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aula 5- sistema digestorio

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Aula 5- Semiologia
Sistema Digestório
Identificação do Paciente e Anamnese
· Anamnese: queixa principal ( O que? Quando? Como?). Em geral, está relacionada com os sintomas mais evidentes apresentados pelo animal que, no caso de distúrbios do sistema digestório, geralmente são vômito, diarreia ou perda de apetite. 
· Tempo de evolução, frequência, progressão, gravidade, intensidade e características do problema
· Avalia se houve melhora ou piora no quadro geral desde que iniciou com os sintomas, se já foi medicado e se apresentou alguma alteração (melhora ou piora) em decorrência do tratamento realizado. Quais medicamentos utilizados? Frequência? 
· Relaciona o problema com algum fato ocorrido? Suspeita de alguma causa? 
· Investigar o manejo sanitário, verificando se o animal é vacinado e vermifugado adequadamente e com qual frequência.
· Alimentação: qual tipo fornece ao paciente? Qual frequência? Questionar o proprietário a respeito do apetite do animal, mudança de hábito alimentar ou no alimento fornecido e ganho ou perda de peso. 
· Coprofagia? (ingestão de fezes)
· Acesso à rua? Por ex: cão que come lixo na rua 
· Tem crianças em casa? Crianças podem dar alimentos aos pacientes; ingestão de brinquedo.
· Características fecais (conteúdo, cor, odor, consistência, volume, variações ligadas a alguma situação específica)?
· Frequência de defecação (normal, aumentada, diminuída)? 
· Postura e características ao defecar (dor, dificuldade etc.)? 
· Se vomita: qual a frequência, conteúdo, sinais associados (sialorreia, alteração na frequência respiratória, inquietação etc.), características e sons emitidos ao eliminar o material? Tem relação com a ingestão de alimentos ou água?
Inspeção é importante observar o seu estado nutricional, se é adequado para sua raça e idade ou se o animal é obeso, magro ou caquético.
 Para isso, deve-se levar em consideração a espécie, a raça e a idade; estar atento à massa muscular do animal, correlacionando essas observações com o manejo nutricional descrito pelo proprietário. Em um animal sadio, as características raciais devem ser compatíveis com a idade e a alimentação fornecida pelo proprietário. Caso as informações obtidas sejam dúbias ou pouco esclarecedoras, deve-se oferecer alimento e água ao animal e observar seu grau de interesse, além da capacidade de preensão, mastigação e deglutição. Esse procedimento é muito útil quando o proprietário relata sintomas como vômito, regurgitação ou engasgo logo após a ingestão, assim como sinais de disfagia.
Distúrbios Digestórios em Pequenos Animais
· Halitose: denomina-se halitose o odor alterado, desagradável ou fétido do ar expirado (hálito); uma queixa ou achado de exame físico frequente. 
· A halitose pode ser decorrente de doenças bucais, nasais, faríngeas, esofágicas, gástricas ou secundária a doenças que cursem com má digestão e uremia. Resultam ainda de coprofagia (ingestão de fezes) ou de dieta rica em proteínas.
· Causas mais comuns: a mais comum é a doença dental, seguida da existência de corpos estranhos dentro na cavidade oral, nasal, faringe ou esôfago e das secreções nasais drenadas para a faringe. 
· Hálito urêmico (odor forte de urina) remete à busca ao sistema urinário (rins). 
· A maioria dos casos pode ser diagnosticada por meio de história clínica e exame físico da cavidade oral e da faringe; 
· Ás vezes é necessário o exame radiográfico das cavidades oral e nasal, faringe ou esôfago ou outros exames complementares, tais como urinálise e dosagem da ureia e da creatinina séricas, para saber a origem da halitose.
· Disfagia: representa a dificuldade ou a impossibilidade de deglutição. A deglutição correta apresenta fases oral, laríngea e esofágica. Processos dolorosos, obstrutivos, disfunções mecânicas (p. ex., fraturas de mandíbula) em alguma fase da deglutição, podem resultar em disfagia. 
· As características clínicas de disfagia incluem dificuldade de preensão, mastigação, engasgos, sialorreia (salivação excessiva) e apetite voraz em função da incapacidade de ingerir quantidade satisfatória de calorias.
· Animais com disfagia bucal apresentam dificuldade de preensão, sialorreia e halitose . Podem demonstrar cuidado excessivo ao pegar o alimento, ter mastigação lenta e cuidadosa (dor), reter o alimento na boca ou mesmo deixá-lo cair após a preensão. 
· Nos distúrbios laríngeos, o paciente pode apresentar engasgos, movimentos de deglutição difíceis e repetidos e demonstrar dor ou dificuldade de deglutição, distendendo exageradamente o pescoço, elevando a cabeça e emitindo sons anormais.
· Raramente os pacientes que sofrem disfagia são inapetentes e, devido à aspiração laringotraqueal, alguns podem apresentar tosse. 
· No exame físico, deve constar a cuidadosa inspeção da cavidade oral, além da palpação da região cervical proximal, procurando sinais de inflamação, ulcerações ou lacerações, fraturas, anormalidades anatômicas (desvios, massas, corpos estranhos). É importante que esse exame seja feito, uma vez que a com muita atenção, pois a maioria dos problemas que causam disfagia pode ser definida com base nos achados do exame físico.
· Fornecer alimento ao animal e observá-lo comendo pode ser fundamental na localização do problema. 
· Se os achados durante a inspeção não forem conclusivos, indica-se o exame radiográfico.
· Regurgitação: É a eliminação de conteúdo alimentar sem esforços abdominais da região esofágica
· Ocorre geralmente antes que o alimento adentre o estômago e não está associada aos sinais característicos do vômito (inquietação, deglutições repetidas, sialorreia, alteração do padrão respiratório, anterior ao processo)
· A idade do paciente é útil na identificação da regurgitação. Animais jovens, especialmente aqueles que iniciaram os sintomas após o desmame, podem ser portadores de distúrbios congênitos, como megaesôfago primário ou anomalias vasculares anelares (persistência do arco aórtico). Cães com dilatação esofágica não obstrutiva (megaesôfago) podem regurgitar de 1 a 2 vezes/semana a até 10 a 12 vezes/dia. Do mesmo modo, alguns animais podem regurgitar logo após a ingestão de alimentos, enquanto outros, várias horas após
· A aparência do material eliminado é de alimento não digerido, o que é típico na regurgitação. 
· O material regurgitado pode ainda adotar um formato tubular, com o formato parcial do esôfago. Essa característica é mais observada em gatos que em cães, e sugere o envolvimento do esôfago como origem do problema.
· O exame radiográfico, em geral, possibilita a localização definitiva do distúrbio esofágico, revelando, por exemplo, se há dilatação e se é secundária à obstrução (p. ex., corpos estranhos, persistência de quarto arco aórtico). O exame endoscópico é indicado para o diagnóstico de lesões inflamatórias ou neoplásicas.
· Vômito: caracteriza-se pela ejeção forçada de conteúdo gástrico e, ocasionalmente, duodenal, pela boca. 
Sempre perguntar na anamnese: é vômito ou regurgitação?
· É um reflexo complexo, controlado pelo centro emético, e requer a atuação combinada das atividades gastrintestinal, muscular, respiratória e neurológica.
· A expulsão do conteúdo gástrico é precedida de sinais como inquietação ou ansiedade, náuseas (salivação, lambedura dos lábios e deglutições repetidas), seguidos do aumento da frequência e superficialização dos movimentos respiratórios, contrações abdominais rítmicas e repetidas que culminam com extensão do pescoço, abertura da boca e expulsão do conteúdo gástrico, que pode ser acompanhada de sons característicos.
· Esse conjunto de atitudes e movimentações executadas antes e durante a êmese é denominado mímica do vômito. Sua observação é de fundamental importância para a diferenciação clínica entre regurgitação e vômito.
· Clinicamente os pacientes que apresentam vômito são separados em dois grupos:
Evolução aguda (até 2 semanas de duração) . Quadros agudos podem ser decorrentes desde causas banais (indiscrições alimentares ou mudanças bruscas de dieta) até processos que ponham a vida do animal em risco, tais como gastrenteriteviral (parvovirose), pancreatite e obstruções por corpos estranho. 
Evolução crônica (mais de 2 semanas de duração). Quadros crônicos costumam ser secundários a doenças metabólicas, degenerativas ou inflamatórias crônicas. A frequência e a duração dos casos crônicos podem variar de semanas a anos.
Sinais de Regurgitação e Vômito
	Características
	Regurgitação
	Vômito
	Sinais prodrômicos
	Ausente
	Presente
	Mímica de vômito
	Ausente
	Presente
	Atividade muscular abdominal
	Ausente (processo passivo)
	Presente (processo ativo)
	Conteúdo alimentar
	NÃO digerido
	Variável
	Formato
	Bolo/ tubular
	Variável (não tubular)
	Muco
	Pode estar presente
	Pode estar presente 
	Sangue
	Raro (ulceração/neoplasia)
	Pode estar presente
	Bile
	ausente
	Pode estar presente 
· A descrição do aspecto e coloração do conteúdo eliminado oferece informações importantes sobre o processo. 
· Nos casos de ulcerações, erosões ou neoplasias, o vômito pode conter sangue vivo ou digerido (aspecto de borra de café), ao passo que a existência de bile, além de descartar a regurgitação, afasta a possibilidade de obstrução pilórica, sugerindo inflamação intestinal, gastroparesia (hipomotilidade gástrica) ou pancreatite. 
· Da mesma maneira, a eliminação de alimento não digerido 10 ou mais horas após a ingestão sugere obstrução pilórica ou distúrbio de motilidade gástrica, uma vez que o tempo normal para o esvaziamento do estômago varia de 7 a 10 h.
· Hematêmese/ Hematemese: Refere-se à existência de sangue no vômito. 
· Diferenciar de hemoptise (tosse com sangue) – avaliar quadro geral e sintomas de cada sistema para fazer diferenciação. 
· Causas: gastrite aguda, gastrenterite hemorrágica, neoplasias, utilização de AINES, corpos estranhos.
· Anorexia: refere-se à completa perda de apetite ou ao desinteresse pelo alimento. 
· Inapetência indica a perda parcial do apetite ou a diminuição do consumo de alimento. 
· Constipação intestinal: significa a passagem de fezes dificultada, infrequente ou ausente, caracterizada pelo esforço ao defecar e retenção de fezes secas e endurecidas no cólon e reto 
· Obstipação: é a retenção intestinal intratável. 
· Incontinência fecal: A incontinência fecal se refere à incapacidade de controlar a eliminação das fezes.
· Diarreia: definida como o aumento anormal do volume fecal, da frequência de defecação e do conteúdo de líquido nas fezes. É importante ressaltar que essas alterações podem ocorrer simultânea ou isoladamente. 
· Disquesia: sente vontade de defecar, porém não consegue ou se consegue apresenta muita dificuldade em defecar. 
· Tenesmo: dor ao defecar 
· Melena: fezes enegrecidas com sangue digerido. 
· Hematoquesia: presença de sangue vivo nas fezes. 
· Dor abdominal: pode ter origem no trato digestório ou em outros órgãos. Na avaliação do animal, deve-se verificar a existência de respostas fisiológicas à dor, como taquicardia, taquipneia, midríase, hipertermia e sudorese.
Características Clinicas Comuns em Doenças do ID e IG
	Características
	ID
	IG
	Perda de peso, desnutrição
	sim
	Não
	Polifagia, coprofagia
	Pode ocorrer
	Não
	Desidratação
	Comum
	Não (normalmente)
	Vômito
	Comum
	Pouco comum
	Volume fecal
	Aumentado
	Normal/diminuído
	Frequência de defecação
	Normal/ pouco aumentada
	Aumentada
	Tenesmo
	Incomum
	Frequente
	Disquesia
	Incomum 
	Frequente
	Hematoquezia
	Incomum
	Frequente
	Melena
	Sim
	não
Exame Físico
· Cavidade oral: halitose, ptialismo ou sialorreia, hemorragia oral, distúrbios na preensão, anorexia, dificuldade ou inabilidade de abrir ou fechar a boca e disfagia. 
· Mucosa oral: (hiperemia, palidez, cianose, icterícia), umidade da mucosa
· Aberta a boca, é necessário avaliar dentição, língua, palatos duro e mole, faringe e laringe. Verifica-se se há cálculos ou resíduos alimentares. Avaliam-se coloração da língua, tipo de superfície, corpos estranhos na raiz ou no frênulo lingual.
· O palato mole deve ser avaliado quanto ao seu comprimento e conformação, verificando-se a ocorrência de anomalias congênitas, tais como fissuras palatinas ou palato mole alongado.
· Glândulas salivares: parótidas, mandibulares, sublinguais e zigomáticas. Essas glândulas são responsáveis pela produção e secreção de saliva mucosa e serosa. A secreção serosa contém ptialina, que participa da digestão, enquanto a secreção mucosa lubrifica o alimento, favorecendo a deglutição. 
Mucocele, sialocele ou rânula acúmulo de saliva no tecido subcutâneo ou submucoso (abaixo da língua), geralmente flutuante, secundário ao bloqueio do ducto ou ruptura da própria glândula. Esse é um sinal clínico comum e consistente, relacionado com o distúrbio das glândulas salivares
· Esôfago: distúrbios esofágicos apresentam regurgitação, disfagia, odinofagia(deglutição com dor), deglutições repetidas, engasgos e salivação excessiva. O exame físico direto do esôfago deve incluir inspeção e palpação das regiões oral e faríngea, visto que o esôfago normal pode ser palpado na região cervical esquerda, no sulco jugular. A porção torácica do esôfago pode ser examinada somente por meio de radiografias ou endoscopia. A ausculta do esôfago cervical e do tórax é de grande ajuda nos casos de dilatação esofágica. É possível auscultar sons de movimento de fluidos. A ausculta do tórax pode detectar sons sugestivos de pneumonia por aspiração
Abdomen: Os órgãos contidos na cavidade abdominal distribuem-se em três regiões:
1. Epigástrica (fígado, estômago, pâncreas, rins e baço )
2. Mesogástrica (os intestinos, ovários, ureter) 
3. Hipogástrica (bexiga, próstata, uretra e reto). 
· Palpação: Sempre que possível, deve ser feita com o animal em estação (os quatro membros poiados no chão). A palpação é feita com as duas mãos, utilizando toda a região palmar e as pontas dos dedos. 
Deve ser iniciada de maneira superficial, de modo que o animal sinta-se confortável e relaxe a musculatura abdominal. Assim, exercendo suave pressão sobre a parede abdominal, avaliam-se a sensibilidade cutânea, o tônus muscular, o conteúdo abdominal, além da tentativa de identificação e delimitação de regiões dolorosas. Nessa fase, uma forte tensão muscular pode significar resposta de defesa à palpação ou dor. Em seguida, de maneira progressiva e cuidadosa, procede-se ao aprofundamento da palpação, feito pelo aumento da pressão exercida pelas mãos (em geral, ambas são utilizadas). Durante a palpação profunda, são avaliados os órgãos contidos na cavidade abdominal, seus formatos, volume, sensibilidade e consistência. Nessa etapa, pesquisam-se a existência de estruturas e o espessamento da parede abdominal.
 Identificação dos órgãos durante a palpação: 
a) Epigástrio: intestino delgado, fígado (quando aumentado), estômago (quando distendido) 
b) Mesogástrio: intestino delgado, intestino grosso, linfonodos mesentéricos (quando aumentados), rins (especialmente em felinos), baço, estômago (quando distendido)
 c) Hipogástrio: intestino delgado, cólon descendente ou reto, útero (quando distendido), bexiga (quando moderadamente distendida), próstata (quando muito aumentada)
· Percussão: é útil quando há alterações ou aumento de volume abdominal, visto que o som resultante da percussão da área alterada dá indícios a respeito do conteúdo, além de possibilitar a delimitação de algumas estruturas. Em geral, utiliza-se a técnica de percussão digitodigital, com o paciente em decúbito dorsal ou lateral. É realizada ao longo das três linhas verticais na parede do mesogástrio ou em qualquer região com a anatomia alterada
· Ausculta: revela ruídos próprios do trato gastrintestinal, que são os borborigmos, provocados pelo deslocamento de gás e líquido no tubo gastrintestinal. Costumam ser ausentes quando o trato está vazio, ao passo que, durante o processo de digestão, é possível auscultar ruídos ininterruptos, baixos e pouco intensos. Borborigmos frequentes, fortes e com ruídos variáveis indicam motilidade intensa. No estado hígido, a passagem de gás e líquido pelas alças intestinais produz um ruído leve, difícil de ser percebido.
a) Prova deondulação (Sinal do piparote, baloteamento): A prova de ondulação auxilia a percussão no diagnóstico de casos de aumento de diâmetro da cavidade abdominal. Para a realização dessa prova, o clínico se posiciona atrás do animal, coloca uma das mãos sobre a parede abdominal e, com a outra mão, golpeia, com o dedo médio ou indicador, a parede contralateral. Esse movimento produz uma onda que avança pelo líquido livre na cavidade peritoneal e que é percebida com a outra mão
b) Análise do fluido peritoneal: Ascite. A ascite resultante de distúrbios do sistema gastrintestinal pode ser secundária a enteropatias, com perda de proteína, ulcerações gastroduodenais, rupturas (peritonite séptica) e outras causas de exsudação. Em alguns animais que apresentam enteropatias por perda de proteínas, as fezes são normais, sendo a ascite o único sinal clínico. Sempre que for detectado líquido na cavidade peritoneal, seja durante o exame físico, radiográfico ou sonográfico, devem-se obter amostras desse fluido para análise (abdominocentese).
· Estômago: As funções do estômago são o armazenamento da ingesta; o início da digestão por meio da maceração do alimento e da hidrólise química, pelo ácido clorídrico e enzimas digestivas; a mistura da ingesta com as secreções digestivas; além do controle da taxa de esvaziamento do conteúdo gástrico para o interior do duodeno. À inspeção, muitos animais apresentam-se debilitados e desidratados, em virtude de perda hidroeletrolítica resultante do vômito persistente e/ou repetido. Durante a palpação, pode-se identificar conteúdo alimentar, eventuais corpos estranhos, além de dilatação e distensão gástrica anormal, por gás ou ingesta (síndrome de dilatação/torção) ou líquido, caracterizando aumento ou abaulamento abdominal, principalmente da região epigástrica. 
· A ausculta do abdome pode revelar borborigmos. A cavidade gástrica, quando vazia, costuma ser silenciosa, mas se percebe barulho com a ocorrência de fluido ou gás, ou durante os períodos de jejum (fase interdigestiva).
· Intestinos: queixa principal será a diarreia. 
· Intestino delgado: A palpação abdominal pode identificar massas intra-abdominais, conteúdo intestinal anormal (gases, fluidos, alimento, corpo estranho), espessamento da parede intestinal e alterações anatômicas, como intussuscepção, por exemplo. Além disso, pode revelar desconforto ou pontos dolorosos, que devem ser localizados e graduados. O espessamento palpável de alças, com formato de “salsicha” ou “dedo de luva”, sugere intussuscepção, ao passo que alças agregadas indicam corpo estranho linear ou aderências.
· Intestino grosso: A maioria das doenças do intestino grosso se manifesta por diarreia ou constipação intestinal, mas pode aparecer também vômito, tenesmo, disquesia e hematoquezia. A palpação abdominal e o toque retal são métodos importantes de avaliação clínica e devem ser realizados rotineiramente nos animais com sinais de intestino grosso.A palpação interna do reto é feita com o animal em posição quadrupedal ou em decúbito lateral direito ou esquerdo, introduzindo-se o dedo indicador protegido por uma luva de borracha e lubrificado, de maneira delicada e cuidadosa, no canal anal. Inicialmente faz-se a avaliação do esfíncter anal quanto a tônus, ocorrência de estenoses e irregularidades. O dedo é então introduzido cranialmente para o exame do reto. Avalia-se a existência de estenoses, corpos estranhos, massas intraluminais, lesões extraluminais e alterações da parede retal. O material fecal obtido no exame retal pode ser avaliado quanto a sua aparência e coloração, assim como a existência de fragmentos ósseos, corpos estranhos, sangue ou muco.
· Fígado: Cães e gatos hepatopatas podem apresentar sintomas decorrentes de lesões gastrintestinais secundárias (vômito, diarreia, melena e hematêmese), sinais frequentemente associados à disfunção hepática (ascite, icterícia e fezes acólicas- fezes sem coloração) ou até mesmo sinais não específicos (perda de peso, anorexia e depressão). Além das perguntas de rotina, o clínico deve questionar a possibilidade de exposição a fármacos e venenos, se o animal apresenta poliúria e polidipsia. A inspeção pode detectar ascite. A palpação abdominal deve ser realizada com paciência e delicadeza, possibilitando o relaxamento da parede abdominal e introduzindo-se os dedos sob as arcadas costais. Deve-se repetir esse procedimento com o animal em posições variadas. O aumento de tamanho torna o fígado palpável primeiramente no epigástrio ventral, enquanto aumentos mais significativos podem deslocá-lo até o epigástrio medial.
· As principais causas de hepatomegalia a serem pesquisadas incluem neoplasia, congestão passiva, acúmulo lipídico (lipidose hepática felina, diabetes melito), abscesso hepático e hepatites.
· Pâncreas: é um órgão glandular com função endócrina (produção de hormônios) e exócrina (produção de enzimas digestivas). O pâncreas pode ser acometido por diversas lesões, de evolução aguda ou crônica, de origem idiopática (atrofia acinar idiopática), degenerativas e neoplásicas, secundárias a sepse, em consequência de traumatismo abdominal ou manipulação cirúrgica. Assim, as apresentações da doença pancreática são bastante variadas e, em virtude de suas características morfológicas e localização na cavidade abdominal, trata-se de um órgão de difícil exploração semiológica. Além disso, sua relação anatômica com vísceras adjacentes – fígado, estômago, duodeno, rins esquerdo e direito, cólon transverso e porção proximal do intestino delgado – pode resultar no comprometimento desses órgãos em caso de doença pancreática.
· Deve-se atentar para animais que apresentem sinais clínicos de distúrbio de má assimilação de alimentos associados a letargia, depressão, anorexia e febre. Para esses pacientes, considera-se inicialmente a possibilidade de doença do intestino delgado ou insuficiência pancreática. 
· Animais de meia-idade ou idosos, principalmente os obesos, alimentados com dieta rica em gordura, costumam ser mais suscetíveis à pancreatite que, quando aguda, pode ser confundida com outros distúrbios gastrintestinais. 
· Em geral, esses pacientes apresentam depressão, anorexia, febre, vômito, dor abdominal e, ocasionalmente, diarreia. Em muitos casos, esses sintomas se iniciam após ingestão de alimento gorduroso. Dessa maneira, o diagnóstico de pancreatite aguda deve ser considerado em animais que venham a apresentar esses sintomas no dia ou logo após algum evento ou ocasião especial que tenha resultado em alteração do cardápio.
Exames Complementares:
· Radiografia
· Ultrassom
· Endoscopia
Equinos- Identificação do Paciente e Anamnese
· Manejo e alimentação: o manejo alimentar é um dos fatores que mais influi na frequência da cólica, juntamente com a verminose, devendo ser amplamente explorado na anamnese. 
· Controle parasitário: a verminose pode ser causa principal da cólica 
· Início do processo: determina a gravidade do quadro
· Características da crise: Cólicas com manifestação súbita com dor contínua e grave ocorrem após alimentação devido à dilatação gástrica ou por hipoxia tecidual Enfermidades com úlceras gastroduodenais são de desenvolvimento clínico lento e curso prolongado, caracterizando forma crônica de evolução.
· Manifestação de episódios anteriores: importante verificar se os episódios anteriores de dor abdominal foram correlacionados a alteração da alimentação ou condições de controle parasitário deficiente; Se o animal já foi submetido a laparotomia exploratória, pois pode desenvolver aderências; Quantas foram as manifestações anteriores, pois episódios intermitentes relacionam-se com úlceras gástricas.
· Tratamentos anteriores 
· Defecação e micção: A eliminação de fezes pelo animal e as suas características (consistência, coloração, odor ou existência de muco) podem ser indicativas da ocorrência ou não do trânsito intestinal, sendo consideradas de relativa importância. A ocorrência de flatulência, principalmente em animais com timpanismo, também deve ser investigada junto ao proprietárioou encarregado, por indicar o funcionamento dos mecanismos de desarme e do peristaltismo.
· Prenhez: deve-se saber se a égua está prenhe e qual a data de cobertura, pois as contrações do parto podem ser confundidas com cólica; éguas no terço final de gestação podem desenvolver torções uterinas. 
· Inspeção: O exame clínico deverá ser iniciado pela observação do animal, procurando-se identificar a atitude, o comportamento, a aparência externa e as modificações do formato do abdômen.
Sinais de dor abdominal observados na inspeção de um cavalo com cólica:
 A) Escavar o chão 
B) Bater com a pata no chão 
C) Olhar para o flanco
 D) Morder o flanco 
E) Rolar, sentar
 F) Sudorese intensa
Exame Físico
Avaliação dos parâmetros vitais: 
A) Temperatura: A temperatura tende a se apresentar dentro da faixa de normalidade nos cavalos com síndrome cólica. 
B) Frequência respiratória: A frequência respiratória está aumentada nos equinos portadores de cólica devido à dor, à acidose metabólica e por compressão do diafragma nos casos de timpanismo gástrico ou intestinal, sejam eles primários ou secundários.
C) FC e pulso: A frequência cardíaca estará aumentada em decorrência da dor (liberação de catecolaminas), hipovolemia e endotoxemia. A avaliação da frequência cardíaca junto a outros parâmetros é importante para o prognóstico, pois, quanto maior a frequência cardíaca, menor a sobrevida do animal. O pulso deve ser medido em ramos da artéria facial ou na digital e, além da frequência, é necessário avaliar as características do pulso. O pulso pode ser:
· forte 
· fraco
· filiforme
· ausente.
Coloração das mucosas e tempo de preenchimento capilar (TPC): TPC normal 2 segundos. 
Avaliação da hidratação:
	Grau
	Peso perdido (%)
	Pregueamento da pele (%)
	Clínica
	Inaparente
	4 a 6
	-
	-
	Leve
	6 a 8
	2 – 4
	Tugor diminuído 
	Moderado
	8 a 10
	6 – 10 
	Mucosas secas
	Grave
	10 a 12
	>10
	Retração ocular
· Cavidade oral: 
a) Preensão de alimento: A preensão, a mastigação e a deglutição são funções mais bem avaliadas quando se permite que o cavalo paste ou ingira água sem auxílio.
b) Mastigação: Os problemas que comprometem a mastigação incluem dor lingual (laceração), dor dentária (fratura, abscesso periapical), malformação dentária, dentes supranumerários, crescimento excessivo, perdas dentárias e pontas dentárias da superfície oclusal resultantes do desgaste anormal.
c) Deglutição: é um ato complexo que envolve os nervos sensitivos e motores e a musculatura da língua, faringe, hioide, laringe e esôfago. 
d) Exame da cavidade oral: O exame físico dos dentes dos equinos busca detectar e quantificar as alterações dentárias e da cavidade oral, propor e instaurar um tratamento e implementar programas de manejo. Os sinais clássicos relatados durante a anamnese, na ocorrência de doença dentária, são:
· Inapetência 
· Dificuldade ou vagarosidade durante a ingestão de água e alimento (preensão, mastigação ou deglutição) 
· Halitose 
· Descarga nasal 
· Perda de peso 
· Aumento de volume facial ou mandibular com trajeto fistuloso 
· Queda de alimento pela boca 
· Armazenamento de alimento nas bochechas
São raras as doenças de glândulas salivares
 Não é possível avaliar adequadamente o palato mole e raramente são encontrados corpos estranhos na região da orofaringe. Esôfago não costuma ser palpável, durante a passagem da sonda nasogástrica, pode-se observar a distensão da parede do esôfago dorsal ao sulco da veia jugular esquerda. 
· As enfermidades mais comumente encontradas são obstrução esofágica, estenose/constrição esofágica, compressão esofágica extrínseca, divertículos, perfurações, esofagite, distúrbios da motilidade esofágica (megaesôfago) e, mais raramente, neoplasias.
Exame do abdômen:
a) Palpação direta: palpação da parede abdominal é importante nos casos em que há suspeita de peritonite, nos quais se deve realizar o teste do rebote, feito por meio de compressão digital profunda do abdome e repentina descompressão. Nos casos de peritonite, os animais respondem com dor
b) Percussão: A percussão do abdome irá indicar a existência de gases ou líquidos dentro das alças ou na cavidade peritoneal. É necessário percutir alternadamente os dois lados do animal, descendo verticalmente desde o flanco até a linha branca, a espaços de 4 a 6 cm, com o animal em posição quadrupedal. A ocorrência de macicez em ambos os lados e horizontalmente indica a existência de líquido na cavidade abdominal, como nos casos de peritonite, ruptura de bexiga ou ascite. Som timpânico costuma ser observado nos casos de timpanismo intestinal, primário ou secundário, Exame físico 
c) Ausculta abdominal: A ausculta deve ser efetuada cuidadosamente nos quatro quadrantes abdominais (ventrais direito e esquerdo, dorsais direito e esquerdo). Iniciar a ausculta pelo quadrante dorsal direito, em que teremos o ruído típico da válvula ileocecal, descrito como gargarejante, ou semelhante a uma cachoeira e, a partir desse ponto, auscultamos então os outros quadrantes. A intensidade e a frequência dos ruídos intestinais de um animal sadio podem variar pelo tipo, quantidade e tempo de alimentação e motilidade intestinal.
Quadrantes Abdominais 
· Sondagem gástrica: A utilização da sondagem nasogástrica no equino com cólica tem múltiplos objetivos, e pode servir para a descompressão gástrica e diminuir a dor e também como meio auxiliar de diagnóstico e via de tratamento.
· Palpação retal: A palpação retal é um exame de fundamental importância em algumas enfermidades que acometem o sistema digestório dos equinos. Para a realização desse procedimento, deve-se conter o animal adequadamente. Deve-se utilizar luva de palpação retal de boa qualidade (fina e elástica que se amolde bem à mão) do lado avesso, pois a costura da luva é suficiente para causar irritação na mucosa retal. A luva deve ser lubrificada ( nitrofurazona, sabão de coco, detergente, óleo mineral etc.), na tentativa de diminuir o atrito na mucosa retal. Introduz-se gentilmente um dedo na ampola retal, depois dois, promovendo a abertura da ampola retal e a introdução dos demais dedos no reto, com o polegar escondido na palma da mão. Para se palparem as estruturas localizadas no lado direito do animal, o ideal é utilizar a mão esquerda e, para o lado esquerdo, a mão direita. Alguns veterinários utilizam apenas uma das mãos para a palpação de toda a cavidade, sendo geralmente aquela não usada para escrever, pois é mais fácil de ser treinada para reconhecer as estruturas anatômicas.
Exames Complementares
· Abdomnocentese
· Radiografia
· Ultrassonografia
· Endoscopia
Bovinos 
· Identificação 
· Queixa principal 
· Condição nutricional 
· Comportamento e postura (se possível, durante alimentação e defecação) 
· Estado dos pelos e pele 
· Tipo de respiração 
· Assimetria abdominal, gemidos 
· Corrimentos (boca, ânus etc.) 
· Coloração de mucosas, linfonodos
· Parâmetros vitais: temperatura corporal, frequência cardíaca, frequência respiratória, frequência dos ruídos ruminais
Exame Físico
· Grau de preenchimento e consistência do conteúdo ruminal 
· Sons anormais (metálicos, maciços, rechaços etc.) 
· Dor na região abdominal anterior (xifoide) 
· Outros: apetite, mastigação, deglutição, defecação etc. 
· Ambiente: Os animais são criados em regime extensivo de pastagem ou são confinados? Resposta pode estar relacionada a : 
· Suplementação inadequada de concentrados 
· Fornecimento de alimentos mofados ou estragados 
· Ingestão de sal mineral molhado ou úmido 
· Ingestão de plantas tóxicas, água ou pasto contaminados por herbicidas e/ou outros produtos tóxicos.
· Assimetria do contorno abdominal: A inspeção do animal a distância é o primeiro passo na conduta do exame do sistema digestório. Importante observar o animal em ambos os lados e determinar o contorno geral do corpo, o grau de simetria de lado a lado, definindo se é unilateral (lado esquerdo ou direito do abdome) ou bilateral. Do mesmo modo, se é dorsal, ventral ou ambos, se a distensão está restrita única e exclusivamente à fossa paralombarou se está comprometendo outras partes do corpo (p. ex., gradil costal)
O sistema digestório dos animais ruminantes pode ser dividido, topograficamente, em duas porções:
· pré-diafragmática (boca, faringe e esôfago) 
· pós-diafragmática. Por sua vez, a porção pós-diafragmática é constituída de: 
· Pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso) 
· Estômago verdadeiro (abomaso) 
· Intestinos (delgado e grosso) 
· Glândulas anexas (fígado e pâncreas).
· Boca, faringe e esôfago: Independentemente da queixa principal do proprietário, a avaliação do sistema digestório dos animais ruminantes deve ser sempre iniciada pelo exame da cavidade bucal.
· Na boca, operam-se três funções de extrema importância para a digestão: 
· apreensão
· mastigação
· insalivação dos alimentos. 
A inspeção externa possibilitará observar se a boca está ou não adequadamente fechada, se existem lesões aparentes (tais como fístulas, feridas e edemas), bem como assimetria dos lábios ou da rima labial.
Principais indícios de envolvimento de boca e/ou faringe: 
a) Extravasamento de saliva pela boca (sialorreia) 
b) b)Boca entreaberta com exteriorização de alimentos (descartar tétano e raiva)
c) c)Protrusão da língua associada à inflamação 
d) d)Dificuldade de apreensão e/ou mastigação e/ou deglutição (disfagia) 
e) e)Emagrecimento progressivo 
f) f)Odor repugnante (necrose)
 Principais causas de alteração de apreensão, mastigação e deglutição em ruminantes: 
· Locais: corpos estranhos, erupção e/ou perda dentária, traumatismo mandibular, glossite, estomatite, periodontite, osteomielite, obstrução faríngea e/ou esofágica . 
· Gerais: tétano, raiva, botulismo
· Rúmen: é o maior compartimento digestório, sendo, portanto, o mais acessível ao exame físico. Possui duas fases: (1) a parietal (ou esquerda) é convexa e se relaciona com o diafragma; e (2) a visceral (ou direita) é um tanto irregular e se relaciona principalmente com omaso, abomaso, intestino, fígado, pâncreas e rim esquerdo. De maneira geral, as alterações do contorno tendem a abaular, inicialmente, a parede abdominal esquerda e, posteriormente, a porção ventral e a parede lateral direita do abdome, à medida que o gás vai se acumulando no compartimento ruminal. A distensão da parede abdominal esquerda é mais comumente causada por enfermidades que afetam o rúmen; contudo, o deslocamento abomasal também promove modificações de volume nessa região. A palpação da parede abdominal esquerda deve ser realizada da fossa paralombar dorsal esquerda em sentido à prega lateral (prega do flanco). Os achados de palpação devem ser comparados com os obtidos ao exame visual, a fim de determinar, com segurança, o grau de repleção e o tipo de material presente no compartimento ruminal. A palpação pode ser superficial, profunda e retal.
A palpação superficial é realizada com a palma da mão ou as pontas dos dedos (usada para avaliar a intensidade e a frequência das contrações ruminais que, quando ocorrem, empurram o punho para fora do flanco); 
 A palpação profunda (realizada com a mão fechada), de grande auxílio na avaliação do tipo de conteúdo ruminal, baseia-se na resistência encontrada (pastosa – normal) como, também, na constatação de aumento de sensibilidade (ruminite). A região abdominal correspondente à porção ventral do rúmen apresenta maior resistência à pressão manual em virtude da grande quantidade de material sólido presente e, à dorsal, menor resistência, pela camada de gás presente. 
· A exploração retal fornece resultados melhores que a palpação pelo flanco, pois todo o saco dorsal é acessível. Ao se elevar o assoalho abdominal, também é possível sentir parte do saco ventral.
· A auscultação é um potente recurso a ser empregado na avaliação do sistema digestório; no entanto, nem sempre a ocorrência de ruídos no rúmen é indicativa de motilidade ruminal normal e, dessa maneira, é necessária atenção cuidadosa a seu ritmo, sua duração e sua natureza. 
· É importante lembrar que a auscultação do rúmen fornece informações sobre a atividade do rúmen e também dos outros reservatórios gástricos, visto que os movimentos desse compartimento estão intrinsecamente ligados aos dos demais.
· Nos bovinos sadios, ocorrem com frequência 7 a 12 movimentos ruminais a cada 5 min, ou 2 a 3 movimentos ruminais a cada 2 min. Sob condições fisiológicas, a frequência encontra-se elevada após a ingestão de alimentos e durante a ruminação. 
· Na rotina prática, ausculta-se por cerca de 3 min, e deve haver, pelo menos, duas a quatro movimentações. 
· A motilidade normal resulta em profundo, sonoro e prolongado ruído que se torna um murmúrio periódico, o qual se exacerba e depois decresce.
· São ouvidos dois ruídos, um aéreo e outro sólido, que ocorrem quase concomitantemente e que correspondem às contrações primária (ciclo de mistura) e secundária (ciclo da eructação) do rúmen. 
· O desprendimento da massa gasosa do material alimentar para a sua superfície origina ruído semelhante ao estourar de bolhas, chamado de crepitação, mais perceptível na região dorsal do rúmen. 
· Já o choque do material sólido (alimentar) contra a parede ruminal durante as respectivas contrações é denominado deslizamento (ou rolamento) e é mais evidente na porção ventral.
· Retículo: O retículo é o mais cranial dos pré-estômagos e, em bovinos, é o menor dos quatro compartimentos. É mais proeminente do lado esquerdo, sendo menor que o abomaso. Todo o exame do compartimento reticular visa detectar o aumento de sensibilidade, tendo em vista a predisposição anatômica de tal órgão para o desenvolvimento de processos inflamatórios, por servir como um reservatório em potencial de corpos estranhos. A inspeção direta do retículo não é realizada em virtude de sua localização, visto que está quase totalmente envolvido pelo gradil costal. A palpação superficial do retículo de bovinos com os dedos é difícil devido à tensão abdominal existente. A palpação profunda é realizada com a finalidade de se verificar aumento de sensibilidade na região xifoide, feita colocando-se o punho fechado sob o apêndice xifoide, apoiando-se o cotovelo sobre o joelho. Durante a palpação, o clínico deve observar se o animal geme ou se há alteração da frequência ou da amplitude respiratória em decorrência da dor, como ocorre nas perfurações da mucosa reticular por corpos estranhos.
· Omaso: O omaso é de formato eliptico e um tanto comprimido entre suas faces parietal e visceral; é claramente separado dos outros reservatórios. A face parietal (direita) está relacionada principalmente com o diafragma e o fígado; a face visceral (esquerda) está em contato com o rúmen, o retículo e o abomaso. É ligado ao retículo pelo orifício retículo-omasal e do sulco ruminorreticular, repousando acima do abomaso. Em virtude de sua localização dentro do gradil costal, o omaso é praticamente inacessível aos métodos usuais de exame como a inspeção, a palpação e a percussão. Muitas vezes, os distúrbios do compartimento omasal são detectados por meio da laparotomia ou ruminotomia exploratória
· Abomaso: a plapação externa é ineficiente. Realiza-se a sucussão ou o baloteamento (auscultação + palpação) pressionando-se alternadamente a parede abdominal com o punho e, quando feita sobre um compartimento que contenha gás e fluido livres, como ocorre no deslocamento abomasal, frequentemente produz ruídos líquidos, como de chuveiro
· Fígado: A avaliação do fígado deve ter como base principalmente dados da anamnese, inspeção de mucosas aparentes, palpação e percussão da região hepática e realização de exames complementares. A inspeção direta do fígado em animais ruminantes é pouco elucidativa, visto que as alterações de contorno abdominal são raramente vistas, mas, quando presentes, ocorrem posteriormente à última costela do lado direito, na região dorsal, por aumento de volume hepático acentuado. No entanto, caso seja observada coloração amarelada de mucosas durante a avaliação geral do paciente, isso pode sugerir comprometimento hepático. A palpação do fígado é feita empurrando-se, com certa pressão,as pontas dos dedos da mão direita por trás do arco costal, apoiando, ao mesmo tempo, a mão esquerda no dorso do animal. O lobo hepático normal não é palpável. Em animais magros, pouco musculosos e cooperativos (que não contraiam excessivamente a musculatura abdominal na manipulação), o aumento acentuado do volume hepático (hepatomegalia) faz com que o bordo direito projeta-se além do arco costal direito, facilitando a sua palpação. O fígado, dessa maneira, apresenta um bordo espessado e arredondado, diferente da superfície delgada e fina observada em animais sadios. Uma forte pressão exercida com as pontas dos dedos sobre os espaços intercostais que recobrem o fígado pode ser de grande valia para revelar a existência de dor, particularmente nos animais com hepatopatias agudas.
· Alças intestinais: localizam-se no lado oposto ao rumen. Por inspeção, é possível apreciar aumentos de volume no flanco direito, no desenvolvimento de timpanismo provocado por torção do ceco, no vólvulo, íleo paralítico. A palpação profunda da parede abdominal direita pode acusar sensibilidade nos casos de enterite ou nos diferentes tipos de oclusão intestinal. Contudo, a palpação retal é bem mais elucidativa e oferece dados importantes, tais como quantidade e grau de umidade do material fecal, estreitamento, sensibilidade, torções etc. À auscultação do abdome direito, são observados ruídos hidroaéreos discretos (borborigmos), que são, muitas vezes, sobrepostos pelos ruídos produzidos pelos reservatórios gástricos, principalmente por aqueles originados no rúmen. Os borborigmos constituem um fenômeno normal quando produzidos com frequência reduzida, pouca intensidade e duração limitada. Os ruídos estarão aumentados em frequência e intensidade nas enterites e, nas fases avançadas das obstruções ou das diarreias, diminuídos, em virtude da eliminação do conteúdo das alças
Exames Complementares:
· Paracentese abdominal 
· Laparotomia exploratória
· Exame de liquido ruminal
· Exame de fezes
· Provas de avaliação hepática
· Hemograma.

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