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Antiepilépticos: Tipos e Indicações

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– –
Semana 4 
Farmacologia: 
Antiepilepticos 
 
Epilepsia 
É uma doença que se caracteriza por 
uma predisposição permanente do 
cérebro em originar crises epilépticas 
não provocadas e pelas consequências 
neurobiológicas, cognitivas, psicológicas 
e sociais destas crises. 
A crise epiléptica é a ocorrência de 
sinais ou sintomas clínicos secundários a 
uma atividade neuronal anormal excessiva. 
É multifatorial, pode estar ligada a 
fatores genéticos, estruturais ou 
metabólicos e desconhecidos. 
Os critérios para diagnóstico de 
epilepsia: 
 Ao menos duas crises não 
provocadas ou reflexas a algum 
estimulo externo em um intervalo 
maior que 24h. 
 Chance de desenvolver novas crises 
estimada em 60% nos próximos 10 
anos, excluindo casos de síndromes 
epilépticas. 
A Síndrome epiléptica é um 
conjunto de características clínicas e 
eletroencefalográficas incorporadas ao tipo 
de crise do paciente. 
Classificação das crises 
 Crises focais ou parciais: em um 
único ponto do cérebro. 
 
 
 
 
 
 
 Simples: sem perda de 
consciência. 
 Complexa: com perda de 
consciência. 
 Focal secundária com 
generalização: quando a crise 
focal se alastra para outras 
regiões do cérebro. 
Atenção! Os sintomas variam de acordo 
com a área cerebral afetada. Pode ser 
motora ou não motora. 
 Generalizada: em vários pontos do 
cérebro  perda de consciência. 
 Não motoras ou de ausência 
(pequeno mal): típicas, atípicas, 
clônicas...  olhar fixo, pisca 
rapidamente, durante 3 a 5 
segundos, mais comum em 
crianças, menos riscos, mais 
recorrente  perda breve, 
abrupta e autolimitante da 
consciência. 
 Motoras: 
- Tônico-clônica: pode ser seguida 
por um momento de confusão e 
exaustão devido à depleção de 
glicose e estoques energéticos  
fases tônica ( contração contínua) 
e clônica (contração e relaxamen-
to rápidos) de 1 a 5 minutos. 
– –
- Mioclônicas: geralmente ocorrem 
após o despertar e iniciam na 
puberdade ou no adulto jovem  
pequenos espasmos musculares 
nos membros que podem durar 
alguns minutos. 
- Clônicas: parece com mioclônica, 
mas a consciência está mais 
comprometida. 
- Tônicas: em geral, duram menos 
de 60 segundos  aumento do 
tônus do musculo extensor. 
- Atônicas: ataques de queda  
perda súbita de tônus muscular. 
Mecanismo de ação dos 
fármacos antiepilépticos 
 Facilitar a neurotransmissão gabaér-
gica inibitória. 
 Modificação das condutâncias 
iônicas da membrana neuronal (evitar 
efluxo de sódio, cálcio e potássio). 
 Reduzir a neurotransmissão gluta-
matérgica excitatória. 
 
Seleção do fármaco 
 Baseia-se em: tipo especifico de 
crise, perfil do paciente e características 
do fármaco. 
 Em pacientes recém-diagnostica-
dos, é instituída a monoterapia até que a 
crise seja controlada ou sinais de 
toxicidade apareçam. Se a crise não for 
controlada em pelo menos 30%, substitui-
se por monoterapia com um fármaco 
alternativa. Caso, ainda assim, o 
tratamento não seja eficaz, pensa-se em 
associação de fármacos. Em casos 
extremos, deve-se procurar outro manejo 
médico, como cirurgia e estimulação vagal. 
Fármacos antiepilépticos 
Tratamentos de 1º linha 
 Adultos com epilepsia focal: 
- Carbamazepina. 
- Fenitoína. 
- Ácido valpróico. 
 Crianças com epilepsia focal: 
- Carbamazepina. 
- Ácido valpróico. 
- Fenitoína. 
 Idosos com epilepsia focal e 
generalizada: 
- Lamotrigina. 
- Gabapentina. 
 Adultos ou crianças com epilepsia 
generalizada: 
- Valproato de sódio. 
- Topiramato. 
- Levitiracetam. 
 Gravidez: 
- Lamotrigina. 
– –
- Carbamazepina. 
 Crises de ausência: 
- Etossuximida. 
- Valproato de sódio. 
- Lamotrigina. 
 Epilepsia Mioclônica Juvenil: 
- Lamotrigina. 
- Gabapentina. 
Carbamazepina (1º escolha para 
crises focais) 
 Indicações: 
 Crises focais e generalizadas. 
 Neuralgia do trigêmio, dor 
neuropática e fase maníaca do 
distúrbio bipolar. 
 Não é eficaz em crise de ausência. 
 Mecanismo de ação: bloqueia 
disparos de alta frequência de 
canais de Na e diminui liberação de 
glutamato. 
 Efeitos adversos: sonolência, ganho 
de peso, ataxia, hiponatremia 
(evitado em idosos), hipotireoidis-
mo, lábio leporino, reações de 
hipersensibilidade. 
Oxicarbamazepina (pro-fármaco da 
carbamazepina) 
 Indicações: 
 Crises focais. 
 Não é eficaz em crise de ausência. 
 Mecanismo de ação: mesmo da 
carbamazepina. 
 Efeitos adversos: sonolência, ganho 
de peso, ataxia, hiponatremia 
(evitado em idosos), hipotireoidis-
mo, lábio leporino, reações de 
hipersensibilidade. 
Atenção! A carbamazepina é mais eficaz 
que a oxicarbamazepina (causa mais 
hiponatremia, induz menos as enzimas 
hepáticas – menos interações medicamen-
tosas). 
Fenitoína e fosfenitoína 
 Possui janela terapêutica estreita. 
 Indicações: 
 Crises focais e generalizadas. 
 Não é eficaz em crise de ausência. 
 Mecanismo de ação: prolonga 
inativação dos canais de Na. 
 Efeitos adversos: ataxia, fenda 
palatina, hiperplasia gengival, 
reações de hipersensibilidade, 
hirsutismo. 
 Não pode ser administrado por via 
IM e EV em bolus (necrose e lesão 
tecidual). 
 Via oral ou EV por infusão 
contínua. 
 A metabolização não é 
proporcional à dose (enzimas 
saturáveis  acúmulo/toxicidade). 
 A fosfenitoína é um pró-fármaco 
hidrossolúvel (converte-se em 
fenitoína no sangue) que pode ser 
administrado por via EV (bolus  
menor reação alérgica) e IM. 
Atenção! Não deve ser retirado de forma 
abrupta para evitar exacerbação de 
sintomas da doença. Mesmo em casos de 
substituição, deve-se associar o segundo 
fármaco inicialmente e seguir diminuindo a 
dose do primeiro e aumentando a do 
– –
segundo gradativamente até que haja um 
controle das crises somente com o 
segundo fármaco. 
Ácido valpróico, Valproato de sódio e 
Divalproato de sódio (1ª escolha para 
crises generalizadas) 
 Indicações: 
 Qualquer forma de epilepsia. 
 Mecanismo de ação: inibe canais 
de Na e Ca (tipo T), aumenta a 
síntese de GABA (GAD) e diminui 
sua degradação (GABA-T) e 
receptação, bloqueia receptores 
NMDA. 
 Efeitos adversos: hepatotoxicida-
de fatal (risco potencial em crianças 
com politerapia), espinha bífida, 
síndrome de ovários policísticos. 
 O divalproato é um melhoramento 
dos outros dois (melhora a 
tolerância no TGI, menos risco de 
reações adversas, meia-vida menor). 
 Todos são equivalentes em 
eficácia e se transformam no íon 
valproato. 
 Contraindicado para idosos e 
menor de 10 anos (focal) e 2 anos 
(generalizada). 
 Contraindicado para pessoas em 
idade fértil e gestantes. 
 Usado com o clonazepam, pode 
induzir crises de ausência. 
 O ácido valpróico tem liberação 
imediata, porém torna o TGI mais 
ácido, causando desconforto GI. Já 
o valproato de sódio demora mais 
para ser absorvido. 
Lamotrigina (1º escolha para idosos) 
 Indicações: 
 Crises focais e generalizadas 
em idosos e pacientes 
refratários ao tratamento de 1º 
linha. 
 Pode ser usada em transtorno 
bipolar. 
 Mecanismo de ação: inibe canais 
de Na e Ca. 
 Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, 
vômitos, visão dupla, tonturas, 
incoordenação e tremor. (Menor 
perfil de reações adversas) 
 Primeira escolha para tratamendo 
de epilepsia mioclônica juvenil em 
mulheres na idade fértil. 
Atenção! Quando associado ao valproato, 
causa mais reações adversas. 
Gabapentina 
 Indicações: 
 Coadjuvante em crises focais 
com ou sem generalizações. 
 Pode ser usada em transtorno 
bipolar. 
 Neuralgia pós-herpética, do 
trigêmio, da chikungunya. 
 Mecanismo de ação: age em GABA 
(poder de dependência)  aumenta 
liberação e inibe transportadores. 
Vigabatrina 
 Indicações: 
 Crises focais graves refratárias 
e generalizadas secundárias. 
– –
 Piora crises generalizadas 
primárias e de ausência. 
 Mecanismo de ação: inibe aGABA-
T. 
 Efeitos adversos: perda de campo 
visual moderada em 30% dos casos. 
 Usado basicamente em 
associação. 
Tiagabina 
 Indicações: 
 Terapia adjuvante em crises de 
início parcial. 
 Mecanismo de ação: bloqueia a 
recaptação de GABA pelo neurônio 
pré-sináptico (GAT). 
 Efeitos adversos: pensamentos 
suicidas, sonolência, fadiga. 
Etossuximida (1ª escolha em crises de 
ausência) 
 Indicações: 
 Crises de ausência. 
 Mecanismo de ação: inibe canais 
de Ca (tipo T - tálamo). 
 Efeitos adversos: náuseas e 
tontura, raramente hipersensibilida-
de. 
 Deixa de ser primeira escolha 
quando tem outro tipo de crise 
associada e existe um medica-
mento que trate as duas em 
monoterapia (parcial – lamotrigina 
ou ácido valpróico; generalizada – 
ácido valpróico). 
Levitiracetam 
 Indicações: 
 Monoterapia ou terapia adju-
vante em crises focais e 
generalizadas refratárias. 
 Mecanismo de ação: ligação a 
proteínas 2ª da vesícula sináptica 
(SV2A – liga vesícula na membrana). 
 Efeitos adversos: náuseas, fadiga, 
tontura, astenia, anorexia 
(principalmente quando associado 
a topiramato). 
 Melhor perfil farmacocinético com 
pouca interação com outros 
fármacos. 
 Crianças (zika vírus) e adultos com 
crises epilépticas. 
Topiramato 
 Indicações: 
 Crises focais e generalizadas e 
refratárias (associação). 
 Profilaxia de enxaqueca. 
 Coadjuvante na depressão, 
transtorno bipolar, dor 
neuropática. 
 Mecanismo de ação: bloqueia 
canais de sódio, diminui correntes 
de cálcio, inibe anidrase carbônica e 
pode atuar em receptores NMDA. 
 Efeitos adversos: perda de massa 
magra (aumento de peso), . 
 Mais eficaz em monoterapia 
quando a epilepsia é recém-
diagnosticada, tônico-clônica e 
parciais. 
Clonazepam 
 Indicações: 
 Epilepsia a longo prazo. 
– –
 Crises refratárias e necessite 
de um sedativo potente. 
Critérios para associação de 
fármacos 
 
 
 
 EA: ácido valproico, lamotrigina, 
topiramato, levitiracetam. 
 ER: carbamazepina, fenitoína, 
fenobarbital. 
Cuidados: 
 Evitar associação de fármacos com o 
mesmo mecanismo de ação (não 
exacerbar o efeito)  fenobarbital + 
ácido valproico/ carbamazepina + 
fenitoína. 
 3ª escolha de tratamento (após duas 
tentativas de monoterapia). 
Situações de emergência 
Estado de mal epiléptico 
 É quando ocorrem duas ou mais 
crises sem recuperação plena entre os 
episódios (prolongamento anormal por 
mais de 5 min). Essas crises podem ser 
focais ou generalizadas primárias, 
convulsivas ou não convulsivas. Condiciona 
lesão e perda neuronal significativo e 
agravamento da epilepsia. Exige 
tratamento imediato, já que o perigo de 
morte é alto com a duração maior que 15 
min. 
 O tratamento baseia-se em: 
 1ª escolha: benzodiazepínico EV 
(diazepam, lorazepam) – < 15 min – 
diminui a crise. 
 2ª escolha: anticonvulsivante EV 
(fenitoína sódica/fosfenitoína e 
fenobarbital) – evita que tenha nova 
crise. 
 3ª escolha: anestesia geral 
(propofol, midazolam e tiopental) – 
> 15 min. Se não melhorar com o 
midazolam, intuba e usa tiopental. 
Crise convulsiva febril 
 Crise febril simples: 
 < 15min. 
 Não recorrente em 24h. 
 Sem antecedentes. 
 Não precisa de profilaxia. 
 Fazer profilaxia apenas quando 
os pais são negligentes. 
 Crise febril complexa: 
 > 15 min. 
 Recorrente em 24h. 
 Pode estar associada a 
anormalidades neurológicas. 
 Precisa de profilaxia: 
fenobarbital (primeira escolha 
em RN) ou ácido valproico 
(primeira escolha em > 2 anos). 
 Tratamento de emergência: 
 1ª escolha: diazepam retal 
(criança) /oral. 
 2ª escolha: Clobazam oral. 
 Crise em casa: diazepam 
intermitente (quando começar a 
ter febre). 
 
Espectro amplo (EA) + 
Espectro restrito (ER) 
– –
Outras doenças 
neurodegenerativas 
Memantina 
 Indicações: 
 Doença de Alzheimer. 
 Mecanismo de ação: antagonista 
não competitivo dos receptores 
NMDA. 
Riluzol 
 Indicações: 
 Esclerose Lateral Amiotrófica 
(ELA). 
 Mecanismo de ação: reduz 
condutância do Na e antagoniza 
receptores NMDA.

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