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Enfermidades Infecciosas 1 Lívia Maria Clostridioses Intoxicação: quando um animal ingere a toxina de uma bactéria Infecção: quando um agente infeccioso consegue se multiplicar dentro de um hospedeiro Clostrídios São bacilos gram positivas e em geral anaeróbicas. Produzem endósporos, estão presentes no solo, no trato alimentar de animais e nas fezes. Doenças de progressão muito rápida (agudas) e com letalidade, quadros de mionecrose. Fator de virulência: • Esporulação (ocorre quando a bactéria está em ambiente com O2) • Flagelos • Toxinas CLASSIFICAÇÃO DOS CLOSTRIDIOS DE ACORDO COM A CARACTERISTICA DE PATOGENICIDADE 1. Clostridios neurotóxicos • C. tetani • C. botulinium 2. Clostridios histotóxicos • C. Chavoei • C. septicum • C. perfringes A 3. Clostrídios enteropatogênicos • C perfringes A-E • C.difficile BOTULISMO O que chama atenção quando um animal tem botulismo? R: paralisia flácida, de progressão lenta. Por que não temos um medicamento especifico para botulismo, não consegue reverter os quadros? R: Por que a toxina está nas fibras nervosas do musculo Conhecida como doença da vaca caída – o que se observa é que de forma súbita os animais começam a cair, apresentam dificuldade de locomoção, fraquezas de membros anteriores, levando a paralisia flácida. Etiologia • Clostridium botulinum • Bacilo gram-positivo • Neurotoxinas A B, C (1,2), D • Endósporos O que diferencia esse bacilo de outros bacilos? 1.resistencia ao ambiente-os endósporos permite que ocorra diminuição das atividades do seu metabolismo e esperar o momento oportuno Resistência • 6 meses em cadáveres • Aquecimento – 120º / 5 minutos (endósporo) • HCl – 10% - 1h • Formalina 20% - 24hrs O animal veio a óbito se eu identifico a bactéria naquele animal, isso significa que aquela bactéria foi a causa morte do animal? R: Não, porque é uma bactéria que este presente no solo e no trato digestivo desses animais (intestino). Importante no ponto de Enfermidades Infecciosas 2 Lívia Maria vista de diagnostico, para fechar o diagnostico precisa ver a clinica e pesquisar a toxina (biopsia hepática) Epidemiologia • Oferta de cama de frango – proibido no Brasil (encefalopatia espongiforme) • Fezes de frango podem conter o clostrium • Doença que ataca o rebanho • Bovinos, pequenos ruminantes e bubalinos e aves comerciais Fonte de Contaminação • Solo • Água • Alimentos • Trato digestivo animais Associação de: - De que forma o manejo nutricional pode predispor a ocorrência de botulismo? R: deficiência de minerais através da osteofagia Qual o mineral que estando deficiente acaba acarretando a osteofagia → deficiência de fósforo - Por que o osso que o animal mastiga passa a ser um risco para a ocorrência do botulismo? R: Por que aquele osso de animal, entrou em decomposição e nesse ambiente o clostridio pode estar presente. No processo de putrefação ouve diminuição de oxigênio para aquele tecido, promovendo um ambiente de anaerobiose. Havendo produção de toxina que é liberada por todo tecido ósseo. A suplementação do animal e não deixar carcaças de animais disponíveis no pasto (enterrar bem fundo) Fatores predisponentes • Surtos – consumo de água infectada • Toxina – estrutura óssea • Local do cocho / ambiente úmido • Compactação de matéria orgânica – ambiente sem oxigênio, causando a produção de toxina • Osteofagia • Ingestão de cama de frango • Vaca entra numa água contaminada, essa água na altura da mucosa da vagina – pode haver infecção / macho pode ocorrer também Matéria orgânica em decomposição + Anaerobiose Enfermidades Infecciosas 3 Lívia Maria Cães podem apresentar a doença com uma clínica muito similar, porém com um potencial de resposta melhor, do ponto de vista de recuperação. • Armazenamento – silagem (ambiente ideal para botulismo) Patogenia 7 7 Na junção neuromuscular é onde de fato a toxina irá atuar. Clinica clássica de um animal com botulismo → paralisia flácida Essa toxina quando chega na junção neuromuscular ela não permite que o impulso elétrico (contração) seja liberado na fenda pós-sináptica As neurotoxinas vão se ligar a essas vesículas e não permitem que essas vesículas elas cheguem na porção terminal e liberem os neurotransmissores (acetilcolina) na fenda sináptica. O animal começa com um paresia, tem dificuldade de se locomover... Animal fica com a língua caída, perdendo essa motilidade ele passa a salivar mais, devido a dificuldade de deglutição, dificuldade na apreensão dos alimentos. Paralisia flácida progressiva Musculatura Dificulda. Musculat. locomoção mastiga/deglutir card/respt Essa toxina está atuando a novel de axônio terminal, por isso nenhum medicamento consegue agir ali. Se essa toxina foi ingerida em poucas quantidades o organismo pode metabolizar. Sintomas clínicos • Dificuldade de locomoção • Animais apáticos • Língua protusa/ flácida • Posição de autoausculta A raiva sempre vai ser pensada como diagnostico diferencial Uma coisa que tem na raiva e não encontramos no botulismo? R: Movimento de pedalagem, progressão que cursa para espasmo muscular. Não se encontra esses sintomas no botulismo. Evolução da doença Hiperaguda – óbito até 24 horas (mais comum) Aguda – Via oral (ingestão toxina) Intestino (Absorção intestinal) Via hematogêna /linfática Junção neuromuscular Enfermidades Infecciosas 4 Lívia Maria Subaguda Crônica – não é muito comum O que vai definir a progressão é o estado imunológico do animal, a quantidade de toxina consumida. Diagnóstico • Histórico • Alimentação • Tempo de evolução da doença • Já teve casos na propriedade • Os sinais que os animais apresentavam • Suplementação dos animais • Se oferta cama de frango para os animais • Diagnostico clinico e epidemiológico • Exame complementar: • Analise bioquímica • Analise hematológicas • Necropsia • Histopatológico Hemograma/ leucograma o que a gente pode ver de alteração nesses exames que nos dê a ideia de suspeita de botulismo? R: Não apresenta alteração, pois é uma doença de evolução muito rápida Preciso ter cuidado com necropsia desses animais, por conter a toxina ali. Ausência dos achados macroscópicos também é um achado. - Fígado, conteúdo ruminal, conteúdo intestinal pode pegar esse material e submeter a dosagem e observação dessa toxina. O conteúdo é coletado e colocado em alguns animais de laboratório, se ele apresentar sintomatologia pode confirmar o diagnóstico. Diagnóstico diferencial • Raiva • Plantas toxicas • Poliencefalomalacia • Listeriose • Hipocalcemia – diminuição de cálcio no pós-parto, o animal tem dificuldade de locomoção e começa ficar muito fraco e cai (paresia e flacidez): pergunta simples que pode ser feita é, quanto tempo essa vaca pariu, hipocalcemia acontece nas primeiras horas ou dias após o parto, ou imediatamente. • Conduta terapêutica Não tem tratamento específico para esses animais Imunogênicos – porém não tem a eficiência que o soro antitetânico • Alimentação via sonda • Uso de laxantes – para eliminar toxinas • Reposição hídrica-eletrolítica • Alterar a posição do animal para evitar as lesões de decúbito ou lesão muscular ➢ Vacina é extremamente importante Enfermidades Infecciosas 5 LíviaMaria ➢ Manejo de cadáver
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