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Modelo medico e social da deficiência

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O modelo médico da deficiência vê o sujeito como objeto de intervenção e a deficiência como característica patológica daquele indivíduo, ao qual esse sujeito deve passar por um processo de recuperação, ao qual será chamado de reabilitação, que tem como objetivo integrar esse indivíduo e a sociedade.
Esse modelo toma o indivíduo como deficiente, como um objeto isolado do resto das relações sociais, das questões ambientais e afins, esse sujeito é resultado de um processo biológico, o modelo médico foca no indivíduo e no déficit, ou seja, naquilo que ele perdeu ou aquilo que ele não conquistou tendo o desenvolvimento humano considerado como um como modelo, tendo o déficit como resultado de uma lesão, que se tem como pelo processo cuja a explicação é biológica, ainda que possa ter sido produzida por um acidente, uma infecção, um problema genético ou até mesmo uma violência.
Fica por compreendido que no modelo médico a deficiência é o resultado da lesão, então pode ser hereditária, congênita ou adquirida, é fundamentalmente localizada no indivíduo, ou seja, a deficiência é uma característica daquele indivíduo, nesse modelo ela é entendida como um atributo físico, intelectual ou psíquico do indivíduo.
Segundo Fletcher (1996), citado por Sassaki (2010, p.29), “ tradicionalmente, a deficiência tem sido vista como um ‘problema’ do indivíduo e, por isso, o próprio indivíduo teria de se adaptar à sociedade ou ele teria de ser mudado por profissionais através da reabilitação ou cura”. Algo que vai imperar no modelo médico será a reabilitação, a tentativa de cura, de recuperar esse corpo a voltar ao desenvolvimento humano considerado como modelo. O foco não é tirar a importância da reabilitação, pois ela tem a sua importância, o foco é saber para qual objetivo ela é usada, para tornar esse sujeito o menos deficiente possível ou aumentar a autonomia desse sujeito? A questão será que só é possível esse sujeito ter maior autonomia e maior bem estar deixando de ter certas características e passando a se comportar como um ser sem deficiência ou com uma deficiência suavizada pelo processo de reabilitação? A reabilitação segue a lógica de incluir ou integrar esse sujeito na sociedade? Tendo em vista que o modelo médico está baseado na lesão e no indivíduo e na ideia de reabilitação de forma que esse indivíduo passa estar apto a conviver socialmente, essa é a lógica da integração, quando o indivíduo deficiente faz alguma coisa para poder conviver como as pessoas sem deficiência na lógica e nas regras das pessoas sem deficiência.
A integração social se atém no indivíduo com deficiência ter que ser comportar na lógica é nas regras da sociedade majoritariamente sem deficiência, a fim de adquirir normalidade, ser o mais parecido possível com os elementos e os indivíduos que não possuem deficiência, então normalização é o projeto estético político de colocar determinados corpos dentro da esfera da patologia, da deficiência, e desse lugar alguns conseguiram sair por meio da reabilitação, e esses serão considerados normalizados.
O modelo social da deficiência surgiu como uma crítica ao modelo médico, ao colocar a deficiência e não o indivíduo em foco, enfatizando as relações sociais, aqui a deficiência não é um resultado de uma lesão, mas o resultado de uma inter-relação entre o indivíduo, o espaço e a sociedade e como essa relação produz uma desigualdade, uma desvantagem social para a pessoa com deficiência, essas desvantagens sociais são resultados mais das barreiras colocadas na sociedade do que das lesões. A ênfase está no sujeito em relação com a sociedade, nas relações sociais, aqui é a deficiência não é uma característica patológica, mas sim uma característica do indivíduo.
No modelo social a deficiência não está na característica que o indivíduo tem, mas no valor dado pela sociedade a ela, que podemos reconhecer nos preconceitos, nas violências dirigidas a esses indivíduos, na inacessibilidade aos espaços públicos, na educação de má qualidade. Nesse modelo quando falado de deficiência estar a dizer sobre as barreiras impostas por uma sociedade majoritariamente constituído por pessoas sem deficiência.
Segundo Diniz (2012, p.20) “deficiência passou a ser um conceito político”, portanto a deficiência deixa de ser um objeto determinado por critérios científicos, para ser um conceito que na política tem a sua definição, a deficiência é a expressão da desvantagem social, e não as características físicas, psíquicas ou intelectual de alguém. Se agora é um conceito político, devesse ter políticas para transformar o que é desvantagem social em equidade.
Se no modelo médico entendesse a deficiência como uma característica patológica do indivíduo, no modelo social ela se dá nas relações sociais, por isso a forma de intervenção, da criação de políticas públicas não deve se ater numa visão integracionista, porém busca-las através da inclusão, “conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sócias gerais, pessoas com deficiência (além de outras) e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade” (SASSAKI, 2010, p.39), ao qual não busca mudar o indivíduo, mas as relações, e são as relações que precisam ser novamente elaboradas, então inclusão é o processo ao qual quem se adapta é a sociedade, onde ocorre as relações sociais, se tornando um local plural, mas diverso para os elementos que nela a compõem.
Referências
DINIZ, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2012.
SASSAKI, R.K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 8 ed. Rio de Janeiro: WVA, 2010.

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