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1a Edição / Maio / 2012 Impressão em São Paulo - SP Clodonéa de Jesus Ferreira Andréia Reis Bacha Moriningo Nelson Boni Leandro Lousada Clodonéa de Jesus Ferreira Andréia Reis Bacha Moriningo Erick Genaro | Vitor Bertollini Wagner Boni Célia Ferreira Pinto Me. Esp. Maria Rita Trombini Garcia Coordenação Geral Coordenação de Projetos Professor Responsável Projeto Gráfico e Diagramação Capa Revisão Ortográfica Coordenação Pedagógica de Cursos EaD Português 1ª Edição: Maio de 2012 Impressão em São Paulo/SP Copyright © EaD KnowHow 2011 Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Este material é parte integrante do SET • Sistema de Ensino Técnico, dirigido para atender as necessi- dades dos cursos técnicos de nível pós-médio, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. O conteúdo é propriedade exclusiva da KnowHow Tecnologia Educacional, não sendo permitido a sua utilização sem a prévia autorização desta instituição. F383p Português. / Clodonéa de Jesus Ferreira, Andréia Reis Bacha Moriningo – São Paulo : Know How, 2012. 000 p. : 21 cm. Inclui bibliografia 1. Língua portuguesa. 2. Brasil. 3. Semântica. 4. Fonologia. 5. Morfologia. 6. Sintaxe. 7. Estilística. I. Título. CDD 469.07 Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8 / 6353 Sumário SEMÂNTICA FONOLOGIA 2.1. Encontros consonantais 2.2. Encontros vocálicos 2.3. Divisão silábica 2.4. Acento tônico e sílaba tônica 2.5. Acento gráfico 2.6. Acentuação gráfica 2.7. Acento diferencial MORFOLOGIA 3.1. Processos de formação de palavras 3.2. Classe gramatical 1. Substantivo 2. Adjetivo 3. Artigo 4. Numeral 5. Pronome 6. Verbo 7. Advérbio 8. Preposição 9. Conjunção 10. Interjeição SINTAXE 4.1. Termos da oração 4.1.1. Termos essenciais 4.1.2. Termos integrantes 4.1 3. Termos acessórios 4.2. Período Composto CAPÍTULO 1 APRESENTAÇÃO CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 09 17 29 77 07 4.2.1. Coordenação 4.2.2. Subordinação 4.2.2.1. Substantivas 4.2.2.2. Adverbiais 4.2.2.3. Adjetivas 4.2.2.4. Orações reduzidas 4.3. Colocação Pronominal 4.4. Concordância Nominal 4.5. Concordância Verbal 4.6. Regência Verbal 4.7. Regência Nominal 4.8. Crase 4.9. Pontuação ESTILÍSTICA 5.1. Figuras de linguagem 5.1.1. Palavras 5.1.2. Construção 5.1.3. Pensamento 5.2. Vícios de linguagem NORMAS BáSICAS SOBRE ELABORAÇÃO dE REdAÇÃO TéCNICA 6.1. Consideração Preliminar 6.2. Tratamento em Correspondência 6.3. Conceituação e Modelo de Correspondências Técnicas 6.3.1 Memorando Interno ou Comunicação Interna 6.3.2. Ofício 6.3.3. Mensagem 6.3.4. Requerimento 6.3.5. Declaração 6.3.6. Fax 6.3.7. Ata 6.3.8. Relatório CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 117 127 INTERPRETAÇÃO dE TEXTOS 7.1 Considerações Preliminares 7.2. Concepção de texto / Gêneros e tipos 7.3. Estrutura da Frase 7.4. Oração e Período 7.5. Coordenação e Subordinação de Ideias 7.5.1. Conjunção Coordenada 7.5.2. Conjunção Subordinada 7.6. Figuras de Linguagem 7.7. Coesão Textual - Elementos Conectores GABARITO BIBLIOGRAFIA 167 147 171 CAPÍTULO 7 7 Apresentação Língua Portuguesa é um item de real importância nas provas de concursos públicos, valendo, inclusive, como critério de desempate. O conhecimento gramatical torna-nos capazes de nos expres- sar com clareza e objetividade. Este material foi elaborado para poder servir de suporte para o estudo da gramática normativa da Língua Portuguesa, tal qual é cobrada atualmente nos concursos públicos. Buscou-se, neste trabalho, abordar de forma sucinta e direta os principais aspectos da nossa gramática facilitando seu entendimento. Os exercícios contidos no material servem como exemplos de como as diversas bancas examinadoras costumam cobrar os diferen- tes tópicos. Sucesso a todos! Prof.ª Clodonéa de Jesus Ferreira A 1 Semântica 11 arte da gramática normativa que estuda o significado da palavra. De acordo com o significado de um vocábulo em relação a outro, eles podem ser classificados como: a) SINÔNIMOS: quando apresentam significados semelhantes. Ex.: casa, residência, moradia, lar. Obs.: Importante ressaltar que em Língua Portuguesa não existe sinônimo perfeito (uma palavra que apresente o mesmo significado de outra). b) ANTÔNIMOS: vocábulos que apresentam significados opostos. Ex.: gordo ≠ magro. c) HOMÔNIMOS: quando entre os vocábulos existir uma igualdade (homo). As palavras homônimas subdividem-se em: 1 – Homógrafas: igualdade na escrita, porém diferença na pronúncia. Ex.: almoço (verbo) / almoço (substantivo). 2 – Homófonas: igualdade na pronúncia, porém diferença na escrita. Ex.: passo / paço. 3 – Homógrafas e homófonas (homônimas perfeitas): igualdade tanto na escrita quanto na pro- núncia. Ex.: saia (verbo) / saia (substantivo). Relação de alguns homônimos - acender = pôr fogo/ ascender = subir. - acento = sinal gráfico/ assento = lugar de sentar-se. - aço = metal/ asso = verbo assar. - banco = assento/ banco = estabelecimento comercial/ banco = verbo bancar. - caçar = pegar animais/ cassar = anular. - cela = pequeno quarto/ sela = arreio / sela = verbo selar. - censo = recenseamento/ senso = juízo. - cerrar = fechar/ serrar = cortar. - cessão = ato de ceder/ seção ou secção = divisão/ sessão = reunião. - cesto = balaio/ sexto = numeral. - cheque = ordem de pagamento/ xeque = lance do jogo de xadrez. - conserto = reparo (substantivo) /conserto = verbo/ concerto = sessão musical. P 12 - coser = costurar/ cozer = cozinhar. - espiar = espionar/ expiar = sofrer castigo. - estático = imóvel/ extático = admirado. - estrato = tipo de nuvem/ extrato = resumo. - incerto = não certo/ inserto = incluído. - laço = nó/ lasso= frouxo. - manga = fruta/ manga = parte do vestuário. - paço = palácio/ passo = passada. - ruço = desbotado/ russo = da Rússia. - são=saudável/são=verbo ser/são=santo. - sexta=numeral/cesta=recipiente/sesta=tempo de descanso. d) POLISSÊMICOS: acontece a polissemia quando a igualdade na pronúncia e na grafia ocorrer em vários significados de uma palavra que apresente uma mesma classe grama- tical. Ex.: cabo (substantivo): patente militar, acidente geográfico, tipo de arame, extremidade de objetos etc. e) PARÔNIMOS: palavras que apresentam grafia e pronúncia semelhantes (nunca iguais). Ex.: destratar: maltratar com palavras. distratar: rescindir acordo ou contrato. Relação de alguns parônimos - absolver = perdoar/absorver = sorver. - acostumar = contrair hábitos/costuma = ter por hábito. - acurado = feito com cuidado/ apurado = refinado. - afear = tornar feio/ afiar = amolar. - amoral = indiferente à moral/ imoral = contra a moral. - apóstrofe = figura de linguagem/ apóstrofo = sinal gráfico. - aprender = instruir-se/ apreender = assimilar. - arrear = pôr arreios/ arriar = descer, abaixar. - cavaleiro = aquele que anda a cavalo/ cavalheiro= homem educado. - comprimento = extensão/ cumprimento = saudação. - deferir = conceder, atender/ diferir = ser diferente, adiar. - delatar = denunciar/ dilatar = alargar. - descrição = ato de descrever/ discrição = ser discreto, reservado. - descriminar = inocentar/ discriminar = distinguir, relacionar. - despensa = lugar onde se guarda alimentos/ dispensa = licença. - destratar = insultar/ distratar = desfazer. 13 - emergir = vir à tona/ imergir = mergulhar. - emigrar = sair da pátria/ imigrar = vir para outro país. - eminente = notável, célebre/ iminente = prestes a acontecer. - estádio = praça de esportes/ estágio = preparação, fase. - flagrante = evidente/ fragrante = perfumado. - incidente = episódio/ acidente = desastre. - inflação = desvalorização do dinheiro/ infração = violação. - infligir = aplicar castigo/infringir = não respeitar. - ótico = relativo ao ouvido/óptico = relativo à visão. - peão = condutor de tropa, peça no jogo de xadrez/ pião = brinquedo. - plaga = região, país/ praga = maldição. - pleito = disputa eleitoral/ preito = homenagem. - precedente = antecedente/ procedente = proveniente. - ratificar = confirmar/ retificar = corrigir. - reboco = argamassa de cal ou de cimento e areia/ reboque = cabo ou corda que prende um veículo a outro. Importante lembrar que uma palavra pode ser empregada no sentido denotativo (real) ou sentido conotativo (figurado). Ex.: Hoje, no café da manhã, comi um pão quentinho. (sentido denotativo) Aquele rapaz é um pão. (sentido conotativo) O contexto em que a palavra foi empregada é que trará seu significado. 14 1. (SRF). Assinale a alternativa em que a palavra destacada foi empregada erroneamente: a) O diretor geral retificou a portaria 601, que fora publicada com incorreções. b) Este assunto é confidencial, conto, portanto, com sua descrição. c) O superintendente da Receita Federal deferiu aquele nosso pedido. d) Recuso-me a defender aquele réu, pois foi pego em flagrante. e) Este fiscal vai trabalhar na seção de tributação. 2- (TER- MT). A palavra destacada esta empregada inadequadamente em: a) Os moradores sempre o consideraram, pelas suas atitudes, um homem sério e descente. b) Sempre foi muito místico, por isso não se cansavam de lhe chamar de ascético. c) Comentava-se que o príncipe só poderia ascender ao trono após a maioridade. d) Na última publicação do jornalista, a seção de esportes estava ótima. e) Sabe apreciar uma pintura. Não há dúvida de que possui senso artístico. 3- (TRE - MT). O sentido das palavras não está corretamente indicado nos parênteses em: a) distratar (maltratar com palavras) / destratar (rescindir pacto ou contrato) b) deferimento (aprovação) / diferimento (adiamento) c) comprido (extenso em sentido longitudinal) / cumprido (realizado) d) descente (que desce, vazante) / decente (adequado, apropriado) e) tacha (pequeno prego de cabeça larga e chata) / taxa (tributo, imposto) 4- (MPU). Assinale a sentença que apresenta emprego incorreto de palavra: a) O corpo docente fora consultado sobre a reprovação do aluno. b) Após aquele desagradável incidente, a amizade da turma tornou-se diferente. c) À pequena distância, não se conseguia descriminar os sinais de trânsito. d) Na escuridão da casa, o novo fusível não foi encontrado para que voltasse a energia. e) Candidatos experientes surgirão no próximo pleito, mobilizando a comunidade. 5- (TACRIM – SP). Assinale a alternativa que apresenta dois possíveis antônimos para a palavra força: a) impotência/ frouxidão b) fraqueza/ energia Questões 15 c) debilidade/ energia d) vigor/ potência e) debilidade/ potência 2 Fonologia 19 onologia é a parte da gramática normativa da Língua Portuguesa que estuda (lo- gos) os sons (fonos). Em fonologia, diferenciamos fonemas (de natureza sonora) das letras (representação gráfica dos fonemas). Classificação dos fonemas: Vogais: fonemas que funcionam sempre como base da sílaba e são produzidos sem obstá- culo interposto ao jato de ar vindo dos pulmões. Ex.: a, e, i... Consoantes: fonemas que nunca funcionam como base da sílaba e são produzidos me- diante algum obstáculo interposto ao jato de ar vindo dos pulmões. Ex.: r, m, v, p... Semivogais: são fonemas produzidos como vogais, mas nunca funcionam como base de sílaba. Sempre vêm agregadas a uma vogal que é a base da sílaba. Sílaba Sílaba é um conjunto de fonemas produzidos num só impulso, num só golpe de ar. Toda sílaba tem que ter um vogal (porém, só pode ter uma vogal). Ex.: me/ni/no. pa/pai (i=semivogal). A semivogal será sempre a menos intensa na sílaba. Ex.: ca/dei/ra (e = vogal, i = semivogal). F 2.1. Encontros consonantais 2.2. Encontros vocálicos Sequência imediata de consoantes – sem vogal intermediária. Ex.: cromo (cr) / cloro (cl) / psíquico (ps). Dígrafos Duas letras que representam um único fonema. Ex.: chácara (ch) / filho (lh) / carro (rr) / quilo (qu). Sucessão imediata de vogais – sem consoante intermediária. Ex.: causa (au) / leite (ei) / saúde (au). 20 Observação 1: dizer que o ditongo é o encontro de semivogal + vogal ou vice-versa impli- ca dizer que ambas são pronunciadas numa só sílaba. Observação 2: em muitas palavras, as letras finais am e em representam um ditongo nasal. Ex.: ontem (õ – t – ei) / cantam (c – ã – t – ãu). O ditongo classifica-se como: Oral: quando a corrente de ar sai só pela boca. Ex.: feixe (ei) / céu (éu). Nasal: quando a corrente de ar sai também pelas fossas nasais. Ex.: órgão (ão) / põe (oe). Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal. Ex.: história (i = semivogal; a = vogal). Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal. Ex.: centauro (a = vogal; u = semivogal) / papéis (e = vogal; i = semivogal). Aberto: quando produzido com maior abertura da boca. Ex.: céu (éu) / herói (ói). Fechado: quando produzido com menor abertura da boca. Ex.: seu (eu) / boi (oi). Tritongo Sequência de semivogal + vogal + semivogal. Sempre a vogal será a do meio. Ex.: Uruguai (uai) / aguei (uei) / saguão (uão). Hiato Encontro imediato de vogal + vogal. Ex.: saída (ai) / saúde (au) / hiato (ia). Observação: dizer que hiato é encontro de vogal + vogal implica dizer que ambas são pro- duzidas em sílabas diferentes, do contrário não seriam vogais. ~ 21 2.3. Divisão silábica 2.4. Acento tônico – sílaba tônica a) Não se separam as consoantes constituintes dos grupos consonantais perfeitos (for- mados de consoante + R ou consoante + L). Ex.: a – glo – me – ra – ção / es – bra – ve – jar. b) Os dígrafos SS, RR, SC, XC devem ser separados, ficando uma letra na sílaba anterior, outra na posterior. Ex.: as – sas – si – no / ex – ce – ção / car - ro. c) Excetuando os dois casos acima, qualquer consoante não seguida de vogal fica na síla- ba anterior (exceção, se a consoante iniciar a palavra). Ex.: sec – ção / dig – no / e – gíp – cio / gno – mo / psi – có – lo – go. Quando falamos uma das sílabas da palavra, damos uma intensidade maior que é o acento tônico. A sílaba que recebe o acento tônico é classificada como sílaba tônica. De acordo com a localização da sílaba tônica na palavra, podemos classificá-la como: a) Oxítona: quando a sílaba tônica for a última. Ex.: sucuri (sílaba tônica = RI) b) Paroxítona: quando a sílaba tônica for a penúltima. Ex.: sociedade (sílaba tônica = DA) c) Proparoxítona: quando a sílaba tônica for a antepenúltima. Ex.: lâmpada (sílaba tônica = LAM). Importante ressaltar que para um vocábulo ser classificado como oxítono precisa apresentar um número plural de sílabas (no mínimo duas). As palavras que possuem uma só sílaba (monossílabas) são caracterizadas como: a) Átona: quando não tiver um significado. Ex.: em / ou / no / a. - as preposições. Ex.: te / por / sem. - as conjunções. Ex.: que / e / mas. - os artigos. Ex.: o / a / um. b) Tônica: quando tiver um significado. Ex.: eu / não / dor / vou. São monossílabos tônicos: 22 - os verbos. Ex.: vá / vê / dar. - os advérbios. Ex.: lá / não / cá. - os adjetivos. Ex.: mau / bom / má. 2.5. Acento gráfico 2.6. Acentuação gráfica A sílaba tônica pode ser indicada, na escrita, por um sinal sobre a vogal. Esse si- nal recebe o nome de acento gráfico. Em Língua Portuguesa são considerados acentos gráficos: a) Acento agudo: ´ (indica que a sílaba tônica tem um som aberto). Ex.: café / mocotó / solúvel. b) Acento circunflexo: ^ (indica que a sílaba tônica tem um som fechado). Ex.: polonês / antagônico. c) Acento grave: ` (usado para indicar a ocorrência da crase – assunto a ser tratado no capítulo 4). Observação 1: o til (~) não é considerado acento gráfico uma vez que não é usado para confirmar o acento tônico, e sim como índice de nasalização (mostrar que a sílaba sobre a qual recai deve receber um som nasal). Ex.: órfão (sílaba tônica = ÓR). Por não ser classificado como acento gráfico, o til podeser utilizado diversas vezes sobre a mesma palavra. Ex.: balãozão. Observação 2: em Língua Portuguesa uma palavra ou não recebe acento gráfico ou recebe apenas um. Ex.: aluno / caráter. Observação 3: não mais se usa o trema nos grupos: que / qui / gue / gui, quando neles a letra U tiver som. Ex.: tranquilo / frequência / linguiça. a) Monossílabos tônicos terminados em A(s) / E(s) / O(s). Ex.: pá / fé / só. Observação 1: os monossílabos átonos nunca são acentuadas graficamente. Ex.: de (preposição) / mas (conjunção) / os (artigo definido). 23 b) Palavras oxítonas em A(s) / E(s) / O(s) / EM(ens). Ex.: sofá / acarajé / compôs / refém. c) Palavras paroxítonas terminadas em: 1- R-I-N-L-U-X (I-U podem ver seguidos de S) Ex.: açúcar / júri / tênis / pólen / louvável / ônus / fênix. Observação 2: palavras paroxítonas terminadas em EN ou ON recebem acento gráfico na forma singular. Ex.: hífen / elétron. Na forma plural, o acento gráfico mantém-se com a terminação ONS. Ex.: hifens / elétrons. 2- UM-UNS Ex.: álbum / álbuns. 3- Ã-ÃS Ex.: órfã / órfãs. 4- PS Ex.: fórceps / bíceps 5- DITONGO (seguido ou não de S) Ex.: comércio / órfãos / ginásio / séries d) Palavras proparoxítonas – todas são acentuadas. Ex.: antropófago / bípede / trágico. e) Ditongos abertos: ÉI / ÓI / ÉU Quando em monossílabos tônicos ou palavras oxítonas. Ex.: céu / troféu / dói / herói / réis / anéis. Observação 3: esses ditongos abertos não mais recebem acento gráfico se estiverem em palavras paroxítonas. Ex.: ideia / heroico / tabloide. a) I-U Quando segunda vogal do hiato, desde que sozinhas na sílaba ou, quando muito, seguidas de S. Ex.: saída / saúde / egoísta. • Não acentuamos quando essas vogais estiverem, na sílaba, seguidas de outra consoante. 24 Ex.: raiz / ruim / juiz. Em três situações essa regra fica invalidada: • Se a sílaba seguinte começar por NH. Ex.: moinho / rainha / campainha. • Se for o hiato ii ou uu. Ex.: Xiita / sucuuba / vadiice. • Se existir ditongo na sílaba anterior. Ex.: feiura / baiuca / bocaiuva. b) Verbos TER e VIR. Esses verbos apresentam uma mesma forma verbal, tanto para a 3.ª pessoa do singular, quanto para a 3.ª pessoa do plural e vão diferenciá-las pelo uso do acento circunflexo na 3.ª pessoa do plural. Ex.: ele tem / ele vem. eles têm / eles vêm. Observação: os verbos derivados de TER e VIR utilizam o acento agudo na 3.ª pessoa do singular e o circunflexo na 3.ª pessoa do plural. Ex.: ele detém / ele convém. | eles detêm / eles convêm. c) Verbos crer – ler – ver e dar. Os verbos acima citados diferenciam as terceiras pes- soas da seguinte forma: usam acento circunflexo na 3.ª pessoa do singular e dobram a vogal E na 3.ª pessoa do plural. Ex.: ele crê – lê – vê – dê Eles creem / leem / veem / deem. Observação: não mais acentuamos graficamente a primeira vogal dos hiatos EE e OO. Ex.: releem / enjoo / descreem / voo. A forma de os verbos crer, dar, ler e ver trabalharem as terceiras pessoas é a mesma empregada pelos seus verbos derivados. Ex.: ele descrê – revê. | Eles descreem – reveem. 2.7. Acento diferencial Duas palavras da Língua Portuguesa recebem o acento diferencial. São elas: - Pôr (verbo) / Por (preposição). - Pôde (pretérito perfeito do indicativo) / Pode (presente do indicativo). Observação: na palavra forma (pronúncia fechada o emprego do acento circunflexo é fa- cultativo). Ex.: Qual foi a forma (fôrma) usada para fazer o bolo? 25 1. (TER-MT). A separação das sílabas está incorreta na alternativa: a) mi-nis-té-rio b) ab-so-lu-tas c) ne-nhu-ma d) té-cni-co e) res-sen-ti-men-tos 2- (INCA). Em que item a seguir a separação silábica está correta? a) Grécia: Gré-cia b) Cultuava: cul-tua-va c) Enigmáticas: e-ni-gmá-ti-cas d) Entoação: en-toa-ção e) Errada: e-rra-da 3- Assinale a alternativa que apresenta tritongo, hiato, ditongo crescente e dígrafo: a) quais, saúde, perdoe, álcool b) cruéis, mauzinho, quais, psique c) quão, mais, mandiú, quieto d) aguei, caos, mágoa, chato e) n.d.a. 4- Nas palavras unha, guerra e quilo: a) há dígrafo na primeira, mas não nas duas últimas b) há dígrafo nas duas primeiras, mas não na última c) não há dígrafo na primeira, mas sim nas duas últimas d) há dígrafo em todas e) não há dígrafo, pois esse termo não existe 5- “Um verdadeiro livro de um senhor autor não é um prato de comida.” Nas palavras grifadas acima, encontram-se, respectivamente: Questões 26 a) encontro consonantal, hiato e encontro consonantal b) dígrafo, ditongo decrescente e encontro consonantal c) dígrafo, hiato e encontro consonantal d) dígrafo, ditongo decrescente e dígrafo e) encontro consonantal, ditongo decrescente e dígrafo 6- (TER-MT). Segue a mesma acentuação de país, a palavra: a) saúde b) grêmios c) aliás d) heróis e) táxi 7- (TRF-RJ). Dos conjuntos dos vocábulos abaixo, o único em que todas as palavras se- guem a mesma regra de acentuação gráfica a que obedecem aos acentos de indivíduo e contínua é: a) tênue, mútuos, história b) cárie, oblíquo, substitui c) pastéis, heróis, Pádua d) Icaraí, vários, relógio e) colégio, Cláudia, ônus 8- Obedecendo às regras, coloque, se necessário, acento gráfico nas palavras em destaque, depois, respectivamente, marque a alternativa correta. O juiz inflexivel foi à ruina de Estevão, o qual não atendia aos reclamos dos orfãos. a) Não há, agudo, circunflexo, não há b) Agudo, agudo, agudo, não há, não há c) Não há, agudo, agudo, circunflexo, agudo d) Agudo, agudo, não há, não há, agudo e) Não há, agudo, não há, circunflexo, agudo 9- Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuados graficamente, exceto: a) herbivoro, ridiculo b) logaritmo, urubu c) miudo, sacrificio 27 d) carnauba, germem e) Biblia, hieróglifo 10- Em: “Sei de que uma que está fazendo serviço de escritório, proibida de voar por mo- tivo de saúde, e me pergunto que podem significar para ela esses papéis, esses telefonemas, esses recados que circulam num plano de cimento invariável, enquanto, sobre a plataforma das nuvens, suas irmãs caminham, ao mesmo tempo, singelas e majestáticas.” I-“Escritório” e “invariável” recebem acento por idêntica razão. II-“Papéis” recebe acento gráfico porque é oxítona terminada em ditongo. III-“Está” é acentuada graficamente porque todas as oxítonas devem ser acentuadas. a) Estão corretas as afirmações I e II. b) Estão corretas as afirmações II e III. c) Estão corretas as afirmações I e III. d) Todas as afirmativas estão corretas. e) Todas as afirmativas estão incorretas. 3 Morfologia 31 3.1. Processos de formação de palavras As palavras que usamos na nossa comunicação oral ou escrita evoluem com o ho- mem. Existem palavras que caem de uso e outras que assumem novos significados. As pala- vras são criadas e, para isso, usamos dois processos fundamentais: derivação e composição. Derivação: Neste processo, as palavras são criadas a partir de outras já existentes na Língua Portu- guesa. As palavras que são criadas são consideradas derivadas e as que lhe dão origem, primitivas. O processo de derivação pode ocorrer por: a) Prefixação (derivação prefixal) Acrescenta-se um prefixo à palavra primitiva. Ex.: des + leal = desleal (prefixo) (palavra primitiva) (palavra derivada) b) Sufixação (derivação sufixal) Acrescenta-se um sufixo à palavra primitiva. Ex.: leal + mente = lealmente (palavra primitiva) (sufixo) (palavra derivada) c) Prefixação e sufixação (derivação prefixal e sufixal) Acrescenta-se um prefixo e um sufixo à palavra primitiva. Ex.: des + leal + mente = deslealmente (prefixo) (palavra primitiva) (sufixo) (palavra derivada) d) Derivação parassintética (parassíntese) Acrescenta-se prefixo e sufixo, porém, diferente da prefixação e sufixação, a palavra só exis- tirá com dois acréscimos simultaneamente. Ex.: a + noite + ecer= anoitecer (prefixo) (palavra primitiva) (sufixo) (palavra derivada) e) Derivação regressiva Ocorre pela retirada da parte final do verbo chegando-se a um substantivo. Ex.: perder = a perda vender = a venda chorar = o choro 32 f) Derivação imprópria É o emprego de uma palavra mudando de classe gramatical. Ex.: Ouvi um sonoro não! (advérbio substantivado) Ele fala alto. (adjetivo com valor de advérbio) OBS: à medida que prefixos e sufixos unem-se à palavra primitiva, transmitem a ela um significado. Relação de alguns prefixos e sufixos e seus significados. Prefixos Sentidos Exemplos a-, ab-, abs- afastamento, separação abjurar, abster-se ad-, a- aproximação, direção adjunto, abeirar ambi- duplicidade ambidestro bis-, bi- duas vezes bisneto, bípede circum-,circun- em redor de circumpolar, circunscrever de-, des-, dis- movimento para baixo, afastamento, negação, ação contrária decapitar, desviar, desleal, discordar in-, im-, i- negação inútil, imperfeito, ilegal inter-, entre- posição intermediária interpor, entrelinha pre- anterioridade, superioridade predizer, predominar vice-, vis- substituição vice-diretor, visconde anti- oposição antiaéreo arqui-, arce- posição superior arquiduque, arcebispo di- duas vezes dígrafo dia- através de diálogo endo- posição interior endocraniano hemi- metade hemisfério hiper- posição superior, excesso hipertensão hipo- posição inferior hipoderme meta- mudança metamorfose poli- muito politeísmo, poliandria 33 Composição: É o processo pelo qual novas palavras surgem da junção de duas ou mais palavras. As que surgem são consideradas compostas. O processo da composição pode ocorrer de duas formas: a) Composição por justaposição As palavras que se unem não sofrem alteração e / ou perda. Ex.: ponta + pé = pontapé gira + sol = girassol mico + leão + dourado = mico-leão-dourado b) Composição por aglutinação As palavras que se unem sofrem alteração e / ou perda. Ex.: em + boa + hora = embora plano + alto = planalto vinho + acre = vinagre Outros processos de formação de palavras: Hibridismo: Os elementos que formam a palavra pertencem a línguas diferentes. Ex.: álcool (árabe) + metro (grego) = alcoômetro buro (francês) + cracia (grego) = burocracia mono (grego) + cultura (latim) = monocultura Abraviação (Redução): Utiliza-se uma parte da palavra: Ex.: tevê em vez de televisão pneu em vez de pneumático pornô em vez de pornográfico Onomatopéia: Reprodução de sons naturais: Ex.: tique-taque ping-pongue reco-reco 34 Sigla: Utilizam-se as letras iniciais de uma organização, entidade ou associação: Ex.: ONU (Organização das Nações Unidas) PIB (Produto Interno Bruto) USP (Universidade de São Paulo) 3.2. Classes gramaticais As palavras que usamos em nossa comunicação são divididas em classes conside- radas como classes gramaticais ou classes de palavras. Essa denominação ocorre de acordo com a função exercida pela palavra. São dez as classes gramaticais existentes, seis variáveis, isto é, admitem alterações e quatro invariáveis, ou seja, não admitem alterações. São elas: Variáveis: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo. Invariáveis: advérbio, preposição, conjunção, interjeição. 1. Substantivo É a classe gramatical que nomeia os seres. Tudo que existe, real ou ficticialmente, recebe um nome e esta palavra é um substantivo. Classificam-se em: Comum: nomeiam um ser qualquer da espécie. Ex.: mar, cidade, criança, país. Próprio: nomeiam um ser específico da espécie. Ex.: Atlântico, Santos, José, Brasil. Concreto: são aqueles que possuem vida independente. Existem por si só (mesmo que seja uma existência imaginária). Ex.: cadeira, sereia, aluno, bruxa. Abstrato: são aqueles que possuem vida dependente. Precisam de outros seres para existir. Ex.: velhice, trabalho, cansaço, beleza. Os substantivos abstratos nomeiam qualidades, estados e ações. Coletivo: são substantivos comuns que, embora apareçam no singular, nomeiam vários seres de uma mesma espécie. 35 Alguns coletivos de uso frequente em nossa língua: Quanto à formação, os substantivos podem ser: Primitivos: aqueles que não vêm de uma palavra já existente. Ex.: dente, casa, pedra Derivados: aqueles formados de alguma palavra já existente. Ex.: dentista, dentadura, desdentado (derivados de dente) pedreiro, pedrada, pedregulho, apedrejar (derivados de pedra) Simples: formados por um só radical. Ex.: pássaro, mar, livro Composto: formados por dois ou mais radicais. Ex.: pontapé (ponta+pé), girassol (gira+sol), peixe-espada. Flexões dos substantivos O substantivo é uma das classes gramaticais variáveis, isto é, varia a estrutura, ou seja, sofre flexões. As flexões do substantivo são: Gênero: masculino ou feminino Número: singular ou plural Grau: aumentativo ou diminutivo • alcatéia: de lobos; • antologia: de trechos literá- rios; • arquipélago: de ilhas; • assembleia: de parlamenta- res, de membros de associa- ções, de companhias etc. • atilho: de milho; • bando: de aves, de ciganos, de malfeitores etc; • boana: de peixes miúdos; • cabido: de cônegos; • cáfila: de camelos; • cambada: de caranguejos, de chaves, de malandros etc; • choldra: de assassinos, de malandros, de malfeitores; • concílio: de bispos; • conclave: de cardeais para a eleição do papa; • consistório: de cardeais, sob a presidência do papa; • esquadra: de navios de guerra; • esquadrilha: de aviões; • farândola: de maltrapilhos; • fato: de cabras; • feixe: de lenha, de capim; • frota: de navios mercantes, de ônibus; • girândola: de fogos de ar- tifício; • horda: de invasores, de sel- vagens, de bárbaros; • malta: de desordeiros; • manada: de bois, de búfalos, de elefantes; • penca: de bananas, de chaves; • récua: de bestas de carga, de cavalgaduras; • repertório: de peças teatrais, de obras musicais; • réstia: de cebolas, de alhos; • sínodo: de párocos; • súcia: de velhacos, desonestos • talha: de lenha; • vara: de porcos; 36 Flexão de gênero Importante ressaltar que o gênero é relacionado à palavra e não ao sexo dos seres. Todos os substantivos possuem gênero. Quando o substantivo nomeia um ser assexuado, a indicação do gênero será feita pelo artigo que o precede. Ex.: o tapete, a mesa, o tijolo. Relação de substantivos que causam dúvida quanto ao gênero: São masculinos: - o apêndice - o eclipse - o clã - o herpes - o champanha - o telefonema - o gengibre - o sósia - o eczema - o formicida - o decalque - o guaraná - a alface - a agravante - a apendicite - a cal - a couve-flor - a dinamite - a ênfase - a sucuri - a libido - a comichão - a derme - a gênese - a matinê - a sentinela - o/a ágape - o/a avestruz - o/a caudal - o/a laringe - o/a personagem - o/a xerox ou xérox São femininos: Admitem os dois gêneros: Quando o substantivonomeia um ser sexuado, a indicação de gênero poderá ser de duas formas: 1- Biformes: aqueles que apresentam uma forma para o gênero masculino e outra para o gênero feminino (com o mesmo radical ou com radicais diferentes). Ex.: aluno - aluna mestre - mestra = mesmo radical filho – filha pai - mãe genro – nora = Radicais diferentes cavalheiro - dama 2- Uniformes: aqueles que apresentam uma só forma tanto para o gênero masculino quan- 37 to para o gênero feminino. São três tipos de substantivos uniformes: - Comum de dois gêneros: a indicação de gênero é feita por meio do artigo que precede o substantivo. Ex.: o/a tenista o/a pianista o/a estudante - Sobrecomum: o substantivo uniforme mesmo precedido pelo artigo não define o gênero, este será revelado pelo contexto. Ex.: a testemunha / a criatura o carrasco / o indivíduo - Epiceno: substantivo uniforme que nomeia principalmente animais, em caso raro algumas plantas, que recorre às palavras macho ou fêmea para indicar o gênero. Ex.: borboleta (macho ou fêmea) / jacaré (macho ou fêmea) / cobra (macho ou fêmea) Observação: alguns substantivos, ao mudarem de gênero, mudam de significado. Ex.: a grama (capim) / o grama (unidade de medida de massa) a cabeça (parte do corpo) / o cabeça (líder, chefe) a rádio (estação emissora) / o rádio (aparelho, osso do antebraço, elemento químico) a cura (ato ou efeito de curar) / o cura (pároco, sacerdote, vigário) a cisma (suspeita) / o cisma (separação, dissidência) Flexão de número Plural dos substantivos simples. Regra geral: acrescenta-se S à forma singular. Ex.: aluno: alunos relógio: relógios Outras regras: a) Substantivos terminados em R ou Z recebem ES. Ex.: rapaz: rapazes cantor: cantores gravidez: gravidezes jogador: jogadores b) Substantivos terminados em AL / EL / OL / UL trocam o L por IS. Ex.: canal: canais papel: papéis farol: faróis paul: pauis (pântanos) 38 c) Substantivos terminados em IL. - quando oxítonos, substituem o L por S. Ex.: funil = funis cantil = cantis barril = barris - quando paroxítonas, substituem o IL por EIS. Ex.: fóssil = fósseis míssil = mísseis d) Substantivos terminados em S. - quando monossílabos ou oxítonos recebem ES. Ex.: gás / gases freguês / fregueses mês / meses português / portugueses - quando paroxítonas ou proparoxítonas, ficam invariáveis (a indicação de número será feita pelo determinante que os antecede). Ex.: o / os pires o / os lápis um / dois ônibus e) Substantivos terminados em M trocam o M por NS. Ex.: garagem / garagens álbum / álbuns imagem / imagens f) Substantivos terminados em X ficam invariáveis. Ex.: o / os tórax uma / duas fênix g) Substantivos terminados em N recebem S ou ES. Ex.: hífen = hífens ou hífenes gérmen = germens ou gérmenes h) Substantivos terminados em ÃO poderão ir para o plural de três formas: - ÕES Ex.: leão = leões / coração = corações / caminhão = caminhões - ÃES Ex.: pão = pães / cão = cães / capitão = capitães - ÃOS Ex.: irmão = irmãos cidadão: cidadãos cristão = cristão 39 Alguns substantivos terminados em ÃO permitem mais de um plural. Ex.: cirurgião= cirurgiões ou cirurgiães anão = anões ou anãos verão = verões ou verãos ancião = anciões, anciães ou anciãos ermitão = ermitões, ermitães ou ermitãos vilão = vilões, vilães ou vilães Plural de substantivos compostos Substantivos compostos cujos elementos não estão separados, vão para o plural como os substantivos simples. Ex.: lobisomem = lobisomens pontapé = pontapés girassol = girassóis Substantivos compostos em que se percebam os elementos que os compõem deve- rão seguir as seguintes orientações: a) os dois elementos vão para o plural quando formados por: 1- substantivo + substantivo. Ex.: couve-flor = couves-flores 2- substantivo + adjetivo. Ex.: obra-prima = obras-primas 3- adjetivo + substantivo. Ex.: má-língua = más-línguas 4- numeral + substantivo. Ex.: sexta-feira = sextas-feiras b) somente o primeiro elemento vai para o plural: 1- se o segundo elemento indicar finalidade do primeiro. Ex.: banana-maçã = bananas- maçã Salário-família= salários-família 2- se os elementos forem unidos por preposição. Ex.: banana da terra = bananas da terra pão de ló = pães de ló c) somente o segundo elemento vai para o plural: 1- se o primeiro elemento for: -verbo Ex.: porta-bandeira = porta-bandeiras -advérbio Ex.: abaixo-assinado = abaixo-assinados -formas reduzidas (bel/grã/grão) Ex.: grão-mestre = grão-mestres 40 2- se os elementos forem: -palavras repetidas. Ex.: tico-tico = tico-ticos -palavras onomatopaicas Ex.: tique-taque = tique-taques Observação: em um substantivo composto, quando a palavra guarda for primeiro elemen- to ela poderá ser: -invariável: ao ser empregada como verbo (portanto, não aceita a forma plural). Ex.: guarda-comida = guarda-comidas -variável: ao ser utilizada como substantivo (aceitando, dessa maneira, a forma plural). Ex.: guarda-florestal = guardas-florestais d) nenhum dos elementos é colocado no plural: 1- verbo + palavra invariável Ex.: o bota-fora = os bota-fora 2- verbos de sentidos opostos Ex.: o ganha-perde = os ganha-perde Observação: alguns substantivos ao mudarem de número mudam de significado. Bem = benefício, virtude / bens = valores materiais Féria = renda diária / férias = período de descanso Óculo = luneta / óculos = armação com lentes Costa = litoral / costas = dorso Flexão de grau O grau do substantivo é usado para, principalmente, indicar o tamanho do ser. São dois os graus do substantivo: aumentativo e diminutivo. Há duas formas de representar o grau do substantivo: a analítica (obtida pelo uso de outra palavra) e a sintética (conseguida pelo emprego de um sufixo). Ex.: livro (grau normal) livro imenso (aumentativo analítico) livrão (aumentativo sintético) livro pequeno (diminutivo analítico) livrinho (diminutivo sintético) 41 Sufixos com sentido aumentativo ão = livrão, dentão aço = animalaço aça = barcaça (z)arrão = canzarrão anzil = corpanzil orra = cabeçorra arra = bocarra arel = fogarel ázio = copázio inho = livrinho (z) inho = pezinho ito = rapazito (z) ito = cãozito acho = riacho ejo = vilarejo ela = ruela eco = livreco eto = poemeto ico = burrico im = flautim ola = bandeirola ota = ilhota ote = meninote isco = chuvisco ucho = papelucho Sufixos com sentido diminutivo Com muita frequência, emprega-se a forma sintética para expressar carinho, admi- ração (benzinho, amigão) ou desprezo, ironia (jornaleco, beiçorra). Diminutivo plural Para flexionarmos um substantivo no diminutivo plural devemos proceder da se- guinte maneira: 1- pluralizamos o substantivo no seu grau normal. Ex.: bar = bares pão = pães varal = varais cão = cães 2- retiramos o S do plural e acrescentamos o sufixo no plural (zinhos ou zitos). Ex.: bare + zinhos = barezinhos pãe + zinhos = pãezinhos varai + zinhos = varaizinhos cãe + zitos = cãezitos 2. Adjetivo Classe gramatical que caracteriza um substantivo por meio de uma qualidade ou de uma cor. Dependendo da maneira pela qual o adjetivo caracteriza o substantivo pode ser considerado: a) explicativo: quando a característica atribuída já faz parte da essência do ser. Ex.: homem mortal. 42 b) restritivo: quando a característica atribuída não faz parte da essência do ser. Ex.: homem honesto. De acordo com a formação, os adjetivos podem ser: a) primitivos: aqueles que não vêm de outra palavra. Ex.: azul, doce, lento b) derivados: aqueles que vêm de outra palavra. Ex.: azulado, saboroso, preguiçoso c) simples: aqueles formados de um só radical. Ex.: claro, econômico d) composto: formado por mais de um radical. Ex.: azul-marinho / luso-brasileiro Locução adjetiva Consistena utilização de um número plural de palavras para caracterizar o subs- tantivo. Começa sempre em preposição e normalmente pode ser convertida em adjetivo simples: Ex.: descanso da semana (semanal) gesto sem limites (ilimitado) Ato de coragem (corajoso) Lista de locuções adjetivas com seus adjetivos simples correspondentes Da audição: auditivo Da voz: vocal De abdômen: abdominal De abelha: apícola De águia: aquilino De anjo: angelical De cavalo: equino De frente: frontal De idade: etário De nariz: nasal De pulmão: pulmonar De olho: ocular De leite: lácteo De morte: mortal De osso: ósseo Adjetivo pátrio Os adjetivos, que se referem a países, cidades, continentes ou regiões indicando a nacionalidade ou a origem do ser, são chamados adjetivos pátrios. Ex.: Gosto muito de comida italiana. Trata-se de um costume português. 43 Lista de alguns adjetivos pátrios Flexões do adjetivo O adjetivo flex iona-se em gênero, número e grau. Flexão em gênero O adjetivo pode ser classificado em: a) biforme: possui uma forma para o masculino e outra para o feminino. Ex.: homem educado / mulher educada homem ateu / mulher ateia b) uniforme: possui uma só forma tanto para caracterizar o substantivo masculino quanto o substantivo feminino. Ex.: homem elegante / mulher elegante Flexão em número Plural de adjetivos simples: segue as mesmas regras do plural do substantivo simples. Ex.: homem comum = homens comuns cantor popular = cantores populares olho azul = olhos azuis Observação: adjetivos simples que venham emprestados de substantivos são invariáveis. Ex.: vestido cinza = vestidos cinza sapato areia = sapatos areia tom pastel = tons pastel saia abóbora = saias abóbora comício monstro = comícios monstro Três Corações: tricordiano Pará: paraense Goiânia: goianiense Campinas: campineiro, cam- pinense Ceará: cearense Alemanha: alemão, germânico Grécia: grego, helênico Índia: indiano, hindu Madri: madrileno, madrilense Japão: japonês Lima: limenho Croácia: croata Bélgica: belga Camarões: camaronês 44 Plural de adjetivo composto Regra geral: quando o último elemento for um adjetivo, flexiona-se apenas este elemento. Ex.: reuniões econômico-financeiras tratados luso-brasileiros cabelos castanho-escuros Exceções: azul-marinho azul celeste Ex.: blusas azul-marinho vestidos azul-celeste Surdo-mudo = flexiona os dois elementos. Ex.: crianças surdas-mudas homens surdos-mudos Regra especial: os adjetivos compostos formados por COR + SUBSTANTIVO ficam invariáveis. Ex.: fardas verde-oliva blusas amarelo-ouro saias azul-piscina Flexão em grau O grau do adjetivo relaciona uma qualidade entre os seres ou intensifica-a. Pode ser: 1- Grau comparativo: relaciona uma qualidade entre seres proporcionais. Subdivide-se: - comparativo de igualdade (tão (tanto)) + adjetivo + quanto (como) Ex.: Este livro é tão (tanto) interessante quanto (como) aquele. - comparativo de superioridade (mais + adjetivo + que (do que) Ex.: São Paulo é mais populosa que (do que) Santos. - comparativo de inferioridade (menos + adjetivo + que (do que) Ex.: Santos é menos populosa que (do que) São Paulo. Observações: a) Em Português, alguns adjetivos formam o grau comparativo pelo processo sintético (por meio do sufixo OR). Ex.: bom – melhor mau – pior grande – maior pequeno – menor SEMPRE INVARIÁVEIS 45 b) Usa-se a forma analítica quando se comparam qualidades diferentes em um mesmo ser. Ex.: O professor é mais bom que eficiente. O lutador é mais mau que forte. Pedro é mais grande (do) que trabalhador. 2- Grau superlativo relativo: relaciona uma qualidade entre seres desproporcionais. Pode ser classificado como: - superioridade (o/a mais + adjetivo + de) Ex.: Chegou ao Brasil a mais alta autoridade em Física do mundo. - inferioridade (o/a menos + adjetivo + de) Ex.: Escolheram o menos hábil mediador. 3- Grau superlativo absoluto: intensifica a qualidade não a relacionando a algo ou a al- guém. Ex.: A vida é curtíssima. A vida é muito curta. O grau superlativo absoluto pode ser: - sintético: obtido por meio de sufixos (íssimo/ imo/ érrimo etc) Ex.: belo – belíssimo alto – altíssimo dócil – docílimo pobre – paupérrimo - analítico: conseguido por meio de outra palavra (normalmente advérbio). Ex.: belo – muito belo cansada – muito cansada branco – excessivamente branco magro – exageradamente magro Observação: o superlativo absoluto sintético de alguns adjetivos é formado por palavras de outro radical. Ex.: bom – ótimo mau – péssimo grande – máximo pequeno – mínimo 3. Artigo É a classe gramatical que sempre precede um substantivo para indicar-lhe o gê 46 nero e o número. Ex.: o pires (singular) os pires (plural) o estudante (masculino) a estudante (feminino) Classificação dos artigos - definidos: quando se referem ao substantivo de forma precisa. São eles: o/ a / os / as. - indefinidos: quando se referem ao substantivo de modo vago, impreciso. São artigos indefinidos: um/ uma/ uns/ umas. Como o artigo sempre precede um substantivo, toda palavra que o aceite, neste mo- mento, torna-se um substantivo. Ex.: Ouvi um não que me surpreendeu (primitivamente a palavra NÃO é advérbio, neste contexto, tornou-se um substantivo). Emprego dos artigos 1- Temos que usar o artigo definido entre a palavra ambas e o substantivo a que essa palavra se refere. Ex.: A pesquisa foi elaborada por ambos os alunos. 2- Não podemos usar artigo definido depois do pronome relativo CUJO (e suas flexões) Ex.: Vi o menino cuja irmã é sua aluna. 3- Não se emprega artigo antes de pronomes de tratamento. Ex.: Encontrei Sua Excelência no fórum. 4- Não se une o artigo à preposição quando o artigo fizer parte do nome de revistas, jornais e obras literárias. Ex.: A notícia foi veiculada em O Estado de São Paulo. Euclides da Cunha é o autor de Os Sertões. 4. Numeral Classe gramatical que transmite a ideia numérica dos seres. Classificação dos numerais -cardinais: indicam a quantidade de seres. Ex.: Comprei três livros, dois cadernos e uma caneta. 47 -ordinais: transmitem a ideia de sequência, ordem. Ex.: Meu amigo alcançou o segundo lugar no campeonato de tênis. -multiplicativos: indicam uma quantidade multiplicada do ser. Ex.: Tenho o dobro da sua idade. -fracionários: expressam uma divisão, uma fração da quantidade. Ex.: Estamos na metade da pesquisa. Romanoss Arábicos Cardinais Ordinais I 1 um primeiro II 2 dois segundo III 3 três terceiro IV 4 quatro quarto V 5 cinco quinto VI 6 seis sexto VII 7 sete sétimo VIII 8 oito oitavo IX 9 nove nono X 10 dez décimo XX 20 vinte vigésimo XXX 30 trinta trigésimo XL 40 quarenta quadragésimo L 50 cinquenta quinquagésimo LX 60 sessenta sexagésimo LXX 70 setenta septuagésimo LXXX 80 oitenta octogégimo XC 90 noventa nonagésimo C 100 cem centésimo Observação: os algarismos romanos ainda são utilizados em títulos de nobres ou de papas (João Paulo II, D. João VI), enumeração de séculos (século XXI), volumes de uma coleção (volume I) e capítulos de obras (capítulo VIII). 48 Os algarismos romanos de I até X devem receber uma leitura ordinal e do XI em diante, uma leitura cardinal. Ex.: D. Pedro I (primeiro) / Luís XV (quinze). Quando o algarismo romano (independentemente do número que indique) for co- locado antes do substantivo, terá que receber uma leitura ordinal. XXI século (vigésimo primeiro) XII capítulo (décimo segundo) Flexões dos numerais Os numerais apresentam flexões de gênero e número. Flexionam-se em gênero: - os cardinais: um (uma), dois (duas), ambos (ambas). As centenas, a partir de duzentos (duzentas, trezentas ... novecentas) - todos os ordinais Primeiro (primeira), segundo (segunda), terceiro (terceira), quarto (quarta) etc. - os multiplicativos: se forem utilizados com valorde adjetivo. Ex.: Pediu uma porção dupla de batatas fritas. - os fracionários: MEIO/ MEIA concordam com a palavra a que se referem. Ex.: Não gosto de MEIAS verdades e nem de MEIOS termos. Os demais numerais fracionários serão flexionados em gênero quando acompanha- dos da palavra parte. Ex.: a quarta parte, a oitava parte etc. Flexionam-se em número - os cardinais terminados em ÃO. Milhão (milhões), bilhão (bilhões). Ex.: Estou com milhões de problemas. - todos os ordinais Primeiro (primeiros), décimo (décimos), centésimo (centésimos). - os multiplicativos se forem utilizados com valor de adjetivo. Ex.: Tomou doses duplas de calmante. - os fracionários concordam com o cardinal que os antecede. 49 Ex.: Recebi apenas um terço do salário. Trouxe uma terça parte do que prometeu. Observação: alguns substantivos, por transmitirem a quantidade exata dos seres são con- siderados coletivos numéricos. Exemplos de coletivos numéricos Lustro = período de cinco anos Milênio = período de mil anos Novena = período de nove dias Século = período de cem anos Grosa = doze dúzias Resma = quinhentas folhas 5. Pronome É a classe gramatical que se refere a um substantivo. Quando o pronome acompa- nha o substantivo ao qual se refere classificamos como pronome adjetivo. Ex.: meu livro / esta caneta / qualquer aluno Quando o pronome substitui o substantivo classificamos como pronome substantivo. Ex.: O livro é meu (livro). Isto me preocupa. Observação: a classificação do pronome, como adjetivo ou substantivo, será definida no contexto. De acordo com a relação existente entre o pronome e o substantivo, são classifica- dos como: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Pronomes pessoais Substituem o substantivo relacionando-o às pessoas do discurso. Pessoas do discurso são: 1.ª: a que fala 2.ª: com quem se fala 3.ª: sobre quem se fala Pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo: 50 Retoss Oblíquos 1.ª pessoa do singular – EU ME, MIM, COMIGO 2.ª pessoa do singular – TU TE, TI, CONTIGO 3.ª pessoa do singular – ELE/ELA O, A, LHE, SE, SI, CONSIGO 1.ª pessoa do plural – NÓS NOS, CONOSCO 2.ª pessoa do plural – VÓS VOS, CONVOSCO 3.ª pessoa do plural – ELES/ELAS OS, AS, LHES, SE, SI, CONSIGO Os pronomes pessoais do caso reto são empregados quando exercem a função sin- tática de sujeito ou predicativo do sujeito. Ex.: Eles participaram da pesquisa. (sujeito) Eu não sou eles. (sujeito) (predicativo do sujeito) Como em Língua Portuguesa, sujeito algum pode começar em preposição, ao ver- mos um pronome reto preposicionado, teremos certeza de que ele não é sujeito. Ex.: Devolvi a ele o documento. (objeto indireto) Observação: de todos os pronomes pessoais retos, os únicos que jamais aceitarão prepo- sição são: EU e TU. Ex.: Não há diferenças entre mim e ti. Os pronomes oblíquos normalmente funcionam como complementos verbais / ob- jeto direto ou objeto indireto. De todos os pronomes oblíquos os únicos que sempre serão objetos diretos são: O, A, OS, AS. Os pronomes oblíquos citados acima quando associados a verbos terminados em R/S/Z farão com que os verbos percam a consoante final e os pronomes recebam L. Ex.: Vou receber meus amigos. Vou recebê-los. Compramos o livro. Compramo-lo. O aluno fez a lição. O aluno fê-la. Observação: não confundir os artigos definidos O, A, OS, AS com os pronomes oblíquos O, A, OS, AS. 51 O artigo definido precede o substantivo e concorda com ele em gênero e número. Ex.: o carro / as avenidas O pronome oblíquo substitui o substantivo. Ex.: O (artigo definido) carro passou tão rápido que quase não o (pronome oblíquo) vi. Esses mesmos pronomes oblíquos se associados a verbos terminados em M ou di- tongo com til receberão N. Ex.: Compraram o disco. Compraram-no. Põe as revistas sobre a mesa. Põe-nas sobre a mesa. Para eu - Para mim A expressão para eu será utilizada quando funcionar como sujeito da oração, o que ocorrerá à frente de um verbo no infinitivo. Ex.: Deixou os livros PARA EU ler. Observação: se a forma infinitiva estiver sendo utilizada como substantivo (aceitando a ideia de um artigo) devemos empregar PARA MIM. Ex.: Para mim, (o) ler é um prazer. Os pronomes oblíquos SI, CONSIGO, só poderão ser empregados se estiverem dentro de um contexto com ideia reflexiva (a si mesmo). Ex.: Trazia junto a si (a si mesmo) os livros. O rapaz falava consigo (com ele mesmo). Observação: é erro a seguinte construção: Maria espere por mim, pois quero falar consigo (não existe ideia reflexiva). Construção correta: Maria espere por mim, pois quero falar com você. Com nós - Conosco A expressão com nós só poderá ser usada se após ela, aparecerem palavras de refor- ço (mesmos, próprios, três). Ex.: O professor conversou COM NÓS mesmos sobre a prova. Se as palavras de reforço não existirem, utilizamos CONOSCO. Ex.: O professor conversou CONOSCO sobre a prova. 52 Pronomes possessivos Referem-se às pessoas do discurso para atribuir-lhes ideia de posse. Concordam em gênero e número com o ser possuído. Ex.: minhas anotações / nossos equipamentos São eles: 1.ª pessoa do singular: meu/ minha/ meus/ minhas 2.ª pessoa o singular: teu/ tua/ teus/ tuas 3.ª pessoa do singular: seu/ sua/ seus/ suas 1.ª pessoa do plural: nosso/ nossa/ nossos/ nossas 2.ª pessoa do plural: vosso/ vossa/ vossos/ vossas 3.ª pessoa do plural: seu/ sua/ seus/ suas Observações: 1- De acordo com o contexto em que sejam usados, os pronomes possessivos podem não mais indicar posse e transmitir uma ideia de afetividade, ofensa, cálculo aproximado. Ex.: Meus caros alunos, abram os livros. Saia daqui, seu idiota. Quando fui àquela cidade, devia ter meus dez anos. 2- O pronome seu é considerado como pronome de tratamento quando na modificação de senhor. Ex.: Encontrei-me com o seu João no cinema. 3- Com grande frequência, os pronomes possessivos da 3.ª pessoa do singular podem pro- vocar ambiguidade. Ex.: O pai discutiu com a filha porque ela danificou o seu computador (o computador do pai ou o da filha?). Para evitar duplo sentido devemos empregar dele (a). O pai discutiu com a filha porque ela danificou o computador dele (a). Pronomes demonstrativos Referem-se a substantivos para indicar distância entre o ser e as pessoas gramaticais. São eles: 1.ª pessoa: este(s) / esta(s) / isto 2.ª pessoa: esse(s) / essa(s) / isso 3.ª pessoa: aquele(s) / aquela(s) / aquilo 53 Ex.: Este livro é bastante interessante (o livro está próximo à 1.ª pessoa). Esse livro é bom? (o livro está próximo à 2ª pessoa). Aquele livro foi encapado (o livro está próximo à 3.ª pessoa). Os pronomes demonstrativos podem ser empregados apenas relacionando-se à ideia de distância: este se refere ao ser mais próximo a ele; aquele, ao mais distante. Ex.: João e José chegaram neste momento; este (José) aparentava muito cansaço, aquele (João) estava bastante tranquilo. Os pronomes demonstrativos também podem ser utilizados para indicar algo que vai ser comentado (este(s) / esta(s) / isto) ou algo sobre o qual já se comentou (esse(s) / essa(s) / isso). Ex.: Seus desejos eram estes: saúde, paz e prosperidade. Saúde, paz e prosperidade: esses eram seus desejos. Pronomes indefinidos Referem-se a um substantivo de forma vaga, imprecisa. Ex.: Diversas pessoas estiveram presentes à inauguração da loja. Observações: 1- A palavra CERTO (e suas flexões) depende do contexto em que esteja empregada para ser classificada. Quando antes do substantivo a que se referir, funciona como pronome indefinido. Ex.: Ele frequenta certos lugares estranhos. Quando depois do substantivo a que se referir, funciona como adjetivo. Ex.: Ele frequenta os lugares certos. 2- A palavra QUALQUER quando utilizada antes do substantivo a que se refira, funcionará como pronome indefinido.Ex.: Qualquer pessoa entenderá as minhas palavras. Quando aparecer depois do substantivo a que se refira, assume o valor de adjetivo. Ex.: Ele é uma pessoa qualquer. 3- O pronome indefinido CADA deverá sempre ocupar na oração a posição de um prono- me adjetivo, jamais ser usado como pronome substantivo. Ex.: O livro custa R$ 15,00 cada. (errado) Cada livro custa R$ 15,00. (certo) Os livros custam R$ 15,00 cada um. (certo) 54 Pronomes relativos Referem-se a substantivos anteriores ao mesmo tempo em que os substituem, evi- tando a sua repetição. Ex.: Vi o menino. O menino é seu aluno. Vi o menino que é seu aluno. O pronome relativo CUJO (e suas flexões) estabelece entre dois substantivos uma relação de possuidor e de coisa possuída. Sempre concorda em gênero e número com o substantivo posterior. Jamais aceita determinantes após ele. Ex.: O menino CUJA irmã é sua aluna chegou. O pronome relativo que por não especificar gênero e número frequentemente pro- voca ambiguidade (duplo sentido). Ex.: Conheci o primo da minha amiga que é uma pessoa inteligente (o primo ou a amiga?). Por isso, sempre que pudermos usar o relativo que, devemos (em nome da clareza) substituí-lo por: O (s) QUAL (is) / A (s) QUAL (is). Ex.: Conheci o primo da minha amiga (o qual/ a qual) é uma pessoa inteligente. O pronome relativo QUEM só poderá ser empregado se estiver referindo-se a pes- soas e aparecer preposicionado. Ex.: O rapaz com quem todos simpatizam é uma pessoa bastante educada. O pronome relativo ONDE corresponde a EM QUE ou NO (a) QUAL e só poderá ser empregado para indicar lugar. Ex.: A sala onde (em que/ na qual) estudo é um lugar bastante arejado e espaçoso. Observação: todo pronome relativo inicia uma oração e quando na oração por ele iniciada existir a regência de uma preposição, ela deverá vir à frente do pronome relativo. Ex.: Conheci o professor (do qual/ de quem) os alunos gostam. (gostar de algo ou de alguém) Aquele é o professor em cujas palavras confiamos. (confiar em algo ou em alguém) Pronomes de tratamento A maioria dos pronomes de tratamento é utilizada de acordo com a função social exercida pela pessoa. Ex.: Príncipes, princesas, duquesa = ALTEZA Cardeais = EMINÊNCIA 55 Altas autoridades = EXCELÊNCIA Reitores de universidades = MAGNIFICÊNCIA Papas = SANTIDADE Reis, imperadores = MAJESTADE Tratamento cerimonioso = SENHORIA Juízes de direito = MERITÍSSIMA Sacerdotes = REVERENDÍSSIMA Três pronomes de tratamento são usados em sinal de respeito independentemente da função social exercida pela pessoa: senhor/ senhora/ senhorita. Apenas um pronome de tratamento é informal: VOCÊ. Os pronomes de tratamento usados de acordo com a função social podem vir pre- cedidos por VOSSA ou SUA. VOSSA: quando falarmos com a pessoa ou escrevermos para ela. SUA: quando falarmos ou escrevermos sobre a pessoa. Ex.: Vossa Excelência pode conceder-me alguns minutos de atenção? (falo com) Sua Excelência concedeu-me alguns minutos de atenção. (falo sobre) Observação: todos os pronomes de tratamento exigem concordâncias (verbal e nominal) em 3.ª pessoa (singular ou plural). Ex.: Vossa Excelência deve redigir o seu discurso. Sua Excelência redigiu o seu discurso. O senhor trouxe os livros? Você virá com a sua família? 6. Verbo Classe gramatical que expressa ação, fenômeno da natureza, estado ou qualidade. Ex.: Todos conversavam animadamente. (ação) Trovejou durante a noite inteira. (fenômeno da natureza) As pessoas estão apreensivas. (estado) Meu amigo é muito responsável. (qualidade) Flexões verbais O verbo apresenta as seguintes flexões: a) Pessoa: 1.ª, 2.ª e 3.ª (singular e plural) b) Tempo: indica quando o fato ocorre c) Modo: revela como o fato ocorre 56 d) Voz: determina a relação existente entre o sujeito da oração e a ação do verbo Pessoa verbal O verbo flexiona-se em pessoa e número de acordo com o sujeito. Ex.: Eu escrevo. Nós escrevemos. Eles escrevem. Tempo verbal Há três tempos verbais: presente, pretérito e futuro. Presente Recorremos ao tempo presente para expressar: a) ação momentânea Ex.: O professor fala e nós ouvimos tudo com atenção. b) ação habitual Ex.: Acordo às seis horas da manhã. c) ação generalizante Ex.: Criança não fica quieta. Pretérito Utilizamos o tempo pretérito para indicar um fato que ocorreu no passado. Subdi- vide-se em: a) pretérito perfeito: um fato que começou e terminou no passado. Ex.: Os alunos saíram da sala. b) pretérito imperfeito: um fato que começou no passado, porém não foi concluído. Ex.: As visitas chegaram quando eu falava com ele ao telefone. c) pretérito mais-que-perfeito: um fato que começou e terminou antes de outro fato tam- bém concluído. Ex.: Eu já falara com ele ao telefone quando as visitas chegaram. Futuro Empregamos o tempo futuro para expressar um fato que está por acontecer. Subdi- 57 vide-se em: a) futuro do presente: um fato por acontecer na certeza de. Ex.: Amanhã todos irão ao clube. b) futuro do pretérito: um fato por acontecer condicionado a algo. Ex.: Amanhã todos iriam ao clube se não chovesse. Modo verbal Expressa a maneira de um fato ocorrer. Há três modos verbais: Indicativo Exprime um fato certo, concreto. Ex.: Os alunos brincam no pátio durante o recreio. Subjuntivo Exprime um fato suposto, hipotético. Ex.: Talvez aqueles alunos participem da gincana escolar. Imperativo Exprime ordem, comando, pedido. Ex.: Fiquem quietos! Por favor, pegue o jornal para mim. O modo imperativo possui duas características: a) Não possui a 1.ª pessoa do singular (eu). b) Não apresenta tempos verbais. Possui formas: afirmativa e negativa. Para flexionar o modo imperativo seguimos a orientação abaixo: Imperativo Afirmativo Negativo 1.ª p.sing. ------------------------ -------------------------------- 2.ª p. sing. Presente do indicativo S(X) (NÃO) Presente do subjuntivo 3.ª p. sing. Presente do subjuntivo (NÃO) Presente do subjuntivo 58 Falas – s = fala tu não fales tu Fale você não fale você Falemos nós não falemos nós Falais – s = falai vós não faleis vós Falem vocês não falem vocês Voz verbal São três as vozes verbais: 1) ATIVA: aquela em que o sujeito pratica, exerce a ação. Ex.: O público aplaudiu o artista. 2) PASSIVA: aquela em que o sujeito sofre, recebe a ação. Ex.: O artista foi aplaudido pelo público. Há duas formas de construirmos a voz passiva: a) PASSIVA ANALÍTICA: verbo principal (transitivo direto ou transitivo direto e indi- reto) no particípio mais o verbo SER usado como auxiliar. Ex.: As provas são corrigidas pelo professor. b) SINTÉTICA: verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto seguido da partí- cula apassivadora SE. Ex.: Corrigem-se as provas. 3) REFLEXIVA: aquela em que o sujeito pratica e recebe a própria ação. Ex.: O menino cortou-se com a tesoura. Quando a voz reflexiva revelar que o sujeito pratica e recebe uma ação igual à que praticou (consideramos como voz reflexiva recíproca). Ex.: Os namorados olhavam-se apaixonados. (um ao outro) Formas nominais do verbo Existem três formas que, por poderem exercer a função de um verbo (indicar ação, 1.ª p. plural. Presente do subjuntivo (NÃO) Presente do subjuntivo 2.ª p. plural. Presente do indicativo S(X) (NÃO) Presente do subjuntivo 3.ª p.plural. Presente do subjuntivo (NÃO) Presente do subjuntivo 59 fenômeno da natureza, estado ou qualidade) ou não, são denominadas formas nominais. São elas: a) Infinitivo: de acordo com o contexto em que seja empregado, pode exercer a função do verbo ou ser utilizado como substantivo. Ex.: Fumar faz mal à saúde. (substantivo) É bom não fumar.(ação) O infinitivo tem por características as seguintes terminações: AR: cantar,falar, levar etc. ER – OR: correr, dispor, fazer, pôr etc. IR: partir, sumir, cair etc. De acordo com a terminação que apresentem, o infinitivo é classificado em termi- nações. São elas: 1.ª conjugação: AR 2.ª conjugação: ER – OR 3.ª conjugação: IR b) Gerúndio: pode, em uma oração, funcionar como verbo (em locuções verbais) e também como adjetivo ou advérbio. Ex.: Estou falando com meus amigos. (verbo) Pessoas falando incomodam muito. (adjetivo) O gerúndio apresenta sempre a terminação NDO (independentemente da conjugação). Ex.: Cantar: cantando (1.ª conjugação) Correr: correndo (2.ª conjugação) Pôr: pondo (2.ª conjugação) Partir: partindo (3.ª conjugação) c) Particípio: pode exercer a função de um verbo ou de um adjetivo. Ex.: Fervido o leite, desligue o gás. (verbo) O leite fervido queimou a mão da criança. (adjetivo) O particípio apresenta as seguintes terminações: 1) ADO: 1.ª conjugação Ex.: levar: levado 2) IDO: 2.ª e 3.ª conjugações Ex.: mover: movido. Observação: oito verbos apresentam o particípio com terminações irregulares. São eles: 1- Abrir: aberto 2- Cobrir: coberto 60 3- Dizer: dito 4- Escrever: escrito 5- Fazer: feito 6- Pôr: posto 7- Ver: visto 8- Vir: vindo (mesma forma do gerúndio) Classificação dos verbos Regulares São aqueles que, em sua conjugação, mantêm o radical. O radical de um verbo é conseguido pela retirada da terminação característica da conjugação de sua forma infinitiva. Ex.: Cantar – AR = cant (radical) Vender – ER = vend (radical) Partir – IR = part (radical) O verbo cantar, por exemplo, apresenta o radical CANT em sua completa conjuga- ção. Ex.: cant o / cant ei / cant aria / cant ássemos / cant arão etc. Conjugação de verbos regulares da 1.ª, 2.ª e 3.ª conjugação Modo indicativo Presente CANTAR BATER PARTIR cant o bat o part o cant as bat es part es cant a bat e part e cant amos bat emos part imos cant ais bat eis part is cant am bat em part em 61 Pretérito perfeito Pretérito imperfeito Pretérito mais-que-perfeito CANTAR BATER PARTIR cant ei bat i part i cant aste bat este part iste cant ou bat eu part iu cant amos bat emos part imos cant astes bat estes part istes cant aram bat eram part iram CANTAR BATER PARTIR cant ava bat ia part ia cant avas bat ias part ias cant ava bat ia part ia cant ávamos bat íamos part íamos cant áveis bat íeis part íeis cant avam bat iam part iam CANTAR BATER PARTIR cant ara bat era part ira cant aras bat eras part iras cant ara bat era part ira cant aramos bat éramos part íramos cant areis bat éreis part íreis cant aram bat eram part iram 62 Futuro do presente Futuro do pretérito Modo subjuntivo Presente CANTAR BATER PARTIR cant arei bat erei part irei cant arás bat eras part irás cant ará bat era part irá cant aremos bat eremos part iremos cant areis bat éreis part ireis cant arão bat erão part irão CANTAR BATER PARTIR cant aria bat eria part iria cant arias bat erias part irias cant aria bat eriam part iria cant aríamos bat eríamos part iríamos cant aríeis bat eríeis part iríeis cant ariam bat eriam part iriam CANTAR BATER PARTIR cant e bat a part a cant es bat as part as cant e bat a part a cant emos bat amos part amos cant eis bat ais part ais cant em bat am part am 63 Pretérito imperfeito Futuro Modo subjuntivo Afirmativo CANTAR BATER PARTIR - - - cant a (tu) bat e part e cant e (você) bat a part a cant emos (nós) bat amos part amos cant ai (vós) bat ei part i cant em (vocês) bat am part am CANTAR BATER PARTIR cant asse bat esse part isse cant asses bat esses part isses cant asse bat esse part isse cant assemos bat êssemos part íssemos cant asseis bat êsseis part ísseis cant assem bat essem part issem CANTAR BATER PARTIR cant ar bat er part ir cant ares bat eres part ires cant ar bat er part ir cant armos bat ermos part irmos cant ardes bat erdes part irdes cant arem bat erem part irem 64 Negativo CANTAR BATER PARTIR - - - Não cant es (tu) não bat as não part as Não cant e (você) não bat a não part a Não cant emos (nós) não bat amos não part amos Não cant eis (vós) não bat ais não part ais Não cant em (vocês) não bat am não partam Irregulares São aqueles que não mantêm o seu radical em sua conjugação ou que apresentam irregularidades em sua desinência (terminação). Ex.: fazer – ER = faz (radical), porém fiz (mudança de radical). Jazer – ER = jaz (radical), porém na forma do presente do indicativo, 3.ª pessoa do singular não apresenta a terminação regular (desinência) E. Anômalos São verbos que evidenciam intensas alterações no radical. Existem apenas dois ver- bos irregulares: SER e IR. Note: IR: vou / fui / ia / fora / irei / fosse etc. SER: sou / fui / era / fora / serei / fosse etc. Observação: os verbos SER e IR apresentam quatro tempos iguais. São eles: 1) pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram. 2) pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram. 3) pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem. 4) futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem. Defectivos São verbos que não possuem uma conjugação completa. Isso ocorre devido a certos verbos, ao serem conjugados, apresentarem um som desagradável ou igual ao de outro verbo. O verbo falir, por exemplo, se possuísse uma conjugação completa, seria confundi- do com o verbo falar. Exemplos de verbos defectivos: abolir, adequar, doer, falir, prazer, precaver, reaver, ruir, soer, urgir, viger etc 65 Infinitivo Particípio Regular Particípio irregular aceitar aceitado aceito benzer benzido bento eleger elegido eleito emergir emergido emerso entregar entregado entregue enxugar enxugado enxuto frigir frigido frito matar matado morto morrer morrido morto omitir omitido omisso soltar soltado solto vagar vagado vago Abundantes São verbos que possuem mais de uma forma (normalmente duplo particípio). Ao utilizarmos verbos abundantes devemos empregar os verbos auxiliares TER e HAVER para o particípio regular e SER e ESTAR para o particípio irregular. Ex.: O diretor tem suspendido muitos alunos por indisciplina. Muitos alunos são suspensos por indisciplina. Lista de alguns verbos abundantes: Impessoais Há verbos que não nos permitem praticar a ação, por isso, são considerados im- pessoais. A característica dos verbos impessoais é a de só se apresentarem na 3.ª pessoa do singular. São considerados como verbos impessoais: 1) Os verbos que indicam fenômenos da natureza (chover, ventar, chuviscar, gear etc) quan- do utilizados em seu sentido denotativo (real). Ex.: Choverá nos próximos meses. 2) O verbo HAVER quando sinônimo para existir, ocorrer ou indicando tempo decorrido. Ex.: Haverá muitos festejos na cidade. Há dias não o vejo. 66 3) Os verbos FAZER e ESTAR quando indicarem tempo ou clima. Ex.: Amanhã fará quinze dias que não vejo minha amiga. Hoje está quente. Observação: os verbos impessoais provocarão orações sem sujeito. Pronominais São verbos que se apresentam associados a pronomes oblíquos na mesma pessoa do sujeito. Ex.: Ele ajoelhou-se diante da imagem. A criança comportou-se muito bem. Observação: se o pronome oblíquo que apareça associado ao verbo não se encontrar na mesma pessoa do sujeito, não poderemos considerá-lo como pronominal. Ex.: Meu amigo avistou-me na esquina. (não é pronominal) Classes gramaticais invariáveis 7. Advérbio É a classe gramatical que tem por função principal modificar o verbo atribuindo-lhe um detalhe, uma circunstância não exigida por ele. Ex.: Trouxe os livros para mim ontem. (V.T.D.I.) (O.D.) (O.I.) (Advérbio) Quando há um número plural de palavras para detalhar o verbo, classificamos como locução adverbial. Ex.: Trouxe os livros para mim na semana passada. (V.T.D.I.) (O.D.) (O.I.) (Locução adverbial) Tanto o advérbio quanto a locução adverbialrecebem uma classificação de acordo com as circunstâncias que expressam. Das possíveis classificações para atribuir ao advér- bio/locução adverbial, as mais frequentes são: a) Afirmação: Ex.: Ele certamente trará as encomendas. b) Negação: Ex.: De forma alguma ele participará da festa. c) Dúvida: Ex.: Provavelmente, todos se reúnam na biblioteca. d) Intensidade: Ex.: Os alunos estudaram bastante para a prova. 67 e) Modo: Ex.: Ele escreve depressa os relatórios. f) Lugar: Ex.: Os livros foram colocados perto da estante. g) Tempo: Ex.: Viajaremos depois que o sol se pôr. Grau dos advérbios Certos advérbios de modo, de tempo, de lugar e de intensidade admitem a flexão em grau (semelhante aos graus dos adjetivos). São os seguintes os graus do advérbio: 1) Grau comparativo a) De igualdade: Ele anda tão devagar quanto eu. b) De superioridade: Ele anda mais devagar do que eu. c) De inferioridade: Ele anda menos devagar do que eu. 2)Grau superlativo a) Absoluto analítico: Ele anda devagar demais. b) Absoluto sintético: Ele anda devagaríssimo. É também função do advérbio intensificar adjetivos ou mesmo outros advérbios. Ex.: Todos estavam muito atentos à explicação. (adjetivo) Eles moram muito longe. (advérbio) Observação: na sequência de vários advérbios de modo terminados em MENTE devemos usar o sufixo apenas no último advérbio. Ex.: Ele anda tranquila, pausada e silenciosamente. 8. Preposição É a classe gramatical que une outras palavras, estabelecendo entre elas uma relação de subordinante (termo regente) e subordinado (termo regido). Ex.: anel de ouro anel: termo regente de: preposição ouro: termo regido 68 À medida que a preposição une palavras, transmite a elas uma relação de sentido. Ex.: anel de Maria (relação de posse) copo de cristal (relação de matéria) vim de carro (relação de meio) estou sem fome (relação de ausência) Ao utilizarmos um número plural de palavras (normalmente advérbios/locuções adverbiais seguidos de preposição) para exercer a função de uma preposição, estamos em- pregando uma locução prepositiva. Ex.: Os amigos ficaram junto a ele. (locução prepositiva) Uma preposição frequentemente se une a outras palavras. Se, na junção dos elemen- tos, não ocorrerem perdas e/ou modificações, diremos ter ocorrido uma combinação. Ex.: A + O (s) = AO (s) A + ONDE = AONDE Se, na junção dos elementos, ocorrem perdas e/ou modificações, diremos ter ocor- rido uma contração. Ex.: de + a (s) = da(s) de + o (s) = dos (s) em + a (s)= na (s) em + o (s) = no (s) em + ela (s) = nela (s) em + ele (s) = nele (s) de + ela (s) = dela (s) de + ele (s) = dele (s) a + a (s) = à (s) a + aquela (s) = àquela (s) a + aquele (s) = àquele (s) a + aquilo = àquilo 9. Conjunção É a classe gramatical que liga orações em um período composto ou palavras que exerçam a mesma função na oração. Ex.: As pessoas corriam pelas ruas e procuravam abrigo. (une orações) 69 Comprei revistas e livros. (une palavras) Quando as conjunções unem orações independentes são consideradas coordenati- vas e a oração iniciada por elas oração coordenada. Ao unir orações dependentes, conjunção subordinativa e a oração iniciada por ela, oração subordinada. De acordo com a ideia que transmitem para a oração que iniciam, as conjunções recebem uma classificação específica (tanto as conjunções coordenativas quanto às conjun- ções subordinativas). Classificação das conjunções coordenativas: a) ADITIVAS: atribuem a ideia de adição, somatória de fatos. Ex.: Não foi à escola nem estudou em casa. b) ADVERSATIVAS: trazem para a oração que iniciam uma ideia contrária, adversa à ideia da oração anterior. Ex.: Preparou-se bastante para a competição, porém não conseguiu uma boa colocação. c) ALTERNATIVAS: transmitem a ideia de opção, escolha para a oração que iniciam. Ex.: Fique quieto ou saia da sala. d) CONCLUSIVAS: as orações por elas iniciadas apresentam uma sequência lógica à ideia expressa na oração anterior. Ex.: Preparou-se bastante para a competição, portanto conseguiu uma boa colocação. e) EXPLICATIVAS: iniciam orações cuja ideia explica o fato anterior. Ex.: Não saia agora, pois vou precisar de você. Classificação das conjunções subordinativas: a) CAUSAIS: trazem, para a oração que iniciam a ideia de causa do fato relacionado à oração. Ex.: Ficou em casa uma vez que chovia muito. b) COMPARATIVAS: transmitem a ideia de comparação para as orações que iniciam. Ex.: Algumas vezes ele age como um bobo. c) CONCESSIVA: trazem a ideia de algo feito em caráter excepcional, extraordinário. 70 Ex.: Foi ao colégio embora estivesse febril. d) CONDICIONAIS: iniciam orações com ideia de condição em relação à outra oração. Ex.: Você poderá participar da reunião contanto que chegue no horário marcado. e) CONFORMATIVAS: transmitem a ideia de um fato feito conforme algo. Ex.: Fizeram a pesquisa conforme o professor orientou. f) CONSECUTIVAS: a oração iniciada pela conjunção consecutiva traz a consequência de um fato que foi intensificado. Ex.: A moça falava tão depressa que as pessoas não a entendiam. g) FINAIS: transmitem para a oração que iniciam a ideia de finalidade, objetivo da oração a ela relacionada. Ex.: Trabalho para que meus filhos tenham uma vida melhor. h) PROPORCIONAIS: trazer uma relação de proporção (direta ou inversa). Ex.: Quanto mais eu trabalho, mais cansado eu fico. i) TEMPORAIS: trazem consigo a ideia de tempo. Ex.: Fez a limpeza na casa depois que as visitas saíram. j) INTEGRANTES (que/se): as conjunções integrantes aparecem completando-se no ver- bo, como se fizessem parte dele. Ex.: Sei que todos estão apreensivos. Iniciam, sintaticamente, orações subordinadas substantivas. Observação: as conjunções, tais quais as preposições, não exercem funções sintáticas. 10. Interjeição É a classe gramatical que exprime um sentimento (alegria, admiração, irritação, desejo etc.). Vem sempre seguida de ponto de exclamação. Ex.: Oh! Nossa! Cuidado! Ai! etc. A locução interjetiva recorre a um número plural de palavras com a mesma função. Ex.: Nossa senhora! Pelo amor de Deus! Virgem Maria! etc. 71 1- (TRT-ES). Assinale o item no qual os prefixos destacados NÃO têm o mesmo sentido: a) carta anônima - homem incapaz b) hemisfério sul - raiz semimorta c) nuvem diáfana - película translúcida d) rua paralela - autor contemporâneo e) Perímetro urbano – área circunvizinha 2- (ANP) De onde vêm as palavras | (Deonísio da Silva) “Os vocábulos latinos petra, pedra, e oleum, óleo, foram juntados para formar petróleo, origi- nalmente óleo de pedra. O sufixo eiro indica ofício, profissão. E os empregados das refina- rias passaram a ser chamados assim: petroleiros. A corporação ampliou consideravelmente as profissões que abrigava, a ponto de hoje ser difícil conceber o presidente de uma empre- sa como a Esso ou a Petrobras e seus empregados como petroleiros.” Assim como petróleo, foi formado: a) jardineiro b) planalto c) pré-histórico d) anti-semita e) brasiliense 3- (TELERJ). Cidad ____ / artes_____/ fog_____/ capit_____. A opção que completa corretamente o plural das palavras acima é: a) ãos / ões / ãos / ães b) ãos / ãos / ões / ães c) ões / ãos / ães / ões d) ões / ões / ãos / ães e) ães / ões / ões / ãos 4- (ALERJ/FESP). Admitem-se até três tipos de plural para o seguinte vocábulo: a) refrão b) aldeão c) vulcão d) cortesão e) guardião Questões 72 5- (TRT-RJ). Escolha a alternativa cujos gêneros, pela ordem, correspondem aos seguintes vocábulos: alface, grama (peso), dó e telefonema. a) Masculino – feminino – masculino – feminino b) Feminino – feminino – masculino – feminino c) Masculino – feminino – masculino – masculino d) Feminino – masculino – masculino – masculino e) Feminino – feminino – masculino
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