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A1 - Parte 2 - Resilição

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO 11 
AMANDA CARDOSO PIRES – RA: 6226317 
ANDRÉ CAMPOS CASTELLON – RA: 6598380 
BEATRIZ BATISTA FREIRE – RA: 5870646 
RENZO ZANATTA – RA: 6607947 
RODRIGO ASSAR VALPEREIRO – RA: 6589972 
WILLIAM MENDES VULCANO – RA: 7369115 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A1 – PARTE 2: CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CONTRATUAL 
 
SÃO PAULO 
2021 
A extinção do contrato ocorre quando este desaparece do mundo jurídico, isto é, quando 
as obrigações contratuais já não podem mais ser exigidas judicialmente. Logo, ainda que 
o contrato exista, seus efeitos são neutralizados. Assim, por exemplo, as obrigações civis 
que, em decorrência da prescrição, se tornam obrigação naturais já não podem mais ser 
exigidas, embora permaneça o contrato. (AZEVEDO, 2018, p. 92) 
Entre as formas de extinção dos contratos, está a resilição unilateral, previsto no art. 473 
do Código Civil de 2002, que “não deriva de inadimplemento contratual, mas, sim, 
unicamente da manifestação da vontade” (GONÇALVES, 2019, p. 952). Desse modo, 
com fundamento na vontade presumida dos sujeitos, eles se reservam ao direito de 
arrependimento, submetendo-se à perda ou ao pagamento em dobro das arrais 
penitenciais, como prevê o art. 420 do CC. 
A resilição é o meio próprio para dissolver os contratos por tempo 
indeterminado. Se não fosse assegurado o poder de resilir, seria impossível ao 
contratante libertar-se do vínculo caso o outro não concordasse. Pode ocorrer, 
assim, somente nas obrigações duradouras, contra a sua renovação ou 
continuação, independentemente do não cumprimento da outra parte, nos casos 
permitidos na lei [...] ou no contrato (GOLÇALVES, 2019, p. 952) 
Além disso, a resilição unilateral não depende de pronunciamento de juiz, somente 
depende da vontade presumida do sujeito, produzindo efeitos ex nunc, ou seja, não 
retroativos. Dessarte, a condição de validade da denúncia unilateral é a notificação da 
outra parte, somente gerando efeitos quando chega ao conhecimento desta (declaração 
receptícia da vontade), conforme prevê o art. 473 do Código Civil: “a resilição unilateral, 
nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia 
notificada à outra parte”. Por fim, não se exige justificação sobre o ato de resilir, desde 
que obedeça à justa causa, sob pena de ficar obrigada a parte que resiliu injustamente a 
pagar à outra por perdas e danos. Logo, quando há a resilição unilateral, não há pagamento 
indenizatório, tendo em vista que “quem resile ou denuncia exerce regularmente esse 
direito de resilir ou de denunciar” (AZEVEDO, 2018, p. 94). 
Por outro lado, a posição doutrinária de Álvaro Villaça Azevedo diverge, afirmando 
existir várias espécies de extinção dos contratos, entre elas a inexecução das obrigações 
contratuais, que se pode dar por meio de culpa ou não, de modo voluntário ou 
involuntário. No caso da resilição unilateral e bilateral (distrato), o autor as conceitua 
como inexecução não culposa voluntária das obrigações. Posto isso, a extinção do 
contrato por resilição unilateral se verifica quando uma das partes não executa suas 
obrigações contratuais, mas inexiste a culpabilidade do agente. 
Para exemplificar, pode-se valer da Súmula 412 do STF, que preconiza que “no 
compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, 
por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização 
maior, a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo.” 
Dessa maneira, quando estipuladas num contrato as arras (ou sinal) penitenciais, é 
garantido o direito da parte de se arrepender e desistir do negócio jurídico, pois estaria 
meramente exercendo seu direito ao arrependimento, não havendo, desse modo, direito 
a indenização suplementar – de acordo com a previsão do art. 420 do Código Civil. 
Ademais, o parágrafo único do art. 473 do CC prevê uma forma de atenuação do 
princípio do pacta sunt servanda, visto que é suspenso os efeitos da resilição unilateral 
do contrato quando “uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua 
execução”, produzindo efeito somente após “transcorrido prazo compatível com a 
natureza e o vulto dos investimentos”. 
Na hipótese, em vez de simplesmente determinar o pagamento de perdas e 
danos sofridas pela parte que teve prejuízos com a dissolução unilateral do 
contrato, o legislador optou por atribuir uma tutela específica, convertendo o 
contrato, que poderia ser extinto por vontade de uma das partes, em um 
contrato comum, com duração pelo prazo compatível com a natureza e o vulto 
dos investimentos. (GOLÇALVES, 2019, p. 953) 
Sendo assim, mesmo que ocorra a resilição unilateral, seus efeitos são postergados, a fim 
de não prejudicar a outra parte que investiu significativamente para a execução contratual. 
Portanto, esse dispositivo se harmoniza com os princípios da boa-fé objetiva e do 
equilíbrio econômico. 
Exemplificando: num contrato de comodato de imóvel sem prazo, não é razoável que o 
comodante solicite a restituição do imóvel poucos dias após o comodatário se instalar e 
ter realizado obras para ocupá-lo, sem a ocorrência de fato superveniente que justifique 
essa medida. Nesse caso, o prazo para a restituição do imóvel pode estender-se por muito 
mais tempo, com o fito de não prejudicar financeiramente o comodatário. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
AZEVEDO, Álvaro V. Curso de direito civil: teoria geral dos contratos. 4th edição. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2018 
GONÇALVES, Carlos R. Esquematizado - Direito civil 1: parte geral - obrigações - 
contratos. 10th edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2019.

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