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AGENTE PENITENCIÁRIO - SEJUS/PI - Editora Aprovare Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Editora Aprovare www.editoraaprovare.com.br contato@editoraaprovare.com.br Secretaria de Estado da Justiça do Piauí: Agente Penitenciário. Apostila Teórica Com- pleta. Curitiba: Aprovare, 2016. 415 p.; 21x29,7 cm. 1.Secretarias Estaduais. 2. Concursos Públicos. Apostila baseada no EDITAL do Concurso Público. Organização e Diagramação: Editora Aprovare. TODOS OS DIREITOS DESTE MATERIAL SÃO RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Aprovare. A viola- ção dos direitos autorais é crime previsto na Lei 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com APRESENTAÇÃO É com grande satisfação que a Editora Aprovare, especialista em apostilas e livros jurídicos para concursos públicos, traz ao público a presente “Apostila Teórica para a Concurso Público da Secretaria de Estado da Justiça do Piauí: Agente Penitenciário”, escrita por uma competente equipe de professores especialistas. Trata-se de material didático exclusivo: completo, minucioso e atualizado. A apostila foi totalmente estruturada de acordo com o Edital e contempla as disciplinas arroladas no aludido documento. O certo é que o candidato que se prepara com o material da Aprovare terá acesso ao melhor mate- rial do mercado para o certame que se aproxima e pode confiar no seu conteúdo, pois foi elaborado de acordo com a metodologia testada e aprovada em outros concursos públicos. Trata-se, pois, de um material imprescindível para que o candidato possa ter um adequado roteiro de estudos e uma preparação de qualidade para encarar a prova vindoura. Dito isso, desejamos bons estudos a todos os candidatos a esta nobre carreira pública. Conselho Editorial Aprovare. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com SUMÁRIO ① LÍNGUA PORTUGUESA ② NOÇÕES DE INFORMÁTICA ③ ATUALIDADES ④ NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ⑤ NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ⑥ NOÇÕES DE DIREITO PENAL ⑦ NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL ⑧ LEGISLAÇÃO APLICADA Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com 01 FONÉTICA 02 ORTOGRAFIA 03 MORFOLOGIA - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 04 MORFOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO E FLEXÃO DAS PALAVRAS 05 ANÁLISE SINTÁTICA 06 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 07 CRASE 08 CONCORDÂNCIA 09 FUNÇÕES DO SE 10 FUNÇÕES DO QUE 11 PONTUAÇÃO 12 COLOCAÇÃO PRONOMINAL 13 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 14 REDAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS 01 LÍNGUA PORTUGUESA Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 3 01 FONÉTICA FONEMAS E LETRAS Os fonemas, conforme conceituação de Cegalla (2008), “são as menores unidades sonoras da fala”. São os sons cuja combinação é capaz de formar sílabas e palavras inteiras. Não se deve confundir fonema com letra. O fonema está relacionado ao som produzido pelo ser humano no momento da fala, enquanto a letra é a forma como, na escrita, é representado o som. As letras são, então, o signo utilizado para representar graficamente os fo- nemas. O alfabeto da língua portuguesa apresenta as se- guintes letras: VOGAIS: a, e, i, o, u. CONSOANTES: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, m, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z. As letras em negrito (k, w, y) foram incorporadas ao nosso vocabulário pelo Acordo Ortográfico de 1990, que entrará em vigor definitivamente em 1o de janeiro de 2016. Até essa data, conviverão, no Brasil, as duas ortografias oficiais: a de antes e a de depois do Acordo. As palavras podem ter... ... número de letras igual ao número de fonemas, como prato, casto, escola; ... número de letras maior do que o número de fonemas, como cachorro (caXoRo); ... número de letras menor do que o número de fonemas, como táxi (táCSi). Então, não confunda: letra é o que se escreve; fone- ma, o que se fala. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS a. Vogal: sons correspondentes a a, é, ê, i, ó, ô, u, assim como suas variantes nasais, como em mãe e tem- peratura. b. Semivogais: sons correspondentes a i e u átonos e que formam uma sílaba acompanhados de uma vo- gal. As letras e e o poderão ser semivogais. Isso acon- tecerá quando elas tiverem, respectivamente, som de i e u. Veja os exemplos com as semivogais em negrito: pai, afoita, mamão, aéreo. c. Consoantes: os fonemas consonantais são os pro- duzidos quando os órgãos responsáveis pela fala pro- duzem resistência à passagem de ar, como em praticar e correr. ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS Existem três tipos de encontros vocálicos: diton- gos, tritongos e hiatos. Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal ou de uma semivogal e uma vogal em uma mesma sí- laba. Os ditongos podem ser: a. crescentes: a semivogal vem antes da vogal, como em história, bilíngue, quantidade. b. decrescentes: a vogal vem antes da semivogal, como em pai, flauta, besouro. Atenção: a letra l, em fim de palavra, por ser pro- ferida com som de u, pode formar ditongos de- crescentes fonéticos, perceptíveis na fala, mas não na escrita. São exemplos desse fenômeno: funil (=funiu), feltro (feutro), soldado (=soudado). c. orais: som passa pela cavidade bucal, com em dói, pleito, Rui. d. nasais: som passa pela cavidade nasal, como em pães, muito (=mũito), tem (=tẽi). Atenção: as semivogais dos ditongos nasais am e em não aparecem na escrita. Trata-se, então, de ditongos fonéticos, pois são percebidos na fala, mas não na escrita. São, dessa forma, ditongos: também (tambẽi), cantaram (cantárão), morrem (morrẽi). e. abertos: céu, pai, alegrai, heróico. f. fechados: açougue, foi, zeugma. Tritongo: encontro de semivogal, vogal e semivo- gal, na mesma sílaba, sempre nessa ordem. Os triton- gos podem ser: a. orais: Paraguai, desiguais, averiguei. b. nasais: saguões, minguam (=mínguão), desá- guam (=deságuão). Atenção: as semivogais dos tritongos nasais uam e uem não aparecem na escrita. Trata-se de triton- gos fonéticos. Hiato: encontro, em uma palavra, de duas vogais que ficam em sílabas diferentes. Exemplos: saída (sa-í-da), dia (di-a), leem (le-em), saúde (saú-de), Luísa (Lu-í-sa). Encontro Consonantal: sequência de duas ou mais consoantes pronunciadas em uma palavra, na mesma sílaba ou em sílabas diferentes. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 4 Na mesma sílaba: prato, oblongo, atrevido, bíceps, crente. Em sílabas diferentes: escolar, apto, asteroide, naf- talina. Cuidado para não confundir encontros consonan- tais com dígrafos, que serão estudados na sequência! DÍGRAFOS Dígrafos são conjuntos formados por duas letras que equivalem a um único fonema e que podem repre- sentar sons de consoantes ou de vogais. Dígrafos Consonantais: a. que ficam em sílabas separadas: rr: arrepio, carro ss: asseado, cassação sc: crescer, piscina sç: cresça, desça xc: exceder, excitante b. que ficam na mesma sílaba: ch: cachoeira, enchente lh: pilha, agulha nh: dinheiro, apanhar gu (antes de e ou i): águia, caran- guejo qu (antes de e ou i): queijo, quilo Dígrafos Vocálicos: dígrafos vocálicos são repre- sentados por vogais seguidas de m ou n. Nesse caso, as letras m e n são empregadas apenas para nasalizar o som da vogal que as antecede. São dígrafos vocálicos: am/an (ã), em/en (ẽ), im/in (ĩ), om/on (õ) e um/un (ũ) acampamento (=acãpamẽto), onde (=õde), tinto (=tĩto), imundo (=imũdo), vende (=vẽde) Atenção: se m ou n vierem depois de vogal no final da palavra, não haverá dígrafo. Nesse caso, haverá ditongo, como visto anteriormente. Veja exemplos: hífen (=ífẽi),latem (=látẽi), gritam (=grítão) Atenção: a letra h, quando aparece antes de vo- gais, não forma dígrafo. Isso acontece em pala- vras como hífen, hora, horta, hospital e hemácia. Para evitar confusões, passemos à análise de alguns vocábulos: 1. Quantos encontros consonantais há na palavra entender? A resposta é nenhum. Ao trocarmos as letras escritas pelos fonemas a elas correspondentes, veremos que a pronúncia dessa palavra é ẽtẽder. Há, em entender, dois dígrafos vocálicos, mas nenhum encontro consonantal. 2. Quantos encontros consonantais há na palavra cachorro? Novamente, a resposta é nenhum. Escreve-se ca- chorro, mas a pronúncia é caxoro. Há dois dígrafos consonantais, mas nenhum encontro vocálico. Logo, antes de procurar pelos encontros consonan- tais de uma palavra, devemos ver se ela apresenta dí- grafos! CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS Em relação ao número de sílabas, pode-se classifi- car as palavras da seguinte maneira: a. monossílabas (ou monossílabos): palavras que possuem somente uma sílaba, como mão, réu, luz, sol, mar e nau. b. dissílabas: palavras que possuem duas sílabas, como atroz, bambu, carro e mártir. c. trissílabas: palavras que possuem três sílabas, como atacar, refletir, baiacu, aflição e areia. d. polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas, como matemática, hemograma, Nefertiti, pre- clusivo e inconstitucional. REGRAS DE DIVISÃO SILÁBICA A separação silábica é um processo fonético, ou seja, deve-se pronunciar as palavras para verificar como é feita sua divisão em sílabas. Há, na língua por- tuguesa, uma regra básica de separação silábica: não existe sílaba sem vogal. Semivogais e consoantes de- pendem de uma vogal para formar uma sílaba. Vejamos algumas regras práticas de separação si- lábica: 1. Não se separam letras que formem ditongos e tritongos: é-guas, lau-da, rei-no, fai-na, ân-sia, ra-diou-vin-te, Pa-ra-guai. 2. Devem-se separar as vogais que formam hia- tos: ri-o, ba-la-ús-tre, zo-o-ló-gi-co, hi-a-to. 3. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu: e-qui-dis-tan-te, co-a-lha-da, som-bri-nha, ta-char. 4. Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc: ar-re -pi-o, as-ses-sor, ex-ce-to, cres-ça. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 5 5. A consoante que não for seguida de vogal fi- cará na sílaba anterior: tungstênio: tungs-tê-nio (e não tun-gstê-nio); bíceps: bí-ceps (e não bí-ce-ps). 6. Consoante inicial que não é seguida de vo- gal não pode formar sílaba sozinha: mne-mô-ni- -ca, pneu-má-ti-co, psi-co-se. 7. A divisão silábica não leva em consideração os elementos mórficos das palavras (ver morfo- logia - formação de palavras - prefixo, sufixo e ra- dical): bi-sa-vô (e não bis-a-vô); tran-sa-tlân-ti-co (e não trans-a-tlân-ti-co); su-ben-ten-di-do (e não sub -en-ten-di-do), hi-per-a-ti-vo (e não hiper-a-ti-vo). Atenção: em alguns casos, uma sílaba correspon- de a um elemento mórfico. Isso estará correto desde que se respeitem as regras de divisão si- lábica. Exemplos: bis-coi-to (o prefixo bis formou uma sílaba sozinho); trans-por-te (o prefiro trans formou uma sílaba sozinho). Observação: as palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente admitem duas leituras dife- rentes. Pode-se ler o conjunto de sons vocálicos finais como ditongo ou como hiato. São exemplos as palavras história (que pode ser pronunciada como his-tó-ria ou his-tó-ri-a), memória (me-mó- -ria ou me-mó-ri-a) e vácuo (vá-cuo ou vá-cu-o). Recomenda-se, porém, considerar palavras como essas como paroxítonas terminadas em ditongo, e não como proparoxítonas terminadas em hiato. Ao solucionar questões que cobrem divisão silábi- ca ou acentuação gráfica, o candidato deve man- ter sua atenção redobrada para esse detalhe. CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO ACENTO TÔNICO O acento tônico é responsável por indicar, na pala- vra, qual sílaba é proferida com mais intensidade. O acento tônico pode vir ou não marcado por um acento gráfico (agudo ou circunflexo). Em relação à posição do acento tônico (ou sílaba tônica), as palavras se classificam em monossílabos tônicos, oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. a. Monossílabos tônicos: palavras de uma sílaba que sejam pronunciadas com maior intensidade. São monossílabos tônicos substantivos, verbos, ad- jetivos e advérbios de apenas uma sílaba: Céu, luz, mar, má, é, ser, mal, mau, bom, bem, sol, dor, há. São monossílabos átonos (aqueles pronunciados com baixa intensidade e que, por isso, não possuem autonomia fonética) preposições, conjunções e artigos de apenas uma sílaba: Mas, e, o, a, um, de, com, por. Pronomes de uma só sílaba podem ser átonos ou tônicos. Atenção especial deve ser dada aos pronomes pessoais oblíquos átonos e tônicos e ao seu uso. (Veja o capítulo dedicado aos pronomes pessoais, em mor- fologia). b. Oxítonas: palavras em que o acento tônico recai sobre a última sílaba: aMAR, agriculTOR, raPÉ, ciPÓ, guaraNÁ. c. Paroxítonas: palavras em que o acento tônico re- cai sobre a penúltima sílaba: MÁRtir, TÁxi, aFÁvel, luminosiDAde, carpiDEIra. d. Proparoxítonas: palavras em que o acento tônico recai sobre a antepenúltima sílaba: QUÍmica, quiloMÉtrico, carNÍvoro, equiLÁtero. ORTOPÉDIA E PROSÓDIA A ortoépia é, conforme definição do dicionário Houaiss, o “estudo tradicional e normativo que deter- mina os caracteres fônicos, considerados cultos e rele- vantes, e a boa pronúncia”. Trata-se da preocupação em se pronunciarem as palavras conforme determina a norma padrão da língua, sem que sejam acrescenta- dos, suprimidos ou modificados fonemas. Incorre em um erro ortoépia quem troca, ao falar, andar, morango, meteorologia e digno por andá, murango, meterologia e díguino. O mesmo acontece quando um falante não promo- ve a ligação adequada entre as palavras em uma frase, unido o fim de umas ao início de outras. A prosódia, por sua vez, preocupa-se com a correta acentuação tônica das palavras. Muitas vezes, falantes trocam a sílaba tônica de um vocábulo, proferindo, por exemplo, como proparoxítona uma palavra que é pa- roxítona. A palavra ruBRIca (certo), que é paroxítona, muitas vezes é pronunciada como RÚbrica (errado). Outros casos são o de puDIco (certo), que se pro- nuncia, com frequência, como PÚdico (errado) e o de ÍNterim (certo), que é erroneamente substituído por inteRIM (errado). Ao erro de prosódia dá-se o nome de silabada. Existem também palavras que admitem duas pro- núncias como corretas, entre as quais se encontram: proJÉtil e projeTIL; RÉptil e repTIL; saFÁri e safaRI; ortoÉpia e ortoePIa. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 6 02 ORTOGRAFIA A ortografia é a parte da gramática que trata da es- crita adequada dos vocábulos, levando-se em conside- ração o correto emprego de letras e sinais gráficos. Existem algumas dicas que podem ser transmitidas aos alunos com vistas a facilitar o aprendizado das re- gras ortográficas, mas nada é mais eficiente do que o contato constante com a variante escrita do idioma. A leitura frequente permite que se aprenda a grafar cor- retamente mais e mais palavras. Trata-se, porem, de um grande desafio, pois nem sempre a ortografia se- gue regras: muitas palavras são escritas de uma deter- minada forma por causa de sua história, sua origem, sem que sua grafia se baseie em uma relação lógica com outras semelhantes. Atualmente, está em vigor o sistema ortográfico que decorre do Acordo Ortográfico de 16 de dezem- bro de 1990, assinado com a finalidade de unificar a ortografia de diversos países lusófonos. O Acordo foi promulgado pelo Brasil em 2009 e deveria ter adquiri- do vigência obrigatória em 1° de janeiro de 2013, mas o prazo de adaptação foi estendido até 1° de janeiro de 2016. Até lá, serão consideradas válidas tanto a norma antiga quanto a nova. Diante dessa situação, é provável que as bancas examinadorasmantenham a postura que vinham ado- tando até então: apesar de, em sua maioria, terem ado- tado a nova ortografia na elaboração de provas, vêm focando suas questões de ortografia em palavras que não foram modificadas pela reforma (ou, em alguns casos, fazem, de maneira explícita, questões que co- bram as modificações promovidas pela reforma). É importante ficar sempre atento ao edital e se lem- brar também de que, nos casos em que haja prova de redação, é preciso escrever todo o texto conforme um único sistema ortográfico: deve-se escolher entre o an- tigo e o novo, mas não misturá-los. As mudanças na ortografia que afetam os brasilei- ros envolvem, sobretudo, acentuação gráfica, uso do hífen e o trema. Neste capítulo, sempre que tratarmos de alguma regra alterada pelo Acordo, indicaremos como era e como ficou. ALGUMAS REGRAS ORTOGRÁFICAS 1. Emprega-se a letra E: a. Ao se grafarem formas de verbos terminados em -UAR e -OAR: Continuar, pontuar, habituar: continue (e não continui), pontue, habitue. Magoar, entoar, abençoar: magoe (e não ma- goi), entoe, abençoe. b. Quando se usar o prefixo ANTE (anterior, antes), como em antevéspera, antebraço e anteontem. 2. Emprega-se a letra I: a. Ao se grafarem formas de verbos terminados em -UIR: Diminuir, concluir, possuir: diminui, (e não di- minue), conclui e possui. b. Quando se usa o prefixo ANTI (contrário), como em antiácido, antiacadêmico e antibiótico. 3. Emprega-se a letra G: a.Em substantivos terminados em -agem, -igem e -ugem, como vagem, ferrugem, fuligem, mensagem e viagem. Observação: excetua-se à regra o substantivo pa- jem. b. Em palavras terminadas em -ágio, égio, -ígio, ógio e úgio, como pedágio, régio, vestígio, relógio e refúgio. 4. Emprega-se a letra J: a. Na conjugação de verbos cujo infinitivo termine em -jar ou -jear. Manejar: manejo, manejas, maneja, manejamos, manejais, manejam. Atenção: o substantivo viagem é escrito com G, mas o verbo viajar, ao ser conjugado, dá origem à forma viajem, com J: Desejo que eles viajem com segurança. (verbo) Desejo-lhes uma boa viagem. (substantivo) b. Em palavras de origem tupi-guarani ou africa- na, como canjica, jiboia, jiló e pajé. 5.Emprega-se a letra S: a. Em adjetivos pátrios formados co os sufixos -ês e esa, como inglês-inglesa, japonês-japonesa, portu- guês-portuguesa. b. Em verbos que derivam de palavras cujo radical termina em -S, como analisar (análise+ar), paralisar (paralisia+ar) e improvisar (improviso+ar). c. Nas formas verbais de QUERER, PÔR e seus de- rivados: quiser, puser, depusesse, impuseram etc. 6. Emprega-se a letra Z: a. Em substantivos abstratos terminados em -eza, como limpeza, esperteza e riqueza. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 7 b. Em verbos cujo infinitivo termina em -izar, pois seus radicais não terminam em -s, como vulga- rizar (vulgar+izar), civilizar (civil+izar), escravizar (escravo+ar) e deslizar (deslize+ar). 7. Emprega-se a letra X: a. Em palavras de origem indígena ou africana, como muxoxo, orixá,xará e maxixe. b. Depois de ditongo, como feixe, rouxinol, baixo e caixote. Exceção: caucho e derivados (como recauchuta- gem). Importante: palavras derivadas são grafadas com a mesma letra utilizada em sua respectiva palavra primitiva. Por isso: Laranja: laranjeira, laranjal. Nojo: nojento, nojeira. Casa: casarão, casebre. Cruz: cruzeiro, cruzeirense. Vaso: extravasar. ALGUMAS DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS 1. O Porquê: a. Escreve-se separado e sem acento: POR QUE. • Quando é preposição por + pronome relativo que. (equivale a pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas quais). Com o passar do tempo, esqueceu-se da mulher por que fora tão apaixonado. (= pela qual). Não entendo os motivos por que deixou de estudar. (= pelos quais). • Quando é preposição por + pronome interrogativo que. (equivale a por qual razão ou por qual motivo. Se vier no final da frase, deverá ser acentuado). Por que você se atrasou ontem? (Por qual razão você se atrasou ontem?) Você não disse por que se atrasou ontem. (Você não disse por qual motivo se atrasou ontem.) b. Escreve-se separado e com acento: POR QUÊ. • Quando é preposição por + pronome interrogativo quê. (aparece no final de frases interrogativas diretas ou in- diretas). Ela reclamou por quê? Ela reclamou e não disse por quê. c. Escreve-se junto e sem acento: PORQUE. • Quando for conjunção. Ele está feliz porque passou em primeiro lugar no concurso. Mariana está triste porque perdeu dez reais? d. Escreve-se junto e com acento: PORQUÊ. • Quando for substantivo. (Equivale a o motivo, a razão e, em geral, vem precedido de determinante). O público precisa saber o porquê do cancelamento do show. (= a razão). 2. Em vez de e ao invés de: Em vez de: pode ser usado sempre que uma coisa for substituir outra. Ao invés de: só pode ser usado quando, além de haver uma substituição, houver, também, relação de contrarie- dade. Em vez de ir de carro, foi de ônibus. (certo) Ao invés de ir de carro, foi de ônibus. (errado - não há oposição) Em vez de vingar-se, perdoou-lhe as ofensas. (certo) Ao invés de vingar-se, perdoou-lhe as ofensas. (cer- to - há noção de oposição) 3. Mal e mau: Mal: contrário de bem. Mau: contrário de bom. Leite me faz mal. (# leite me faz bem). Estou de mau humor. (# estou de bom humor). Ela vive mal humorada. (# ela vive bem humorada). 4. A cerca de, acerca de e há cerca de: A cerca de: aproximadamente. Ex.: O político se dirigiu a cerca de quinhentos ma- nifestantes. Ex.: Minha casa fica a cerca de três quilômetros da- qui. Acerca de: a respeito de. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 8 Ex.: Pouco sabemos acerca da origem da vida. Há cerca de: existir ou tempo passado + quanti- dade aproximada. Ex.: Moro aqui há cerca de cinco anos. (há/faz apro- ximadamente...). Ex.: Há cerca de cinquenta participantes inscritos. (há/existem aproximadamente...). 5. Afim e a fim (de): Afim: significa afinidade. A fim de: significa finalidade. Eu e meu sócio temos ideias afins. Por isso a empresa vai tão bem. (afinidade). Eu e meu sócio investimos em publicidade a fim de lucrar mais. (finalidade). PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS Parônimos são palavras que possuem sentidos di- ferentes, mas que têm grafia e pronúncia muito seme- lhantes. Eis alguns exemplos de palavras parônimas: Parônimos Área (terreno, superfície) Ária (música, melodia) Arrear (colocar arreios) Arriar (abaixar, cair) Comprimento (extensão) Cumprimento (saudação) Deferir (conceder) Diferir (divergir) Descriminar (isentar de cul- pa) Discriminar (distinguir) Emergir (vir à tona) Imergir (mergulhar) Eminente (ilustre) Iminente (prestes a acon- tecer) Enformar (pôr em forma) Informar (dar informação) Sortido (abastecido, varia- do) Surtido (causado, produzi- do) Vultoso (grande, volumoso) Vultuoso (vultuosidade - faces e lábios vermelhos). Os homônimos, por sua vez, são palavras também diferentes no sentido mas que apresentam alguma identidade entre si. Os homônimos podem ser: Homônimos perfeitos: são aqueles idênticos na pronúncia e na escrita, apesar de diferentes no sentido. Vejam os exemplos: Ele não está mais doente. Já está são. (= saudável - adjetivo). A festa de São João é hoje. (= santo - substantivo). Estes são meus irmãos. (verbo ser). Mal posso esperar pelas férias de verão. (estação do ano - substantivo). Se eles forem mesmo ao Nordeste, verão as mais be- las praias do Brasil. (verbo ver). Homônimos imperfeitos: não são totalmente idên- ticos, e dividem-se em: • Homônimos homógrafos: apresentam a mes- ma grafia, mas diferem na pronúncia por causa da abertura da vogal tônica. Sempre que corro, sinto muita sede. (ê - necessida- de de ingerir líquido). Hoje foi inaugurada a nova sede da empresa. (é - lo- cal de funcionamento) O almoço está servido. (ô - substantivo). Eu almoço fora trêsvezes por semana. (ó - verbo). • Homônimos homófonos: apresentam a mes- ma pronúncia, mas grafia diferente. Vejam al- guns exemplos: Homônimos homófonos Ascender (subir) Acender (atear fogo a) Caçar (perseguir) Cassar (anular) Cesta (recipiente de vime) Sexta (ordinal - número seis) Círio (vela de cera) Sírio (originário da Síria) Chá (infusão de folhas) Xá (soberano persa) Concerto (combinação) Conserto (reparo) Estático (sem movimento) Extático (em êxtase) Exotérico (escritos aristoté- licos) Esotérico (sobrenatural) Incipiente (iniciante) Insipiente (ignorante) Tachar (censurar, atribuir defeito a) Taxar (criar taxa, tributar) ACENTUAÇÃO GRÁFICA As regras de acentuação gráfica elencadas abaixo estão de acordo com a nova ortografia da língua por- tuguesa. Para facilitar o seu estudo, todavia, todas as mudanças trazidas pelo Acordo de 1990 serão aponta- das logo abaixo da regra atualizada. 1. Monossílabos Tõnicos: acentuam-se os monos- sílabos tônicos terminados em -A, -E e -O, seguidos ou não de -S: São tônicos e acentuados: já, só, dó, ré, fá, é (verbo ser), más (adjetivo) chás, pés, pá, dê (verbo dar) etc. São tônicos, mas não são acentuados: mar, luz, cruz, sol, Deus, pai, mal, bom, bem, etc. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 9 Não são acentuados porque são átonos: e (conjun- ção), mas (conjunção), de (preposição) etc. 2. Oxítonas: acentuam-se as oxítonas terminadas em -A, -E e -O, seguidas ou não de -S, em -EM e -ENS: São acentuados: cajá, maré, cipó, jilós, também, reféns, cortês, pontapé, robôs etc. Não são acentuados: quati, isopor, andar, baiacu etc. 3. Paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas termi- nadas em • ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: órfão(s), órfã(s), enxá- guam, enxáguem, bênção(s) etc. • i, is, ei, eis: pônei, túneis, táxi, lápis, biquínis etc. • l, n, r, x, on, ons, ps: túnel, hífen, mártir, elétron, íons, quadríceps etc. • us, um, uns: bônus, álbum, médiuns, vírus etc. • ditongo crescente, seguindo ou não de s: história(s), sábio(s), planície(s) cerimônia(s) etc. Atenção: não se acentuam as paroxítonas termi- nadas em -ENS: itens, jovens, imagens etc. De- vem, todavia, ser acentuadas as paroxítonas ter- minadas em -N. Logo, acentua-se hífen, mas não se acentua hifens. 4. Proparoxítonas: acentuam-se todas as proparo- xítonas. término, xícara, binóculo, esferográfica, aborígine, receptáculo, pêssego, perdêssemos, andrógino etc. 5. Hiatos: acentuam-se o I e o U tônicos do hiato quando: • I ou U forem a segunda vogal do hiato; • Estiverem sozinhos na sílaba ou seguidos de S; • Estiverem seguidos de NH. São acentuados: saída, saúde, juízo, juíza, egoísta, Grajaú, Luís, reúne etc. Não são acentuados: juiz, Luiz, rainha, cairdes, ainda, diurno etc. 6. Ditongos abertos ÉU, ÓI e ÉI, seguidos ou não de S: a. São acentuados em palavras oxítonas e em mo- nossílabos tônicos: céu, véu, rói, dói, herói, pastéis, anéis, fiéis, lençóis etc. b. Não são mais acentuados em palavras paroxíto- nas: assembleia, heroico, jiboia, epopeia, proteico, onomato- peia, joia etc. ACORDO: o item B desta regra é uma novidade do Acordo Ortográfico. Antes, as palavras citadas aci- ma eram acentuadas (assembléia, heróico, jibóia, epopéia, protéico, onomatopéia, jóia etc). Com o advento da reforma, tais vocábulos perderam o acento gráfico. 7. Hiatos EE e OO: não são mais acentuados. Antes do Acordo, esses hiatos levavam acento circunflexo na primeira vogal. Agora, eles não são mais acentuados. Como era antes Como é agora VÔO VOO ENJÔO ENJOO CRÊEM CREEM LÊEM LEEM VÊEM VÊEM 8. Não são mais acentuadas as vogais tônicas I e U das palavras paroxítonas quando elas forem precedi- das de ditongo decrescente. Trata-se de mais uma mudança do acordo. Vejamos o antes e o depois: Como era antes Como é agora BAIÚCA BAIUCA BOIÚNO BOIUNO CHEIÍNHO CHEIINHO FEIÚRA FEIURA MAOÍSMO MAOISMO Atenção: • Continuam acentuadas normalmen- te as vogais I e U tônicas precedidas de ditongo crescente, como em guaíba. • Nas palavras oxítonas, continuam acentuadas as vogais tônicas I e U, ainda que estejam precedidas de ditongo decrescente, quando estiverem no fim da palavra, seguidas ou não de S, como em Piauí e tuiuiú(s). 9. Acento Diferencial: Mantêm-se inalterados e continuam obrigatórios os seguintes acentos diferenciais: Pôr (verbo) Por (preposição) Pôde (pretérito) Pode (presente - vogal aberta) Vêm (3a do plural de vir) Vem (3a do singular de vir) Têm (3a do plural de ter) Tem (3a do singular de ter) Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 10 Observação: nos verbos derivados de ter e vir, a 3a pessoa do singular receberá acento agudo e a 3a do plural, circunflexo. Veja os exemplos: Este envelope contém documentos importantes. (conter) Estes envelopes contêm documentos importantes. (conter) O presidente da empresa quase nunca intervém em nome dos diretores. (intervir) Os diretores da empresa quase nunca intervêm em nome do presidente. (intervir) Em relação aos acentos diferenciais, o Acordo Or- tográfico trouxe algumas novidades: • Tornou FACULTATIVO o acento circunflexo em fôrma (substantivo - recipiente) para que se faça a distinção de forma (substantivo - formato; conju- gação do verbo formar). Tal acento diferencial só deve ser usado para se evitar ambiguidade. • Eliminou os demais acentos diferenciais. Assim, perderam o acento as palavras pára (verbo), péla (verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), pólo (substantivo) etc. OUTRAS MUDANÇAS NA ACENTUAÇÃO GRÁFICA CAUSADOS PELO ACORDO DE 1990 1. Verbos arguir e redarguir: não apresentam mais acento quando a vogal U for tônica. A pronúncia, to- davia, não se alterou. Como era antes Como é agora Eu ARGÚO Eu ARGUO Tu ARGÚIS Tu ARGUIS Que eu ARGÚA Que eu ARGUA As formas verbais em que a vogal U não é tônica não sofreram alteração, como nós arguímos, vós arguís (sílaba tônica é I) e que nós arguamos (sílaba tônica A) e que vós arguais (sílaba tônica AIS). 2. Verbos aguar, apaziguar, obliquar, delinquir e corre- latos: podem ser pronunciados de duas maneiras. Ou apresentam formas rizotônicas (sílaba tônica está no ra- dical) ou arrizotônicas (sílaba tônica fora do radical). A mudança aconteceu apenas para as formas rizotônicas. Nesse caso, a vogal tônica será U, mas não haverá mais acento gráfico. A pronúncia permanecerá a mesma. Como era antes Como é agora Eu AVERIGÚO Eu AVERIGUO Tu AVERIGÚAS Tu AVERIGUAS Que eu AVERIGÚE Que eu AVERIGUE É possível, também, conjugar esses verbos em for- mas arrizotônicas. Nesse caso, não houve mudança. Exemplo (com sílabas tônicas em negrito): Eu averíguo, tu averíguas, ele averígua, nós averigua- mos, vós averiguais, eles averíguam. TREMA O trema ( ¨ ) foi abolido pelo Acordo Ortográfico e não será mais usado em palavras portuguesas ou já aportuguesadas. A eliminação do trema, no entanto, não acar- reta mudança na pronúncia das palavras. Nenhuma das reformas promovidas pelo Acordo afeta a maneira de se pronunciarem os vocábulos. Como era antes Como é agora LINGÜIÇA LINGUIÇA LINGÜETA LINGUETA EQÜINO EQUINO BILÍNGÜE BILÍNGUE AQÜÍFERO AQUÍFERO Atenção: em palavras estrangeiras, bem como em suas derivadas, o trema deve ser mantido. Assim, escrevem-se Müller, mülleriano, Hübner, hübne- riano. HÍFEN O uso do hífen é tema que oferece grande dificul- dade devido ao grande número de regras e, também, de incertezas que envolvem sua aplicação. É provável que, por essa razão, a quantidade de questões sobre hífen em provas de concursos não seja expressiva. Para facilitar seu estudo, buscamos esquematizar, de acordo com os ensinamentos de Evanildo Bechara (2008), representante brasileiro no Novo Acordo Ortográfico, as principais normas de utilização deste sinal. 1. Nas formações com prefixos, USE O HÍFEN quando o 1° elemento terminar em vogal igual à que inicia o 2° elemento,como em anti-inflamatório, auto -observação, contra-almirante, neo-ortodoxo, sobre-elevar, micro-ondas etc. ATENÇÃO: com os prefixos CO, PRO, PRE e RE, NÃO use o HÍFEN e ESCREVA JUNTO, mesmo quando o segundo elemento se iniciar com E ou O: coobri- gação, coordenar, cooperativa, preexistir, preesta- belecer, preenchido, reedição, reedificar etc. 2. Nas formações com prefixos, NÃO use o HÍFEN se o 1° elemento terminar em vogal diferente da que inicia o 2° elemento. Nesse caso, ESCREVA JUNTO, como em antiaéreo, agroindustrial, autoajuda, autoescola, infraestrutura, plurianual, pseudoepígrafe, socioeconômico etc. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 11 3. Nas formações com prefixos, USE O HÍFEN se o 1° elemento terminar em consoante igual à que inicia o 2° elemento, como em ad-digital, hiper-requintado, inter -racial, sub-braquial, super-revista etc. 4. Quando o primeiro elemento for PÓS, PRÉ ou PRÓ (acentuados graficamente), USE O HÍFEN, como em pós-graduação, pós-tônico, pré-datado, pré-história, pró -africano, etc. ATENÇÃO: se esses mesmo prefixos forem átonos (sem acento gráfico), NÃO use o HÍFEN e ESCRE- VA JUNTO, ainda que se unam duas vogais iguais: propor, proembrião, preeleito (também possível pré-eleito), proeminente, posfácio etc. 5. USE O HÍFEN quando o 1° elemento terminar em vogal, R ou B e o 2° se iniciar com H, como em ante-histórico, anti-herói, infra-hepático, inter-hemisfério, sobre-humano, sub-humano, super-homem etc. EXCEÇÕES: cloridrato, cloridria, clorídrico, reidra- tar, reumanizar, reabituar, reabitar, reabilitar, re- aver etc. 6. NÂO use o HÍFEN quando o 1° elemento termi- nar em vogal e o 2° começar com R ou S. Nesse caso, DOBRE A CONSOANTE E ESCREVA EMENDADO, como em antessala, biorritmo, contrarregra, cosseno, cor- réu, cosseno, eletrossiderurgia, infrarrenal, infrassom, mi- nissaia, protossatélite, semirrígido, ultrassonografia etc. Lembre-se também que: • Deve-se usar o hífen em palavras compostas cujos elementos conservam sua autonomia fonética (pronúncia e acentuação próprias), mas perderam seu significado original para, em conjunto, constituir outra unidade de significação. Assim, temos: Amor-perfeito (flor), beija-flor (pássaro), guarda-chuva, arco-íris, ano-luz etc. Atenção: quando se perder a noção de composi- ção, deixa-se de usar o hífen. É o que aconteceu com aguardente, girassol, passatempo, rodapé etc. • Deve usar o hífen em adjetivos compostos, como rio-grandense, latino-americano, sem-vergonha etc. • Não se usa o hífen em substantivos compostos cujas partes integrantes sejam conectadas por elemen- tos de ligação, como dia a dia, pé de moleque, mula sem cabeça etc. Atenção: se os substantivos designarem espécies botânicas ou zoológicas, o hífen será mantido ainda que exista o elemento de ligação, como acontece em bem-te-vi, coco-da-baía, ervilha-de-cheiro etc. Essa regra exige um cuidado especial. Muitas ve- zes, o mesmo conjunto de palavras pode representar ora uma espécie botânica ou zoológica, ora algo que não o seja. Nesse caso, o hífen deverá ou não ser usado, dependendo do significado. Alguns exemplos: O jardim estava infestado de boca-de-lobo. (espécie de erva, com hífen). Estragou a moto porque caiu em uma boca de lobo. (bueiro, sem hífen) Plantou bico-de-papagaio no sítio dela. (árvore). Sobrepeso é uma das causas de bico de papagaio. (problema de coluna). 03 MORFOLOGIA - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS A morfologia e a parte da gramática que se dedica ao estudo da estrutura e das classes das palavras. É isso que veremos a partir de agora. ESTRUTURA DAS PALAVRAS São os seguintes os elementos estruturais (ou mór- ficos) das palavras: a. Radical: elemento básico da palavra, que a ela atribui seu significado e ao qual se ligam os demais elementos mórficos. Exemplos: CAFEteira, CANTar, aPEDRejar. Atenção: em algumas palavras, existe só o radical, como em sol e mar. É o radical que nos permite identificar o “parentes- co” existente entre palavras. Vocábulos que possuem o mesmo radical são chamados de cognatos ou de pa- lavras de mesma família. Exemplos: CANTar, CANToria, CANTor. PORTo, exPORTar, imPORTação. b. Tema: é o conjunto que surge quando se acresce ao radical uma vogal temática. A vogal temática é mais evidente nos verbos, e marca sua conjugação. São as seguintes: 1a conjugação: A (cantar, andar) 2a conjugação: E (bater, escrever) 3a conjugação: I (partir, redimir). As vogais temática nominais são as letras A, E e O, Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 12 quando forem átonas, finais e não indicarem gênero, como em ataque, perda e canto substantivo abstrato relacionado ao verbo cantar). Quando unimos radical + vogal temática, temos o tema: Cantar (CANT+A = CANTA) Bater (BAT+E = BATE) Partir (PART+I = PARTI) c. Afixos: são elementos que modificam o sentido do radical a que se unem. Se vierem antes do radical, serão chamados prefixos. Se vierem depois, sufixos. Infeliz (prefixo IN - ideia negação do radical). Antebraço (prefixo ANTE - ideia de anteriorida- de). Exportar (prefixo EX - ideia de movimento para fora). Boiada (sufixo ADA - ideia de quantidade gran- de) Secretário (sufixo ÁRIO - ideia de profissão) Bronquite (sufixo ITE - ideia de inflamação) d. Desinências: as desinências se prestam a indicar o gênero e o número dos nomes e o número, a pessoa, o tempo e o modo dos verbos. Desinências nominais (substantivos, adjetivos e alguns pronomes): Desinências nominais de gênero Masculino Feminino O A Menino Menina Desinências nominais de número Singular Plural -- S Menino/Menina Meninos/Meninas Desinências verbais: As desinências verbais podem ser desinências nú- mero-pessoais, quando indicam: • A pessoa (1a, 2a ou 3a) • O número (singular ou plural) Podem, ainda, ser desinências modo-temporais, quando indicam: • O modo (indicativo ou subjuntivo) • O tempo (presente, pretérito ou futuro, com suas respectivas variações) Para maiores informações sobre as desinências ver- bais, consultar o capítulo relativo ao estudo dos ver- bos. Por ora, façamos a análise da forma verbal amás- semos, do verbo amar. AMAR: • Radical: AM • Vogal temática: A (1a conjugação) • Tema: AMA AMÁSSEMOS • Apresenta o radical e o tema (AM/AMA) • SSE: desinência modo temporal (indica que o verbo está no tempo pretérito imperfeito do modo subjuntivo). • MOS: desinência número-pessoal (indica que o verbo está na 1a pessoa do plural - NÓS). e. Vogais e consoantes de ligação: fonemas que, em algumas palavras derivadas ou compostas, unem os elementos que as constituem para facilitar a pro- núncia. Exemplos: cha-l-eira, rod-o-via, capin-z-al, giras-s-ol, inset-i-cida. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES a. Palavras simples: palavras que possuem somen- te um radical, como prato, habitante, infelicidade, terreno, terra, florido, gelo etc. b. Palavras compostas: palavras que possuem mais de um radical, como girassol, aguardente, bem-te-vi, pão- -de-ló-de-mico, televisão etc. c. Palavras primitivas: palavras que não derivam de outras, como mar, fumo, árvore, velho etc. d. Palavras derivadas: palavras que se formam de uma palavra primitiva com o acréscimo de prefixo ou sufixo, como marinha, fumaça, arvoredo, envelhecer etc. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS Os principais processos de formação de palavras dividem-se em dois grandes grupos: composição e de- rivação. 1. Composição: formação de palavras a partir da junção de dois ou mais radicais ou palavras, com ou sem uso do hífen. A composição pode se dar por justa- posição ou aglutinação. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 13 Composição por Justaposição: ocorre quando se unem dois ou mais radicais ou palavras sem que haja perda de fonemas, como em passatem- po, girassol, mata-borrão, latino-americanoetc. Composição por Aglutinação: ocorre quando se unem dois ou mais radicais ou palavras e ocorre perda de fonema, como em aguardente (água + ardente), fidalgo (filho+de+algo), embora (em+boa+hora), pernilongo (perna+longo) etc. 2. Derivação: ocorre quando se forma um novo vo- cábulo a partir de um único radicou ou de uma única palavra já existentes. A derivação pode se dar por pre- fixação, sufixação ou parassíntese. Existem também a derivação regressiva e a derivação imprópria. Derivação por Prefização: ocorre quando se adi- ciona um prefixo a um radical ou a uma palavra primitiva, como em incapaz, refazer, desleal, pré -escolar, anti-inflamatório etc. Derivação por Sufixação: ocorre quando se adi- ciona um sufixo a um radical ou a uma palavra primitiva, como em secretária, lealdade, rapida- mente, criançada etc. Derivação Parassintética: ocorre quando se adi- cionam, simultaneamente, um prefixo e um su- fixo a um radical ou palavra primitiva. Vejamos: en+velho+ecer = envelhecer (não existem as palavras “envelho” e nem “velhecer”. Logo, só se forma um novo vocábulo, neste caso, se forem utilizados, simul- taneamente, prefixo e sufixo). des+alma+ado = desalmado (não há “desalma” e nem “almado”). Observa a diferença entre os exemplos acima e o caso abaixo: des+leal+dade = deslealdade. • A palavra “desleal” existe. • A palavra “lealdade” também existe. • Quando as palavras formadas pelo prefixo ou pelo sufixo existirem isoladamente, não ocorre- rá parassíntese. O que há, aqui, são os processos de prefixação e sufixação que aconteceram um após o outro. E a palavra encarecimento, como se forma? Trata-se de um processo de sufixação. Esse vocábu- lo é formado pospondo-se o sufixo MENTO à palavra primitiva ENCARECER (encarecer + mento). A palavra ENCARECER, por sua vez, é formada por parassíntese (en+caro+ecer), pois não há “encaro” e nem “carecer”. Derivação Regressiva: ocorre quando se substi- tui a terminação verbal pelas vogais temáticas nominais (A, E ou O). Verbo Nome Ajudar Ajuda Atacar Ataque Chorar Choro Cantar Canto Pescar Pesca Derivação Imprópria: ocorre quando se muda a classe gramatical de uma palavra sem que se altere sua grafia. Só pode ser identificada dentro de um contexo. “Sigam-me os bons” (Chapolin Colorado) - (bons, originalmente um adjetivo, foi utilizado como subs- tantivo). O jantar está servido. (jantar, que é verbo, aqui fun- ciona como substantivo). Aquele bilionário sempre organiza festas monstro. (monstro, originalmente um substantivo, foi utiliza- do como adjetivo). PROCESSOS SECUNDÁRIOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 1. Redução: consiste na diminuição da forma ple- na de certos vocábulos, como em foto (de fotografia), pneu (de pneumático), moto (de motocicleta), quilo (de quilograma) etc. 2. Hibridismo: consiste na formação de palavras a partir da combinação de elementos originários de lín- guas diferentes: • alcoômetro (álcool, do árabe + metro, do gre- go) • televisão (tele, do grego + visão, do latim) • abreugrafia (Abreu, do português + grafia, do grego). • etc. 3. Onomatopeias: criação de vocábulos a partir da imitação de sons próprios da natureza: • tique-taque ou tiquetaquear (relógio) • balir (som que faz a ovelha) • arrulhar (som que faz o pombo) • tilintar (som de moedas ou objetos metálicos) • etc. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 14 04 MORFOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO E FLEXÃO DAS PALAVRAS Existem dez classes de palavras, que são: 1. Substantivo 2. Artigo 3. Adjetivo 4. Numeral 5. Pronome 6. Verbo 7. Advérbio 8. Preposição 9. Conjunção 10. Interjeição SUBSTANTIVOS Substantivos são palavras que nomeiam seres, ca- racterísticas, sentimentos, ações e estados. CLASSIFICAÇÂO DOS SUBSTANTIVOS a. Concretos e abstratos: São concretos os substantivos que designam os se- res de existência independente, como homem, mulher, pessoa, cachorro, casa, barco, navio, animal, José, Ana etc. São concretos também os substantivos que desig- nam seres de existência fictícia, discutível ou que de- penda das crenças de cada pessoa, como gnomo, fada, Deus, diabo, dragão etc. São abstratos os substantivos que designam ações, estados, sentimentos e qualidades, como beleza, malda- de, limpeza, viagem, passeio, honestidade, resposta etc. b. Comuns e próprios: São comuns os substantivos utilizados de manei- ra genérica, que não especificam um indivíduo, como carro, filho, gente, bairro, país, cidade, planeta etc. São próprios os substantivos que fazem a designa- ção específica de um indivíduo, como Brasil, América, Rafael, Florianópolis, Júpiter etc. c. Simples e compostos: São simples os substantivos formados por um só radical: pé, flor, amor, sol etc. São compostos os formados por mais de um radi- cal: pé de moleque, beija-flor, amor-perfeito, girassol etc. d. Primitivos e derivados: São primitivos os substantivos que não derivam de outra palavra da língua portuguesa: vidro, casa, ferro etc. São derivados os que derivam de outra palavra: vi- draça, casebre, ferreiro etc. e. Substantivos coletivos: São coletivos os substantivos que, ainda que este- jam no singular, referem-se a um conjunto de seres da mesma espécie, como alcateia (de lobos), arquipélago (de ilhas), caravana (de viajantes), enxame (de abelhas) etc. FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Os substantivos sofrem flexão de gênero, número e grau. Flexão de Gênero dos Substantivos: Quanto à flexão de gênero, os substantivos podem ser biformes ou uniformes. Os substantivos biformes apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. Essa varia- ção pode se dar: • por heteronímia: quando o masculino e o fe- minino possuem radicais diferentes, a exemplo de pai/mãe, boi/vaca, homem/mulher etc. • por flexão: quando se utilizam as desinências nominais de gênero, como em menino/menina, mestre/mestra, senhor/senhora etc. Existem, todavia, substantivos uniformes, ou seja, que não se flexionam. São os seguintes: 1. Epicenos: designam certas espécies animais. Utiliza-se “macho” ou “fêmea” para distinguir o gênero: a cobra (macho ou fêmea), o jacaré (ma- cho ou fêmea) etc. 2. Comuns de dois gêneros: possuem uma só forma para designar homens ou mulheres. A distinção de gênero se faz com o uso de um de- terminante: o pianista/ a pianista, artista famoso/ artista famosa, colega charmoso/ colega charmosa etc. 3. Sobrecomuns: possuem uma só forma para designar homens ou mulheres e não aceitam que o determinante sofra variação de gênero. Somente o contexto pode identificar o gênero do substantivo. A criança, a pessoa, a testemunha (sempre femininos); o cônjuge, o guia (sempre masculinos). Ela foi o cônjuge que pediu o divórcio. Marcos é uma criança levada. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 15 Atenção: alguns substantivos mudam de sentido quando têm seu gênero alterado. a testemunha (quem presencia um fato) x o teste- munho (aquilo dito por alguém) o cisma (dissidência) x a cisma (ideia fixa) o moral x a moral; o guia x a guia; o lente x a lente Flexão de Grau dos Substantivos: Aumentativo e diminutivo são os graus dos subs- tantivos. A flexão de grau pode se dar de maneira ana- lítica ou sintética. 1. Aumentativo e diminutivo analíticos: faz-se a flexão determinando o substantivo com um ad- jetivo que indique aumento ou diminuição de tamanho, como casa grande, rua imensa, palácio enorme (aumentativos) e carro pequeno, planta minúscula, cachorro pequenino (diminutivos). 2. Aumentativo e diminutivo sintéticos: faz-se a flexão de grau com a utilização de sufixos au- mentativos ou diminutivos, como em barcaça, muralha, bocarra, cabeçorra (aumentativos) e riacho, casebre, carrinho, papelucho (diminuti- vos). Atenção para a semântica: nem sempre o aumen- tativo ou diminutivo têm o sentido literal de au- mentar ou diminuir o tamanho de um substantivo. Por vezes, eles podem serusados para imprimir à fala um sentido em algumas vezes pejorativo e, em outras, afetivo. Somente o contexto pode dei- xar clara a intenção do locutor. Não suporto homenzinhos mimados. (sentido pe- jorativo) Flexão de Número dos Substantivos: Em relação ao número, os substantivos podem es- tar no singular ou no plural. Plural dos substantivos simples: Terminação Plural Exemplo Vogal Ditongo oral N Acrescenta-se S ao singular Regime - regimes Irmã - irmãs Pai - pais Elétron - elé- trons R Z Acrescenta-se ES ao singular Colher - colheres Noz - nozes AL EL OL UL Troca-se o L final por IS Varal - varais Túnel - túneis Lençol - len- çóis Raul - Rauis IL Oxítonas - IS Pa- roxítonas - EIS Barril - barris Fóssil - fósseis M Troca-se por NS Som - sons Refém - reféns S (monossíla- bos e oxítonas) Acréscimo de ES Gás - gases Deus - deuses Japonês - ja- poneses S (paroxítonas e proparoxíto- nas) Invariáveis O atlas - os atlas A íris - as íris X Invariáveis O tórax - os tórax A fênix - as fênix ÃO (1) Acréscimo de S Irmão - irmãos An- cião - anciãos ÃO (2) -ÕES Botão - botões Leão - leões ÃO (3) -ÃES Cão - cães Guardião - guardiães Curiosidades: • As palavras paroxítonas réptil (plural: répteis) e projétil (plural: projéteis) admitem as variantes oxítonas reptil (plural: reptis) e projetil (plural: projetis). • Hífen tem dois plurais: hifens e hífenes. • Algumas palavras terminadas em -ÃO admitem mais de um plural. o Aldeão: aldeões ou aldeãos. o Ermitão: ermitões, ermitãos ou ermitães. o Verão: verões ou verãos. o Vilão: vilões ou vilãos. o Refrão: refrãos ou refrães. Plural dos substantivos compostos: 1. Os dois elementos vão para o plural nas seguin- tes situações: a. Substantivo + substantivo unidos por hífen sem elemento de ligação: • decreto-lei - decretos-leis. • abelha-rainha - abelhas-rainhas. • tia-avó - tias-avós. b. Substantivo + adjetivo: • capitão-mor - capitães-mores. • carro-forte - carros-fortes. • guarda-civil - guardas-civis. c. Adjetivo + substantivo: • longa-metragem - longas-metragens. • má-língua - más-línguas. • livre-arbítrio - livres- arbítrios. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 16 d. Numeral + substantivo: • segunda-feira - segundas-feiras. • quarta-feira - quartas-feiras. • quinta-feira - quintas-feiras. Atenção: o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP - ABL) destaca as seguintes exceções: os grão-mestres, os grã-finos, os terra- -novas, os claro-escuros (também admite-se “os claros-escuros”), os nova-iorquinos, os são-ber- nardos, os cavalos-vapor. 2. Varia apenas o último elemento nas seguintes si- tuações: a. Elementos unidos sem hífen: • os girassóis, as autopeças, as autoescolas b. Verbo + substantivo: • guarda-roupa - guarda-roupas. • beija-flor - beija-flores. • guarda-caça - guarda-caças. c. Elemento invariável + palavra variável: • vice-presidente - vice-presidentes. • ex-marido - ex-maridos. • alto-falante - alto-falantes. d. Palavras repetidas: • reco-reco - reco-recos. • corre-corre - corre-corres. • tico-tico - tico-ticos. Atenção: neste caso, se as palavras repetidas fo- rem verbos, podem as duas variar: corre-corre: corre-corres ou corres-corres. 3. Varia apenas o primeiro elemento nas seguintes situações a. Quando dois substantivos são conectados por preposição (substantivo + preposição + substantivo) • pés de moleque, dias a dia, pães de ló, mulas sem cabeça. b. Quando o segundo elemento determina o pri- meiro, indicando limitação, finalidade, tipo, semelhan- ça. Neste caso, o segundo elemento funciona como se fosse um adjetivo. • navios-escola, peixes-boi, canetas-tinteiro. 4. Ficam invariáveis os dois elementos nas seguin- tes situações a. Verbo + advérbio • os bota-fora, os pisa-mansinho. 5. Casos especiais: • o louva-a-deus - os louva-a-deus. • o bem-te-vi - os bem-te-vis. • o bem-me-quer - os bem-me-queres. • o joão-ninguém - os joões-ninguém. • o ponto e vírgula - os ponto e vírgula. • o sem-terra - os sem-terra. • o mico-leão-dourado - os micos-leões-dourados. • o arco-íris - os arco-íris. • entre outros. Plural dos diminutivos Para se fazer o plural dos diminutivos, deve-se, an- tes, passar para o plural do substantivo no grau nor- mal. Depois, acrescentam-se o sufixo -zinho ou -zito e a desinência de número -S. Mulher: mulheres - mulherezinhas. Coração: corações - coraçõezinhos. Flor: flores - florezinhas. ARTIGOS O artigo é o principal determinante do substantivo, a ele transmitindo ideia de determinação ou indeter- minação. Artigos definidos: o, a, os, as (o cão, a casa,os carros, as bicicletas). Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas (um cão, uma casa, uns carros, umas bicicletas). Encontrou-se com a amiga (uma amiga conhecida, já mencionada). Encontrou-se com uma amiga. (uma amiga desco- nhecida, indeterminada). Os artigos podem unir-se às preposições e, de, em e por, formando contrações e combinações (ao, aos, do, dos, no, nos, pelo, pelos, num, nuns, à, às, da, das, na, nas, pela, pelas, numa, numas). Referiu-se ao problema. Telefonou à amiga. Os artigos são os principais responsáveis pela subs- tantivação (transformar em substantivo uma palavra pertencente a outra classe gramatical). Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 17 A síndrome do comer compulsivo... (comer, original- mente verbo, aqui é usado como substantivo). ADJETIVOS Adjetivos são palavras que caracterizam os subs- tantivos, atribuindo-lhes qualidades, características, restrições. “Panela velha é que faz comida boa” (Sérgio Reis) O adjetivo pode sofrer flexões de gênero, grau e número. Flexão de Gênero dos Adjetivos Simples: a. Adjetivos uniformes: possuem uma só forma para os dois gêneros, como azul, inteligente, leal, cruel, otimista, interessante, veloz etc. b. Adjetivos biformes: possuem duas formas, uma para cada gênero, como belo/bela, feio/feia, ativo/ativa, brasileiro/brasileira, claro/clara, escuro/escura, rápido/rápi- da etc. Flexão de Número dos Adjetivos Simples: A flexão de número dos adjetivos simples segue as mesmas regras que a flexão de número dos substanti- vos. Flexão de Gênero e Número dos Adjetivos Com- postos a. Regra Geral: nos adjetivos compostos, somente o segundo elemento varia em gênero e número. • pelo castanho-escuro; cabelos castanho-escuros. • clínicas médico-cirúrgicas. • camisa verde-clara; olhos verde-claros. • família afro-brasileira; rapaz afro-brasileiro; turis- tas afro-brasileiros. b. Os compostos de adjetivo + substantivo são in- variáveis. • tecidos azul-bebê. • gravata verde-musgo. • roupas azul-turquesa. c. Os compostos formados a partir da locução cor + de +substantivo são invariáveis. • Panteras cor-de-rosa. • Olhos cor de carvão. d. Nos compostos formados por elemento invariá- vel + adjetivo, somente o segundo varia. • Convidados mal-educados. • Filhotes recém-nascidos. e. Variam os dois elementos de surdo-mudo: surda- -muda, surdos-mudos, surdas-mudas. f. São invariáveis: azul-marinho, azul-celeste, azul- -ferrete, ultravioleta, sem-par e sem-sal. • Raios ultravioleta. • Histórias sem-sal. Flexão de Grau dos Adjetivos: Os adjetivos apresentam graus comparativo e su- perlativo. 1. Grau comparativo: • de igualdade (tanto/tão... quanto/como/quão) o As provas do Cespe são tão complexas quanto as da Esaf. • de superioridade (mais (do) que) o As provas da Cesgranrio são mais fáceis (do) que as da FCC. • de inferioridade (menos (do) que) o Os salários da iniciativa privada são menos in- teressantes do que os do funcionalismo público. Atenção: os adjetivos abaixo, no comparativo de superioridade, devem ser usados na forma sintética: Grau normal Comparativo Grau normal Comparativo BOM MELHOR PEQUENO MENOR MAU PIOR GRANDE MAIOR Água de coco é melhor (do) que chá gelado. Quando se comparam grandezas domesmo ser, to- davia, devem ser usadas as formas analíticas, como em “Marina é mais boa (do) que esperta”, ou “aquele sofá é mais grande (do) que confortável”. 2. Grau superlativo: a. Absoluto: o superlativo absoluto expressa carac- terísticas dos seres em um grau elevado, sem levar em consideração nenhuma base de comparação. Ele pode ser: • Absoluto analítico: usa-se um advérbio para intensificar a qualidade atribuída ao substanti- vo. o A prova estava muito difícil. o Você perdeu muito peso. Está demasiadamente magro. • Absoluto sintético: utiliza-se um sufixo para atribuir ao adjetivo a intensidade desejada. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 18 o Ele não possui nada. É paupérrimo. (de pobre) o A prova estava dificílima. o Você perdeu muito peso. Está macérrimo. (de magro). b. Relativo: o superlativo relativo intensifica a ca- racterística atribuída a um ser levando em conside- ração todos os demais seres do seu grupo. Pode ser identificado pelo uso das expressões o mais/o menos. • Relativo de superioridade: o mais o A magistratura é a mais desejada das carreiras. o Marcos é o aluno mais inteligente da sala. o Aquela foi a melhor viagem da minha vida. • Relativo de inferioridade: o Ele é o menos inteligente entre nós. o Aquela ali é a cantora menos talentosa que co- nheço. Observação: de acordo com a norma padrão da lín- gua, o adjetivo não possui os graus diminutivo e au- mentativo. Todavia, podem-se fazer essas flexões na linguagem coloquial. Exemplos: Comprou um carro grandão. (=muito grande, super- lativo). Gosto de beber água geladinha. (=muito gelada, su- perlativo). Locuções Adjetivas: é um conjunto de palavras que tem a mesma função de um adjetivo. Forma-se a partir da combinação de preposição + substantivo e, muitas vezes, pode ser substituída por um adjetivo simples. atitude de rei (=régia), dama da noite (=noturna), rodas de liga leve, torneira de água quente etc. PRONOMES Pronomes são palavras que acompanham ou subs- tituem os nomes. Se os acompanharem, serão chama- dos pronomes adjetivos; se os substituírem, pronomes substantivos. Alguns alunos chegaram (pronome adjetivo indefi- nido). Alguns chegaram. (pronome substantivo indefinido). Os pronomes podem ser pessoais, possessivos, de- monstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Pronomes Pessoais: Designam as pessoas do discurso. Pessoa do dis- curso Pro- nomes retos Pro- nomes oblíquos átonos (sem pre- posição) Pro- nomes oblíquos tônicos (com preposi- ção) SINGU- LAR 1ª EU Me Mim, comigo 2ª TU Te Ti, con- tigo 3ª ELE/ELA O, a, se, lhe Si, consi- go, ele/ ela PLURAL 1ª NÓS Nos Nós, conosco 2ª VÓS Vos Vós, con- vosco 3ª ELES/ ELAS Os, as, se, lhes Si, consi- go, eles/ elas Os pronomes pessoais retos desempenham função subjetiva (sujeito verbal). Os pronomes pessoais oblí- quos, por sua vez, exercem função de complemento de outros termos (verbos ou nomes). Os pronomes eu e tu são exclusivamente retos, ou seja, não podem exercer função de complemento. Os pronomes ele/ela, nós, vós, eles/elas podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função. Neste caso, serão precedidos de preposição. Regras relativas ao uso dos pronomes pessoais: 1. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS e VOS, quando complementam verbos, podem funcionar como OBJETO DIRETO ou OBJETO INDIRETO. Enviaram-te flores. (objeto indireto) Olharam-te com desconfiança. (objeto direto). Pague-me, por favor. (objeto indireto) Leve-me até a saída? (objeto direto) 2. Os pronomes oblíquos LHE e LHES, quan- do complementam verbos, somente funcionam com OBJETO INDIRETO. Se ele se desculpar, perdoar-lhe-emos todas as ofensas. Disseram-lhe que tudo terminaria bem. 3. Os pronomes oblíquos O, A, OS, AS, quando complementam verbos, somente funcionam como OBJETO DIRETO. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 19 O gerente a informou de todas as taxas devidas. Já que não os encontrei, fui sozinho ao cinema. Atenção: • após verbos terminados em R, S ou Z, esses pronomes se transformam em LO, LA, LOS, LAS (cortam-se o R, o S e o Z do final do verbo): o Não quero incomodá-los. (incomodar + os). o Em relação à aquela prova, fi-la com muita tranquilidade. (fiz + a). • após verbos que terminam em som nasal, esses pronomes se transformam em NO, NA, NOS, NAS: o A matéria da prova é o capítulo três. Estudem- -no com cuidado. o A inscrição deve ser feita na página da Esaf. Acessem-na logo. 4. Os pronomes oblíquos O, A, OS, AS, ME, TE, SE, NOS e VOS podem funcionar como SUJEITO DO INFINITIVO. Isso ocorre em construções com os verbos: • causativos: mandar, deixar, fazer + infinitivo o Deixe-me ver, por favor. (= Deixe que eu veja). • sensitivos: ver, ouvir, sentir + infinitivo o Eu a vi chegar há dez minutos. (= Eu vi que ela chegava há dez minutos) 5. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS, LHE e LHES podem funcionar como adjunto adnomi- nal. Isso ocorre quando eles transmitem ideia de posse: Tocou-lhe a mão. (tocou a mão dele/dela). Roubaram-me a carteira (roubaram minha carteira). 6. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS, LHE e LHES podem funcionar como complemento no- minal. Isso ocorre quando eles complementam o sen- tido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos: Tinha-lhe muito medo. (medo de algo/alguém). Era-me impossível esquecê-la. (impossível a al- guém). 7. Os pronomes SI e CONSIGO são sempre reflexi- vos, ou seja, sempre se referem ao sujeito da oração em que se encontram. Aquelas meninas trazem consigo as memórias de uma infância difícil. Passou a tarde inteira falando de si. 8. A preposição COM e os pronomes oblíquos tôni- cos MIM, TI, SI, NÓS e VÓS, originando comigo, con- tigo, consigo, conosco e convosco. Encontrar-me-ei contigo amanhã. Venha à festa conosco! Posso assistir ao filme convosco? Atenção: devem-se usar as formas com nós e com vós quando o pronome pessoal é reforçado por um nu- meral, por palavras do tipo mesmos, próprios, todos etc. ou outras que, de certa forma, determinem esses pronomes pessoais: • Ele se encontrará com nós alunos em sua sala. • Viajarei com vós três. 9. Os pronomes EU e TU são exclusivamente retos. Por isso, não podem ser utilizados regidos de preposi- ção. Use EU e TU quando os pronomes forem sujeitos de uma ação; substitua-os por MIM e TI, respectiva- mente, quando não forem. Nunca houve nada entre mim e ti. Trouxe um livro para mim. Trouxe um livro para eu ler. (o pronome eu é sujeito de ler). Para mim, estudar matemática é muito difícil. (para mim complementa o adjetivo difícil). Pronomes pessoais de tratamento: São utilizados nas relações entre as pessoas e de- vem ser selecionados de acordo com o grau de forma- lidade da situação comunicativa. Você (v.): tratamento informal Senhor (Sr.)/Senhora (Sra.): tratamento respeito- so Senhorita (Srta.): mulheres solteiras Vossa Senhoria (V.Sa.): pessoas de cerimônia, funcionários graduados Vossa Excelência (V. Exa.): altas autoridades Vossa Reverendíssima (V. Revma.): sacerdotes Vossa Santidade (V.S.): Papa Vossa Majestade (V.M.): reis e rainhas Vossa Alteza (V.A.): príncipes, princesas e duques Observe que as formas com “Vossa” devem usadas quando se fala diretamente com a pessoa (2ª pessoa). Quando se fala a respeito de alguém (3ª) pessoa, deve- -se usar “Sua”. Vossa Alteza está bem? (pergunta feita diretamen- te ao príncipe/à princesa.) Sua Alteza está bem? (pergunta feita a uma ter- ceira pessoa). Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 20 Sempre que se utilizarem pronomes pessoais de tratamento, ainda que escritos com VOSSA, os verbos e os demais pronomes que a ele se referem devem con- cordar na 3ª pessoa do singular ou do plural, conforme o caso. Vossa Excelência pode ficar tranquilo. Seus documen- tos já foramenviados, conforme suas ordens anteriores. Pronomes Possessivos: Indicam uma relação de posse, concordando em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa possuída. Pessoa do discurso Pronome possessivo Pessoa do discurso Pronomes possessivos EU Meu, minha, meus, minhas NÓS Nosso, nossa, nossos, nossas TU Teu, tua, teus, tuas VÓS Vosso, vossa, vossos, vossas ELE/ELA Seu, sua, seus, suas ELES/ELAS Seu, sua, seus, suas. Pronomes Demonstrativos: Situam os seres sobre os quais se fala no espaço, no tempo, no texto e na enumeração. Os principais pronomes demonstrativos são: este(s), esta(s); esse(s), essa(s); isto, isso; aquele(s), aquela(s), aquilo. Pronome Espaço Tempo Texto Enume- ração ESTE(S) ESTA(S) ISTO Refere- -se ao que está próximo de quem fala: veja esta blusa que estou usando! Refere-se ao tempo presente: este será o melhor ano da minha vida! (o ano cor- rente) Refere- -se ao que será dito: meu maior desejo é este: sem aprova- do em primeiro lugar no concur- so. Retoma o último elemento da se- quência: estou em dúvida entre comprar um carro, uma bicicleta ou uma moto. Esta, sem dúvida, é a mais ágil. (moto) ESSE(S) ESSA(S) ISSO Refere- -se o que está próximo da 2a pes- soa do discurso: onde você comprou esse relógio que está usando? Refere- -se ao passado próximo: minhas férias acabaram ontem. Nunca vou me esquecer desses dias que passei na Europa! Refere- -se a algo que já foi dito: ser aprova- do em primeiro lugar no concurso: esse é o meu maior desejo. Retoma o elemento interme- diário, quando houver. estou em dúvida entre comprar um carro, uma bicicleta ou uma moto. Essa é, sem dúvida, a mais eco- lógica. (bicicleta) AQUELE(S) AQUELA(S) AQUILO Refere- -se ao que está distante: como é bonita aquela casa do outro lado da rua. Refere- -se ao passado remoto: naquela época, quando meus pais ain- da eram crianças, as cida- des eram menos violen- tas. Veja NA ENUME- RAÇÃO Retoma o primeiro elemento da enu- meração: estou em dúvida entre comprar um carro, uma bicicleta ou uma moto. Aquele, sem dú- vida, é o mais con- fortável. (carro) Também podem ser pronomes demonstrativos: 1. O, A, OS, AS • Eu não entendi o que o professor explicou. (= aquilo que) • Ela faleceu ano passado. Não o sabia? (= isso) 2. Mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): quando equivalerem-se uns aos outros. • Eu mesmo fiz o jantar. (= eu próprio fiz o jantar). 3. Tal, tais, semelhante(s): • Tais atitudes são condenáveis. • É indelicado fazer semelhante comentário! Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 21 Pronomes Indefinidos: Referem-se de modo vago à 3ª pessoa do discurso.. Pronomes indefinidos invariáveis: alguém, algo, cada, nada, ninguém, tudo. Pronomes indefinidos variáveis: algum(ns), alguma(s), batante(s), certo(s), certa(s), muito(s), muita(s), nenhum(ns), nenhuma(s), outro(s), outra(s), qualquer, quaisquer, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s). Locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quem quer que, um ou outro, etc. Algumas observações acerca dos pronomes indefi- nidos 1. Algum (e variações): se anteposto ao substantivo, tem sentido afirmativo; se posposto ao substantivo, tem sentido negativo. • Algum aluno ficou satisfeito com a nota. (afirmativo) • Aluno algum ficou satisfeito com a nota. (negativo) 2. Bastante: • Será pronome indefinido quando vier antes do substantivo e expressar quantidade inexata. É variá- vel: o concurso que quero fazer cobra bastantes matérias. • Será adjetivo quando vier depois do substantivo e significar “suficiente(s)”. Será variável: já temos pro- blemas bastantes. • Será advérbio quando modificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio. Será invariável e equivalerá a “suficientemente”: tenho alguns amigos bastante inte- ligentes. 3. Certo (e variações): se anteposto ao substantivo, é pronome indefinido (= algum); se posposto ao subs- tantivo, é adjetivo. • Não dá para acreditar em certas pessoas. (= algu- mas - pronome). • É bom poder contar com amigos certos. (= confiá- veis - adjetivo) 4. Todo (e variações): se seguido de artigo, significa totalidade, por inteiro; se não seguido de artigo, signi- fica qualquer. • Toda a sociedade tem que cuidar das crianças. (= a sociedade inteira). • Toda sociedade tem que cuidar das crianças. (= qualquer sociedade). Pronomes Interrogativos: São os pronomes que, quem, quanto, quanta, quan- tos, quantas e qual utilizados em frases interrogativas. • Quantos alunos estão matriculados no curso? • Qual será o vencedor do Oscar este ano? • Quantos cães você tem? Pronomes Relativos: Pronomes relativos retomam substantivos ou pro- nomes substantivos já mencionados anteriormente, in- troduzindo uma oração subordinada adjetiva. São os seguintes: Variáveis Invariáveis O qual, os quais, a qual, as quais que Cujo, cujos, cuja, cujas quem Quanto, quantos onde Uso dos pronomes relativos 1. Os pronomes relativos QUE e O QUAL (e varia- ções) podem retomar coisas ou pessoas: • Os problemas que o Brasil enfrenta têm diferentes origens. (que = problemas) • Não confio em político que muda sempre de parti- do. (que = político) • Telefone logo aos amigos com os quais você viaja- rá. (os quais = amigos). 2. O pronome relativo QUEM somente pode re- tomar pessoas: as pessoas em quem confio são poucas. (quem = pessoas) 3. O pronome relativo CUJO (e variações) somente pode ser utilizado quando houver ideia de posse. Ele retoma o termo antecedente e concorda com o conse- quente: • Aquele é o homem cujas filhas foram sequestradas. (cujas retoma homem e concorda com filhas). Dica: para saber se o uso de cujo está correto, pergunte “de quem?” ao termo consequente. Se a resposta for o termo antecedente, o uso será adequado. • Filhas de quem? Do homem. 4. QUANTO (e variações) são pronomes relativos quando precedidos de tudo, tanto(s), tanta(s), todos e todas (pronomes indefinidos): ele sempre compra tudo quanto quer. Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 22 5. O pronome relativo ONDE somente pode ser usado para retomar lugar. Pode ser substituído por EM QUE ou NO QUAL (e variações): • A cidade onde nasci fica a 300 quilômetros da ca- pital. (onde retoma cidade). • A cidade em que/na qual nasci fica a 300 quilô- metros da capital. (essas opções também são corretas). Dica: EM QUE e NO QUAL (e variações) podem ser usados para retomar lugares ou outros tipos de referente e podem sempre substituir o pronome ONDE. O contrário, todavia, não é verdadeiro, já que este só pode ser usado para retomar lugar. • Chegamos a um pequeno vilarejo onde moravam poucas pessoas. (certo) • Chegamos a um pequeno vilarejo em que mora- vam poucas pessoas. (certo). • A situação onde me encontro é complexa. (errado: situação não é lugar). • A situação na qual me encontro é complexa. (cer- to). ONDE AONDE Use com verbos que exigem a preposição EM (ideia de posição estática) Use com verbos que exigem a preposição A (ideia de movimento - destino) O lugar onde moro é atendido por poucas li- nhas de ônibus. O país aonde irei tem uma das melhores qua- lidades de vida do mun- do. 6. Atenção para a sequência de pronome demons- trativo O + pronome relativo QUE: Não sei o que fazer nesta situação. (= não sei aquilo que fazer nesta situação). Atenção: quando o termo que vier após o pronome relativo, na oração adjetiva, exigir o uso de preposi- ção, ela deverá ser utilizada antes do pronome relati- vo. Exemplos: • O livro que eu li é um best-seller. o o verbo ler não exige preposição. Logo, não há preposição antes de que. • O filme de que mais gosto passará na TV esta noite. o O verbo gostar exige a preposição de. Logo, tal preposição deveaparecer antes do prono- me relativo (gosto do filme). • O cientista a cuja obra me referi é professor em Harvard. o O verbo referir-se exige a preposição a. As- sim, a preposição a aparece antes do prono- me relativo cuja. NUMERAIS Os numerais são palavras que quantificam ou orde- nam os substantivos. Podem ser classificados em: Cardinais: um, dois, cinco, dez, quinze, dezesseis, cem... Ordinais: primeiro, segundo, quinto, décimo, déci- mo quinto, décimo sexto, centésimo... Multiplicativos: dobro/duplo, triplo, quíntu- plo, décuplo... Fracionários: meio, terço, quinto, décimo, quin- ze avos, dezesseis avos, centésimo... Atenção: as palavras ambos e zero são considera- das numerais. Último, penúltimo e antepenúltimo são adjetivos. VERBOS Os verbos são palavras que indicam ação, fenôme- no da natureza ou estado. São as seguintes as flexões dos verbos: pessoa, nú- mero, tempo, modo e voz. Os verbos podem ser de três conjugações, depen- dendo de sua terminação: • 1ª conjugação: -AR (cantar, furar, jogar) • 2ª conjugação: -ER (bater, prometer, reter) • 3ª conjugação: -IR (sorrir, partir, demitir) Atenção: o verbo PÔR e seus derivados incluem-se na segunda conjugação verbal. Isso ocorre porque esses verbos derivam da forma latina POER. Podem-se classificar os verbos em: 1. Verbos regulares: seguem um padrão de con- jugação, sem que se alterem seu radical ou suas terminações. 2. Verbos irregulares: sofrem variações no radi- cal ou nas terminações quando são conjugados, afastando-se do padrão de conjugação. 3. Verbos defectivos: verbos que não possuem a conjugação completa. São exemplos de verbos defectivos: abolir, adequar, colorir, demolir, explodir, falir etc. O verbo adequar, por exemplo, não possui a 1ª pessoa do singular (eu “adéquo”) e, consequentemente, os tempos que dela derivam). O verbo falir, por sua vez, no presente do indicativo, possui somente as pessoas nós e vós (fali- mos e falis). 4. Verbos abundantes: apresentam mais de uma forma de alguma de suas flexões. Na maio- Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 23 ria das vezes, o verbo abundante apresenta va- riação no particípio. Exemplos: Verbo Particípio re- gular (-ADO/- -IDO) Particípio irre- gular Aceitar Aceitado Aceito Anexar Anexado Anexo Dispersar Dispersado Disperso Eleger Elegido Eleito Expulsar Expulsado Expulso Imprimir Imprimido Impresso Matar Matado Morto • Deve-se usar o particípio regular nas construções de voz ativa (verbos auxiliares: TER/HAVER): Quando fui conferir, ele já havia imprimido o documento. • Deve-se usar o particípio irregular nas constru- ções de voz passiva (verbos auxiliares: SER/ESTAR): Quando fui conferir, o documento já estava impresso. TEMPOS E MODOS VERBAIS Existem três modos verbais: • Modo indicativo: exprime uma declaração, um fato certo. • Modo subjuntivo: exprime uma hipótese, uma dúvida, uma possibilidade. • Modo imperativo: exprime um pedido, uma or- dem, uma sugestão. Existem, também, três formas nominais do verbo: • Infinitivo (AR/ER (OR)/IR): andar, varrer, sumir. • Gerúndio (NDO): andando, varrendo, sumindo. • Particípios (ADO/IDO): andado, varrido, sumido. Na conjugação verbal, todos os tempos derivam do presente do indicativo, do pretérito perfeito do indica- tivo e do infinitivo. Regras de conjugação verbal: Para aprender as regras de conjugação verbal, usa- remos os seguintes verbos regulares: cantar, bater e partir. 1. Tempos derivados do presente do indicativo: Derivam do presente do indicativo: presente do subjuntivo, imperativo afirmativo e imperativo nega- tivo. As desinências verbais do presente do indicativo são as seguintes: 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- ções D e s i n ê n c i a modo-tempo- ral NÃO POSSUI NÃO POSSUI Singular Plural 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª D e s i n ê n c i a s número-pes- soais O S - MOS IS M Presente do indicativo: CANTAR BATER PARTIR Eu canto Eu bato Eu parto Tu cantas Tu bates Tu partes Ele canta Ele bate Ele parte Nós cantamos Nós batemos Nós partimos Vós cantais Vós bateis Vós partis Eles cantam Eles batem Eles partem a. Formação do presente do subjuntivo: Deriva da 1ª pessoa do singular do presente do in- dicativo com a supressão da desinência número pes- soal. Veja: Passo 01: 1ª pessoa - “o” (cant-, bat-, part-), para for- mar a base. Passo 02: • Verbos de 1ª conjugação: base + E • Verbos de 2ª e 3ª conjugação: base + A Passo 03: acrescentar as desinências modo-tempo- rais do presente do subjuntivo. As desinências do presente do subjuntivo são as seguintes: 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- ções D e s i n ê n c i a modo-tempo- ral E A Singular Plural 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª D e s i n ê n c i a s número-pes- soais S - MOS IS M M Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com AGENTE PENITENCIÁRIO | SEJUS/PI 24 Conjugação: QUE CANTAR BATER PARTIR Eu cante Eu bata Eu parta Tu cantes Tu batas Tu partas Ele cante Ele bata Ele parta Nós cante- mos Nós bata- mos Nós parta- mos Vós canteis Vós batais Vós partais Eles cantam Eles batam Eles partam b. Formação do imperativo negativo: o imperativo negativo é idêntico do presente do subjuntivo prece- dido da palavra não. Percebe-se que ele deriva indire- tamente do presente do indicativo. O imperativo não apresenta a 1ª pessoa do singular e, ao conjugá-lo, a 3ª pessoa do singular e a do plural (ele/eles) devem ser convertidas em você e vocês. CANTAR BATER PARTIR - - - Não cantes tu Não batas tu Não partas tu Não cante você Não bata você Não parta você Não cantemos nós Não batamos nós Não partamos nós Não canteis vós Não batais vós Não partais vós Não cantem vo- cês Não batam vocês Não partam vo- cês c. Formação do imperativo afirmativo: 2ª pessoa do singular e 2ª pessoa do plural derivam diretamente do presente do indicativo, devendo der excluída a letra S; as demais pessoas são idênticas ao presente do sub- juntivo. Presente do indi- cativo Imperativo afir- mativo Presente do sub- juntivo Eu canto - Que eu cante Tu cantas Canta tu Que tu cantes Ele canta Cante você Que ele cante Nós cantamos Cantemos nós Que nós cante- mos Vós cantais Cantai vós Que vós canteis Eles cantam Catem vocês Que eles cantem Bater: bate tu, bata você, batamos nós, batei vós, batam vocês. Partir: parte tu, parta você, partamos nós, parti vós, partam vocês. Atenção para o verbo ser: sê tu (não use seja), seja você, sejamos nós, sede vós (não use sejais), se- jam vocês. 2. Tempos derivados do pretérito perfeito do indi- cativo Derivam do pretérito perfeito do indicativo: preté- rito mais-que-perfeito do indicativo, futuro do subjun- tivo e pretérito imperfeito do subjuntivo. As desinências verbais do pretérito perfeito do in- dicativo são: 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- ções D e s i n ê n c i a modo-tempo- ral NÃO POSSUI NÃO POSSUI Singular Plural 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª D e s i n ê n c i a s número-pes- soais I STE - MOS STES RAM Conjugação: CANTAR BATER PARTIR Eu cantei Eu bati Eu parti Tu cantaste Tu bateste Tu partiste Ele cantou Ele bateu Ele partiu Nós cantamos Nós batemos Nós partimos Vós cantastes Vós batestes Vós partis Eles cantaram Eles bateram Eles partiram ATENÇÃO: a base utilizada para formar os tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo é a 3ª pessoa do plural (eles) menos a terminação RAM (canta-, bate-, parti-). a. Formação do pretérito mais-que-perfeito do in- dicativo: Passo 01: obtenha a base (3ª plural -RAM). Passo 02: acrescente a desinência RA (RE para a 2ª do plural - vós). As desinências do pretérito mais-que-perfeito são as seguintes: 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- ções D e s i n ê n c i a modo-tempo- ral RA/RE com pro- núncia átona RA/RE com pro- núncia átona Singular Plural 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª D e s i n ê n c i a s número-pes- soais - S - MOS IS M Licenciado para Felipe Val Silva - 05197815388 - Protegido por Eduzz.com Língua Portuguesa 25 Conjugação: CANTAR BATER
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