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1 HABILIDADES DE VIAS DE ACESSO – DR. FERNANDO THEODORO EDUELY TURBINO E NATÁLIA BONASSI Sonda orogástrica e nasogástrica Introdução de cateter no estômago e porções proximais de intestino delgado, através da cavidade nasal, oral ou estômago (percutânea) VIAS NASAL – NASOGÁSTRICA/NASOENTÉRICA • Pode haver pontos de obstrução Dificuldade na introdução Lembrar do desvio anatômico = pode cair na traqueia Realizar lubrificação adequada ORAL – OROGÁSTRICA • Pediátrico = mais simples, menos invasiva, complicação menor No adulto há o reflexo do vômito, pigarro, tosse, incômodo Contato com a língua e orofaringe PERCUTÂNEA GASTROSTOMIA/JEJUNOSTOMIA • Usada para alimentação (quando contraindicada a via oral) • Endoscopia → para posicionar a sonda • Cirúrgica Diretamente passa a sonda pela cavidade abdominal, chegando no estômago ou jejuno Ex: Gastrostomia = passagem da sonda pela parede abdominal do estômago ▪ Via endoscópica (normalmente) → realiza uma punção com o órgão cheio de ar (que a EDA insuflou) → posiciona a sonda Ex: Jejunostomia = passagem da sonda pela parede abdominal do jejuno ▪ Via cirúrgica = incisão TRAJETO Entra na cavidade nasal → rinofaringe → orofaringe → esôfago → estômago 2 HABILIDADES DE VIAS DE ACESSO – DR. FERNANDO THEODORO EDUELY TURBINO E NATÁLIA BONASSI TIPOS DE CATETERES SONDA/CATETER DE LEVINE • Material mais rígido • Cada ponta uma cor diferente = calibres diferentes • Uso em via nasogástrica (preferencial) ou orogástrica Melhor a naso → paciente consciente, acordado, orientado Se for usar a oro → provavelmente o paciente (adulto/idoso) não estará consciente, devido o incômodo e estímulo do vômito • Uso: drenagem (e não alimentação) • Preferencialmente nasogástrica SONDA/CATETER DE FOUCHET • Muito calibrosa • Usos: drenagem, lavagem estomacal, moldagem de cirurgias (hérnia de hiato), obstruções (tumor, úlcera péptica) • Preferencialmente orogástrica, mas pode ser nasogástrica também (grande para a cav. nasal) Paciente sedado Deixar por pouco tempo (uso breve) ▪ Ex: cateterizar 24hrs antes da cx Bem difícil e raro o uso, somente em indicações específicas SONDA/CATETER DOBBHOF • Material diferente Fio guia (mais flexível) Ponta radio-opaca Conectores (2 vias de conexão – associar alimentação e medicação) • Uso: Alimentação • Preferencialmente nasoenteral Vai fácil de chegar o posicionamento SONDA SANGSTAKEN BLAKEMORE • Uso em situação específica: hemorragias digestivas altas (esôfago/estômago) para estancar; deve ter um ponto anatômico específico de sangramento O tto é endoscópico (EDA) 3 HABILIDADES DE VIAS DE ACESSO – DR. FERNANDO THEODORO EDUELY TURBINO E NATÁLIA BONASSI DRENAGEM USO DO COLETOR ABERTO (ver característica, quantidade em 24hrs e odor) ALIMENTAÇÃO USO DA BOLSA DE DIETA ENTERAL Dependendo da região da obstrução, haverá uma característica diferente na sonda (ver no coletor) •Estômago = conteúdo gástrico, saliva, alimentos •Delgado = bilioso ou fecaloide (depende da altura) •Abundante (obst. total) x Pouco (sub-ocluído) • Possui 3 vias: drenagem (2 cuff pequenos, onde faz a insuflação com seringa de 20ml), cuff dentro do esôfago e cuff dentro do estômago • Introduzir via naso ou oral (pcte já está intubado) O cuff distal tem que ficar dentro do estômago Insufla o cuff distal gástrico → não sobe por conta do esfíncter esofágico = posicionada → traciona a sonda Insuflar o cuff esofágico → vai comprimir as varizes e estancar o sangramento Após 24hrs → desinflua o esofágico e depois o gástrico → se atentar se não há sangramento. • Usos: medida emergencial (pode salvar a vida do pcte); lavagem; drenar sangue do conteúdo gástrico Cuidado com a pressão colocada → isquemia do esôfago Deixar por 24hrs somente OBS: insuflar ar ou soro gelado Ar (20-25mmHg) Soro gelado deixa o cateter pesado e pode trocar de lugar PERCUTÂNEA GASTROSTOMIA: feita através da parede abdominal, via mais usada endoscópica (mais fácil, menos complicações) JEJUNOSTOMIA: sonda no intestino delgado (jejuno). Feita por sedação e cirurgia Ambas são usadas para alimentação, hidratação e medicação DRENAGEM X ALIMENTAÇÃO FINALIDADES • Alimentação e hidratação Na alimentação = preferir a nasoenteral Pcte crônico, distúrbio de deglutição, nível de consciência rebaixado (AVC) Pediatria: crianças muito desidratadas + dificuldade de acesso venoso → usar a sonda para iniciar a hidratação mais rapidamente • Drenagem/descompressão: abdome agudo obstrutivo (víscera fechada); abdome agudo inflamatório (irritação do peritônio = altera motilidade intestinal = ausência de peristalse = conteúdo intestinal não progride e acumula); abdome agudo perfurativo Diminui chance de vômito e broncoaspiração Descompressão = favorece peristalse • Auxílio per-operatório: pré e pós Preparação cirúrgica (hidratação, hemodinâmica) • Administração de medicamentos Líquidos = mais fáceis Comprimidos = diluir Ver se a sonda está sempre pérvia (lavar com SF 09%, água destilada) 4 HABILIDADES DE VIAS DE ACESSO – DR. FERNANDO THEODORO EDUELY TURBINO E NATÁLIA BONASSI COMO DESOBSTRUIR UMA SONDA •Injetar água destilada / soro fisiológico •Ar •NÃO DESOBSTRUIU? VITAMINA C (1 ampola), AMINOFILINA, COCA-COLA MEDIR A SONDA •Posiciona a ponta na cavidade nasal, passa no mastoide posterior da orelha até o apêndice xifoide •Fazer uma marcação com caneta ou esparadrapo INDICAÇÕES DE DRENAGEM (CATETERISMO GÁSTRICO) • Obstrução / sub-oclusão intestinal ou gástrica • Per-operatório • Pacientes críticos em CTI • Hemorragia digestiva alta (HDA) É discutível o uso, pois pode piorar as hemorragias, devido o material rígido da sonda Usa a sonda para lavar o estomago, mas não manter por muito tempo • Retirada de substâncias tóxicas → lavagem gástrica Usar a Fouchet vai retirar todo o conteúdo, pois é mais calibrosa e facilita a drenagem, mas é mais “agressiva”; enquanto a Levine retira um pouco do conteúdo e é mais “leve” (preferir as numerações mais calibrosas) → depende do hospital e da escolha do médico!!! Soda cáustica = Passar o quanto antes possível (após 4-6hrs pode lesar o esôfago) → manter o pertuito do esôfago = senão nunca mais consegue usar o esôfago para alimentação • Trauma (indicações específicas) NÃO USAR VIA NASO EM CASO DE SUSPEITA DE FRATURA NA BASE DO CRÂNIO → a sonda vai para trás e entra no crânio → usar via oro ▪ Sinal do guaxinim (olho roxo) ▪ Sinal da batalha (equimose no mastoide) INDICAÇÕES CATETERES ALIMENTARES • Pacientes críticos no CTI • Pós-operatório • Doenças neurológicas / Demências • Dificuldade de alimentação por obstruções esofágicas ou gástricas CONTRA-INDICAÇÕES • Trauma com distorção da anatomia Trauma de face, fratura na base do crânio Atravessa lâmina cribiforme • Obstrução mecânica (esôfago, naso/orofaringe) • Hemorragia ativa naso-faríngea • Pós-operatórios (com anastomoses – junções) Anastomose alta (esôfago e estômago) – CUIDADO!!! • Agitação psicomotora severa • Recusa do paciente COMPLICAÇÕES • Hemorragias • Perfurações • Mal posicionamento • Broncoaspiração • Obstrução do cateter • Sinusite CALIBRES DobbHof: 12-14 Fr Levine: 10-24 Fr Fouchet: 28-34 Fr 1 unidade French (Fr) = 0,33 mm CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES • Lubrificação • Certeza do posicionamento correto Injetar seringa de 20ml de ar → posicionar o esteto no epigastro → se ouvir o ar/burbulhos no estômago, se sabe que a sonda estábem posicionada Radiografia simples do abdome/tórax ▪ Dobbhof é mais fácil, por conta do fio guia e a ponta radio-opaca • Boa técnica 5 HABILIDADES DE VIAS DE ACESSO – DR. FERNANDO THEODORO EDUELY TURBINO E NATÁLIA BONASSI O fato de vir conteúdo na sonda não significa que é conteúdo gástrico e está bem posicionada! Pode ser conteúdo brônquico e a sonda estar no pulmão/via aérea PASSO A PASSO – ETAPAS TÉCNICAS • Assepsia das mãos, máscara, luvas, óculos de proteção • Material: gaze, seringa, soro fisiológico; umedecer a gaze • Explicar o procedimento para o paciente / responsável • Perguntar se tem preferência por alguma narina (hipertrofia de corneto) • Posicionar bem o paciente (decúbito dorsal ou sentado) • Limpar narinas com SF • Medir a quantidade cateter necessária para o posicionamento → nariz, passar no mastoide (atrás da orelha); descer e medir até a região do apêndice xifoide (pontinha) → marcar com caneta ou esparadrapo. Não passar além do ponto marcado. • Lubrificação (xilocaína gel) • Introdução de cateter Se possível, flexionar a cabeça (mão na região occipital e depois voltar) ▪ Não fazer em politraumatizados com colar cervical Quando o paciente sentir a sonda na orofaringe → pedir para ele engolir → facilita a migração da sonda Se sentir resistência, voltar e realizar o processo novamente Se tiver tosse → para, puxa e tenta novamente • Fixação (esparadrapo) (as vezes faz um ponto supralabial) • Conferir posicionamento (ausculta e radiografia → recomendável os 2 métodos) Ausculta (20ml ar/gás – forte e rápida → burbúrios no epigástrio) RX tórax/abdome A precisão da localização pós-pilórica é garantida nas passagens endoscópicas, pois a migração ocorrerá com o peso da sonda e/ou movimentos peristálticos
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