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↠A função fisiológica do sistema imune é a defesa contra microrganismos infecciosos; entretanto, mesmo substâncias estranhas não infecciosas e produtos de células danificadas podem elicitar respostas imunes. ↠A defesa contra microrganismos é mediada por respostas sequenciais e coordenadas que são denominadas imunidade inata e adaptativa. ↠A imunidade inata (também chamada de imunidade natural ou imunidade nativa) é essencial para a defesa contra microrganismos nas primeiras horas ou dias após a infecção, antes que as respostas imunes adaptativas tenham se desenvolvido. A imunidade inata é mediada por mecanismos que já existem antes da ocorrência de uma infeção (por isso inata) e que facilitam rápidas respostas contra microrganismos invasores. ↠Há outras respostas imunes que são estimuladas pela exposição a agentes infecciosos e que aumentam em magnitude e capacidades defensivas após cada exposição sucessiva a um microrganismo em particular. Uma vez que essa forma de imunidade se desenvolve em resposta à infecção e a ela se adapta, é denominada imunidade adaptativa (também chamada imunidade específica ou imunidade adquirida). ↠O sistema imune adaptativo reconhece e reage a um grande número de substâncias microbianas e não microbianas chamadas antígenos. ↠A resposta imune inata aos microrganismos fornece os primeiros sinais de perigo que estimulam as respostas imunes adaptativas. Por outro lado, as respostas imunes adaptativas frequentemente trabalham intensificando os mecanismos protetores da imunidade inata, tornando-os mais capazes de combater efetivamente os microrganismos. ↠Em decorrência da capacidade de linfócitos e de outras células imunes em circular pelos tecidos, a imunidade é sistêmica. Isso significa que uma resposta imune iniciada em um local poderá conferir proteção em locais distantes. Exemplo: vacinação. ↠As respostas imunes são reguladas por um sistema de alças de feedback positivo que amplificam a reação e por mecanismos de controle que previnem reações inapropriadas ou patológicas. Quando ativados, os linfócitos disparam mecanismos que aumentam ainda mais a magnitude da resposta. Esse feedback positivo é importante para capacitar o pequeno número de linfócitos, que são específicos para qualquer microrganismo, a gerarem a ampla resposta necessária à erradicação daquela infecção. Muitos mecanismos de controle se tornam ativos durante as respostas imunes e previnem a ativação excessiva dos linfócitos, o que poderia causar dano colateral aos tecidos normais, além de prevenirem respostas contra os autoantígenos. ↠O sistema imune inato responde quase imediatamente a microrganismos e células lesadas, e repetidas exposições invocam respostas imunes inatas praticamente idênticas. Os principais componentes da imunidade inata são: • barreiras físicas e químicas, tais como os epitélios e os agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais; • células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas (DCs, do inglês, dendritic cells), mastócitos, Imunidade inata células natural killer (células NK) e outras células linfoides inatas; • proteínas sanguíneas, incluindo componentes do sistema complemento e outros mediadores da inflamação. ↠A resposta imune inata combate microrganismos por meio de duas reações principais — pelo recrutamento de fagócitos e outros leucócitos que destroem os microrganismos, no processo chamado inflamação; e pelo bloqueio da replicação viral ou pelo killing (morte ou ataque) de células infectadas por vírus, sem a necessidade de uma reação inflamatória. ↠A resposta imune adaptativa é mediada por células chamadas linfócitos e seus produtos. ↠A imunidade adaptativa se desenvolve de maneira lenta. ↠Há duas populações principais de linfócitos, denominadas linfócitos B e linfócitos T, os quais medeiam diferentes tipos de respostas imunes adaptativas. Características fundamentais das respostas imunes adaptativas. ↠As propriedades fundamentais do sistema imune adaptativo refletem as propriedades dos linfócitos que medeiam essas respostas. 1) Especificidade e diversidade. Respostas específicas para cada tipo de antígeno. As partes desses antígenos, que são reconhecidas especificamente pelos linfócitos, são denominadas determinantes ou epítopos. A diversidade corresponde a clones de linfócitos que respondem a antígenos estranhos. 2) Memória. Exposição do sistema imune a um antígeno estranho aumenta sua habilidade em responder novamente mais rápido a esse antígeno, ou seja, as células de memória servem justamente para que caso ocorra uma reinfecção (resposta imune secundária), o combate possa acontecer de maneira mais rápida e específica. 3) Expansão clonal. Proliferação de células idênticas, ou seja, os linfócitos específicos para um determinado antígeno se multiplicam após a exposição a este antígeno. Por isso, expansão clonal, surgimento de clones idênticos. 4) Especialização. Respostas distintas para fases distintas, ou seja, os microrganismos podem alojar-se tanto no meio intracelular quanto extracelular, com isso as respostas devem ser tanto para o meio intracelular quanto para o extracelular. 5) Contração e hemostasia. As respostas imunes diminuem com o tempo para que ocorra o retorno ao estado basal, consequentemente, a homeostasia. Para isso ocorre eliminação do estímulo para a sobrevivência e ativação dos linfócitos, dessa forma os linfócitos que NÃO possuem células de memória são eliminados por apoptose. 6) Não reatividade ao próprio (Tolerância). Os linfócitos não iniciam reação imunológica contra antígenos do nosso próprio organismo. “Habilidade de em reconhecer, responder e eliminar antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reagem negativamente as suas próprias substâncias antigênicas”. ↠OBS.: Anormalidades na indução ou manutenção da autotolerância levam a respostas imunes contra os autoantígenos (antígenos autólogos), as quais podem resultar em distúrbios denominados doenças autoimunes. Visão geral da imunidade humoral e mediada por células (celular). ↠Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral e imunidade mediada por células, as quais são induzidas por diferentes tipos de linfócitos e atuam para eliminar diferentes tipos de microrganismos ↠Imunidade humoral. É mediada por moléculas no sangue e em secreções mucosas, denominadas anticorpos, os quais são produzidos pelos linfócitos B. Os anticorpos reconhecem antígenos microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e marcam microrganismos para sua eliminação pelos fagócitos e pelo sistema complemento. Imunidade adaptativa REVISANDO: ↠Defesa inicial: impede, controla e elimina infecção. Estimula respostas adquiridas. ↠Componentes: barreiras, fagócitos, células NK e sistema complemento. ↠A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra os microrganismos e suas toxinas, localizados fora das células (p. ex.: no lúmen dos tratos gastrintestinal e respiratório, e no sangue), uma vez que os anticorpos secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas, neutralizando-os, além de auxiliar na sua eliminação. ↠Imunidade celular. A imunidade mediada por células, ou imunidade celular, é mediada pelos linfócitos T. Muitos microrganismos são ingeridos, mas sobrevivem dentro dos fagócitos, e alguns, particularmente os vírus, infectam e se replicam em diversas células do hospedeiro. Nesses locais, os microrganismos são inacessíveis aos anticorpos circulantes. A defesa contra tais infecções é uma função da imunidade mediada por células, a qual promove a destruição de microrganismos dentro dos fagócitos e a morte das células infectadas para eliminar os reservatórios da infecção. ↠OBS.: os linfócitos T auxiliarem eles ativam os macrófagos para matar o microrganismo, enquanto, o linfócito T citotóxico destroemas células que tem replicantes intracelulares. ↠Imunidade ativa. É a forma de imunidade induzida pela exposição a um antígeno estranho. Indivíduos e linfócitos que nunca encontraram um antígeno particular são considerados naive, implicando que ambos são imunologicamente inexperientes. Indivíduos que responderam a um antígeno microbiano e estão protegidos de exposições subsequentes àquele microrganismo são ditos imunes. (Vacina se aplica o antígeno para desenvolvimento da imunidade). ↠Imunidade passiva. A imunidade também pode ser conferida a um indivíduo pela transferência de anticorpos de um indivíduo imunizado para um indivíduo que nunca encontrou o antígeno. O receptor de tal transferência se torna imune ao antígeno em particular sem nunca ter sido exposto nem ter respondido àquele antígeno. Exemplo: soro e transferência de anticorpos pela amamentação. (o soro já contém o anticorpo pronto). REVISANDO: ↠Os linfócitos são as únicas células capazes de reconhecer antígenos especificamente e são, assim, as principais células da imunidade adaptativa. A população total de linfócitos consiste em muitos clones, cada um com um único receptor antigênico e especificidade. As duas principais subpopulações de linfócitos são as células B e as células T, que diferem em seus receptores antigênicos e em suas funções. ↠A resposta imune adaptativa é iniciada pelo reconhecimento de antígenos estranhos pelos linfócitos específicos. As APCs (células apresentadoras de antígenos) especializadas capturam antígenos microbianos e os apresentam para o reconhecimento pelos linfócitos. Os linfócitos respondem proliferando e se diferenciando em células efetoras, cuja função é eliminar o antígeno, e em células de memória, as quais possuem respostas aumentadas em encontros subsequentes com o antígeno. A eliminação dos antígenos frequentemente necessita da participação de diversas células efetoras. ↠A imunidade humoral é mediada por anticorpos secretados pelos linfócitos B e é o mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares. Anticorpos neutralizam a infectividade dos Um exemplo fisiologicamente importante de imunidade passiva é a transferência de anticorpos maternos através da placenta para o feto, a qual permite aos recém-nascidos o combate a infecções por vários meses antes que eles próprios desenvolvam a capacidade de produzir anticorpos. A imunização passiva é também um método útil na medicina por conferir resistência rapidamente, sem a necessidade de esperar pelo desenvolvimento de uma resposta imune ativa. A imunização passiva contra toxinas potencialmente letais pela administração de anticorpos de animais ou pessoas imunizadas é um tratamento que salva vidas em infecções rábicas ou picadas por serpentes. microrganismos e promovem sua eliminação pelos fagócitos e pela ativação do sistema complemento. ↠A imunidade mediada por células é mediada por linfócitos T e seus produtos, tais como citocinas, sendo importante para a defesa contra microrganismos intracelulares. Os linfócitos T auxiliares CD4+ ajudam macrófagos a eliminar os microrganismos ingeridos e ajudam células B a produzir anticorpos. Os CTLs (células T auxiliares e células T citotóxicas) CD8+ matam as células que abrigam patógenos intracelulares, eliminando, assim, reservatórios da infecção. ↠Anticorpos são proteínas circulantes, do grupo das proteínas globulinas, produzidas em vertebrados em resposta à exposição a estruturas estranhas conhecidas como antígenos, e são os mediadores da imunidade humoral contra todas as classes de microrganismos. ↠Os anticorpos são extremamente diversos e específicos em sua capacidade de reconhecer estruturas moleculares estranhas. ↠Os anticorpos são sintetizados somente pelas células da linhagem de linfócitos B e existem em duas formas: anticorpos ligados à membrana na superfície dos linfócitos B que atuam como receptores antigênicos, e anticorpos secretados que atuam na proteção contra microrganismos. ↠O reconhecimento dos antígenos pelos anticorpos ligados à membrana nas células B naive ativa esses linfócitos e inicia a resposta imune humoral. As células B ativadas se diferenciam em plasmócitos que secretam anticorpos com a mesma especificidade do receptor antigênico. ↠As formas secretadas dos anticorpos estão presentes no plasma (a porção fluida do sangue), nas secreções mucosas e no fluido intersticial dos tecidos. Na fase efetora da imunidade humoral, esses anticorpos secretados neutralizam toxinas microbianas, previnem a entrada e disseminação dos patógenos e desencadeiam vários mecanismos efetores que eliminam os microrganismos. ↠A eliminação dos antígenos frequentemente requer a interação do anticorpo com outros componentes do sistema imune, incluindo moléculas como proteínas do complemento, e células como fagócitos e mastócitos. ↠As funções efetoras mediadas pelos anticorpos incluem: neutralização dos microrganismos ou produtos microbianos tóxicos; ativação do sistema complemento; opsonização dos patógenos para aumento da fagocitose; citotoxicidade celular dependente de anticorpo, pela qual os anticorpos têm como alvo células infectadas para a lise pelas células do sistema imune inato; e ativação de mastócitos mediada por anticorpo para expelir vermes parasitas. ↠Quando o sangue ou plasma removido de um indivíduo forma um coágulo, os anticorpos permanecem no fluido residual, o que é denominado soro. O soro não possui os fatores da coagulação (os quais são consumidos durante a formação do coágulo), mas contém todas as outras proteínas encontradas no plasma. ↠Qualquer amostra de soro que contenha moléculas detectáveis de anticorpo que se ligam a um antígeno em particular é normalmente chamada antissoro. ↠O estudo dos anticorpos e suas reações com antígenos é, portanto, chamado sorologia. ↠Um indivíduo humano adulto e saudável pesando 70 kg produz ao redor de 2 a 3 g de anticorpos a cada dia. Quase dois terços destes correspondem a um anticorpo chamado IgA, a maior parte do qual é produzido por células B ativadas e plasmócitos no trato gastrintestinal. ↠Proteínas plasmáticas ou séricas podem ser fisicamente separadas em albuminas e globulinas, com base nas características de solubilidade ↠A denominação comum para anticorpo é imunoglobulina (Ig), referindo-se à porção que confere imunidade da fração globulina do soro ou do plasma. Os termos imunoglobulina e anticorpo são usados de maneira alternada. ↠Todas as moléculas de anticorpo compartilham as mesmas características estruturais básicas, mas apresentam extraordinária variabilidade nas regiões que se ligam ao antígeno. Essa variabilidade das regiões de ligação ao antígeno explica a capacidade de diferentes anticorpos se ligarem a um enorme número de antígenos estruturalmente diversos ↠Em todos os indivíduos existem milhões de diferentes clones de células B, cada uma produzindo moléculas de anticorpo com sítios de ligação antigênica idênticos, mas que diferem dos sítios de ligação antigênica dos anticorpos produzidos por outros clones. Ou seja, existem uma variabilidade de clones de células B, que entre linhagens de “clonação” diferentes produzem sítios de ligação antigênicos diferentes. ↠As funções efetoras e propriedades físico-químicas comuns dos anticorpos estão associadas às porções que não se ligam ao antígeno, as quais exibem relativamente poucas variações entre os diferentes anticorpos. ↠Uma molécula de anticorpo tem uma estrutura central simétrica composta de duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. ↠Tanto as cadeias leves quanto as cadeias pesadas contêm uma série de unidades estruturais homólogas repetidas, cada uma com Imunoglobulinas (ANTICORPOS) Estrutura do Anticorpo cerca de 110 resíduos de aminoácidos de comprimento, que se dobram independentemente em um motivo globular chamado domínio Ig, ↠Um domínio Ig contém duas camadasde folhas β-pregueadas, cada uma composta de três a cinco fitas de cadeia polipeptídica antiparalelas. As duas camadas são mantidas unidas por uma ponte dissulfeto e as fitas adjacentes de cada folha β são conectadas por pequenas alças. Estrutura da molécula de um anticorpo ↠Tanto as cadeias leves quanto as cadeias pesadas consistem em regiões aminoterminais variáveis (V) que participam no reconhecimento do antígeno e regiões carboxiterminais constantes (C); as regiões C das cadeias pesadas ajudam a mediar algumas das funções protetoras e efetoras dos anticorpos, ou seja, as funções biológicas dos anticorpos. ↠Nas cadeias pesadas, a região V é composta de um domínio Ig e a região C é composta de três ou quatro domínios Ig.. ↠Cada cadeia leve é composta de uma região V de domínio Ig e uma região C de domínio Ig. ↠As regiões variáveis são assim chamadas porque suas sequências de aminoácidos variam entre os anticorpos produzidos por diferentes clones de células B. ↠Região variável da cadeia pesada: VH ↠Região variável da cadeia leve: VL ↠A união das regiões variáveis permite a formação de um sitio de ligação ao antigeno, com isso cada molécula de anticorpo possui pelo mens dois sitios de ligação antigênica. ↠A porção de ligação ao antígeno de uma molécula de anticorpo é a região Fab, e a extremidade Cterminal que está envolvida nas funções efetoras é a região Fc. Características estruturais das regiões VARIÁVEIS dos anticorpos ↠A maioria das diferenças de sequência e variabilidade entre os diferentes anticorpos está restrita a três trechos curtos na região V da cadeia pesada e a três trechos na região V da cadeia leve. ↠Esses segmentos de maior diversidade são conhecidos como regiões hipervariáveis. ↠Em uma molécula de anticorpo, as três regiões hipervariáveis de um domínio VL (domínio variável da cadeia leve) e as três regiões hipervariáveis de um domínio VH (domínio variável da cadeia pesada) são mantidas unidas para criar uma superfície de ligação ao antígeno. ↠As regiões hipervariáveis também são chamadas regiões determinantes de complementariedade (CDRs). ↠CDR1, CDR2 e CDR3 (São seis CDRs, três para a cadeia pesada e três para a leve) ↠As diferenças na sequência entre as CDRs de diferentes moléculas de anticorpo contribuem para superfícies de interação distintas e, dessa maneira, para as especificidades dos anticorpos individuais. Características estruturais das regiões CONSTANTES dos anticorpos ↠As moléculas de anticorpo podem ser divididas em classes e subclasses distintas com base em diferenças na estrutura de suas regiões Constantes da cadeia pesada. ↠As classes das moléculas de anticorpo são também chamadas de isotipos e são nomeadas IgA, IgD, IgE, IgG e IgM ↠As diferenças dos tipos de imunoglobulina estão relacionadas as discrepâncias nas cadeias constantes, ou seja, a quantidade de domínio constantes, quantidade de açucares ou quanto a quantidade de pontes de sulfeto. ↠Diferentes isotipos e subtipos de anticorpos realizam funções efetoras distintas. A razão para isso é que a maioria das funções efetoras dos anticorpos é mediada pela ligação das regiões C da cadeia pesada aos receptores Fc (FcRs) nas diferentes células, tais como fagócitos, células NK e mastócitos, e em proteínas plasmáticas, como as proteínas do complemento. ↠As moléculas de IgG e IgE secretadas e todas as Ig de membrana, independentemente do isotipo, são monoméricas no que diz respeito à unidade estrutural básica do anticorpo (i.e., duas cadeias pesadas e duas cadeias leves). Em contraste, as formas secretadas de IgM e IgA formam complexos multiméricos nos quais dois ou mais núcleos de quatro cadeias de unidades estruturais do anticorpo são unidos covalentemente. A IgM é secretada principalmente como pentâmero, mas também como hexâmero do núcleo de quatro cadeias estruturais, enquanto a IgA é frequentemente secretada como um dímero. ➢ Apresentam-se como monômeros: IgG, IgE, IgD. ➢ Apresenta-se como dímeros: IgA. ➢ Apresenta-se como pentâmero: IgM ➢ OBS.: a IgM de membrana se comporta como monômero, porém quando é secretada para um antígeno ela é pentamérica. ➢ O dímero e o pentâmero tem suas moléculas ligados por uma cadeia J Síntese, montagem e expressão das moléculas de imunoglobulina ↠A primeira imunoglobulina a ser produzida é a IgM e, posteriormente, a IgD. ↠A célula B madura é naive, ou seja, ainda não ocorreu contato com o antigeno. ↠Após a ativaçaõa da imunoglobulina ela passa por uma diferenciação (transformação em plasmócito) para qur ocorra a produção da imunoglobuina especifica. ↠Após a ativação o Ig (imunoglobulina) de menbrana é reduzida. Ligação dos anticorpos aos antígenos ↠Todas as funções dos anticorpos são dependentes de sua capacidade de se ligar especificamente aos antígenos. ↠O anticorpo se liga somente a uma porção da macromolécula, a qual é chamada determinante ou epítopo. ↠Qualquer forma ou superfície disponível em uma molécula que possa ser reconhecida por um anticorpo constitui um determinante antigênico ou epítopo. ↠A organização espacial de diferentes epítopos em uma única molécula proteica pode influenciar a ligação dos anticorpos de várias maneiras. Quando os determinantes estão bem separados, duas ou mais moléculas de anticorpo podem se ligar ao mesmo antígeno proteico sem que uma influencie a outra; tais determinantes são ditos não sobrepostos. Meia-vida dos anticorpos ↠A meia-vida dos anticorpos circulantes é uma medida de quanto tempo esses anticorpos permanecem no sangue após a secreção pelas células B (ou após a injeção, como no caso de um anticorpo administrado). ↠A meia-vida é o tempo médio antes que o número de moléculas de anticorpo seja reduzido à metade. ↠A IgE tem uma meia-vida bastante curta, de aproximadamente 2 dias na circulação (embora a IgE ligada à célula associada ao seu receptor de alta afinidade no mastócito tenha meia-vida bastante longa); ↠A IgA circulante tem meia-vida de cerca de 3 dias. ↠IgM circulante tem meia-vida de aproximadamente 4 dias. ↠As moléculas de IgG circulantes têm meia-vida de cerca de 21 a 28 dias. ↠Pelo fato de a região da dobradiça dos anticorpos lhes conferir flexibilidade, um único anticorpo pode se ligar a um único antígeno multivalente em mais de um sítio de ligação. Para a IgG ou IgE, essa ligação pode envolver, no máximo, dois sítios de ligação, um para cada Fab. Para a IgM pentamérica, entretanto, um único anticorpo pode se ligar a até 10 sítios diferentes ↠A força geral de ligação é chamada avidez e é muito maior do que a afinidade a qualquer sítio individual de ligação antigênica. Assim, uma molécula de IgM de baixa afinidade ainda pode se ligar firmemente a um antígeno polivalente porque muitas interações de baixa afinidade (até 10 por molécula de IgM) podem produzir uma interação de alta avidez. ↠Interações polivalentes entre antígenos e anticorpos também têm significado biológico, uma vez que muitas funções efetoras dos anticorpos são disparadas de maneira ótima quando duas ou mais moléculas de anticorpos são aproximadas pela ligação a um antígeno polivalente. Relações estrutura-função nas moléculas de anticorpos ↠A capacidade dos anticorpos em reconhecer especificamente uma grande variedade de antígenos com afinidades variadas reflete as propriedades das regiões Variáveis. 1) Especificidade: Os anticorpos podem ser notavelmente específicos para os antígenos, distinguindo entre pequenas diferenças em sua estrutura química. 2) Diversidade: um indivíduo é capaz de produzir um número tremendo de anticorpos estruturalmente distintos, talvez da ordem de milhões, cada um com uma especificidade distinta. A capacidade dos anticorpos, em qualquer indivíduo, de se ligar especificamente a um grande número de antígenos diferentes é um reflexo da diversidade de anticorpos. 3) Maturação de afinidade:Aquelas células B produtoras de anticorpos de maior afinidade se ligam preferencialmente ao antígeno e, como resultado da seleção, se tornam células B dominantes a cada exposição subsequente ao antígeno. Esse processo, chamado maturação de afinidade, resulta em um aumento na afinidade média de ligação dos anticorpos a um antígeno à medida que a resposta imune evolui. ↠A região constante da cadeia Pesada difere de uma classe de anticorpos para outra, e sua estrutura serve como base para distinguir cinco classes diferentes, designadas IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. (Tortora) ↠Em humanos, os isotipos IgA e IgG podem ainda ser adicionalmente divididos em subclasses, ou subtipos, intimamente relacionadas, denominadas IgA1 e IgA2 e IgG1,IgG2, IgG3 e IgG4. ↠Cada classe tem uma estrutura química diferente e um papel biológico específico. (Tortora) ↠Como aparecem primeiro e são de duração relativamente curta, os anticorpos IgM indicam uma invasão recente. Em um paciente doente, o patógeno responsável pode ser sugerido pelo achado de níveis elevados de IgM específicos para um determinado organismo. A resistência do feto e do recém-nascido à infecção resulta principalmente de anticorpos IgG maternos que cruzam a placenta antes do nascimento e de anticorpos IgA do leite materno após o nascimento. Tipos de imunoglobulinas Ações dos anticorpos As ações das cinco classes de imunoglobulinas são um pouco diferentes, mas todas desativam antígenos de alguma maneira. As ações dos anticorpos incluem as seguintes: 1) Neutralização de antígenos: A reação do anticorpo com o antígeno bloqueia ou neutraliza algumas toxinas bacterianas e impede a ligação de alguns vírus às células do corpo. 2) Imobilização de bactérias 3) Aglutinação e precipitação de antígenos: formação de ligação cruzada entre os patógenos que leva a aglutinação, uma vez que os anticorpos apresentam dois ou mais locais para ligação do antígeno. (Um único anticorpo pode se ligar a dois antígenos). Essa ligação cruzada facilita a fagocitose. ↠A mais abundante representando, aproximadamente, 80% de todos os anticorpos do sangue. ↠Encontrada no sangue, linfa e intestino. ↠Possuí a estrutura monomérica. ↠Nos seres humanos a classe IgG das imunoglobulinas contém quatro subclasses denominadas lgG1, lgG2, lgG3 e lgG4., em função de sua abundância no soro sendo a IgG1, a mais abundante. ↠As moléculas de IgG circulantes têm meia-vida de cerca de 21 a 28 dias, a mais longa meia-vida de todos os isotipos. ↠A mesma forma de IgG materna que atravessa a placenta conferindo ao feto imunidade à infecção, também pode ser responsável pela doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose fetal), que é causada pelos anticorpos maternos contra os eritrócitos do feto. Os anticorpos IgG maternos contra o antígeno Rh, produzidos pela mãe Rh negativa, atravessam a placenta e se prendem aos eritrócitos fetais que expressam antígenos Rh (Rh+). (COICO, 6ª ed.) ↠Protege contra bactérias e vírus, aprimorando a fagocitose, neutralizando toxinas e desencadeando o sistema complemento. ↠ A molécula de IgG é um excelente anticorpo para a neutralização de toxinas tal como a toxina tetânica e botulínica ou para a inativação de, por exemplo, veneno de cobra ou escorpião. (COICO, 6ª ed.) ↠ Devido a sua capacidade de neutralizar estes venenos (principalmente bloqueando seu sítio ativo), bem como devido a sua longa meia-vida, comparada com a dos outros isotipos, a molécula de IgG constitui o isotipo de escolha para a imunização passiva (isto é, transferência de anticorpos) contra toxinas e venenos. (COICO, 6ª ed.) ↠ As moléculas de IgG são eficientes na imobilização de inúmeras bactérias móveis. A reação dos anticorpos específicos com os flagelos e cílios de certos microrganismos faz com as bactérias se agrupem, paralisando, consequentemente, seu movimento e impedindo sua capacidade de disseminar ou invadir tecidos. (COICO, 6ª ed.) ↠É a única classe de anticorpos que cruza a placenta da mãe para o feto, conferindo proteção imunológica considerável ao recém-nascido. ↠ O anticorpo IgG é um eficiente neutralizador de vírus. Em um mecanismo de neutralização, os anticorpos se ligam a determinantes antigênicos presentes em várias partes do revestimento dos vírus, entre eles a região utilizada pelo vírus para se prender à célula alvo. A inibição da fixação do vírus efetivamente paralisa a infecção. (COICO, 6ª ed.) ↠ A IgA é a principal imunoglobulina nas secreções externas como saliva, muco, suor, fluído gástrico e lágrimas. (COICO, 6ª ed.) ↠ Ela é, além disso, a principal imunoglobulina encontrada no colostro e no leite das lactantes, e, durante as primeiras semanas após o nascimento, pode prover o neonato com a principal fonte de proteção intestinal contra patógenos. (COICO, 6ª ed.) ↠ A IgA circulante tem meia-vida de cerca de 3 dias (embora a maior parte da IgA seja produzida em sítios de mucosa e seja secretada diretamente no lúmen do intestino ou da via aérea). (COICO, 6ª ed.) ↠ A imunoglobulina da classe IgA contém duas subclasses: IgA1, (93%) e IgA2 (7%). (COICO, 6ª ed.) ↠ Pequenas quantidades estão presentes no sangue e na linfa. ↠ Compõe de 10 a 15% de todos os anticorpos do sangue; ocorre como monômeros e dímeros. ↠ Seus níveis diminuem durante o estresse, abaixando a resistência à infecção. ↠ Fornece proteção localizada das túnicas mucosas contra bactérias e vírus. ↠PAPEL NAS INFECÇÕES MUCOSAS: Devido a sua presença nas secreções como, saliva, urina e fluido gastrintestinal, a IgA secretora é importante na defesa imunológica primária contra infecções respiratórias ou gastrintestinais locais. (COICO, 6ª ed.) Acredita-se que seu efeito protetor seja devido a sua capacidade de impedir que o microrganismo invasor se ligue e penetre na superfície epitelial. (COICO, 6ª ed.) ↠ATIVIDADE BACTERICIDA: Sabe-se que a lgA possui atividade bactericida contra microrganismos Gram-negativos, mas apenas na presença de lisozima, que também está presente nas mesmas secreções que contêm a IgA secretora. (COICO, 6ª ed.) ↠ATIVIDADE ANTIVIRAL: A lgA secretora é um excelente anticorpo antiviral, impedindo os vírus de penetrarem nas células IgA IgG do hospedeiro. Além disso, a lgA secretora é um eficiente anticorpo aglutinante. (COICO, 6ª ed.) ↠Aproximadamente 5 a 10% de todos os anticorpos do sangue; também encontrada na linfa. ↠ A IgM presente no soro de indivíduos adultos é encontrada predominantemente nos espaços intravasculares. (COICO, 6ª ed.) ↠Ocorre como pentâmeros; ↠Também é encontrada na forma de monômeros na superfície dos linfócitos B, onde atua como receptores de antígeno (BCR) ↠A IgM circulante tem meia-vida de aproximadamente 4 dias. (COICO, 6ª ed.) ↠A primeira classe de anticorpos a ser secretada pelos plasmócitos após a exposição inicial a qualquer antígeno ↠ A IgM é a primeira imunoglobulina produzida após a imunização. Sua denominação deriva-se de sua descrição inicial como macroglobulina (M), uma imunoglobulina de alto peso molecular. (COICO, 6ª ed.) ↠No plasma sanguíneo, os anticorpos anti-A e anti-B do grupo sanguíneo ABO, que se liga aos antígenos A e B durante a transfusão de sangue incompatível, são também anticorpos IgM ↠Ativa o complemento, provoca a aglutinação e lise de microrganismos. ↠ Os anticorpos lgM não são capazes de atravessar a placenta. Entretanto, pelo fato de constituírem a única classe de imunoglobulina sintetizada pelo feto, cuja produção se inicia aproximadamente aos cinco meses de gestação, elevados níveis de IgM no feto indicam infecção congênita ou perinatal. (COICO, 6ª ed.) ↠ A IgM é o isotipo sintetizado por crianças e adultos em quantidades apreciáveis após imunização ou exposição a antígenos T-independentes e constitui o primeiro isotipo sintetizado após a imunização. Desta maneira, elevados níveis de IgM geralmenteindicam infecção ou exposição recentes a um antígeno. (COICO, 6ª ed.) . ↠ As moléculas de lgM são eficientes anticorpos aglutinantes. Devido a sua forma pentamérica, os anticorpos IgM podem formar pontes macromoleculares entre epítopos sobre moléculas que podem estar muito distante uma da outra para serem unidas por um anticorpo IgG de menor tamanho. (COICO, 6ª ed.) ↠ Encontrada principalmente na superfície dos linfócitos B como receptores de antígenos. ↠ Ocorre como monômeros. ↠ Está envolvida na ativação dos linfócitos B. ↠ Aproximadamente 0,2% de todos os anticorpos do sangue. ↠ A IgD está presente no soro em quantidades muito baixas e variáveis, provavelmente porque não é secretada pelas células plasmáticas e também porque, entre as imunoglobulinas, ela é altamente suscetível à degradação proteolítica devido a sua longa região da dobradiça. (COICO, 6ª ed.) ↠ Embora a função da IgD ainda não esteja completamente elucidada, a expressão da IgD na membrana parece estar correlacionada à eliminação das células B com capacidade de gerar anticorpos autorreativos. Desta maneira, durante o desenvolvimento, a principal importância biológica da IgD pode ser a de silenciar as células B autorreativas (COICO, 6ª ed.) ↠Ocorre como monômeros; ↠Está presente em menos de 0,1% de todos os anticorpos do sangue, a mais baixa concentração; ↠Está localizada nos mastócitos e basófilos. ↠Está envolvida nas reações alérgicas de hipersensibilidade; ↠Fornece proteção contra vermes parasitas; ↠ A IgE tem uma meia-vida bastante curta, de aproximadamente 2 dias na circulação (embora a IgE ligada à célula associada ao seu IgM IgD IgE receptor de alta afinidade no mastócito tenha meia-vida bastante longa; (COICO, 6ªed.) ↠ Ela tem um papel na proteção contra certos parasitas, como os helmintos (vermes). Esta proteção é alcançada pela ativação da mesma resposta inflamatória aguda vista na forma mais patológica das respostas de hipersensibilidade imediata. (COICO, 6ª ed.) ↠A imunidade adaptativa tem a importante função de defesa do hospedeiro contra infecções microbianas, mas as respostas imunes também são capazes de causar lesão tecidual e doença. ↠Os distúrbios causados pelas respostas imunes são chamados doenças de hipersensibilidade. ↠Normalmente, as respostas imunes erradicam os patógenos infecciosos sem provocar graves lesões aos tecidos do hospedeiro. No entanto, essas respostas são algumas vezes controladas de maneira inadequada, inapropriadamente direcionadas aos tecidos do hospedeiro ou desencadeadas por microrganismos comensais ou antígenos ambientais que geralmente são inócuos. Nessas situações, a resposta imune, normalmente benéfica, torna-se a causa da doença. ↠As respostas imunes, que são a causa das doenças de hipersensibilidade, podem ser específicas para antígenos de diferentes fontes. 1) Autoimunidade: reações contra autoantígenos. ↠A falha dos mecanismos normais de autotolerância resulta em reações de células T e células B contra as próprias células e tecidos do indivíduo, chamadas autoimunidade. ↠As doenças causadas pela autoimunidade são denominadas doenças autoimunes. 2) Reações contra microrganismos. As respostas imunes contra antígenos microbianos podem causar doença se as reações forem excessivas ou se os microrganismos forem anormalmente persistentes. ↠As respostas das células T contra microrganismos persistentes podem dar origem a uma inflamação grave, algumas vezes com a formação de granulomas; essa é a causa da lesão tecidual observada na tuberculose e outras infecções crônicas. Se forem produzidos contra antígenos microbianos, os anticorpos podem se ligar aos antígenos para produzir imunocomplexos que se depositam nos tecidos e desencadeiam inflamação. 3) Reações contra antígenos ambientais não microbianos. A maioria dos indivíduos saudáveis não reage contra substâncias ambientais comuns, geralmente inócuas (inofensivas), mas quase 20% da população é anormalmente responsiva a uma ou mais dessas substâncias. Esses indivíduos produzem anticorpos imunoglobulina E (IgE) que causam doenças alérgicas. ↠Alguns indivíduos tornam-se sensibilizados a antígenos ambientais e substâncias químicas que, em contato com a pele, desenvolvem reações de células T que levam à inflamação mediada por citocinas, resultando em sensibilidade de contato. ↠As doenças de hipersensibilidade são geralmente classificadas de acordo com o tipo de resposta imune e o mecanismo efetor responsável pela lesão celular e tecidual. ↠Alguns desses mecanismos são predominantemente dependentes de anticorpos, e outros, de células T, embora um papel para ambas as imunidades, humoral e mediada por células, seja frequentemente encontrado em muitas doenças de hipersensibilidade. Hipersensibilidade imediata (tipo 1) ↠ É causada por anticorpos IgE específicos para antígenos ambientais e é o tipo mais prevalente de doença de hipersensibilidade. ↠ As doenças de hipersensibilidade imediata, agrupadas como alergia ou atopia, são normalmente causadas pela ativação de células Th2 produtoras de interleucina-4 (IL-4), IL-5 e IL-13, e pela Reações de hipersensibilidade Causas das doenças de hipersensibilidade ↠Em todas essas condições, os mecanismos de lesão tecidual são os mesmos que normalmente participam da eliminação de agentes infecciosos. Esses mecanismos incluem as respostas imunes inatas e adaptativas que envolvem fagócitos, anticorpos, linfócitos T, mastócitos e várias outras células efetoras, além dos mediadores da inflamação. O problema das doenças de hipersensibilidade é que a resposta imune não é controlada adequadamente ou é dirigida aos tecidos normais. Como os estímulos para essas respostas imunes anormais são frequentemente impossíveis de se eliminar (p. ex.: autoantígenos, microrganismos comensais e antígenos ambientais) e o sistema imune tem muitas alças de retroalimentação positiva intrínsecas (mecanismos de amplificação), assim que uma resposta imune patológica é iniciada, torna-se difícil controlá-la ou interrompê-la. Dessa maneira, essas doenças de hipersensibilidade tendem a ser crônicas e progressivas. Classificação das reações de hipersensibilidade produção de anticorpos IgE que ativam mastócitos e eosinófilos e induzem inflamação. ↠ Todo este processo resulta nas manifestações clínicas da hipersensibilidade do tipo I, que inclui rinite, asma e, nos casos graves, anafilaxia. (COICO, 6ª ed.) ↠ As reações de hipersensibilidade do tipo I são rápidas, ocorrendo minutos após o desafio (reexposição ao antígeno). Consequentemente, as reações alérgicas são também denominadas hipersensibilidade imediata. (COICO, 6ª ed.) ↠A sequência de acontecimentos envolvidos no desenvolvimento de reações alérgicas pode ser dividida em várias fases: (COICO, 6ª ed.) ➢ fase de sensibilização: durante a qual os anticorpos IgE são produzidos em resposta a um estímulo antigênico ligando-se, posteriormente, a receptores específicos presentes nos mastócitos e basófilos; ➢ fase de ativação: durante a qual a reexposição (desafio) ao antígeno deflagra a resposta dos mastócitos e basófilos através da liberação do conteúdo de seus grânulos; ➢ fase efetora: durante a qual ocorre uma resposta complexa resultante dos efeitos de muitos mediadores inflamatórios liberados pelos mastócitos e basófilos. ↠Os sintomas das reações alérgicas são inteiramente atribuídos aos mediadores inflamatórios liberados pelos mastócitos ativados. É útil classificar estes mediadores em duas categorias principais: (COICO, 6ª ed.) ↠Mediadores pré-formados: Histamina, Serotonina, Fatores Quimiotáticos, Heparina ↠Mediadores recentemente sintetizados: Leucotrienos, Tromboxanos e Prostaglandinas, Fator de Ativação das Plaquetas. Hipersensibilidade mediada por anticorpos (tipo II) ↠ Anticorpos IgG e IgM específicos para antígenos da superfíciecelular ou da matriz extracelular podem causar lesão tecidual ativando o sistema complemento, recrutando células inflamatórias e interferindo nas funções celulares normais. ↠ O resultado é a destruição da célula. (COICO, 6ª ed.) Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (tipo III) ↠Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue formam complexos com antígenos, e esses imunocomplexos podem se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, causando inflamação, trombose e lesão tecidual. ↠ Em condições normais, os imunocomplexos circulantes constituídos por anticorpos ligados a antígenos estranhos são removidos pelas células fagocitárias. (COICO, 6ª ed.) Hipersensibilidade mediada por células T (tipo IV) ↠Nesses distúrbios, a lesão tecidual pode ser causada por linfócitos T que induzem inflamação ou matam diretamente as células-alvo ↠Em muitas dessas doenças, o principal mecanismo envolve a ativação de células T auxiliares CD4+, as quais secretam citocinas que promovem inflamação e ativam leucócitos, principalmente neutrófilos e macrófagos. Os linfócitos T citotóxicos (CTLs, do inglês, cytotoxic T lymphocytes) contribuem para a lesão tecidual em algumas doenças. ↠ Os anticorpos não participam das reações de hipersensibilidade do tipo IV. As células TH1 ativadas liberam citocinas que promovem acúmulo e ativação de macrófagos que, por sua vez, causam dano local. Este tipo de reação tem início tardio, que pode ocorrer dias ou semanas após o desafio com o antígeno. (COICO, 6ª ed.) ↠ Os efeitos prejudiciais da DTH são causados pela liberação inapropriada de grandes quantidades de citocinas (incluindo quimiocinas) pelas células T ativadas. (COICO, 6ª ed.) ➢ ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia Celular e Molecular, 9ª edição. Elsevier Editora Ltda., 2019. ➢ COICO, Richard; SUNSHINE, Geoffrey. Imunologia, 6ª edição. Guanabara Koogan, 2010. ➢ TORTORA, Gerard J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Referências
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