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REVISÃO 3: CONTRATO DE TRABALHO E TUTELA ESPECIAL NAS RELAÇÕES LABORAIS ESTÁGIO DE PRÁTICA SUPERVISIONADA TRABALHISTA Prof. Renato Negretti Cruz e-mail: renato.cruz@fmu.br Agosto. 2021 Agentes capazes (art. 7º, XXXIII, CF/88, arts. 402 a 405, CLT) Idade mínima para o empregado: 14 anos na condição de aprendiz e, a partir dos 16 anos, em geral! Objeto lícito possível, determinado ou determinável Distinção entre trabalho ilícito (que compõe tipo penal) e trabalho irregular ou proibido Exemplo de trabalho ilícito, portanto, contrato nulo: jogo do bicho (OJ SDI-1 199, TST) Exemplo de trabalho irregular, com efeitos trabalhistas: policial militar como empregado em segurança privada (súmula 386, TST) Forma prescrita ou não proibida em lei Dada a característica consensual, é possível a prova do contrato de trabalho por qualquer meio de prova válido (Súmula 212, TST) A forma solene (por escrito) é exigida, excepcionalmente, para a prova de contratos específicos (ex. contrato de experiência; emprego público – súmulas 363 e 430 TST) ou restrições de direitos (ex.: descontos salariais; compensação de jornada etc.) OBS: Em geral, as nulidades nos contrato de trabalho tem efeitos não retroativos (ex nunc), salvo nos trabalhos ilícitos (ex tunc) 2 Elementos essenciais do Contrato de Trabalho Contrato Coletivo de Trabalho ( “Convenções Coletivas de Trabalho”) Contrato Individual de Trabalho (entre empregado e empregador, ainda que sejam “contratos plúrimos” ou “contratos de equipe” - art. 442 da CLT) �Tipos de contrato individual de trabalho (art. 443, CLT) tácito Acordo ou expresso (verbal ou escrito) indeterminado (regra geral) por prazo ou por prazo determinado (até 2 anos no máximo) com habitualidade (não-eventualidade) prestado ou intermitência (não contínuo) 3 Espécies de Contrato de Trabalho Prazos do contrato de trabalho � Contrato por prazo indeterminado É a regra geral (princípio da continuidade da relação de emprego) � Contrato por prazo determinado requer forma específica, sendo uma de suas condições de validade ser por escrito e se enquadrar em uma das subespécies permitidas em lei (art. 443, CLT e Lei n. 9.601/98), não podendo, em geral, ser superior a 2 anos (art. 445, CLT) OBS1: dentro de seu período máximo, não poderá ser prorrogado mais de uma vez, para não se transformar em prazo indeterminado (art. 451, CLT) OBS2: o novo contrato por prazo determinado feito em até 6 meses após o final de outro da mesma forma será considerado por prazo indeterminado (art. 452, CLT) 4 Espécies de contrato por prazo determinado � Contrato de experiência com prazo máximo de 90 dias, a partir do qual passa a ser um contrato por prazo indeterminado (art. 445, parágrafo único, art. 451, CLT e súmula 188 - TST) � Serviço ou atividade empresarial de natureza transitória relaciona-se a serviço específico com data final prefixada ou com final certo ou previsível, que justifique a predeterminação de prazo � Contrato de trabalho do menor aprendiz: prazo máximo de 2 anos. O contrato é extinto também quando o trabalhador aprendiz completar 24 anos de idade, exceto se deficiente (arts 428 e 432 da CLT) 5 CONTINUAÇÃO: “CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO” � Trabalho por prazo determinado (especial) da Lei n. 9.601/98 Necessita de intervenção sindical (acordo ou convenção coletiva) Limite de trabalhadores temporários em relação ao número normal de empregados (50% de temporários para até 50 empregados; 35%, entre 50 e 199 empregados; e 20% acima de 200 empregados) Gerou, inicialmente, benefícios fiscais com a redução dos encargos (contribuições e FGTS) em relação aos empregados temporários � Trabalho temporário rural (art. 14-A da Lei n. 5.889/73) o produtor rural pessoa física poderá realizar contratação de trabalhador rural por prazo não superior a 2 meses em cada ano para o exercício de atividades de natureza temporária (contrato de safra) OBS: os contratos de trabalho por prazo determinado acima indicados não se confundem com o Contrato de Trabalho Temporário, regido pela Lei n. 6.019/1974 e intermediado por empresa de trabalho temporário! 6 Exigências na formalização do contrato � Registro na Carteira de Trabalho e Previdência – CTPS (art. 13 CLT) documento obrigatório (pena de multa de 1 sal. min. art. 55, CLT) trata-se de um resumo do contrato de trabalho o Empregador deve registrar o contrato na CTPS do empregado em até 5 dias úteis 48 horas e devolvê-la mediante contra recibo (atraso na devolução – indenização de 1 dia de salário por dia de atraso - PN – 98 do TST – nova redação do art. 29 da CLT pela lei 13.874/2019) OBS1: crime de falsidade das declarações e anotações na CTPS – art. 39 da CLT e 299 do Código Penal – CP OBS2: em nenhuma hipótese, o empregador poderá fazer anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua CTPS! (art. 29, § 4º, CLT – multa de ½ sal. min.) � Registro no “Livro de Registro de Empregados” (arts. 41 a 48, CLT) multas de ½ a 1 sal. min. por empregado não registrado ou com informações irregulares, dobradas em caso de reincidência 7 CLT – ”Art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. § 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte. § 2º A infração de que trata o caput constitui exceção ao critério da dupla visita. (NR) Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o parágrafo único do art. 41 desta Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado.” 8 Alterações à regulamentação da Formalização do Contrato de Trabalho pela Lei 13.467/2017 Tutela Especial ao Trabalho do Menor (Proteção ao Trabalho Infantojuvenil) � Base normativa � art . 7º, XXXIII, e art. 227, 3º da CF/88 � Arts. 402 a 438 da CLT � Arts. 60 a 69, e 149 do ECA (Lei n. 8.069/90) � Decreto n. 6.481/2008. que regulamenta a Convenção OIT 182 de 1999 9 � Principais regras de proteção do menor no trabalho � Formação do contrato de trabalho: em geral, só é válido o contrato de trabalho com menores a partir de 16 anos OBS1: a idade mínima para o trabalho passou de 12 anos (CLT de 1943) para 14 anos em 1988 (redação original da CF/88), permitindo o trabalho do aprendiz a partir de 12 anos. Depois, com a Emenda Constitucional nº 20, de 1998, aumentou-se a idade mínima para 16 anos, admitindo-se o contrato de aprendiz a partir dos 14 anos OBS2: apesar do contrato com pessoas abaixo das idades citadas ser proibido, quando ocorrer na prática a contratação irregular desses menores, tal infração não afasta as obrigações do empregador, como, por exemplo, quanto ao pagamento da remuneração devida, além das sanções pela violação da proteção especial do Direito do Trabalho ao menor Continuação: Principais regras de proteção do menor � Trabalho do Menor Aprendiz a partir dos 14 anos considera-se aprendizagem o contrato de trabalho especial, feito por escrito e por prazo determinado, em que o empregador garante a pessoa entre 14 e 24 anos, inscrita no programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica (art. 428, CLT) OBS1: as empresas são obrigadas a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a 5 (cinco) por cento, no mínimo, e 15 (quinze) por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional (art. 429, CLT) OBS2: tais percentuais não se aplicam quando o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional OBS3: Pelo “Estatuto daMicroempresa e da Empresa de Pequeno Porte” (art. 51, III da LC 123/06) as microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem 10 Continuação: Principais regras de proteção do menor � Atividades proibidas ao menor de 18 anos: � serviço doméstico (par. único do art. 1º da LC 150/2015/ Convenção OIT 182) � serviço noturno (art. 7º, XXXIII, da CF/88 e art. 404 da CLT) � perigoso ou insalubre (art. 7º XXXIII da CF/88 e art. 405 da CLT) � em lugares prejudiciais a sua moralidade (art. 405 da CLT) � trabalho em ruas, praças e logradouros públicos, salvo se houver autorização do Juiz da Vara da Infância (art. 405, § 2º, da CLT) � Lista das piores formas de trabalho infantil (Lista TIP) do DEC. 6.481/2008 � Atividades, em regra, prejudiciais e proibidas aos menores, (as duas primeiras podem ser feitas com autorização judicial): � trabalho de menores em teatros de revista, cinemas, boates e análogos � trabalho de menores em empresas circenses, funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes � trabalho de menores em produção composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar a sua formação moral � trabalho de menores em venda a varejo de bebidas alcoólicas 11 Continuação: Principais regras de proteção do menor � regras de jornada de trabalho do menor: a jornada de trabalho do menor que não é aprendiz é igual a dos adultos – 8h/dia e 44h/semana OBS1 : O menor, porém, só está autorizado a fazer horas extraordinárias em duas hipóteses (artigo 413 CLT): compensação de jornada força maior, desde o seu trabalho seja imprescindível para o funcionamento do estabelecimento, até no máximo 12h de trabalho OBS2: Menor com mais de um emprego: a jornada somada nos diversos empregos não pode ultrapassar 8 horas diárias (art. 414, CLT) OBS3: para os aprendizes a jornada é de seis horas diárias, sendo proibida a prorrogação e a compensação de jornada. Esse limite pode ser estendido até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica (art. 432, CLT) 12 Continuação: Principais regras de proteção do menor � regras de instrução: empregador que tem menores trabalhando em seu estabelecimento tem a obrigação de conceder-lhes tempo necessário para frequentar as aulas OBS1: é obrigatória a existência de local de instrução primária em estabelecimentos com mais de 30 menores analfabetos OBS2: acordos, convenções coletivas, regulamentos de empresa e sentenças normativas podem assegurar a justificação de faltas nos dias de provas escolares � Capacidade para dar recibo de salário: o menor pode assinar sozinho os recibos de pagamento durante a relação de emprego (art. 439, CLT) OBS1: quando da quitação geral na rescisão do contrato de trabalho, há necessidade de assistência do responsável legal, sem o que não terá validade o recibo de quitação das verbas rescisórias OBS2: CLT - “Art. 440. Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.” 13 Proteção Especial ao Trabalho da Mulher � Noções Introdutórias Estabelecimento de condições diferenciadas de trabalho da mulher, justificadas em função da maternidade, da amamentação e de outras condições físicas que lhe são peculiares � Normas especiais sobre o contrato de trabalho feminino Na CF/88 – Art. 7º “São direitos dos trabalhadores, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.” ADCT da CF/88 – art. 10, II, “b” (estabilidade da empregada gestante) Na CLT – artigos 372 a 401 Lei 9.029/1995: “Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho, e dá outras providências” 14 � Capacidade para contratar trabalho e Princípio da Igualdade � Capacidade civil e trabalhista plena: no antigo Código Civil de 1916, a mulher era considerada relativamente incapaz, por essa razão o art. 446 da CLT, revogado expressamente em 1989, autorizava o marido a pedir a rescisão do contrato de trabalho se “suscetível de causar ameaça aos vínculos da família ou perigo manifesto” – essas limitações ao direito da mulher não são mais válidas desde o “estatuto da mulher casada” de 1962! “Art. 5º da CF/88 (...): I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. (...)” � Princípio da igualdade salarial – por serem iguais é proibida pelo Direito a discriminação salarial da mulher em relação ao homem – “para igual trabalho, igual salário!” � Art. 373-A da CLT – estabelece proteção adicional na fase pré- contratual de seleção 15 � Trabalho da mulher em horários e atividades especiais Inicialmente havia na CLT artigos que proibiam o de trabalho da mulher: � Em horário noturno � Em atividades insalubres e perigosas � horas extraordinárias (era permitida apenas em casos excepcionais, por motivo de força maior) Atenção: Atualmente não há qualquer restrição legal ao trabalho da mulher nas atividades citadas acima! OBS: A reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) revogou o art. 384 da CLT que determinava o descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho da mulher (STF - RE 658312; TST - RR - 154000-83.2005.5.12.0046) � Proteção contra o trabalho extenuante: é proibido o emprego de força muscular pela mulher superior a 20 quilos para trabalhos contínuos e 25 quilos para trabalhos ocasionais (art. 390,CLT) 16 � estabilidade da gestante: a empregada tem direito à estabilidade contra dispensa arbitrária desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto (art. 10, II, “b" do ADCT da CF/88 e LC 146/2014) OBS1: há esse direito mesmo se o empregador não souber da gravidez ao demitir a empregada (Súmula 244 do TST) OBS2: o direito à estabilidade foi estendido à empregada doméstica gestante a partir da lei 11.324/2006 e, em caso de falecimento da genitora fica assegurado a quem detiver a guarda de seu filho nos termos da LC 146/2014) OBS3: há o direito à estabilidade MESMO nos casos de contrato por prazo determinado (NOVA REDAÇÁO da Súmula 244 do TST, alterada em set/2012 ) OBS4: CLT – “Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 , do ADCT [da CF/88].” (Lei nº 12.812, de 2013) 17 Outras garantias à maternidade � direito de mudar de função: se houver razões médicas, a empregada tem o direito de mudar de função no período de gestação (art. 392, § 4º, I, CLT) e, não sendo possível outro local salubre na empresa, terá direito à salário- maternidade (novo §3º do art. 394-A, CLT, incluído pela lei 13.467/2017) OBS: O STF julgou inconstitucional os novos incisos II e III do artigo 394-A da CLT que admitiam a possibilidade de trabalhadoras gestantes em atividades insalubres em grau médio ou mínimo e lactantes em atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentassem atestado de saúde que recomendasse o afastamento (ADI 5938) � direito de rescindir o contrato de trabalho: se prejudicial a gestação, a empregadapoderá rescindir o contrato, sem aviso prévio (art. 394 da CLT) � Proibição da exigência de atestado de gravidez ou esterilização: além de ato discriminatório que enseja multa administrativa, tal procedimento configura crime punido com detenção de 1 a 2 anos (Lei nº 9.029/95) OBS: Havendo dispensa por tais motivos há direito à reintegração no emprego com os salários do período de afastamento, ou indenização em dobro! (art. 4º da Lei Lei nº 9.029/95) 18 Outras garantias à maternidade � licença em caso de aborto não criminoso: 2 semanas (art. 395, CLT) � licença-maternidade (art. 392, CLT): período de afastamento de 120 dias, sem prejuízo do salário. Pode ter início entre o 28º dia ante do parto até sua ocorrência OBS1: O Supremo Tribunal Federal decidiu que o benefício da licença-gestante deve ser igual ao salário completo da mulher não ficando restrito ao teto do INSS (STF - ADI 1946 / DF) OBS2: a licença também é direito de quem adotar ou tiver a guarda judicial de criança ou adolescente, recentemente “ampliada” pela Lei n. 12.010/09 e “aperfeiçoada” pelas Leis 12.873/13 e 13.467/17 (art. 392-A, CLT) OBS3: Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro pelo tempo restante (art. 392-B, CLT) OBS4:Programa Empresa Cidadã: possibilidade de prorrogação da licença por mais 60 dias se o empregador aderir ao Programa e a empregada requerer até o final do 1º mês após o parto. A criança não poderá, durante essa prorrogação ser mantida em creche (Lei nº 11.770/2008) 19 Outras garantias à maternidade � intervalos diários de amamentação: direito a 2 intervalos de meia hora cada um para amamentação até os 6 meses de idade da criança, natural ou adotada, prorrogável quando o exigir a saúde da criança (art. 396 da CLT, alterado pela Lei 13.509/17) � direito a creche: estabelecimentos com mais de 30 empregadas com mais de 16 anos devem ter creche no local de serviço para a guarda de seus filhos durante o período de amamentação (art. 389, §1º, CLT) ( até 6 meses – Portaria MTE n. 3.296/1986) OBS1: Esta exigência pode ser substituída pelo pagamento de um valor em dinheiro (art. 389, § 2º, da CLT) OBS2: acordos, convenções coletivas, regulamentos de empresa e sentenças normativas podem assegurar o direito à creche ou ao vale-creche para os filhos de empregados por mais tempo OBS3: TST – PN – 6 GARANTIA DE SALÁRIO NO PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO. É garantido às mulheres, no período de amamentação, o recebimento do salário, sem prestação de serviços, quando o empregador não cumprir as determinações dos §§ 1º e 2º do art. 389 da CLT. 20 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA � Normas de proteção as pessoas com necessidades especiais - Na CF/88: art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se (...) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” • art. 7º, inciso XXXI: "proibição de qualquer discriminação no tocante a salário ou critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência". • 37, inciso VIII: "A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão". • art. 203, inciso IV sobre deveres da assistência social "a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária“ • art. 227, sobre proteção integral da criança e do adolescente: inciso II sobre programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência, integração social do adolescente portador de deficiência - Lei 7.853/89 e sua regulamentação no Decreto 3.298/99 - Leis 8.213/91 e 8.742/93 (Sobre previdência e assistência social) - DEC 6.949/2009 (Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, assinada em Nova York, em 30/03/2007) - Lei 13.146 de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) 21 � Política de inclusão no trabalho prevista na Lei n. 8.213/1991: “Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados................................................2%; II - de 201 a 500..........................................................3%; III - de 501 a 1.000......................................................4%; IV - de 1.001 em diante. .............................................5%. § 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social. (nova redação da Lei 13.146/2015) § 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. nova redação da Lei 13.146/2015 § 3o Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. ” 22 � Penalizações � Na lei 8.213/91 - art. 133: multa variável, atualmente, entre R$1.329,18 e R$132.916,84 � lei 7.853/1989 com a nova redação da Lei 13.146/2015 “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:: I – (...) II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência; III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua deficiência; IV – (...); V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados. § 1o Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). 23 PEÇA “B” - PRÁTICA TRABALHISTA – 2ºSEM. 2021 Síntese da entrevista feita com Doralice Rocha, brasileira, mãe solteira de Lucy, bebê de 1 ano e 6 meses, CTPS 1111, Identidade 2222, CPF 3333 e PIS 0444, filha de Rodolfo Rocha e Elys Navegantes, nascida em 29.08.2003, domiciliado na Rua Pedro III, 555 – Osasco/SP – CEP 10000-100: “DORALICE começou a trabalhar como folguista, sem assinatura da CTPS, em 11.12.2015, no quiosque do ‘High Society - Shopping Center S.A’., em Barueri/SP, na Rua das Laranjeiras, 207, piso 2º – Barueri – CEP 20000-200, para a empresa de aluguel de carrinhos de bebê e por controle remoto para crianças, ‘BABY DRIVE MY CAR LOCAÇÕES EIRELI’. Trabalhava, inicialmente, 3 vezes por semana, das 16h às 23 horas, recebendo R$ 400,00, sem qualquer descanso, saindo apenas para pegar lanche, que deveria comer dentro do quiosque, rapidamente, dado o movimento, inclusive parando de se alimentar para atender aos clientes. Depois um, no final de 2016, em novembro, passou a trabalhar executando as mesmas atividades, a partir de então, de maneira fixa, de segunda à domingo, sem folgas em feriados, tampouco férias, na função de principal atendente, passando a receber apenas o valor fixo de R$880,00, mensalmente. Em 30.08.2019, o titular da EIRELI, ALFREDO TIELLET NUNES, alienou o referido quiosque, cedendo, inclusive o elemento fantasia, para a recém-criada “BABY DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA.”, cujos sócios JUVENAL PAVONE e IRENE JERUSALINSKY, com isso ampliaramseus negócios, uma vez que também já eram sócios das pessoas jurídicas: “KILLING CRAZY SUSHI – ALIMENTOS LTDA.” e “CINEMORTE – FILMES DE HORROR E SUSPENSE LTDA.”, ambas em outro shopping na mesma cidade. Em razão deste trespasse, os novos proprietários do estabelecimento recém adquirido, na mesma data, 30.08.2019, dispensaram DORALICE, sem qualquer pagamento, sob o argumento de que com a mudança de donos do quiosque, seu contrato estaria automaticamente rescindido, devendo ela procurar o proprietário anterior, o qual por sua vez, recusou-se a recebê-la.” Elabore, individualmente, a peça prático-profissional que melhor defenda os interesses de Doralice, sem usar dados ou informações que não estejam no enunciado. A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não será necessário que o examinando a apresente, admitindo-se que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim. DIRECIONAMENTO Qual o foro competente? Qual a ação cabível? Qual o fundamento legal da ação? Quem são as partes e seus representantes? Quais os argumentos jurídicos de direito material E processual para a fundamentação “Do Direito”? Quais os pedidos e requerimentos indispensáveis? 25 CONTATO
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