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Hanseníase o Doença infecciosa sistêmica crônica e granulomatosa (mycobacterium leprae), com tropismo por pele e nervos periféricos (polpa o SNC). o Deve estar presente 1 ou mais alterações abaixo: Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade Espessamento de nervo(s) periférico(s) Baciloscopia positiva para M. leprae (a Baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de hanseníase). o Agente Etiológico: M. leprae é um BAAR de crescimento lento, não cultivável. É intracelular obrigatório (fica dentro de macrófagos com alta infectividade e baixa patogenicidade). A transmissão é de homem-homem (mucosa nasal/pele> linfa). o Classificação: Para fins de tto, baseada em número de lesões: Paucibacilares (PB): até 5 lesões Multibacilares (MB): mais de 5 lesões o Os casos não classificados quanto à forma clínica serão considerados, para fins de tto, como MB. o A forma clínica depende da imunidade do PCNT. Se estiver uma imunidade boa contra o bacilo, ele tem uma forma de hanseníase indeterminada ou tuberculóide, Th1. O Th1 faz uma forma de granuloma que contêm o bacilo. Se tiver uma imunidade especifica ruim, Th2, terá uma hanseníase dimorfa ou virchowiana. A forma Th2 não faz granuloma, logo não para o bacilo. o Hanseníase Indeterminada (PB) Paucibacilares Máculas hipocrômicas ou eritêmato-hipocrômicas com alterações de sensibilidade (térmica, dolorosa ou tátil), geralmente 1 ou poucas lesões. Também é possível ter alterações cutâneas decorrestes de distúrbio neural autonômico como: alopecia, xerose, anidrose Baciloscopia negativa. o Hanseníase Tuberculóide (PB) Placas geralmente bem delimitadas, eritematosas, eritemato-hipocrômicas, anulares ou circinadas, bem definidas, hipo ou anestésicas e com comprometimento precoce de nervo periférico. Poucas lesões Baciloscopia negativa. o Hanseníase Dimorfa ou Boderline (MB) Lesões pré-foveolares: eritematosas, planas com o centro claro e bem definido. Lesões foveolares: Eritematopigmentares, de tonalidade ferruginosa ou pardacenta. > 5 lesões Aspecto de “queijo suíço” Apresenta alterações de sensibilidade Baciloscopia positiva Centro bem definido e a borda mal delimitada. Mais de 5 lesões. Alteração de sensibilidade. o Hanseníase Virchowiana (MB) Eritema e infiltração difusa, “face leonina” Placas eritematosas infiltradas e de borda mal definida Tubérculos e nódulos, lesões das mucosas, com alterações de sensibilidade (luvas e botas) Baciloscopia positiva (bacilos abundantes + globias) > 5 lesões o Hansenomas: Nódulos ricos em bacilos. Só dá em PCNT MB o Históide: Infiltração difusa da pele e coloração acobreada. o Nervo auricular magno: Acometimento (espessamento) de nervo periférico. o Reações Hansênicas: Resposta inflamatória aguda com manifestação clínica polimorfa. Reação imunológica de agente vs hospedeiro. E pode surgir como primeira manifestação da doença, durante o tto específico ou após a alta do PCNT. É como se o resto bacilar permanece no organismo e surge essa reação. As reações (ou episódios reacionais) são agrupados em 2 tipos clássicos: Reação tipo 1 ou reação reversa: mais frequente em PCNT do tipo tuberculóide e dimorfa. Resposta imune Th1 (resposta imune celular tardia tipo IV) caracteriza com eritema e edema das lesões e/ou espessamento de nervos com dor à palpação dos mesmos (neurite). Tratado com corticoesteroide por VO, 1 a 2mg/kg/dia. Reação tipo 2 – Th2: É um eritema nodoso hansênico, caracterizado por nódulos eritematosos, dolorosos, em qualquer parte do corpo relacionado à deposição de imunocomplexos + citocinas inflamatórias (TNF-alfa) é uma resposta humoral aguda. Às vezes pode se manifestar com Eritema multiforme. A clínica é febre, orquite, mal-estar, glomerulonefrite, artrite, miosite, edema localizado ou generalizado, neurite, hepatoesplenomegalia e linfadenomagalia. Tratad0 com talidomida VO na dose de 100 a 400mg/dia. o Fatores precipitantes das reações: gravidez, puberdade, infecções, vacinações, cirurgias, iodeto de K- e estresse físico ou psicológico. o Sequelas associadas à Hanseníase: Reabsorção das falangeadas e quirodáctilos. Ulceras por alterações da sensibilidade. Mão em garra. Paracoccocidiodomicose ou Blastomicose Sul Americana o Micose sistêmica de maior mortalidade do Brasil o Micose profunda/ sistêmica granulomatosa, causada pelo fungo dimórfo Paracoccidioides brasiliensis. Nova espécie Paracoccidioides lutzii, em Rondônia. o Brasil responde a 80% dos casos. o 50% das pessoas habitantes de áreas endêmicas já tiveram contato com esporos, entretanto o desenvolvimento da doença depende da imunidade inata. o Granuloma latente por até 15 anos (imunossupressão) o Inoculação pulmonar, posteriormente disseminação linfo-hematogênica. o Lesão oral (50%) estomatite moriforme/aguiar-pupo. São úlcera vegetante com pontilhados hemorrágicos o Mulheres em idade fértil são menos afetadas (beta-estradiol inibe) o Principalmente em Região centro-oeste. o Vias de penetração: Pulmão e via aérea (inalação de esporos). Mucosa bucofaríngea (inoculação direta). Mucosa intestinal (ingestão) e pele (inoculação direta). o Forma infantil: (3 a 5% dos casos). Forma aguda e grave. Basicamente envolvimento sistema reticulo-endotelial e visceromegalia e raro envolvimento oral e mucoso o Forma adulta: Mais comum Reativação de granuloma latente (imunossupressão) Disseminação linfo-hematogênica > lesões cutâneas, linfonodais e viscerais. Lesões mucosa oral-estomatite moriforme ou de aguiar-pupo. Lesões sistema linfático, pulmonar, adrenal, hepatoesplenomegalia, SNC Lesões cutâneas polimorfas (varia de acordo com a imunidade e o tipo de lesão): pápula, papulo-pustulosa, nódulos, vegetantes. o Resposta imune: Dependente do hospedeiro o Essa placa no palato é a estomatite moriforme ou aguiar-pupo o A lesão da figura (a) é uma estomatite moriforme (úlcera vegetante com pontilhados hemorrágicos) no lábio inferior. Na figura (c) são vegetações. o Envolvimento do SNC: Lesões. o Diagnóstico: Cultura (forma leveduriforme a 37ºC com forma de miojo), histopatológico, sorologia, RX Tórax (opacidade micronodulares perihilar simétrica “asa de morcego” geralmente terço superior e inferior poupados) e PCR. o É possível melhorar com o tto. o Sequelas: Lesão no lábio e fibrose a ponto do PCNT não conseguir abrir a boca, acometimento de glândulas suprarrenais, fibrose de septos interlobulares. Traqueostomia Esporotricose o Micose profunda causada pelo fungo dimórfo Sporothrix spp o Principal forma de apresentação clínica é a forma linfo-cutânea o Gatos são reservatórios e podem transmitir doença para o homem. o É a micose profunda de maior prevalência no Brasil. o Esporotricose cutâneo-linfática Inoculação traumática-jardineiros, trabalhadores rurais, arranhadura de gato Pápula > Pústula > Nódulos > Linfagite Ascendente/Nódulos + Fistulações Nos adultos, principalmente MMSS e nas crianças na face. Esse tipo de fungo pode estar em qualquer ambiente. o Na figura acima mostra uma inoculação no primeiro quirodáctilo e logo Linfagite ascendente no antebraço. o Na figura abaixo, uma ulcera e Linfagite ascendente. o Diagnóstico: Cultura, histopatologia, sorologia e PCR. Leishmaniose Tegumentar o Doença infecciosa crônica não-contagiosa, provocada por protozoário Leishmania, transmitida por flebótomo. o Pode ser chamada de: “Ferida brava” ou “botão do oriente”. o Tem uma inoculação direta pelo mosquito-palha (flebótomo) – MMSS ou MMII o Clínica: Lesão ulcerada, com bordas elevadas (moldura), circinada, com fundo granuloso e eritematoso, com secreção sero-purulento. Pode ter uma linfadenopatia satélite associada.o Disseminação hematogênica: Lesões mucosas > erosões, exulcerações, infiltrativas, superfície mamelonada (paralelepípedo) Cutâneas > Pápulas, papulo-pustulosa, vegetantes, ulceradas, verrucosa, nódulos. o Ciclo: Flebótomo pica animal doente (cão ou homem), absorve Leishmania amastigotas para seu TGI -> estas formas se desenvolvem no TGI em formas flageladas- promastigotas -> inocula por regurgitação as formas promastigotas, que no hospedeiro, se transforma em amastigotas, dentro dos macrófagos. o Muitas vezes quando cicatrizam a ulcera fica uma cicatriz atrófica, com uma pele atrofiada. o Leishmaniose pode acometer septo nasal, além do cutâneo. o Diagnóstico: Exame direto (corado pelo Giemsa, observa-se formas amastigotas dentro dos macrófagos); meio de cultura, histopatológico, intradermorreação de Montenegro (protozoários inoculados no homem para saber resposta imune, negativo nas formas anérgicas) e PCR. Cromomicose ou Cromoblastomicose o Micose profunda granulomatosa polimorfa, causada por inoculação direta, que se localiza principalmente nos MMII, apresentando-se como nódulos e placas verrucosas que podem ulcerar. o Pode acometer epiderme, derme e subcutâneo, podendo evoluir para infecção secundária, levando a linfedema, elefantíase e ocasionalmente carcinoma espinocelular o Etiologia: Fungos demáceos – produzem pigmentos (Fonsecaea pedrosoi, Phialophora verrucosa) Diagnóstico: Cultura fúngica, PCR e histopatológico. Tuberculose Cutânea o Mycobacterium tuberculosis. M. bovis o Tuberculose Primária: Cancro tubérculos. Inoculação da pele de indivíduo não previamente infectado. 3-4 sem: Pápula > Pústula > Linfadenopatia > Nódulo > Fistulização o Tuberculose Verrucosa: Inoculação direto da microbactéria > quirodáctilos. Pápula > Pústula > Placa verrucosa o Tuberculose Secundária – Lúpus Vulgar Foco pulmonar, Linfonodal, intestinal, vacinação BCG e osso Origina-se de foco tuberculoso. Localização + frequente: face, mento, cav. oral, nasal. o Tuberculose Secundária – Escrofuloderma ou Tuberculose Coliquativa Forma mais comum de TB cutânea Secundária ao foco linfonodal ou ósseo Localização + frequente: regiões submandibular, cervical e supraclavicular. Nódulos subcutâneos eritematosos inflamatórios que fistulizam e ulceram eliminando material caseoso e purulento. o Tuberculose Secundária - Tuberculose Orificial Eliminação de grandes quantidades de bacilos que produzirão lesões por autoinoculação Tuberculose Pulmonar > boca/lábios Tuberculose Intestinal > torno do ânus Tuberculose Urogenital > genitais externos
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