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Alisson Rocha Os tipos penais podem ser classificados de inúmeras formas. Dentre as mais importantes e relevantes na doutrina, estão a classificação em tipos básicos, qualificados e privilegiados, tipos compostos e elementares, tipos de dano e de perigo, tipos comissivos e omissivos, tipos simples e complexos e tipos formais e de resultado (VARGAS, 1993). Os tipos básicos, como definido por Vargas (1993), são “o ponto de partida, a que se pode acrescentar uma variante qualificada ou privilegiada”, referindo-se a uma conduta fundamental. Os tipos qualificados, por sua vez, são aqueles que modificam os limites mínimos e máximos estabelecidos para a figura básica, em razão da maior reprovabilidade da conduta como, por exemplo, devido à ocorrência de resultado mais gravoso. Já os tipos privilegiados, são aqueles que recebem pena menor, em razão da presença de circunstâncias que reduzem a censurabilidade de uma conduta. Em outra classificação, os tipos elementares são aqueles que a conduta compreende uma única ação, como ocorre, por exemplo, no delito de lesão (ofender a integridade física de alguém). Já os delitos compostos são aqueles que o tipo penal descreve uma pluralidade de ações, em que cada uma delas consuma a figura típica como ocorre, por exemplo, no delito de posse irregular de arma de fogo de uso permitido. De acordo com Brasil (2003, art. 12): Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. (BRASIL, 2003 apud VARGAS, 1993). Já os tipos simples ofendem apenas um bem jurídico, enquanto os complexos protegem dois ou mais bens jurídicos (Vargas, 1993). Por outro lado, o que diferencia os delitos de dano e de perigo é o resultado. Nos primeiros, é exigível para a consumação típica a efetiva lesão ao bem jurídico, enquanto nos outros se exige unicamente a probabilidade de lesão (VARGAS, 1993). Outra classificação importante é a que distingue os tipos penais em comissivos e omissivos e se baseia na literalidade da lei penal. Se o preceito primário do tipo penal descrever uma conduta positiva como matar alguém, o tipo será comissivo. Se, por outro lado, o tipo descreve um dever de abstenção, o tipo será omissivo, como ocorre, por exemplo, no delito previsto no art. 135 do Código Penal (VARGAS, 1993). Por fim, os tipos formais, são aqueles que não exigem a ocorrência de resultado naturalístico – modificação no mundo exterior – se consumando quando o agente pratica a ação descrita no tipo penal. Os delitos de resultado, também chamados de crimes materiais, são aqueles cujo resultado naturalístico é exigido (VARGAS, 1993).
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