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1 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO Fármacos na hematopoiese e imunomodulação HEMATOPOIESE: “produção de células sanguíneas” IMUNOMODULAÇÃO: “uso de imunomoduladores, que são substâncias atuando no sistema imunológico na resposta contra microorganismos, produzindo células imunes” MEDULA ÓSSEA FUNÇÕES: realizar hematopoiese HEMATOPOIESE: origem de todas as células do sistema hematopoiético e imunológico Geradas a partir de uma célula tronco hematopoiética (multipotente), dando origem a linhagem progenitora mieloide e linfoide, e consequentemente nas células que compõem o sangue: Eritrócitos Plaquetas (partícula do megacariócito, não é uma célula!) Leucócitos circulantes e teciduais Linfócitos A principal célula produzida na MO em número é o eritrócito Função de carregar O2 do pulmão até os tecidos, que está dentro do complexo da molécula Hb Chegando nos tecidos ele entrega o O2 (se for no músculo entrega para a mioglobina) FERRO Importante para o transporte do O2 para os tecidos e estoque do O2 nos músculos (mioglobina) O ferro (Fe) é um dos principais fármacos usados na hematopoiese Ferro faz parte do agrupamento Heme para que o O2 seja carreado Se a quantidade de Fe na dieta não for suficiente ou estiver perdendo Fe = não haverá Fe em quantidade suficiente para compor o agrupamento HEME (parte porfirina que existe dentro da molécula Hb e mioglobina, que carrega o O2) = Assim, o ferro é essencial dentro desse processo para o O2 ser transportado Lembrar que o CO2 não é primariamente transportando pela Hb, pois a maior parte do CO2 é transportado dissolvido no tampão- bicarbonato ONDE PRECISA DE FERRO NO CORPO? • Hemoglobina (eritrócitos) – maior parte do Fe, para distribuição nos tecidos • Mioglobina (músculos) – reserva de O2 para força muscular • Enzimas (fígado e tecidos) – processos enzimáticos • Transferrina (plasma e líquido extracelular) – forma intermediária de transporte de Fe • Ferritina e hemossiderina (fígado, baço, MO) - forma intermediária de transporte de Fe 2 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO POR ONDE CONSEGUIMOS O FERRO? • TURNOVER DO FERRO: A taxa de absorção do ferro diária é baixa (1-2mg), por isso ele é reabsorvido, através de um ciclo (turnover) • Absorção através de: Dieta Suplementação (sulfato ferroso ou dieta) SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO GESTAÇÃO: há um metabolismo super ativo, assim, necessidade de mais enzimas e mais Hb para cumprir a carga metabólica da gestação CRIANÇAS DE 3/6 MESES ATÉ 2 ANOS: nessa idade começam a acabar os estoques de Fe do cordão umbilical, assim, se faz necessário a suplementação ANEMIA FERROPRIVA: somente a anemia ferropriva necessita de suplementação de Fe, e não todos os tipos. Mas, quando pensar em anemia ferropriva? Aumento de necessidade (gestante e crianças) Perda de sangue ↓ da ingesta e absorção inadequada (idosos) Déficit de utilização do ferro TTO DA ANEMIA FERROPRIVA 1) SUPLEMENTAR O FERRO sulfato ferroso / ferro oral ferro IV 2) SUPLEMENTAR COM SANGUE - TRANSFUSÃO DE SANGUE (em caso de perda de sangue em acidentes) 3) USAR EPO (ERITROPOIETINA) → fármaco induz / sinaliza para a MO a ↑ a produção de hemácias, mas precisa da quantidade correta de Fe pra funcionar OBS: Devido ao turnover do ferro → a forma oral do ferro é de difícil absorção, por isso a prescrição da forma IV Alimentação ácida facilita absorção as vezes REPOSIÇÃO DO FERRO REPOSIÇÃO ORAL • Sulfato ferroso (20% Fe elementar) • Hidróxido de Ferro III polimaltosado (30% Fe elementar) Forma de complexar o ferro diferente, permitindo que tenha uma absorção melhor • Ferro quelato glicinato (20% Fe elementar) • Ferrocarbonila (33% Fe elementar) REPOSIÇÃO PARENTERAL • Administração parenteral: solução IV e IM • Infusão lenta para evitar flebite • Necessita diluir • Indicada em: situações clínicas que o paciente não pode usar VO (por conta de náuseas, hemorragia gástrica, vômitos frequentes em pacientes oncológicos, capacidade de deglutir diminuída) ou devido à baixa absorção SOLUÇÃO INTRAVENOSA: complexo coloidal de sacarato de hidróxido de ferro III Apresentação: 2500 mg/5 mL (100 mg de Fe elementar) por ampola Dose: mL de solução parenteral – 0,0442 (Hb desejada – Hb observada) x peso magro + (0.26 x peso corporal magro) 3 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO Posologia: diluir duas ampolas em 200 mL de solução fisiológica e administrar IV, em 2 horas, até 2 vezes por semana SOLUÇÃO INTRAMUSCULAR: complexo de hidróxido de ferro III polimaltosado Apresentação: 330 mg/2 mL (100 mg de Fe elementar) por ampola Dose: mL de solução parenteral – 0,0442 (Hb desejada – Hb observada) x peso magro + (0.26 x peso corporal magro) Posologia: administrar IM, sempre no glúteo, por técnica de aplicação em Z, intramuscular profundo. Dose máxima diária: o Crianças até 5 Kg = 0,5 mL o Crianças de 5-10 Kg = 1 mL o Adultos = 4 mL ou habitualmente uma ampola a cada 2 dias ou uma – duas ampolas a intervalos maiores REPOSIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS / HORMÔNIOS BIOFÁRMACO / MEDICAMENTO BIOLÓGICO = precisam de um organismo vivo para serem produzidos → camundongo (anticorpo monoclonal), cultura de células, bactéria ERITROPOIETINA ERITROPOIETINA (EPO): hormônio produzido fisiologicamente que indica / estimula a MO que precisa ↑ produção de hemácias e eritrócitos = ↑ transporte de oxigênio Aumenta síntese de eritrócitos = ↑ viscosidade do sangue = hipertensão, risco de derrame e crise cardíaca aguda o Indicado seu uso quando há ↓ do hematócrito: perda sanguínea e CA de medula óssea Meia vida curta – detecção difícil (não pega no doping) Usado para ↑ resistência esportiva = uso ilícito (doping) Em locais de alta altitude (baixa pressão atmosférica de oxigênio) ocorre a produção de EPO = ↑ capacidade oxigenativa PRODUÇÃO DA EPO É um biofármaco = medicamento biológico que utiliza uma bactéria (E.coli) para ser produzido = usa o gene de produção da EPO, coloca dentro da bactéria, é produzido a cadeia de aminoácidos e ocorre as modificações pós-transcrisionais: glicolisação Sofre uma Glicolisação do tipo N e tipo O EPO nativa: meia vida curta de 8,5 h EPO aranesp (medicamento): meia vida longa de 25,3 h OBS: a indústria farmacêutica faz com que tenha maior meia vida através de 2 sítios de N-glicosilação extras = aranesp 1ª GERAÇÃO ▪ Proteínas com idêntica sequência de aminoácidos. ▪ Voltadas para a reposição ou aumento do nível de proteínas endógenas 2ª GERAÇÃO ▪ Fração crescente dos biofármacos aprovados recentemente (engenharia de proteínas → propriedades terapêuticas endógenas) Geração de um produto de ação mais rápida ou mais lenta Alteração do tempo de meia vida do produto Alteração da imunogenicidade do produto Desenvolvimento de proteínas terapêuticas híbridas OUTRAS REPOSIÇÕES Vitamina B12 e Folato Auxiliam nos processos metabólicos → mediadores importantes (interferem na hematopoese porque são usados em células de crescimento rápido) 4 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO IMUNOMODULAÇÃO IMUNOMODULADORES: interferem na resposta imune modificando o curso das doenças. Fármacos estimuladores (imunoestimulantes) e fármacos supressores (imunossupressores) do sistema imune Modular: pode regular para cima ou para baixo (imunossupressão ou imunoestimulação) A quantidade de imunossupressores é bem maior que a de imunoestimulantes RESPOSTA IMUNOLÓGICA: faz partedo controle de homeostase Se estiver tudo bem = linha central horizontal Resposta imunológica excessiva: alergia, doenças auto-imunes, tumores linfoides → uso de imunossupressor (antialérgicos, corticoides) ▪ Responde a coisas que não são imunogênicas, como sendo (pólen, pelo de gato e próprias células) Resposta imune defeituosa: maior suscetibilidade a infecções, câncer → uso de imunoestimulante ▪ Não vai ter os LTCD8+ sentinelas para proteger contra o câncer OBS: clinicamente é mais comum o uso de imunossupressor Imunossupressores APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Transplante de órgãos e tecidos: renal, cardíaco, hepático e pancreático Doenças autoimunes: artrite reumatoide, psoríase grave, uveíte, miastenia gravis, síndrome nefrótica e glomerulonefrite OBS: Existem 3 modalidades de transplante de órgão sólido: Auto-transplante: tecido do próprio paciente Transplante alogênico: órgão / tecido de outro paciente, da mesma espécie Xenotransplante: órgão de outra espécie CLASSES DE IMUNOSSUPRESSORES • Glicocorticoides: Prednisolona • Inibidores da calcineurina: Ciclosporina, Tacrolimus • Anti-proliferativos: Sirolimo • Antimetabólicos: Azatioprina, Leflunomide, Áido micofenólico, Metotrexato • Imunobiológicos (biofármacos): Muromonab-CD3, Basiliximabe e Daclizumabe AZATIOPRINA (AZA) • Primeiro fármaco imunossupressor usado com sucesso para transplante Principais usos: transplantes, doenças autoimunes (artrite reumatoide, LES) • É um pró-fármaco, análogo da purina, que reage de forma não-enzimática com compostos sulfidrílicos, como a glutationa → formando a 6- mercaptopurina Entra dentro da rota de produção de purinas, IMUNOSSUPRESSORES • Glicocorticoides • Inibidores da calcineurina • Antiproliferativos • Antimetabólicos • Imunobiológicos (biofármacos) IMUNOESTIMULANTES • BCG • Interferons • Interleucina-2 (aldesleukin) • Imunoglobulina • Filgrastim 5 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO necessárias para a produção de DNA/RNA Entretanto, não há os nucleotídeos corretos para a síntese = sem material genético • MECANISMO DE AÇÃO: inibe a produção de purinas → não há produção de DNA/RNA, que são essenciais para as células de crescimento rápido (medula óssea) → célula da resposta imune não consegue se proliferar → prejuízo do metabolismo (diminuição na produção de leucócitos e mediadores inflamatórios) Por isso a azatioprina é antimetabólico • EFEITOS ADVERSOS: supressão de medula óssea, hepatotoxicidade • FARMACOCINÉTICA: a azatioprina precisa de uma enzima XO (xantina oxidase) para conseguir ser metabolizada. Assim, é essencial para a síntese de nucleotídeos de purina A xantina oxidase é a enzima que produz o ácido úrico também! OBS: O uso combinado de azatioprina (antimetabólico) e prednisona (corticoide) foi a base de esquema imunossupressor em 1960-1983 INIBIDORES DA CALCINEURINA (ICN) CICLOSPORINA: polipeptídeo cíclico Menos ativa = menos potente TACROLIMO: mais ativo 100x que a ciclosporina, mas a toxicidade é maior • MECANISMO DE AÇÃO: ligam-se a imunofilinas específicas presentes nos linfócitos T = ↓ IL-2 Ciclosporina (CsA): se liga à ciclofilina Tacrolimus: se liga à proteína FK Calcineurina: molécula necessária dentro do linfócito T para produção de IL-2 Assim, eles se ligam às imunofilinas específicas do linfócito T → interferem na via de sinalização intracelular → impedem a ativação da calcineurina (fica inativada) → não há modulação / expressão gênica da citocina IL-2 → ↓ IL-2 = ↓ linfócito T = ↓ resposta imune IL-2 é essencial para manter os linfócitos T estimulados e ativos (modulação autócrina), evitando a apoptose Lembrando das funções dos linfócitos T: o TCD4+ = faz padrão Th1 ▪ Se diferenciam em linfócitos auxiliares (T helper), e auxiliam processos da resposta imunológica = produção de anticorpos, liberação de citocinas que aumentam a resposta imune.. o TCD8+ = faz padrão Th2 ▪ Dá origem ao linfócito citotóxico, librando substâncias químicas que matam células • FARMACOCINÉTICA: Absorção da ciclosporina e do tacrolimo é variável e incompleta, com biodisponibilidade que varia entre 4% e 89%, sendo em média de 20-25% Cmáx de ciclosporina é alcançada em 1-4 hrs e circula ligada a proteínas plasmáticas, linfócitos e hemácias A ciclosporina sofre metabolização hepática (CYP3A), resultando em mais de 15 metabólitos Excreção hepática (biliar pelas fezes); somente cerca de 6% é excretado por via renal OBS: Monitoramento farmacocinético na imunossupressão atenção para o transplante renal, pois ao mesmo tempo que eu dou o medicamento para evitar rejeição, ele possui nefrotoxicidade 6 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO observar a janela terapêutica → a dose deverá ser entre 150 e 400 para evitar rejeição e nefrotoxicidade, nesse caso da CsA da imagem Concentrações elevadas de CsA e tacrolimo durante os primeiros 30 dias reduz marcadamente a incidência de rejeição aguda CICLOSPORINA: • < 150ng/mL = rejeição • > 400ng/mL = toxicidade TACROLIMO: • < 5ng/mL = rejeição • > 15ng/mL = toxicidade • INTERAÇÃO COM OUTRAS DROGAS: Clearance é aumentado quando administrados em conjunto com indutores da CYP450 (fenobarbital, Fenitoína, rifampicina) o Vai ter mais excreção dos medicamentos = ↓ efeito pelas concentrações não ideais o Se não monitorado pode levar à rejeição Clearance é diminuído quando administrados em conjunto com inibidores da CYP450 (eritromicina e cetoconazol) o Vai ter menos excreção dos medicamentos = ↑ efeito pelas concentrações mais do que as ideais o Pode levar à toxicidade • EFEITOS ADVERSOS: Nefrotoxicidade (↑ tacrolimo) Neurotoxicidade (↑ tacrolimo) Hipertensão Hiperplasia gengival (somente CsA) Suscetibilidade a infecções • USOS TERAPÊUTICOS: Psoríase (lesões de pele regridem muito!) o Hipersensibilidade tipo IV, muito dependente de linfócitos T Uveíte Síndrome nefrótica Artrite reumatoide Glomerulonefrite DM tipo I Rejeição de órgãos sólidos transplantados SIROLIMO (RAPAMICINA) É um antiproliferativo → apresenta sinergismo potente quando associada a outros imunossupressores (ciclosporina, pois inibe pontos diferentes da via • MECANISMO DE AÇÃO: liga-se a uma imunofilinas da família FK, mas não inibe a calcineurina Inibe a enzima mTOR, uma serina-treonina, que é crítica da sinalização da IL-2 → inibe a proliferação e diferenciação dos linfócitos T Mesmo que seja produzida a IL-2 e se ligue ao receptor, ela não consegue realizar as vias de sinalização intracelular = impede proliferação • USO TERAPÊUTICO: rejeição aguda à transplantes de órgãos sólidos (renal e cardíaco) Ação sinérgica com a ciclosporina • FARMACOCINÉTICA: Baixa absorção oral Meia vida longa (60hrs) Metabolismo hepático pela CYP450 o Interação com drogas é similar aos inibidores da calcineurina • EFEITOS ADVERSOS: Trombocitopenia Leucopenia Hiperlipidemia (↑colesterol e TGL) Disfunção do TGI Hepatotoxicidade Baixa toxicidade renal → escolha para tx renal 7 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO LIGANTES DE IMUNOFILINAS (SIROLIMO, CICLOSPORINA E TACROLIMO) X ANTIMETABÓLICOS (AZATIOPRINA, LEFLUNOMIDE) OBS: É necessário a apresentação antigênica para a célula T naive (T virgem) → sofre um sinal de ativação pela liberação de IL-2 → expansão clonal (formação de vários clones a partir de uma célula ativada) Todos os ligantes de imunofilinas (ciclosporina,tacrolimo e sirolimo) se ligam e impedem que o linfócito T receba o sinal para a expansão clonal. Já os antimetabólicos (azatioprina, leflunomide, metotrexato e micofenolato) impedem que a proliferação celular ocorra por falta de oferta suficiente de bases nitrogenadas para conseguir fazer a duplicação de DNA. o Atuam no ciclo celular o Substrato falso na síntese de DNA (possuem característica química similar à base nitrogenada endógena) = produzem um nucleotídeo errado = não prolifera IMUNOBIOLÓGICOS (BIOFÁRMACOS) ANTICORPOS MONOCLONAIS São anticorpos produzidos através de um único clone de linfócito B em camundongo→ reconhecem apenas um antígeno São obtidos através dos camundongos (murino) e é usado engenharia genética para transformar a molécula mais humano → observar os sufixos dos medicamentos ➔ -omab → Murino (0% humano) ➔ -ximab → Quimérico (65% humano) ➔ -zumab → Humanizado (>90% humano) ➔ -umab → “Fully human” (100% humano) POTENCIAL IMUNOGÊNICO: sistema imune do paciente olha a proteína e identifica como non-self e monta uma resposta para aquela situação Vai diminuindo quanto mais a molécula for humana REGIÃO FAB: é as duas pontas do “Y” do anticorpo monoclonal. Se ligam especificamente ao alvo, e por conta de ser muito grande a molécula, a molécula perde a conformação espacial, resultando em neutralização → por isso o anticorpo monoclonal é ferramenta fundamental para a terapia e desenvolvimento da ciência em geral MUROMONAB – CD3 (OKT-3) Anticorpo monoclonal murino dirigido contra o antígeno CD3 de células T humanas • MECANISMO DE AÇÃO: liga-se especificamente ao complexo CD3 na superfície dos linfócitos → impede o complexo fundamental para o reconhecimento da célula apresentadora de antígeno → a célula não é reconhecida → não ocorre ativação dos linfócitos T → rápida remoção dos linfócitos T da circulação 8 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO O muromonab é uma molécula grande, e quando ele se liga ao CD3, ele ocupa o espaço → células (linfócitos T) removidas da circulação • INDICAÇÕES: Rejeição aguda a transplantes (renal, cardíaco, hepático) Efeito na rejeição aguda resistente a glicocorticoides • FARMACOCINÉTICA: O metabolismo do OKT-3 não está claro → provavelmente é removido pelos macrófagos por ativação da fagocitose quando ligado aos linfócitos (opsonização) Aproximadamente 85% dos pacientes tratados com OKT-3 desenvolvem anticorpos humanos reativos anti-murino que, com o tempo, podem levam à taquifilaxia e neutralização do OKT-3 • EFEITOS ADVERSOS: Síndrome aguda clínica conhecida como Síndrome da Liberação de Citocinas (SLC) o Sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, tremores, dor de cabeça, náusea, vômitos, artralgia, fraqueza muscular e mialgia. OBS: CD = “cluster of diferenciation” = célula de diferenciação = proteína presente em células da resposta imunológica, servindo para diferenciação Toda célula T é CD3 +, assim, tem essa molécula na sua membrana, favorecendo a sinalização para a APC CD3 é uma molécula que está junto com o complexo correceptor-TCR → importante para o linfócito T consiga reconhecer a célula APC BASILIXIMAB E DACLIZUMAB São anticorpos monoclonais dirigidos contra o receptor da IL-2 (CD25) de células T humanas ➔ BASILIXIMAB é um anticorpo quimérico com constituição proteica 25% murina e 75% humana ➔ DACLIZUMAB é um anticorpo humanizado com constituição proteica de 90% humana (mais caro) • MECANISMO DE AÇÃO: ligam-se especificamente à porção alfa do complexo D25, na superfície dos linfócitos ativados, bloqueado a sinalização da IL-2 Impede que a IL-2 se ligue • FARMACOCINÉTICA: Administração por via IV Meia vida longa o Basiliximab: 7 dias o Daclizumab: 20 dias 9 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M2 EDUELY TURBINO Imunoestimulantes FILGASTRIN (GRANULOKINE, FIPRIMA) Produz o G-CSF (fator estimulador de colônias de granulócitos humanos) G-CSF: lá na medula óssea, necessita de um “sinal” para saber qual leucócito ela vai produzir, quando e como. Por isso, existem vários fatores de estimulação para isso, e um deles é o G-CSF, que possui inúmeras ações na resposta imunológica: Mobilização de células T dendríticas Mobilização de células T regulatórias Indução de células APC Aumentar neutrófilos (o mais importante, nesse caso) o Avisa a MO para produzir mais neutrófilos, pois está com pouco o Usado para reduzir a neutropenia e diminuir a incidência de neutropenia em pacientes de QT (quimioterapia) • É um biofármaco = usa o gene na E. coli, realizando a produção da proteína G-CSF (fator estimulador de colônias de granulócitos humanos) • Redução da duração da neutropenia e da incidência da neutropenia febril nos pacientes com neoplasias não-mieloides tratados com quimioterapia citotóxica • Redução da duração da neutropenia e suas sequelas clínicas em pacientes submetidos à terapia mieloablativa, seguida de transplante de medula óssea OBS: Primeiro medicamento biossimilar totalmente desenvolvido no país (fiprima) LEVAMISOL • Ascaricida (usado para tratar Ascaris) que também tem a capacidade de restaurar a função imune deprimida de células B, células T, macrófagos e monócitos • Adjuvante do tratamento com fluorouracil (antimetabólico) após ressecação cirúrgica de paciente com câncer de cólon BCG (BACILO DE CALMETTE E GUÉRIN) Mycobacterium bovis atenuado através do método de Calmette e Guérin • BCG estimula o sistema imunológico contra tumores neoplásicos por mecanismo ainda desconhecido • Profilaxia do carcinoma de bexiga urinária • Gera reações de hipersensibilidade INTERFERONS RECOMBINANTES • Interferons (, , ) Interferon-: é uma citocina fundamental para que tenha um padrão de resposta de linfócitos T auxiliares (padrão Th1) • Antivirais (principalmente hepatite viral) • Inibição da proliferação celular, aumento da fagocitose por macrófagos e aumento da citotoxicidade por linfócitos T INTERLEUCINA-2 RECOMBINANTE HUMANA (ALDESLEUKIN) • Imunidade celular com linfocitose, eosinofilia, trombocitopenia e liberação de outras citocinas (TNF, IL-1, interferon-1) • Tratamento do carcinoma de células renais com metástase e melanoma • Resulta em: reações cardiovasculares adversas e aumento de risco de infecções graves devidas a prejuízo da função dos neutrófilos
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