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Técnica cirúrgica, 16.11.21, semana 04. Sondagem nasogástrica e nasoenteral · Objetivo 1. Descrever as indicações e contraindicações clínicas. 2. Citar as complicações inerentes aos procedimentos. 3. Conhecer os materiais necessários para a realização dos procedimentos. 4. Compreender a técnica cirúrgica e executar os procedimentos. Sondagem nasogástrica A sondagem nasogástrica pode ter objetivo terapêutico, diagnóstico e ser meio de alimentação. Evita a distensão do estômago, vômitos e aspiração pulmonar durante o período pré e pós-operatório, descomprimindo o estômago. Para alimentação prolongada, considerar a sonda nasoentérica. · Considerações anatômicas A cavidade nasal comunica-se com o meio externo por meio das narinas, anteriormente, e com a porção nasal da faringe, posteriormente, por meio das coanas e da porção nasal da faringe. A distância do nariz à transição faringoesofágica é de 10 a 12 cm. A parte oral da faringe comunica-se com a cavidade bucal pelo istmo das fauces, e a parte laríngea comunica-se anteriormente com o ádito da laringe e posteriormente é continuada pelo esôfago. O esôfago é um tubo muscular com cerca de 23 a 25 cm, estendendo-se da faringe ao estômago, e apresenta movimentos peristálticos. O estômago é uma dilatação do canal alimentar, compreendido entre o esôfago e o intestino, localizado logo abaixo do diafragma. Apresenta dois orifícios: o proximal é o óstio cárdico e o distal é o óstio pilórico, que se comunica com o duodeno. Este último é importante na passagem da sonda nasoenteral. · Indicações · Objetivo diagnóstico: - Hemorragia digestiva alta; - Intoxicações exógenas agudas; - Débito de secreção; · Objetivo terapêutico: - Pós-operatório de cirurgia abdominal: Cirurgias em que há grande manipulação de alças, gastrenterostomia, piloroplastia ou anastomose gastresofágica. - Oclusão e suboclusão intestinal; - Dilatação gástrica aguda; - Pancreatite. · Alimentação: - Pacientes comatosos; - Dependentes de ventilação mecânica; - Cirurgia ou obstrução de orofaringe ou esôfago; - Distúrbios de deglutição. · Contraindicações - Fratura de base de crânio. - Relativas: Divertículo de Zencker (faringoesofágico); Deformidades graves da coluna cervical; Aneurisma de arco aórtico; Esofagite por soda cáustica; Neoplasias infiltrativas do esôfago; Esofagocoloplastias ou sequelas de outras intervenções sobre esôfago ou cárdia. · Material · Principal: - Sonda nasogástrica 10-20F (para mulheres, no 14 a 16; para homens, no 16 a 18); - Gazes; - Estetoscópio; - Frasco/bolsa coletora; - Copo d’água com canudinho. · Assepsia: - Toalha; - Luvas de procedimento. · Anestesia tópica: - Lidocaína gel a 2% (10 mℓ). · Infusão: - Seringa de 20 mℓ. · Curativo/fixação: - Tintura de benjoim (opcional); - Esparadrapo ou Micropore®; - Equipo (opcional). · Avaliação e preparo do paciente - Explicar o procedimento para o paciente. - Solicitar termo de consentimento informado assinado. - Posicionar o paciente sentado ou a 45°, com a cabeça fletida. Caso não seja possível, colocá-lo em decúbito lateral esquerdo, com a cabeça voltada para o lado, para evitar broncoaspiração. - Escolher a narina: qualquer uma, exceto quando houver desvio de septo, obstrução ou traumatismo nasal. · Técnica Escolher o calibre da sonda entre 10 e 20F (5 a 10 mm de diâmetro interno), de acordo com a capacidade da narina, permitindo uma drenagem eficiente. Medir o tamanho da sonda: da parte inferior do processo xifoide, passando por trás da orelha até a ponta do nariz. Acrescentar 10 a 15 cm. Fazer uma marcação nesse local com um pedaço de esparadrapo circular. Colocar a toalha sobre o tórax do paciente. Lubrificar o tubo com gel anestésico (lidocaína gel). O paciente deve aspirar gel lubrificante, pela narina escolhida, até senti-lo na garganta. Esperar 5 min. Criar uma curva no tubo, enrolando-o na mão. Inserir a sonda em direção ao assoalho nasal e à nasofaringe. Solicitar ao paciente que faça movimentos de deglutição, engolindo saliva ou água através de um canudo, quando a sonda alcançar a transição faringoesofágica (10 a 12 cm). Pode haver certa dificuldade nesse momento: tentar uma leve pressão; se não funcionar, rodar a sonda, tracioná-la e tentar novamente. Utilizar gaze se a sonda estiver escorregadia. Pedir ao paciente para flexionar a cabeça nesse momento. Inserir a sonda até a marcação indicativa da cavidade gástrica. Aspirar com uma seringa de 20 mℓ e verificar se há suco gástrico; cuidado para não fazer pressão negativa excessiva. Pode-se injetar 20 mℓ de ar e auscultar som hidroaéreo no epigástrio. Eventualmente, se necessário, solicitar uma radiografia simples toracoabdominal, para verificar a localização e se a sonda não está dobrada. Verificar se o paciente consegue falar. Fixar a sonda ao nariz com esparadrapo. Fixar um equipo cortado à sonda e utilizá-lo atrás da cabeça do paciente, como se fossem as hastes de um óculos. · Cuidados após procedimento É aconselhável manter a cabeceira do leito elevada em 30°, para evitar ou diminuir o refluxo. - Após qualquer procedimento no qual tenha sido necessário movimentar o paciente ou se ele apresentar vômito, conferir a localização da sonda. - Anotar débito e aspecto. - Monitorar eletrólitos. · Complicações - Ulceração ou necrose de asa nasal; - Epistaxe; - Colocação traqueal e intubação pulmonar; - Soluços, náuseas e vômitos; - Esofagite de refluxo; - Regurgitação com aspiração para a árvore brônquica; - Ulceração e/ou necrose de parede do esôfago proximal - Pericondrite da cartilagem cricoide; - Perfuração de carcinoma, ulceração ou divertículo esofágico; - Passagem da sonda para o interior do crânio; - Estenose esofágica; - Distúrbios hídricos e eletrolíticos. · Retirada de sonda O paciente deve apresentar ruídos hidroaéreos abdominais propulsivos, eliminação de gazes ou fezes e diminuição do débito pela sonda. - Retirar a fixação da sonda; - Explicar o procedimento ao paciente; - Utilizar luvas de procedimento; - Posicionar o paciente sentado; - Solicitar inspiração profunda e expiração lenta, seguida de apneia; - Tracionar a sonda delicadamente, moderadamente rápido e por completo, em um só movimento. Não forçar. Se não conseguir na primeira apneia, solicitar inspiração e expiração e tentar novamente; - O paciente deve realizar higiene bucal com água e bochechos. Sondagem nasoenteral A sondagem nasoenteral objetiva alimentar o paciente. As sondas têm uma ogiva metálica, um peso, para facilitar a passagem através do piloro e ajudar a manter sua posição. Também têm um guia metálico, por serem muito flexíveis. · Considerações anatômicas A distância do nariz à transição faringoesofágica é de 10 a 12 cm. O esôfago tem cerca de 23 a 25 cm, estendendo-se da faringe ao estômago. O duodeno tem aproximadamente 25 cm e é unido, pelo piloro, à porção terminal do estômago. · Indicação Impossibilidade de alimentação pela via oral, apesar do trato intestinal íntegro. · Contraindicação - Fratura de base de crânio. · Relativas: - Divertículo de Zencker (faringoesofágico); - Deformidades graves da coluna cervical; - Aneurisma de arco aórtico; - Esofagite por soda cáustica; - Neoplasias infiltrativas do esôfago; - Esofagocoloplastias ou sequelas de intervenções sobre esôfago ou cárdia; - Possibilidade de alimentação por via oral; - Obstrução intestinal. · Material · Principal: - Sonda nasoentérica 10 a 20F; - Gaze; - Estetoscópio; - Copo d’água e canudinho. · Assepsia: - Toalha; - Luvas de procedimento. · Anestesia tópica: - Lidocaína gel a 2% (10 mℓ). · Infusão: - Seringa de 20 mℓ. · Curativo/fixação: - Tintura de benjoim (opcional); - Esparadrapo ou Micropore®; - Equipo (opcional). · Avaliação e preparo do paciente - Explicar o procedimento para o paciente. - Solicitar termo de consentimento informado assinado. - Escolher a narina: qualquer uma, exceto quando houver desvio de septo, obstrução ou traumatismo nasal. - Posicionar o paciente sentado, com a cabeça fletida. - Em pacientes comatosos, considerar a possibilidade de proteger as vias respiratórias com intubaçãoendotraqueal. · Técnica - Escolher a sonda de calibre entre 10 e 20F (5 a 10 mm de diâmetro interno), de acordo com a capacidade da narina e permitindo uma drenagem eficiente. - Medir o tamanho da sonda: da parte inferior do processo xifoide, passando por trás da orelha até a ponta do nariz. Para posicionamento na segunda ou terceira porção do duodeno, acrescentar 20 a 25 cm. Fazer uma marcação nesse local com um pedaço de esparadrapo. - Lubrificar o tubo com gel anestésico (lidocaína gel). - O paciente deve aspirar gel lubrificante pela narina escolhida, até senti-lo na garganta. - Solicitar ao paciente que faça movimentos de deglutição, engolindo a saliva, quando a sonda alcançar a transição faringoesofágica, localizada 10 a 12 cm do início da sonda. - Pode haver certa dificuldade nesse momento; pode-se rodar e tracionar a sonda e introduzi-la novamente. Utilizar gaze se a sonda estiver escorregadia. - Inserir a sonda até a marcação indicativa da cavidade gástrica. - Aspirar com uma seringa de 20 mℓ e verificar se há suco gástrico, com cuidado para não fazer pressão negativa excessiva. Pode-se injetar 20 mℓ de ar e auscultar som hidroaéreo no epigástrio. Solicitar uma radiografia simples de abdome, para verificar a localização e se a sonda não está dobrada. - Retirar o fio-guia; - Fixar a sonda de maneira que ela não entre em contato com a pele do nariz; - A sonda deverá migrar para o intestino delgado espontaneamente, levada pelos movimentos peristálticos. Pode-se colocar o paciente em decúbito lateral direito por 1 h. Em caso de dificuldade na progressão da sonda, é aconselhável administrar metoclopramida (10 mg IV) para aumentar o peristaltismo. - É possível guiar a colocação da sonda com endoscopia ou fluoroscopia, caso falhem as tentativas anteriores. · Cuidados após procedimento É aconselhável manter a cabeceira do leito elevada em 30°, para evitar ou diminuir o refluxo, principalmente durante e até 1 h após a introdução de alimento. A alimentação pode ser fornecida de maneira intermitente ou contínua: - Contínua: 100 a 150 mℓ/h. - Intermitente: 200 a 400 mℓ, 4 a 6 vezes/dia. - Bolus, por meio de seringas, por 5 a 15 min. Os tubos devem ser lavados com 20 a 30 mℓ de água, 2 a 3 vezes/dia, e sempre após administração de medicamento ou alimento. Medicamentos devem ser administrados em líquidos ou dissolvidos.
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