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CURSO: ODONTOLOGIA Lucélia Soares De Lima Oliveira FISIOPATOLOGIA DA DOR ESTUDO DIRIGIDO 2 GOIÂNIA 2021 CURSO: BIOQUÍMICA Lucélia Soares De Lima Oliveira ATIVIDADES DE BIOQUÍMICA GOIÃNIA 2021 FACULDADE: Fasam Sul Americana CURSO: Odontologia DISCIPLINA: Fisiologia Oral ALUNA: Lucélia Soares de Lima Oliveira PROFESSORA: Daniela Vinhal DATA: 09/09/2021 ESTUDO DIRIGIDO DE FISIOLOGIA 2 RECEPTORES SENSORIAIS E SUAS SUB- MODALIDADES O que é,e o que estuda a fisiologia? A fisiologia é a área da ciência que estuda as funções em nosso organismo.Uma função vital é a manutenção de uma harmonia entre os sistemas. RECEPTORES SENSORIAIS São terminações nervosas capazes de converter estímulos do ambiente em impulsos elétricos. Esses estímulos serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central . Receptores intracelulares são proteínas receptoras encontradas dentro da célula, normalmente no citoplasma ou no núcleo. Na maioria dos casos, os ligantes de receptores intracelulares são pequenas, moléculas hidrofóbicas (repelidas por água), pois elas precisam atravessar a membrana plasmática para alcançar seus receptores. DIVISÃO DOS RECEPTORES Quimiorreceptores: São receptores que captam estímulos químicos. Estão localizados na língua e no nariz e são responsáveis, respectivamente, pelos sentidos do paladar e do olfato. Termorreceptores: São receptores que captam estímulos térmicos. Estão distribuídos por toda a pele, ligeiramente mais concentrados nas regiões da face dos pés e das mãos. • Mecanorreceptores: São receptores que captam estímulos mecânicos, como a compressão ou o estiramento da pele e de órgãos internos. Existem dois tipos especiais desses receptores: fonorreceptores, que captam variações na pressão do ar; e os estatorreceptores, que detectam a posição do corpo em relação à força de gravidade. Fotorreceptores: São receptores que captam estímulos luminosos. São encontrados nos olhos. NOCICEPTORES : dano tecidual interpretado como dor. FIBRAS AFERENTES PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E TERCIÁRIAS. Áreas Primárias são áreas que relacionam-se diretamente com a sensibilidade ou com a motricidade. Áreas Secundárias são áreas de associação, relacionam-se com alguma modalidade sensitiva ou de motricidade. Áreas Terciárias são áreas relacionadas com atividades psíquicas superiores, como exemplos, memória, pensamento abstrato, comportamentos. MECANISMOS DE TRANSDUÇÃO CANAIS IÔNICOS São proteínas de membrana celular que formam poros aquosos por onde a molécula atravessa sua camada lipídica.Transdução transformação dos estímulos físicos ou químicos em potencial elétrico pelos receptores sensoriais. Sejam neuronais ou células sensoriais secundárias, todos altamente específicos.Canais iônicos são locais pelo quais os íons conseguem atravessar do meio extracelular para o intracelular. Modalidades sensoriais O corpo humano é um complexo sistema de órgãos sensoriais que detecta os estímulos físicos e químicos do meio ambiente, originados fora e dentro do corpo. Os órgãos sensoriais e os componentes do sistema nervoso periférico e central associados ao processo de análise e interpretação do estímulos formam o Sistema Sensorial. Graças a esse sistema, o nosso corpo monitora as variações ambientais e o sistema de controle pode realizar os ajustes necessários. Convem chamar de sentidos especiais as cinco modalidades sensoriais cujos órgãos sensoriais encontram-se na cabeça: visão, audição, equilíbrio, gustação e olfação. Em relação aos sentidos que podemos perceber no corpo todo, incluindo a cabeça, como os sentidos do tato, dor, sensação térmica, sentido de posição das partes do nosso corpo podemos chamar de sentido somático e geral (somestesia). As vísceras do nosso corpo também evocam sensações como por exemplo a de plenitude gástrica (estômago cheio). Há várias outras informações originadas no nosso corpo que não se tornam perceptíveis para nós. Não percebemos mas o sistema nervoso central está detectando, continuamente, quantidades de açúcar no sangue, do nível de oxigênio ou a pressão sanguínea. Segundo Radeau (1997), a implantação das modalidades sensoriais segue uma cronologia bem definida ao longo do desenvolvimento cognitivo dos homens. Em primeiro lugar, instala-se a modalidade tátil; em segundo, a vestibular (manutenção do equilíbrio e orientação espacial); em terceiro, as químicas (gustação e olfação); em quarto, a auditiva; e, por último, a visual. Porém, o mesmo autor adverte, sempre que essa cronologia geneticamente pré-determinada é por um motivo ou por outro alterada, todo o sistema cognitivo se modifica originando um novo arranjo cognitivo. Essa cronologia, que para Proust (1997) teria a finalidade de não só preservar o organismo ainda imaturo do excesso de estimulação externa, como também reduzir toda e qualquer possibilidade de rivalidade sensorial intermodal, merece maior atenção. A análise conjunta das características "implantação" e "maturação" revela-se fundamental, sobretudo, no caso das modalidades cujos órgãos sensoriais periféricos ou parte deles apresente mobilidade significativa como os olhos, no caso da visão, e as mãos, no caso da modalidade háptica. A relevância dessa análise fica mais clara quando se avalia o desempenho das modalidades visual e somato-motora no planejamento mental de ações em primeira e terceira pessoas. Segundo Imbiriba, Rodrigues, Magalhães e Vargas (2006) e Imbiriba e cols. (2008), as estratégias modais sensoriais utilizadas nessas ações por indivíduos videntes e por cegos tardios diferem das utilizadas pelos indivíduos cegos congênitos. O Espaço e as Características Qualitativas e Quantitativas das Modalidades Sensoriais Segundo Tomatis (1978), os ouvidos, órgãos desprovidos de mobilidade própria, porém estrategicamente localizados nas laterais da cabeça, esta relativamente móvel, também desempenhariam um importante papel na percepção de um mundo externo. Enquanto as mãos, órgãos sensoriais da modalidade háptica, possuem o poder de interferir no mundo externo, alterando o formato, a direção e a velocidade dos estímulos proximais e mediais, os olhos, órgãos periféricos da visão, modalidade apta a captar, instantaneamente, formas, cores e movimentos distais, não dispõe de tal poder de interferência. Mas, enquanto a modalidade háptica e a visual revelam, a primeira concretamente e a segunda virtualmente, a presença dos estímulos externos, a auditiva, ao relacionar esses estímulos, por meio de coordenadas espaciais, ao corpo do sujeito cognoscitivo, limita-se a insinuar presenças. Advérbios e pronomes pessoais e de lugar (eu, tu, acima, abaixo, aqui, ali, lá) evidenciam esse processo. Por outro lado, segundo Tomatis (1978), a associação que a audição estabelece com a fonação logo após o nascimento, permitindo que os recém-nascidos ouvintes se alimentem dos sons por eles mesmos produzidos, coloca a audição no rol das modalidades "autoalimentadoras precoces", isto é, aquelas cuja atividade corporal reflexa desperta a consciência volitiva. Dentre as modalidades "autoalimentadoras", a primeira a se instalar no organismo humano seria a tátil-háptica (versão mouthing), em segundo lugar a auditiva-fonatória e, finalmente, a háptica-visual (versão manual). Analisando-se a característica "autoalimentação", pode-se constatar que o prejuízo cognitivo decorrente da ausência da atividade auditiva-fonatória, causado pela surdez congênita, antecede ao prejuízo decorrente da ausência da atividade háptica-visual, causado pela cegueira congênita. Sendo relacionado de forma esquematizada a velocidade de captação dos estímulos no espaço externo das diferentes modalidades sensoriais e a mobilidadeou imobilidade de seus órgãos sensoriais periféricos. Tendo como base as características quantitativas e qualitativas das modalidades sensoriais tátil-háptica (versão mouthing e manual), auditiva e visual, pretendeu-se estabelecer uma análise comparativa teórica entre a eficácia do arranjo cognitivo remanescente dos cegos congênitos, constituído, principalmente, pela modalidade sensorial auditiva e pela modalidade sensorial háptica, e a eficácia do arranjo cognitivo remanescente dos surdos congênitos, constituído, principalmente, pela modalidade sensorial visual e pela modalidade sensorial háptica. Embora este trabalho teórico possa gerar mais questões e dúvidas do que afirmações e certezas, algumas diretrizes podem ser esboçadas. O conhecimento das razões que regem a cronologia das características modais sensoriais, "implantação" e "maturação", nos sujeitos videntes-ouvintes, é essencial para que sejam entendidas algumas das diferenças cognitivo- comportamentais dos indivíduos sensorialmente privados. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O (SNC), se dividem em: Central, Periférico, Medula e encéfalo,Nervos e gânglios, responsável por levar informação ao SNC. O nosso sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central, constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal e pelo sistema nervoso periférico (nervos cranianos e raquidianos). O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo, bulbo, elementos importantes na constituição nervosa do nosso organismo. O sistema nervoso central comanda várias funções em nosso corpo, sendo primordial para o seu bom funcionamento. O cérebro é responsável pela percepção dos diferentes estímulos externos através dossentidos, da inteligência e da memória. O sistema nervoso é um sistema único e integrado, mas por conveniência de estudo, é dividido em duas partes principais: o sistema nervoso central, constituído pelo cérebro e medula espinal, ocupa a cavidade dorsal, atua como integrador e centro de comando de todo o sistema nervoso, interpreta a informação sensorial recebida e emite respostas baseadas na experiência passada, reflexos e condições existentes; o sistema nervoso periférico, que não faz parte do sistema nervoso central, e é constituído fundamentalmente pelos nervos que têm origem no cérebro e na medula espinal. Os nervos espinais transportam os impulsos para e da medula espinal. Os nervos cranianos transportam os impulsos para e do encéfalo. Estes nervos periféricos permitem a comunicação ligando todas as partes do corpo ao sistema nervoso central. No sistema nervoso periférico consideramos duas divisões. A sensorial ou aferente que faz convergir, no sistema nervoso central, os impulsos captados nos recetores localizados nas várias partes do corpo. As fibras sensoriais que transportam os impulsos da pele, músculos esqueléticos, etc., são denominadas nervos somáticos aferentes, enquanto as que transportam os impulsos das vísceras se denominam nervos viscerais aferentes. Estes nervos sensitivos aferentes permitem que o sistema nervoso central esteja constantemente informado dos acontecimentos que ocorrem no corpo ou no exterior do corpo. A outra divisão é constituída pelos nervos motores ou eferentes que transmitem impulsos a partir do sistema nervoso central para os músculos ou glândulas, que é o efeito motor resposta. A divisão motora é subdividida em duas: O sistema nervoso somático, constituído pelas fibras motoras, que conduz os impulsos desde o sistema nervoso central para os músculos esqueléticos. É muitas vezes denominado como sistema nervoso voluntário, visto que controla, de acordo com a vontade, os músculos esqueléticos. O sistema nervoso autónomo, constituído por fibras nervosas motoras que regulam a atividade do tecido muscular liso, do tecido muscular cardíaco e das glândulas. É pelo fato de não podermos controlar determinadas atividades como o bater do coração, ou o movimento dos alimentos através do nosso sistema digestivo, que o sistema nervoso autónomo também é denominado sistema nervoso involuntário. No sistema nervoso autónomo podemos ainda considerar o sistema nervoso simpático e o parassimpático, que tipicamente têm efeitos opostos na atividade dos mesmos órgãos viscerais. Enquanto um estimula, o outro inibe. DEFINIÇÃO DE SENSIBILIDADE DOLOROSA COMPONENTES E DISCRIMINATIVO E MOTIVACIONAL O fenômeno sensitivo doloroso é a transformação dos estímulos ambientais em potenciais de ação que, das fibras periféricas, são transferidos para o Sistema Nervoso Central (SNC). Todo estímulo intenso, exceto o vibratório, de qualquer modalidade energética, poderá produzir dor. O agente nocivo é detectado pelas ramificações periféricas das fibras nervosas mais finas e numerosas do corpo. A dor é uma entidade sensorial múltipla que envolve aspectos emocionais , sociais , culturais , ambientais e cognitivos . Essa “entidade” possui um caráter muito especial , que vai variar de pessoa para pessoa , sob influência do aprendizado cultural , do significado atribuído à situação em experiências anteriores vividas e recordações destas , bem como nossa capacidade de compreender suas causas e conseqüências. A dor invoca emoções e fantasias , muitas vezes incapacitantes , que traduzem o sofrimento , incerteza , medo da incapacidade , da desfiguração e da morte, preocupação com perdas materiais e sociais são alguns dos diferentes componentes do grande contexto dos traços que descrevem a relação doente com sua dor . Por sofrer dessas várias e essencialmente individuais influências , não se pode traçar uma relação constante e previsível entre a dor e lesão orgânica , apesar de essa relação parecer , geralmente , tão evidente . Há muitas situações onde a relação entre a intensidade da dor e a gravidade de uma lesão não existe , ou a lesão pode ocorrer sem dor ou a dor sem lesão orgânica notável. Observa-se casos , por exemplo , de lesões sem dor onde o valor adaptativo da dor é perdido , porque não se consegue assegurar as reações necessárias para se previnir inflamações e/ou infecções. Pacientes que não sentem dor adicionam freqüentemente novas agressões às suas lesões , chegando não raro a mostrar quadros clínicos extremamente graves. Apesar do grande desenvolvimento observado , nos últimos anos , no campo do conhecimento sobre a fisiopatologia da dor , alguns estudos revelam que , em várias situações clínicas , o fenômeno doloroso não é adequadamente controlado pois , freqüentemente , muitos dos componentes não-nociceptivos do sofrimento que são limitações nas atividades diárias , profissionais , sociais e familiares , o comprometimento do ritmo do sono , do apetite e do lazer. Geralmente não são enfocados e tratados. Vários estudos psicológicos e antropológicos têm demonstrado que a sensação da dor não depende apenas da lesão orgânica , mas , por outro lado , o meio cultural desempenha um papel fundamental na sensação de dor. Há casos em que mesmo em estado de vigília , pessoas de várias culturas sentem de forma consideravelmente diferente a dor perante um estímulo agressivo. Em vários casos constatou-se a ausência da percepção dolorosa , não havendo ao menos transmissão de estímulos até o nível cerebral. Indivíduos envolvidos em vários ritos característicos de suas culturas são capazes de suportarem agressões orgânicas sem ao menos esboçaremsensação de dor. Afirma-se freqüentemente , que as variações da experiência dolorosa entre pessoas devem-se a “limiares de dor” diferentes. Após essa análise dos dados obtidos em experiências, demonstrou-se, que todos os indivíduos, sem distinção de origem cultural, tem um limiar de sensações uniforme. Em outras palavras, o aparelho de condução sensitivo parece ser essencialmente o mesmo, em todos os nervos, sendo que um determinado nível de estimulação desencadeia sempre uma sensaçãosob condições experimentais . Por outro lado , o limiar da dor pode ser alterado de acordo com o ambiente social e a história cultural do indivíduo; como também pelo sentimento de poder controlar a dor são importantes na modulação de seu limiar. A administração de placebos a pacientes com dor tem uma eficiência de drogas de praticamente 50%, comparada com a eficiência de drogas anestésicas na capacidade de aliviar a dor . Sobre a suposta ação da hipnose na modulação da dor , especula-se que há uma ação consciente do hipnotizador sobre parte da mente do hipnotizado , pois, ao nível cerebral as mensagens de dor são registradas, apesar de se poder fazer com que não sejam sentidas .A atenção, a ansiedade e distração são fatores que influenciam na percepção da dor . Concentrar a atenção em uma situação potencialmente dolorosa gera uma tendência a se sentir dores mais intensas que o normal, enquanto que se distrair pode diminuir a sensação dolorosa ou até mesmo aboli-la. Um atleta, por exemplo , se apercebe, às vezes, de uma dor só após o término de uma competição em que estava envolvido e em que foi ferido. A distração, porém, só é eficaz quando a dor é constante ou se intensifica lentamente. Dores que surgem súbita e intensamente não são suficientemente influenciadas por este tipo de fator psicológico. No caso da chamada dor aguda, que comumente está associada a dano tecidual, a percepção da sensação da dor atua como um sinal que induz a pessoa a adotar comportamentos que objetivam afastar , reduzir ou eliminar a causa da dor.Essas reações são significativamente influenciadas pelo contexto sócio- cultural no qual ocorreu a lesão e a dor, pelo estado psicológico do indivíduo no início da experiência dolorosa e pela personalidade pré- mórbida do mesmo. As reações afetivas predominantes associadas à dor aguda são a ansiedade e a resposta de estresse com as manifestações de hiperatividade simpática concomitantes. Em contraste com a dor aguda, a dor crônica tem função biológica diferente e associa-se à muita hiperatividade autonômica. Os doentes com dor crônica, geralmente, exibem sintomas neurovegetativos como alterações nos padrões de sono, apetite, peso e libido , associados à irritabilidade, alterações de energia, diminuição da capacidade de concentração, restrições nas atividades familiares, profissionais e sociais. Há geralmente , maior expressão de sinais somáticos da doença orgânica e manifestações emocionais de depressão, ansiedade e hostilidade. Neste caso é importante perceber que existem dores tais que não têm nenhum significado útil e que a dor crônica pode ser muito prejudicial ao homem. Assim, a dor engendra vários desafios: para o doente, que deve muitas vezes aprender a suportá-la; para o médico, que deve procurar exaustivamente os meios necessários para aliviar o sofrimento deste doente; para os cientistas, que tentam compreender os mecanismos fisiológicos que a originam e os terapeuticos que possam controlar e finalmente, para a sociedade, que deve apontar meios médicos, científicos e financeiros, para definir e controlar, da melhor forma possível, a dor e o sofrimento , para atingir uma comunidade humana no sofrimento e nas formas terminais de vida. DOR AGUDA E DORES CRÔNICAS As principais diferença entre dor crônica e aguda estão no tempo de duração e na origem/causa. Enquanto a dor aguda pode ser causada por um choque ou corte, desaparecendo quando o corpo se recuperar, a dor crônica, por ser indício de uma doença mais grave, podendo perdurar por anos e até mesmo não ser curada. NOCICEPÇÃO VERSUS DOR A dor pode também ser classificada segundo determinação temporal em dor aguda ou crônica. O componente fisiológico da dor é chamado nocicepção, que consiste dos processos de transdução, transmissão e modulação de sinais neurais gerados em resposta a um estímulo nocivo externo. CARACTERÍSTICAS DAS TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES Terminações livres, são receptores sensoriais ligados ao tacto. Formam-se na derme, praticamente em todo o corpo e ramificam-se até à epiderme. Captam estímulos dolorosos e relacionados com a temperatura. FIBRAS A DELTA E FIBRAS C Fibras “fibras Aδ” (A Delta): são mielinizadas, compõem o trato neoespinotalâmico, são capazes de conduzir um potencial de ação da ordem de 12 a 30m/seg em direção ao sistema nervoso central, caracterizando a dor aguda e bem localizada. Fibras C: são amielínicas e responsáveis pela transmissão da dor do tipo lenta. Estão localizadas em estruturas mais profundas de músculos e tendões e nas vísceras. São conduzidas sem organização somatotrópica precisa e por este motivo a dor transmitida pelas fibras lentas C é difícil de ser localizada e quantificada. SUB-TIPOS DE NOCICEPTORES Quatro classes de nociceptores foram descritos: mecânicos, térmicos, polimodais e silenciosos. Os nociceptores mecânicos respondem a pressão intensa enquanto os nociceptores térmicos respondem às temperaturas extremas, quentes (> 45°C) ou frias (< 5°C) e possuem fibras A. Os nociceptores polimodais respondem aos estímulos nocivos; mecânicos, térmicos e químicos, possuem pequenas fibras C amielinizadas que conduzem impulsos na velocidade menor de 3 m/s. Os nociceptores silenciosos são ativados por estímulos químicos, mediadores inflamatórios, respondem a estímulos mecânicos e térmicos somente depois de serem ativados. TRANSDUÇÃO DO ESTÍMULO NOCICEPTIVO. NEUROTRANSMISSÃO NOCICEPTIVA. As terminações nervosas das fibras nociceptivas Ad e C (nociceptores) são capazes de traduzir um estímulo agressivo de natureza térmica, química ou mecânica, em estímulo elétrico que será transmitido até o sistema nervoso central e interpretado no córtex cerebral como dor. Neurotransmissao nociceptiva: A nível medular os principais neurotransmissores libertados pelos nociceptores são o glutamato e a substância-P. ADAPTAÇÃO NO ESTÍMULO NOCICEPTIVO HIPERALGESIA PERIFÉRICA E CENTRAL . De acordo com a IASP (International Association of Study of Pain): “A sensação dolorosa pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ou não a um dano tecidual”. Função Protetora da dor. Dor Fisiológica ou Aguda. Dor Inflamatória ou Dor Neuropática. Dor e Nocicepção, na verdade não há estímulo nociceptivo único. NociceptoreS, Terminações nervosas livres. Fibras aferentes mielinizadas finas ou fibras amielinizadas. Termo e mecanonociceptor. Receptores Polimodais ). Receptores Silenciosos . Mecanismo de Transdução. Receptores para capsaicina (vanilóides, VR1) Outros receptores: ATP, K+, Substância P, entre outros. A medula espinhal Neurônios sensoriais no gânglio da raiz dorsal. 1ª sinapse no corno dorsal da Medula Espinhal. Axônios cruzam a linha média e “ascendem”. Lâminas I e V da ME tem neurônios de projeção (nociceptivos específicos ou neurônios de larga faixa dinâmica, respectivamente). Dor Rápida e Lenta. Velocidade de condução das fibras aferentes: fibras Aδ e fibras C. Tipo de neurotransmissor liberado: Glutamato e Substância P. NeurotransmissoreS, Glutamato. Receptores do tipo AMPA. PEPS rápidos. Mecanismo de recaptação. Neuropeptídeos: Substância P. PEPS mais lentos. Ação coordenada. Ativação patológica dos nociceptores: Inflamação. Hiperalgesia Periférica e Central. Sensibilização do nociceptor. Substâncias inflamatórias. Hiperalgesia periférica. Lembrem-se diferente dos mecano e termorreceptores que se adaptam, os nociceptores não se adaptam. Hiperalgesia Periférica e Central. Sensibilização do nociceptor. Substâncias inflamatórias. Sensibilização Central. Receptores NMDA. Bloqueio. Dor membro Fantasma. Vias ascendentes. Sistema ântero-lateral: 3 tratos: espinotalâmico, espinorreticular, espinomesencefálico. Trato espinotalâmico. Vias ascendentes: somatotopia e localização do estímulo nocivo. • Representaçãocortical das regiões corporais. Dor referida, Irritação visceral geralmente causa dor que não é sentida no próprio orgão, mas em uma estrutura somática que pode estar a uma significativa distância. Porquê? Convergência sensorial. Lâmina VII: recebe informações sensoriais de ambos lados corporais. Modulação da dor Medula espinhal: uma estação de modulação. Teoria da Comporta espinhal. Tens vias descendentes de modulação nociceptiva. Estimulação de áreas do tronco encefálico. Neurotransmissores: encefalinas, serotonina, noradrenalina. Opióides. DOR VISCERAL É mediada por fibras aferentes do sistema nervoso autônomo, cujos receptores se localizam na parede das vísceras ocas e na cápsula dos órgãos parenquimatosos. É desencadeada sempre que se aumenta a tensão da parede da víscera, seja por distensão, inflamação, isquemia ou contração exagerada da musculatura. A dor visceral é uma sensação dolorosa profunda, surda e mal localizada, de início gradual e de longa duração. É sentida na linha mediana do abdome devido à inervação sensorial ser bilateral; fazem exceção as vísceras duplas como rins e ureteres, anexos uterinos onde a dor tende a ser do lado afetado, pois nestas as vias nervosas são unilaterais. A sensação de dor é projetada em diferentes níveis de parede abdominal, desde o epigástrio até o hipogástrio, na dependência da origem embriológica da víscera afetada (intestino primitivo superior no epigástrio, médio no mesogástrio ou inferior no hipogástrio). A dor visceral pode se associar a hiperestesia cutânea e a hiperestesia muscular. A esse tipo de dor denomina-se dor referida, por ser percebida em local (habitualmente cutâneo) distante do inicial e suprida pelo neurossegmento da víscera doente. Isso se deve à percepção central distorcida da dor, devido à propagação do estímulo doloroso das fibras aferentes do sistema nervoso autônomo para fibras dos nervos somáticos do metâmero correspondente no corno posterior da medula espinhal. De regra, esse tipo de dor surge quando o estímulo doloroso visceral se torna mais intenso. A dor visceral é sempre a primeira manifestação de doença intra-abdominal sendo, com freqüência, resultante de alterações da motilidade de vísceras ocas (cólica intestinal, uretral, biliar), em especial quando secundária a gastroenterocolites agudas; apenas quando a dor visceral se soma à dor somática (parietal) é que se suspeita de abdome agudo. DOR REFERIDA Pode ocorrer por estímulo direto de fibras nervosas somáticas que se originam em níveis superiores da medula espinhal. É o que ocorre por exemplo no diafragma, que tem dupla inervação somática devido à sua origem embriológica. Quando seu centro tendíneo é estimulado por ar, sangue, suco gástrico ou pus, a dor se localizará na região cervical cuja inervação é feita pelos nervos cervicais originários das mesmas raízes nervosas que o nervo frênico (C3, C4, C5); quando os estímulos atingem sua porção mais periférica a irradiação se fará na parede abdominal, no território dependente dos nervos intercostais. VIAS ASCENDENTES DA PERCEPÇÃO NOCICEPTIVA Via ascendente A activação dos nociceptores está directamente relacionada com a localização e extensão dos tecidos lesados e traduz-se clinicamente por uma dor somática e/ou visceral. A dor nociceptiva somática é frequentemente descrita como uma dor aguda, localizada, que muitas vezes se associa a contratura muscular; o exemplo mais característico deste tipo de dor é a que resulta de metástases ósseas. Componente sensorial-discriminativo - detecção da intensidade, localização, duração, padrão temporal e qualidade do estímulo nocivo Componente emocional-afetivo- cognitivo - reação emocional decorrente da percepção, ou seja, a integração do estímulo nocivo com áreas corticais e sistema límbico. REPRESENTAÇÃO TALÂMICA E CORTICAL. A informação proveniente do núcleo do trato espinal do trigêmeo do tronco encefálico (p. ex., subnúcleo caudal) é retransmitida para regiões superiores do encéfalo, tais como o tálamo e o córtex, que estão associadas com as várias dimensões da sensação dolorosa. Essa informação nociceptiva se projeta direta ou indiretamente por meio da formação reticular para o complexo ventrobasal, o núcleo posterior e o núcleo medial do tálamo. Essas regiões talâmicas também contêm neurônios nociceptivos específicos e neurônios nociceptivos convergentes. Muitos desses neurônios se projetam diretamente para o córtex cerebral sensorial somático, que também contém neurônios nociceptivos específicos e neurônios convergentes que contribuem para o componente sensório- discriminativo da dor. Outras regiões corticais, como a ínsula e o córtex cingulado anterior, também recebem essas projeções e estão envolvidas no processamento da dor, sendo especialmente importantes para o componente afetivo da dor. Algumas fibras nociceptivas do núcleo do trato espinal do trigêmeo se projetam para núcleos motores de nervos cranianos e outras áreas do tronco encefálico, contribuindo para as respostas reflexas desencadeadas por estímulos nociceptivos orofaciais. Tais respostas incluem os reflexos autonômicos, que podem resultar em alterações na salivação, na respiração, na pressão arterial e na frequência cardíaca, e os reflexos musculares, como o reflexo de abertura bucal. IDENTIFICAÇÃO DO ESTÍMULO NOCICEPTIVO A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano. A dor geralmente ocorre em resposta a um estímulo nociceptivo que corresponde a um estímulo nocivo ou potencialmente nocivo detectado pelos órgãos dos sentidos denominados nociceptores. Além da dor, há uma série de reações que ocorrem em resposta a um estímulo nociceptivo: Reflexo muscular (p. ex., o reflexo de abertura bucal, que é uma resposta subconsciente que ocorre no músculo digástrico e resulta na abertura bucal em resposta a um estímulo nociceptivo orofacial); Respostas do sistema nervoso autônomo (p. ex., sudorese, aumento da frequência cardíaca, alterações da pressão arterial); Respostas comportamentais (p. ex., alterações de humor, choro, tendência ao isolamento). Assim, a dor é uma experiência complexa. Além do componente sensório-discriminativo também encontrado em outras sensações (p. ex., tato) e que nos permite discriminar a qualidade, a localização, a duração e a intensidade do estímulo, a dor possui os componentes cognitivo, motivacional e afetivo, que podem modificar as respostas e os comportamentos desencadeados pelo estímulo nociceptivo. O componente cognitivo da dor se refere à capacidade de compreender e avaliar a dor e seu significado, e leva em conta os valores culturais, a atenção e as experiências e lembranças passadas (p. ex., a experiência passada com a dor durante uma visita anterior ao consultório odontológico). Vi HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA Também pode ser definida como uma dor aguda e de curta duração em um ou mais dente com dentina exposta em uma resposta a estímulos químicos, térmicos e mecânicos. A dentina pode ser exposta ao ambiente externo em decorrência da perda de esmalte ou cemento devido a processos de erosão e abrasão. Sua prevalência indica que 8 a 30% da população adulta entre 20 e 30 anos é mais afetada, provavelmente em razão das alterações pulpares que ocorrem com o avanço da idade, particularmente a esclerose dentinária e a formação de dentina secundária. De acordo com a teoria hidrodinâmica, estímulos que causam o movimento de fluido no interior dos túbulos dentinários podem estimular mecanicamente as fibras nervosas nociceptivas intradentais. A hipersensibilidade dentinária está diretamente relacionada com a presença, o tamanho e a desobstrução dos túbulos dentináriosabertos. Substâncias como os ácidos que removem tecido mineralizado e expõem os túbulos dentinários na superfície dental aumentam as respostas pulpares a estímulos externos, enquanto a colocação de resina ou adesivos tende a eliminar a hipersensibilidade dentinária por meio da obliteração dos túbulos dentinários. A liberação de mediadores inflamatórios durante a inflamação pulpar pode predispor um dente à hipersensibilidade dentinária por meio do aumento da excitabilidade das fibras nociceptivas e da área de inervação dos túbulos dentinários. Apesar disso, as características da dor de uma pulpite diferem das de hipersensibilidade dentinária. A dor de uma pulpite é intermitente e de difícil localização comparada com a da hipersensibilidade dentinária. CARACTERÍSTICAS DA DOR DE ORIGEM PULPAR/ O COMPONENTE INFLAMATÓRIO A dor de origem endodôntica pode estar associada a um processo inflamatório que se desenvolve na polpa de um dente vital, normalmente em razão de uma cárie. Na fase inicial da inflamação pulpar, a dor costuma ser provocada por líquidos gelados ou alimentos adocicados, sendo localizada e de curta duração, não havendo necessidade do uso de remédios. O tratamento nesses casos consiste na remoção da cárie e na adequada restauração do dente. HIPERALGESIA DENTÁRIA É definida como uma sensibilidade exagerada da dentina vital, exposta a estímulos térmicos, químicos e táteis. Tratamento: dentifrícios específicos, flúor, dessensibilizantes, adesivos dentários, uso de laser, restaurações, cirurgias muco-gengivais, tratamento endodôntico. DOR DE ORIGEM PERIODONTAL. Dor de origem periodontal está também relacionada a doenças sistêmicas, acúmulo de placas bacterianas, lesão na mucosa bucal. REFÊRENCIAS • SISTEMA NERVOSO (organização) na infopédia [em linha]. porto: porto editora. [consult. 2021-09-04 22:18:54]. disponível em https://www.infopedia.pt/$sistema- nervoso-(organizacao) • BATALHA l, reis gmr, costa lps, carvalho mdr, miguens apm (2009). adaptação cultural e • validação da reprodutibilidade da versão portuguesa da escala de dor face, legs, activity, cry. • BALDO, m. v. c. fisiologia oral. 1. ed. são paulo: santos, 2013. tambeli, c. h. fisiologia oral. são paulo: artes médicas,2014ia-p. • ROCHA apc, kraychete dc, lemonica l, carvalho lr, barros gam, garcia jbs, sakata rk — https://www.infopedia.pt/$sistema-nervoso-(organizacao https://www.infopedia.pt/$sistema-nervoso-(organizacao dor: aspectos atuais da sensibilização periférica e central.
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