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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Tarefa 6 – Textos Sagrados em Diálogo Com base na "Literatura sagrada - Textos sagrados em Diálogo", faça o que se segue. • Dizer em que consiste a canonização de um texto. (1 ponto) A canonização de um texto consiste em fazer um texto que já é portado de autoridade, respeitado e reconhecido, um texto sagrado. Textos sagrados dizem muito mais que aquilo que seus canonizadores podem ter pretendido quando os estabeleceram. Aliás, a canonização de um texto supõe que ele já goze de autoridade e reconhecimento prévios. No caso da Escritura judaica, textos como os Salmos já faziam parte do cotidiano de Israel muito antes que fossem canonizados; aliás, seus poemas só foram reconhecidos como sagrados porque antes foram cantados ou recitados, colecionados e transformados em cancioneiro. • Indicar as condições para que um texto se perpetue, os conflitos e opções no momento da passagem da oralidade para o registro escrito. (1 ponto) Os textos sagrados nascem do mito, pois, nesta forma simbólica de expressão, as pessoas buscam encontrar explicações para a sua realidade, orientações para a vida e para o pós-morte. Ainda hoje, há algumas tradições religiosas que se utilizam da oralidade, como, por exemplo, as culturas nativas, as indígenas, as australianas (aborígines), as africanas, entre outras. Nestas, a oralidade é o meio utilizado para repassar os ensinamentos revividos em diferentes rituais. Apesar de algumas dessas culturas dominarem a escrita, preferem preservar o texto oral para que a mensagem divina não perca a sua essência. Outras tradições religiosas, com o advento da invenção da escrita, fizeram a opção de escrever os seus textos sagrados, como forma de garantir a preservação de seu conteúdo. Entre as tradições com registro escrito dos textos sagrados tem-se, por exemplo, a judaica, a cristã, a muçulmana etc. Essencialmente, os textos sagrados desenvolvem os pressupostos básicos da vida em comunidade e colocam o homem diante da interpretação da manifestação do sagrado que seu grupo incorpora, de forma institucionalizada, organizada. São nos textos sagrados que são preservados todos os princípios doutrinários que orientam as tradições religiosas e as culturas, a sociedade, que pertencem. Estes fundamentos dos textos sagrados não nascem prontos e acabados. São, invariavelmente, uma construção histórica de um povo, de uma civilização, conforme o juízo crítico de sua forma de vida na concretude da vida terrena. Vêm, inicialmente, da experiência e são transmitidos de maneira oral ou escrita (pergaminhos e papéis etc.). Muitas tradições religiosas, ao realizarem essa transferência para a escrita, elaboram as normas e critérios para se preservar a fidelidade à originalidade do texto, para não serem descaracterizados. Entre as funções dos textos sagrados, está também a tentativa de se manter os sonhos e utopias das pessoas. Os textos sagrados fazem com que elas mantenham vivas suas esperanças, seus ideais, acreditando ser possível realizar suas expectativas de construção de uma existência o melhor possível, enfim, de um mundo melhor. A palavra escrita, ao ser interpretada, pode trazer um único sentido ou múltiplos sentidos, podendo ou não estar disponível a possibilidade de interpretação por parte dos fiéis ou seguidores. Para aquelas que argumentam que o texto não pode ser interpretado pelos fiéis, a revelação do divino é tida como única e inquestionável. • Faça uma ficha de identificação de todos os textos sagrados (Nome, data de nascimento tradição a que pertence, autores - se houver informações - , divisões e subdivisões) apresentados no artigo “palavras divinas em escritos humanos: os livros sagrados das religiões”. (1 ponto) Um dos livros sagrados para os hinduístas, que foi compilado por volta de 3.000 a.C., chama-se Vedas. Trata-se de quatro coleções de hinos, orações e textos ritualísticos, revelados aos antigos sábios. O mais antigo e sagrado é o Rig Vedas. Vedas significam “saber e conhecimento”. É considerada pela história a escritura sagrada mais antiga da humanidade. Os Vedas podem ser divididos em duas grandes partes. A primeira parte o Shruti (ouvidos) e neles estão os textos revelados. E o segundo o Shmriti (lembrados) são textos que o próprio homem produziu. A Torá é livro sagrado para o judaísmo e pode ser entendido como “lei”, mas originalmente significa “ensinamento” ou “instrução”. Tradicionalmente é escrito em pergaminhos. Na Tora é contada a história do povo judeu e nela existem as leis judaicas que fazem parte da aliança de Deus com o povo escolhido e, por isso, devem ser observadas integralmente. São 613 leis ou obrigações fundamentais para os judeus que estão descritas no livro sagrado. Entre essas leis estão os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra, o livro de orações diárias (Siddur), as festividades (Mahzor), os rituais, as regras de higiene e as leis morais O Corão é o livro sagrado para o islamismo. Os seguidores acreditam ser a revelação da fala ou Palavra de Deus. Para os muçulmanos a mensagem divina foi transmitida para profetas anteriores, como por exemplo, Moisés e Jesus, mas foi corrompida pelos homens. Portanto, para os muçulmanos, somente o Corão expressa sem falhas a Palavra de Deus. Corão, ou Qur'na significa “leitura” ou “recitação”, e suas palavras geralmente são cantadas porque quando Muhammad (Maomé) recebeu os primeiros versos, em 610 d.C. do anjo Gabriel, ele pediu que fossem recitados. Bíblia, texto sagrado para o cristianismo e significa “livros”. A Bíblia não é um único livro e sim uma coletânea de 73 livros para os católicos e ortodoxos e 66 livros para os evangélicos ou protestantes. A Bíblia possui um grande valor espiritual e religioso para todo cristão. A Bíblia está dividida em duas grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. No Antigo Testamento, temos o relato da experiência religiosa do povo israelita e sua origem. No Novo Testamento está descrita a vida e obra de Jesus Cristo e nele também encontramos fatos que originaram a Igreja Cristã. Os espíritas não chamam seus livros de sagrado e sim livros que servem para o estudo e aperfeiçoamento individual. Podemos citar cinco obras básicas escritas por Allan Kardec: - Livro dos Espíritos – 1857. - Livro dos Médiuns – 1861. - Evangelho Segundo o Espiritismo – 1864. - Céu e Inferno – 1865. - A Gênese – 1868 Tao Te Ching ou Livro da Lei do Universo e Sua Virtude - Taoísmo Acredita-se que o primeiro livro elaborado tenha sido escrito por Lao-Tse conhecido como Tao Te Ching ou Livro da Lei do Universo e Sua Virtude. O livro tem apenas 20 a 25 páginas e está dividido em 81 capítulos que falam sobre a relação do homem com a força da natureza. O significado das palavras Tao é caminho, mas no livro, quer dizer fundamentos do mundo, te virtude e Ching livro. O Livro de Mórmon foi escrito na América do Norte, na cidade de Nova York em 1823 por Joseph Smith que recebeu a missão do anjo Moroni de traduzir um livro que se achava escondido, escrito em placas de ouro. Estas placas de ouro são os registros do profeta Mórmon. Smith levou praticamente 10 anos para decifrar e traduzir esses manuscritos que hoje é conhecido como O Livro de Mórmon, é a escritura seguida pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. • Quais foram as motivações para a escrita da bíblia septuaginta a partir da bíblia hebraica? Se há diferenças entre elas, quais são essas diferenças? (1 ponto) Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné, entre o século III a.C. e o século I a.C., em Alexandria. Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraicapara o grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande. A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a tradição, teriam completado a tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os cristãos de língua grega e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia. Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma Protestante seguem o cânone judaico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do Rei Jaimes em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha. A Septuaginta foi tida em alta conta nos tempos antigos. Fílon de Alexandria considerava-a divinamente inspirada. Além das traduções latinas antigas, a Septuaginta também foi a base para as versões em eslavo eclesiástico, para a Héxapla de Orígenes (parte) e para as versões armênia, georgiana e copta do Antigo Testamento. De grande significado para muitos cristãos e estudiosos da Bíblia, é citada no Novo Testamento e pelos Padres da Igreja. Muito embora judeus não usassem a Septuaginta desde o século II, recentes estudos acadêmicos trouxeram um novo interesse sobre o tema nos estudos judaicos. Alguns dos pergaminhos do Mar Morto sugerem que o texto hebraico pode ter tido outras fontes que não apenas aquelas que formaram o texto massorético. Em vários casos, estes novos textos encontrados estão de acordo com a LXX. Os mais antigos códices da LXX (Vaticanus e Sinaiticus) datam do século IV. A principal diferença entre a Bíblia Hebraica e a Septuaginta é que a Bíblia Hebraica é um texto religioso em Hebraico bíblico, mas a Septuaginta é o mesmo texto traduzido para o grego. • Escolha uma das três formas de revelação divina, segundo o art. “Para interpretar mensagens de amor”? e escreva sobre ela, dizendo da sua importância para a nossa vida em sociedade (1 ponto) Deus se revela e nos propõe uma aliança de amor, significa quando conhecemos Deus de verdade em nossas vidas, ele demostra como o caminho perto dele é de uma forma magnifica e o cuidado dele se transforma em amor e paz. Quando confiamos nele e entregamos em suas mãos percebemos o quanto Deus é bom. • Dizer quais são os cuidados que se deve ter ao ler um texto sagrado e qual é a interpretação correta para um texto sagrado. (1 ponto) A compreensão, a interpretação e a significação do texto podem ser modificadas, conforme a passagem do tempo para corresponder às demandas do tempo presente, contextualizando-se a cada momento. Pode, também, sofrer alterações de juízo, de conceitualização, causadas pelas diversas interpretações secundárias, diferentes das intenções do texto original. Pesquisadores das tradições religiosas, como Luiz Alberto Souza Alves, Silvyo Fausto e outros, definem que texto sagrado é, também, a tradição e a natureza do sagrado enquanto fenômeno. Neste sentido, o sagrado é reconhecido por meio das Escrituras Sagradas, das Tradições Orais Sagradas. Igualmente, define-se como Texto Sagrado aquele concebido por inspiração, por “intervenção divina”, e que represente o sagrado. Um texto sagrado, enfim, pode ser o resultado da revelação de uma mensagem do sagrado para a humanidade, ou seja, a manifestação do Transcendente ou Imanente transmitida de forma sensivelmente humana: objetiva, em certa medida, pois o homem é, entre tantas qualidades, um ser racional, mas comportando, ao mesmo tempo, alto grau de subjetividade, já que, igualmente, é um ser emocional. O sagrado expresso e comunicável está presente nas mais diferentes tradições religiosas, apresentado sob muitas formas. Culturas ágrafas, por exemplo, possuem o texto oral, que, pela chegada da escrita, foi ou não registrado.
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