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1. Quais são os delitos que se submetem ao tribunal do júri? Conforme dispões o artigo 74 do CPP, compete ao tribunal do júri, o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. 2. Quais são os aspectos constitucionais do tribunal do júri? (Explique o que significa: plenitude de defesa e soberania dos veredictos). O júri é considerado uma garantia do devido processo legal, tendo em vista que possibilita ao acusado por crime doloso contra a vida o meio certo para a busca de seus direitos, se for o caso, ter a sua liberdade suprimida. A instituição do Júri é formada por quatro princípios básicos, todos eles assegurados no art. 5o, XXXVIII, alíneas a à d, da Constituição Federal, sendo eles: a plenitude da defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência mínima para julgamentos dos crimes dolosos contra a vida. Em relação à plenitude de defesa, esta permite a defesa por meio da oralidade não sendo necessário que se faça alegações somente de cunho jurídico, mas permitindo a defesa por todos os meios e alegações legais e emocionais permitidos, conforme dispõe o art. 476 e seguintes do CPP. Ou seja, a plenitude de defesa compreende dois aspectos: primeiro, o pleno exercício da defesa técnica, por parte do profissional habilitado, o qual, não precisará restringir-se a uma atuação exclusivamente técnica, podendo servir- se de argumentação extrajurídica, invocando razões de ordem social, emocional, de política criminal, etc. Segundo, o exercício da autodefesa, por parte dos próprios réus, consistente no direito de apresentação de sua tese pessoal no momento do interrogatório. Ressalta-se que, a ausência da plenitude de defesa é vício insanável no Procedimento do Júri, não podendo o juiz ao seu arbítrio ultrapassá-lo, ainda que acredite que não trará prejuízo ao acusado, posto que se configure como direito fundamentalmente garantido. Ao se falar sobre soberania dos veredictos, esta tão somente, assegura que sejam devolvidos os autos ao Tribunal do Júri, para que haja um novo julgamento, portanto, o caráter soberano não torna a decisão irrecorrível, pois não tem esta um caráter arbitrário, mas tão somente visa garantir um novo julgamento para que seja respeitado o julgamento por juízes leigos, característica esta própria do Tribunal do Júri. Ainda, não exclui a recorribilidade de suas decisões, limitando-se, contudo, a esfera recursal ao juízo rescindente (judicium rescindem), ou seja, à anulação da decisão pelo mérito e a consequente devolução para novo julgamento. Ainda, em obediência ao princípio maior da verdade e em atenção ao princípio da plenitude de defesa, admite-se alteração do meritum causae, em virtude de revisão criminal” (2000, p. 154). 3. Quais são as fases do procedimento em análise? Explique como cada uma delas se desenvolve. Procedimento do Júri é bifásico. 4. O que significa: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e desclassificação? Encerrados os debates, o juiz proferirá sua decisão ou o fará em dez dias. A decisão do juiz poderá ser de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação do crime. Ocorrerá a pronúncia se o juiz se convencer da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação do acusado no crime (art. 413 do CPP). Neste caso o magistrado deverá se manifestar sobre o tipo de crime cometido, ou seja, dizer em que artigo da lei o acusado está incurso, além de especificar as circunstâncias que podem qualificar o crime ou justificar possível aumento de pena. Também cabe ao juiz manifestar-se sobre a prisão ou liberdade do acusado, que será finalmente submetido a júri popular (Tribunal do Júri). A impronúncia se dará quando o juiz não se convencer da materialidade do fato (se o fato realmente ocorreu) ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. A absolvição sumária ocorrerá se provada a inexistência do fato; se provado não ser o acusado o autor ou partícipe do fato; se o fato não constituir infração penal; ou se demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. A desclassificação se verificará quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diferente daquele pelo qual o réu foi denunciado. Neste caso, entendendo, por exemplo, que não se trate de crime doloso contra a vida (crime de competência do Tribunal do Júri), o magistrado remeterá os autos do processo para outro juiz que seja competente para o julgamento do caso. 5. É possível a execução provisória da pena no rito do tribunal do júri? Com base no STJ, alinhado com a decisão do STF nas ADCs 43, 44 e 54, não tem admitido a execução provisória da pena como decorrência automática da condenação pelo júri, salvo quando presentes os fundamentos da prisão preventiva. Na primeira fase, é feito o “judicium accusationis”, é nessa fase onde se forma o juıźo de admissibilidade da acusação e se inicia com a denuncia/queixa e termina com uma decisão: pronuncia, impronuncia, desclassificação ou absolvição sumaria. A segunda fase é chamada de “judicium causae” e tem a finalidade de julgar o mérito do pedido, se inicia a decisão da fase anterior (pronuncia) e termina com o transito em julgado da decisão do júri. 6. O que é desaforamento? Em qual momento do procedimento se admite sua aplicação? O desaforamento é a transferência do julgamento de um crime doloso contra a vida pelo Tribunal do Júri, da comarca, no caso da Justiça Estadual, ou seção ou subseção judiciária, em se tratando de Justiça Federal, onde se consumou, para outra, com jurados dessa última, derrogando-se a regra geral de competência (art. 70 do CPP), em razão de interesse da ordem pública, por haver suspeita de parcialidade dos juízes leigos, por existir risco à segurança pessoal do acusado, ou, em razão do comprovado excesso de prazo, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de seis meses do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Tal medida excepcional pode ser postulada, perante o Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, pelo Ministério Público, pelo assistente, pelo querelante ou pelo defensor do acusado; pode, ainda, o juiz representar pelo desaforamento. 7. É verdade que o tribunal do júri é um colegiado heterogêneo? Por quê? Sim, é verdade. O Tribunal do Júri é um órgão colegiado e heterogêneo, constituído por um juiz togado e vinte e cinco jurados, dentre os quais sete irão integrar o Conselho de Sentença. É tribunal de cidadãos previamente alistados, sorteados e escolhidos que irão decidir sobre a condenação ou não do acusado. O Tribunal do Júri, como órgão que possui formação heterogênea, tem começo, meio e fim, pertinente a sua composição, baseado no fato de que os cidadãos que o compõem são convocados para determinadas épocas de sessões, quando então podem vir a integrar o Conselho de Sentença e, dessa forma, cumprir o papel de juízes leigos e decidir de causas criminais colocadas em julgamento na sessão do Tribunal Popular. 8. Quantos jurados são necessários para os trabalhos em plenário se iniciarem? O Tribunal do Júri, conforme prevê o art. 447 do Código de Processo Penal, é composto por 25 jurados, mas com o comparecimento de pelo menos 15 jurados já se pode dar início ao julgamento, segundo o art. 463. Esse é o denominado quórum mínimo, de 15 jurados, que permite a realização da sessão de julgamento. Além disso, supondo que formado este quórum mínimo, 3 jurados tenham se dado por impedidos, restando, pois, 12 jurados. Nem por isso se deixará de realizar a sessão, segundo o art. 451, eis que os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade, apesar desse alijamento, serão computados para formação do quórum mínimo. 9. O que é Conselho de sentença? A composição do conselhode sentença está disposta no artigo 447 do Código de Processo Penal, que trata da composição do Tribunal do Júri, prevendo que o mesmo é composto de um juiz togado que é seu presidente, e de 7 jurados leigos (membros da comunidade), que são sorteados dentre uma lista de 25 indicados. O conselho de sentença realiza o julgamento ao responder os quesitos, que são as perguntas que o juiz togado faz aos jurados sobre o fato criminoso e demais circunstâncias indispensáveis ao julgamento. Os jurados decidem sobre a matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido ou não.
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