infelizmente não é um 
tratamento fácil de ser colocado em 
prática, pois exige uma grande quan-
tidade de argila, que nem mesmo po-
de ser reaproveitada. Aliás, a argila 
nunca deve ser utilizada mais de uma 
vez, pois absorve energias perniciosas, 
toxinas e magnetismo de má qualida-
de do corpo doente. A prática do tan-
que de barro é utilizada apenas por 
clínicas especializadas em geoterapia; 
no Brasil existem algumas. 
Pílulas de argila 
Utilizadas sobretudo na Europa, as 
pílulas são bolinhas feitas da mesma 
massa de argila já descrita. Devem ser 
preparadas em grande quantidade, 
deixadas ao sol para secar e depois 
guardadas para serem usadas confor-
me a indicação. A quantidade a ser 
ingerida varia de caso para caso, mas 
em geral é de 5 a 10 bolinhas em ca-
da refeição. 
Cápsulas 
Uma forma mais prática de prepa-
rar a argila para uso interno é acon-
dicioná-la em cápsulas transparentes, 
vendidas em casas de material médi-
co e farmacêutico. Em geral a dose é 
de 3 cápsulas na hora das refeições. 
Água de argila 
Para prepará-la, coloque uma co-
lher de café bem cheia de argila fina 
para 1 copo de água mineral pura. 
Coloque o pó na água e misture bem, 
com uma colher que não seja de me-
tal. Deixe a mistura em repouso por 
algumas horas, até que o pó assente 
no fundo do copo. Beba a água lenta-
mente, evitando que o pó volte a se 
misturar à água, O ideal é tomar a 
água de argila pela manhã, em jejum, 
uma hora antes da ingestão de qual-
quer alimento. 
38 
G E O T E R A P I A 
Escolha a argila adequada 
J_i m diversas partes do mundo os 
entrepostos naturalistas fornecem ar-
gila em pó para a confecção de com-
pressas ou de comprimidos, com espe-
cificações na embalagem a respeito de 
sua procedência. No Brasil, contudo, 
ainda não existe um comércio de ar-
gila que possa ser considerado segu-
ro. Assim, para obtê-la, é necessário 
retirá-la da natureza. 
Existem numerosos tipos de argi-
la, de várias cores e diferentes densi-
dades. A melhor de todas é conhecida 
pelo nome de "tabatinga". De tona-
lidade cinza-arroxeada, é encontrada 
nos cerrados e caatingas. Excelente 
para o tratamento do reumatismo, é 
largamente usada no interior do Bra-
sil por curandeiros e caboclos. Mas a 
argila comum, cor de tijolo, também 
pode ser utilizada e possui ação me-
dicinal intensa. 
A argila de boa qualidade parece 
úmida ou "gordurosa", tem uma con-
sistência tal que cede à pressão dos de-
dos e mantém a forma quando é 
moldada. Deve sei retirada de um lo-
cal despoluído, de preferência de uma 
profundidade de cerca de 1 metro, e 
depois colocada ao sol para secar com-
pletamente. Em seguida é necessário 
transformá-la em pó, esfarelando-a 
com as mãos, e passando-a na penei-
ra de modo a obter um pó bem fini-
nho. Esse pó se conserva por muito 
tempo sem perder suas propriedades 
39 
Fisiognomonia 
Ninguém jamais viu diretamente o próprio rosto, que só é possível conhecer 
através do espelho. Mas, quer queiramos ou não, ele é nossa parte mais 
reveladora, l inguagem silenciosa que nos desvenda para os outros. 
Fisiognomonia é a técnica de co-nhecer e diagnosticar as condi-ções de saúde de uma pessoa 
pela observação de sinais e formas 
da face e outras partes do corpo. 
Ciência antiga, muito utilizada pe-
los médicos orientais, constitui ho-
je um importante recurso de 
diagnóstico da medicina natural e se 
baseia na análise de manchas, rugas, 
marcas, sinais, dilatações, inchaços 
e mesmo na forma natural de uma 
determinada área. 
Para facilitar o estudo e compreen-
der melhor sua aplicação, a fisiogno-
monia divide a face em áreas, cada 
uma delas correspondente a um ór-
gão interno, aparelho ou funções 
biológicas mais importantes. 
10 
12 12 
11 
4j 
FlSIOGNOMONlA 
As áreas ou regiões da face 
Área 1 
Região infra-orbitária ou abaixo da 
pálpebra inferior; corresponde aos 
rins e à bexiga. 
Essa região é ligada ao metabo-
lismo hidreletroKtico, ou seja, refle-
te as condições da distribuição de 
água e sais minerais (mais propria-
mente o sódio, o cálcio e o potás-
sio). Nos organismos cansados, 
devido à ingestão de líquidos em 
excesso, como cerveja, vinho, re-
frigerantes e mesmo água (princi-
palmente durante as refeições), ao 
consumo de alimentos carregados 
em sal ou ainda por uma predispo-
sição orgânica herdada podem sur-
gir bolsas dilatadas e inchadas nesse 
local, indicando más condições da 
função de excreção, acúmulo de lí-
quidos e rins sobrecarregados.' 
Em clínica médica, este sinal é in-
dicativo de má função renal, ocor-
rendo grandes edemas na região 
em casos de insuficiência renal. O 
local pode também apresentar-se 
escuro, encovado, apontando um 
estado de deficiência energética ge-
ral devido ao desgaste acentuado 
das funções renais, com o compro-
metimento de todo o organismo. 
Esta área, no entanto, não é relati-
va apenas aos rins (na medicina 
oriental cada rim corresponde à re-
gião infra-orbitária do mesmo lado, 
ou homolateral), mas a toda a fun-
ção orgânica de excreção de água, 
sais, toxinas do sangue e elemen-
tos metabólicos em geral, na qual 
os rins têm atuação preponderante. 
Quando há ingestão excessiva de 
líquidos ou sais, além da capacida-
de de tolerância do organismo, os 
rins podem "cansar-se", tornar-se 
desgastados e doentes. O resulta-
do será o surgimento de dilatações 
ou inchaços na Área 1, a princípio 
leves, passando depois a modera-
dos, com rugas ou sulcos bem mar-
cados, em seguida para edemas 
maiores, terminando com possíveis 
manchas escurecidas: são sinais de 
falência da função renal, que pode 
ser relativa ou absoluta, aguda ou 
crônica. De qualquer modo, repre-
sentam sinais de desgaste, de en-
velhecimento precoce e de saúde 
abalada. 
A interrupção das causas desses 
problemas torna-se fundamental 
para impedir a continuidade da 
ação patológica e para que haja o 
restabelecimento da saúde — a me-
dicina natural ensina que não exis-
tem remédios capazes de substituir 
o tratamento pelo retorno aos há-
bitos parcimoniosos e à harmonia 
Bolsas e inchaços na 
região abaixo da 
pálpebra inferior 
podem indicar 
acúmulo de 
líquidos e rins 
sobrecarregados. 
41 
FISIOGNOMONIA 
com as leis naturais. Para isso po-
dem ser usados diversos recursos 
naturais, como ervas, remédios ho-
meopáticos, pontos terapêuticos, 
dietas, e t c , que contribuem para o 
tratamento de problemas seme-
lhantes. Em muitos casos, os sinais 
anormais da Área 1 podem desa-
parecer, desde que se estabeleça 
uma terapêutica eficaz. 
Área 2 
Rugas ou sulcos 
entre as 
sobrancelhas 
apontam para 
disfunções do fígado 
ou da vesícula biliar. 
É a região situada entre as 
sobrancelhas; corresponde à vesícula 
biliar e ao fígado 
Essa área pode apresentar-se in-
chada e vermelha, o que indica de 
imediato congestão do fígado; po-
de também — o que é mais comum 
— apresentar rugas ou sulcos, ra-
sos ou profundos, semelhantes aos 
que se formam quando se franze o 
cenho (sem, é claro, que isso ocor-
ra deliberadamente). Neste caso, 
existe uma disfunção do fígado ou 
sua sobrecarga, devido à presença, 
há um tempo considerável, de 
substâncias que agridem ou pertur-
bam a função do fígado e/ou da ve-
sícula. 
Situações assim geralmente são 
provocadas por hábitos pernicio-
sos, como o alcoolismo, excesso de 
alimentos gordurosos,, ingestão 
prolongada de medicamentos, den-
tro de um quadro de predisposição 
herdada, onde tanto o fígado quan-
to a vesícula biliar caracterizam-secomo "órgãos de choque" (mais 
fracos). 
Produtos como o álcool (princi-
palmente vinho de má qualidade e 
os destilados mais fortes), pimen-
tas, frituras, carnes condicionadas, 
vísceras, condimentos fortes (mos-
tarda, molho inglês, e t c ) , vinagre 
artificial, entre outros, têm ação ir-
ritativa sobre o fígado, contribuin-
do para o surgimento de sinais na 
Área 2. No caso de doenças agudas 
ou crônicas do fígado e da vesícu-
la biliar, esses sinais podem ou não 
surgir; mas certamente estarão pre-
sentes quando tais órgãos forem 
agredidos por fatores externos ca-
pazes de prejudicarem a sua fun-
ção natural. 
Área 3 
É a região da testa; indica desgaste 
orgânico generalizado. 
Sulcos profundos, linhas e rugas 
nessa área (independentemente de 
se franzir a testa) geralmente são si-
nais provocados por excesso de tra-
balho mental , preocupações 
constantes, ingestão habitual de ali-
mentos fermentativos irritantes e 
pela presença anormal de líquidos 
no intestino delgado. 
Essa condição fermentativa é pro-
vocada por alimentos como o pão 
branco, o açúcar branco, conservas, 
molhos e temperos, e pela presen-
ça nos intestinos de toxinas deriva-
das das carnes embutidas — 
salsichas, salame, presunto, morta-
42 
FlSIOGNOMONlA 
***** 
( \ 
1 
As marcas, linhas e 
rugas na região da 
testa são comuns em 
pessoas tensas e 
nervosas. 
dela e frios em geral. Convém no-
tar também que pessoas irritadiças 
e muito tensas desenvolvem pro-
blemas intestinais com mais facili-
dade, como colites fermentativas, 
flatulência e diarréias nervosas. As 
marcas fisiognomônicas da Área 3 
dificilmente desaparecem. 
Área 4 
divíduo em sua relação com a vi-
da. Sobrancelhas finas e fracas, por 
exemplo, significam fragilidade 
frente aos conflitos ou às situações 
difíceis; são seres mais sensíveis e 
delicados, assim como as mulheres 
em geral. Sobrancelhas grossas e 
cheias refletem maior resistência e 
adaptabilidade às tensões cotidia-
nas; são pessoas capazes de supor-
tar mais facilmente os reveses ou 
embates estressantes. 
De modo geral, as sobrancelhas 
emprestam uma característica for-
te ao semblante, determinando 
uma qualificação especial ao tipo de 
emoção, estado de espírito ou as-
pecto do indivíduo. As sobrance-
lhas dão, assim, um "acento" ou 
uma qualidade ao olhar e à expres-
são de uma pessoa. Ao bom obser-
vador, elas apontam exatamente o 
principal elemento psicomental que 
"impulsiona" o indivíduo na sua vi-
da, na sua busca, nas suas reações, 
no seu temperamento, etc. Signifi-
ca dizer que cada pessoa mostra em 
suas sobrancelhas o tipo de emo-
ção, sentimento ou "força" que a 
move. 
O diagnóstico, neste caso, depen-
de sobretudo da sensibilidade do 
Região das sobrancelhas ou dos 
supercüios; corresponde às glândulas 
supra-renais. 
Os problemas relativos a esses 
órgãos são detectados pela obser-
vação da forma e da posição das so-
brancelhas. Quando se apresentam 
caídas sobre os olhos, denotando 
sinal de cansaço, existe hereditaria-
mente uma disfunção das glându-
las supra-renais, em geral uma 
redução de sua função, o que tor-
na a pessoa pouco resistente a si-
tuações de stress. 
A forma das sobrancelhas, se 
grossas ou finas, retas ou angula-
res, indica uma qualidade da fun-
ção supra-renal, que se transforma 
numa condição característica do in-
A forma das 
sobrancelhas está 
relacionada com a 
função das glândulas 
supra-renais. 
F I S I O G N O M O N I A 
observador, o que exige muita ex-
periência para obter uma técnica 
cada vez mais aperfeiçoada de diag-
nóstico. Como o mundo psicomen-
tal e bioenergético de cada pessoa 
influencia profundamente sua saú-
de, pelo conhecimento do tipo de 
sobrancelhas podem-se localizar 
causas psicológicas, afetivas ou 
emocionais típicas da estrutura 
mental, bem como os determinan-
tes de certa condições orgânicas ou 
somáticas. 
Os sinais da Área 4 não se mo-
dificam, já que são marcas estrutu-
rais profundas; servem, contudo, 
para ampliar o conhecimento geral 
sobre a saúde de uma pessoa e in-
dicam providências ou caminhos 
adequados para tratamentos. 
Área 5 
As rugas no canto 
externo dos olhos 
podem indicar 
excesso de hormônios 
no organismo 
Regiões laterais de cada olho, na sua 
porção externa; corresponde ao 
metabolismo dos hormônios sexuais. 
O sinal mais característico desta 
área são as rugas conhecidas popu-
larmente como pés-de-galinha e 
seu significado é o envelhecimen-
to precoce do organismo motivado 
por desgaste bioenergético ligado a 
perturbações hormonais. A origem 
é variada, mas sempre vinculada a 
atividade sexual intensa ou à pre-
sença de quantidades excessivas de 
hormônios no organismo; neste ca-
so, esse excesso pode ser causado 
por hiperatividade dos ovários, dos 
testículos, das supra-renais ou da 
hipófise, ou então pela ingestão 
contínua e prolongada de hormô-
nios sintéticos (anticoncepcionais, 
por exemplo). 
Quando presentes nos homens, 
esses sinais revelam produção exa-
gerada de hormônios devido a uma 
vida sexual abusiva, com conse-
qüente desgaste funcional e enve-
lhecimento prematuro. 
Área 6 
Região do lábio superior; 
corresponde ao estômago, à função 
gástrica e às primeiras partes do 
intestino, o duodeno e o jejuno 
imediato. 
Os sinais anormais mais comuns 
dessa área são rachaduras, sulcos, 
protuberâncias, aftas, pontos es-
branquiçados, inchaços, palidez, 
vermelhidão e outros, indicando 
diversos problemas ligados aos ór-
gãos citados. A correlação entre os 
sinais dessa área e os distúrbios in-
ternos é a seguinte: 
• inchaço e vermelhidão: estô-
mago inflamado; 
• pontos esbranquiçados: estô-
mago fraco; 
• aftas na mucosa: fermentação 
no estômago e no intestino; 
• palidez: estômago produzindo 
pouca secreção digestiva ou 
anemia; casos contínuos po-
dem denunciar a presença de 
tumor ou úlcera gástrica 
antiga; 
• rachaduras: fermentação anti-
ga, mau estado geral do estô-
mago e do duodeno; 
4Â 
FlSIOGNOMONlA 
O lábio superior 
pode apresentar 
vários sinais 
anormais que 
costumam 
desaparecer quando 
os órgãos 
correspondentes são 
tratados 
adequadamente. 
possibilidades de úlceras gás-
tricas e duodenais recorrentes 
(que surgem e desaparecem 
deixando cicatrizes internas); 
presentes em crianças e adul-
tos em casos de hereditarieda-
de de estômago deficiente; 
• herpes freqüente: baixa resis-
tência imunológica devido a 
alimentação de baixa qua-
lidade; 
• lábio superior ressecado e sem 
vida: distúrbios nervosos refle-
tindo no estômago; doenças 
gástricas psicossomáticas; úlce-
ras nervosas; 
• lábio superior naturalmente 
grosso: estômago dilatado e 
vísceras digestivas despropor-
cionais, legado de antepassa-
dos carnívoros ou vorazes; 
• sulcos e inchaço: estômago hi-
perativo produzindo acidez ex-
cessiva. 
Muitos sinais aqui apontados cos-
tumam desaparecer assim que os 
órgãos correspondentes à área vol-
tam às condições normais. 
Área 7 
Região do lábio inferior; relaciona-se 
com o intestino grosso. 
Afirma a medicina oriental que 
quando uma pessoa tem, desde o 
nascimento, o lábio inferior muito 
espesso, o seu intestino grosso é 
mais dilatado ou de calibre maior 
que o normal; isto resulta de má 
herança, ou seja, de abusos alimen-
tares dos parentes de gerações an-
teriores. Quando um indivíduo 
apresenta este sinal, a tendência é 
que se manifestem problemas nos 
intestinos, em geral acúmulo de re-
síduos, intestino preso, flatulência 
e cólicas. 
A região pode também exibir sul-
cos, rachaduras, inchaços, bolsas, 
aftas, herpes, ressecamentos, ver-
melhidão, inflamações, e t c , cujos 
significados aproximam-se daque-
les relativos à Área 6, mas, neste ca-
so, voltados para o intestino 
delgado terminal (íleo), cólon as-
cendente, cólon transverso, cólon 
descendente, sigmóide e reto. 
Os maus sinais da Área 7 são 
mais comumente determinados por 
O lábio inferior 
muito grosso 
em geral indica 
problemas nos 
intestinos 
4£ 
FlSIOGNOMONlA 
dilatações, fermentações, gases,

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