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APO PENAL - 5

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APO – 5 Disciplina Direito Penal II 
CURSO DIREITO – 2º PERIODO XIV TURMA 
DOCENTE: CHAFEI AMSEI NETO 
DISCIDENTES: DANIEL A. S. NOVAES / FABRICIO COUTINHO 
MEDIDAS DESPENALIZADORAS 
O conceito segundo o professor Luiz Flavio Gomes “Medidas despenalizadoras são 
aquelas que afastam a pena, logo incidem na punibilidade. A Lei nº 9.099/95, que 
regulamentou os Juizados Especiais no âmbito estadual, dispõe sobre algumas medidas 
despenalizadoras para as infrações penais de menor potencial ofensivo. Essa lei foi um 
modo de agilizar os processos brasileiros e tirar a lotação das penitenciárias, substituindo 
a pena privativa de liberdade por pena de multa, ressarcimento dos danos causados. Para 
isso o agente não pode ter a sentença condenatória superior a 2 (dois) anos de detenção 
ou reclusão, e todo crime considerado de menor potencial ofensivo, e toda contravenção 
penal. Todo o dinheiro arrecadado dos dias-multa vai para o “fundo penitenciário”. No 
código penal militar, não se aplica está lei. 
Medidas despenalizadoras, que, na realidade, representam variados tipos de acordo, 
para que, de uma forma menos onerosa para o Estado, bem como para as partes, se 
chegasse a uma solução civil e criminal para o fato. 
Tais institutos compreendem o que há de mais complexo e controvertido em matéria de 
Juizados Especiais Criminais, abrangendo a composição civil, a transação penal e a 
suspensão condicional do processo. 
A composição civil consiste em um acordo de natureza civil (reparação de danos morais 
e materiais) entre a vítima e o suposto autor do fato. Quando homologada pelo juiz, 
atinge a pretensão punitiva estatal, desde que o crime seja de ação penal privada ou 
pública condicionada à representação. Nestes casos a composição civil implicará em 
renúncia ao direito de queixa ou de representação, respectivamente (art. 74, parágrafo 
único, da Lei 9.099/1995). 
Parte da doutrina diverge quanto à nomenclatura utilizada pelo legislador para se referir 
aos efeitos do referido acordo em crimes de ação penal pública condicionada. Sustenta 
que nesses casos, melhor seria usar o termo “retratação” da representação, pois se já 
estamos na fase da audiência preliminar, logo a representação em algum momento foi 
feita, ou em sede policial, ou diretamente ao Ministério Público. 
A transação penal é outra espécie de acordo previsto a ser aplicado aos crimes de menor 
potencial ofensivo. Pelo o que dispõe a Lei 9.099/1995, a transação se concretiza entre o 
suposto autor do fato e o Ministério Público, e, do mesmo modo que a composição civil, 
o momento de sua realização é sempre anterior ao processo, justamente para que não seja 
necessária a sua instauração. Uma vez homologada pelo juiz, também acarretará a 
extinção da punibilidade, desde que o beneficiado cumpra o que fora acordado, segundo 
a orientação da Suprema Corte. 
 
Por longos anos foi alvo de debate nos tribunais superiores a possibilidade de o Ministério 
Público oferecer a denúncia, mesmo após a homologação dos termos da transação, em 
caso de descumprimento injustificado por parte do beneficiado. O Superior Tribunal de 
Justiça havia adotado o entendimento desfavorável à hipótese. Entretanto, a Suprema 
Corte, em sentido contrário, no final de 2014, acabou pacificando a matéria, editando 
a Súmula Vinculante n.º 35: 
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa 
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, 
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. 
É interessante mencionar que a lesão corporal leva possui ação processual penal pública 
condicionada à representação, devido ao art. 88 da Lei. 9.099/95. Entretanto as demais 
lesões corporais possuem ação penal pública incondicionada. Há ainda que se atentar para 
o fato de que, os delitos de lesão corporal leve (exceto de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, vide súmula 542 do STF) e culposa são de competência dos juizados 
especiais criminais. 
Artigo 88 da Lei nº 9.099 de 26 de Setembro de 1995, Art. 88. Além das hipóteses do 
Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa 
aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
 
Finalmente, dentre as medidas despenalizadoras existentes, a suspensão condicional do 
processo, ou sursis processual, é a única que se dá quando já iniciada a demanda. O 
Ministério Público, ao oferecer sua peça vestibular apresenta uma proposta de acordo 
para ser apresentada ao réu após o seu recebimento. Para aqueles que interpretam o 
art. 399 do CPP como norma que autoriza o contraditório antes mesmo da instauração 
do processo, a aceitação da proposta poderia anteceder o referido ato. 
Os pressupostos que autorizam a suspensão condicional do processo encontram-se 
expostos no art. 89, da Lei 9.099/1995, ou seja, aplicável aos crimes cuja pena mínima 
cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, abrangidas ou não por esta lei, desde que 
o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena 
(art. 77 do CP). Isso significa que mesmo para aqueles processos que não estejam 
tramitando em sede de Juizado Especial Criminal será possível a aplicação desse 
instituto. 
Se o réu aceitar os termos da proposta apresentada pelo Ministério Público, o processo 
ficará suspenso por um período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, chamado de período de 
prova, durante o qual se comprometerá a cumprir as condições elencadas nos parágrafos 
1º e 2º, do artigo acima mencionado. Assim, pode-se dizer que o princípio da 
indisponibilidade, característica própria da ação penal pública, também foi mitigado pela 
Lei 9.099/1995. 
 
A medida despenalizadora é aplicado conforme a situação financeira do réu, não podendo 
ser inferior do que 10 (dez) dias-multa. Não se pode aplicar a mesma multa para classes 
diferentes, isso seria injusto. Porém o juiz não pode aplicar mais do que o mínimo se caso 
 
o réu não possui renda o suficiente para o sustento da família, deste modo acabaria 
causando uma injustiça. Por exemplo: é justo aplicar a mesma multa para uma pessoa que 
ganha um salário-mínimo (R$1.045,00) e outra que ganha um valor de R$ 25.000,00? E 
nesse valor da multa seria de R$500,00. Qual deles foi o mais prejudicado? Claro a pessoa 
que ganha um salário-mínimo. Por está razão que é variável a multa aplicada. 
 
Segundo o doutrinador Fernando Capez, o objetivo fundamental dessa lei “é dar 
cumprimento ao disposto no art. 5º, XLVI, da Constituição Federal, que prevê a pena de 
prestação social alternativa, e atingir as seguintes metas: (i) diminuir a superlotação dos 
presídios e reduzir os custos do sistema penitenciário; (ii) favorecer a ressocialização do 
autor do fato, evitando o deletério ambiente do cárcere e a estigmatização dele decorrente; 
(iii) reduzir a reincidência, uma vez que a pena privativa de liberdade, dentre todas, é a 
que detém o maior índice de reincidência; (iv) preservar os interesses da vítima.” 
 
 
ETAPA – 2 
 
ADOÇÃO DO SURSIS 
 
NÚMERO DO PROCESSO: 0000190-50.2018.8.26.0642 
COMARCA: UBATUBA 
CRIME COMETIDO: artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, Conduzir veículo 
automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que determine dependência 
QUANTIDADE DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE APLICADA: A pena 
prevista no artigo 306 é de penas de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Porém o réu não foi condenado devido a aplicação do sursis. 
ESPECIFICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO APLICADA: 
Pagamento de fiança. 
DATA DA SENTENÇA: 17 de setembro de 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
NÚMERO DO PROCESSO: 1500131-39.2019.8.26.0549COMARCA: Santa Rosa de Viterbo 
CRIME COMETIDO: artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, Conduzir veículo 
automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que determine dependência 
QUANTIDADE DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE APLICADA: A pena 
prevista no artigo 306 é de penas de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. O 
júri aplicou o sursis, entretanto, o réu descumpriu as condições do benefício, sendo 
revogada a suspensão condicional do processo. 
ESPECIFICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO APLICADA: 
cumprimento de seis meses e sete dias de detenção, em regime inicial aberto, ao 
pagamento de dez dias-multa no valor unitário mínimo, e ao cumprimento de dois meses 
e quinze dias de suspensão do direito de dirigir veículos automotores; substituída somente 
a pena de detenção pelo pagamento de uma prestação pecuniária no valor de um salário 
mínimo nacional vigente ao tempo do pagamento em favor da APAE de Santa Rosa de 
Viterbo. 
DATA DA SENTENÇA: 18 de setembro de 2020

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