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OS MARCOS LEGAIS E A 
CONSTRUÇÃO DA BASE 
NACIONAL COMUM 
CURRICULAR
ETAPA 1
Autor
Cleide Donizete Moreira Nunes
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano Torres
Edição Gráfica e Revisão
UNIASSELVI
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
OS MARCOS LEGAIS 
E A CONSTRUÇÃO DA 
BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR
ETAPA 1
1 INTRODUÇÃO
A educação brasileira passou por vários momentos históricos que 
contribuíram para o cenário educacional da atualidade. Assim, a Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC), conhecida por seu caráter normativo 
que referencia as aprendizagens essenciais desde a Educação Infantil, 
perpassando por todo o Ensino Fundamental I e II, até o Ensino Médio, foi 
idealizada para nortear o ensino que abarca a todos por meio de habilidades 
e competências mobilizadoras no ensino-aprendizagem. 
 
Tal organização foi pautada a partir de documentações legais que regem 
o ensino em sua totalidade, compreendendo, assim, a Constituição Federal 
(1988), a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) (1996), o 
Conselho Nacional de Educação (1995) e o Plano Nacional de Educação (2014). 
 
Esses documentos refletem a relevância que a igualdade e a equidade 
têm na formação do cidadão e, ao mesmo tempo, revelam que tais ausências 
reforçam a desigualdade na educação que, há muito, procura-se anular ao 
longo da trajetória do ensino no Brasil e garantir ao estudante o direito de 
aprendizagem a partir do lugar em que ele está inserido, considerando a 
sua história e o seu processo de formação intelectual, atendendo-o com 
respeito e sem preconceito para que sua educação seja integral e o seu 
desenvolvimento pleno.
 
Portanto, conhecer os marcos que fundamentam a BNCC são necessários 
para entender como o estudante, o cidadão e o aluno, assim denominados 
nesses documentos, estão sendo ressignificados a partir das documentações 
que sustentam a história dos brasileiros, devolvendo a esses sujeitos o direito 
que já lhes foi garantido na Constituição Federal (1988), conforme você 
poderá observar no estudo que será desenvolvido sobre a CF/88.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
FIGURA 1 – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
FONTE: <https://bit.ly/38wzgQv>. Acesso em: 12 mar. 2021.
2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Para compreender acerca dos tópicos que compõem a BNCC é primordial 
retomar a Constituição Federal de 1988, já que ela traduz o espírito de igualdade 
que deve permear na sociedade. Assim, a Constituição da República Federativa 
do Brasil foi promulgada em 5 de outubro de 1988 pela Assembleia Nacional 
Constituinte, tendo como objetivo a democracia do estado como garantia 
para o cidadão no exercício de seus direitos sociais e individuais, bem como 
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e, 
ainda, a justiça. Esses são valores supremos de uma sociedade intencionada à 
fraternidade, à pluralidade e sem preconceitos a partir dos fundamentos que 
conduzem a um Estado Democrático de Direitos (BRASIL, 1988).
 
Tamanha amplitude que a Constituição Federal representa deve-se 
ao seu poder de orientar práticas que atendam a todos, haja vista que a 
sua elaboração e promulgação foram feitas em meio à repressão política e 
social ocasionadas pela transição em que o país se encontrava, sendo um 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
estado autoritário, mas com necessidade de tornar-se estado democrático de 
direito, uma oficina perfeita para a compreensão acerca do termo nação. Essa 
mudança histórica moldou as visões a respeito do ser humano e das políticas 
sociais, além de embasar os princípios que compuseram a Constituição 
Federal de 1988, instituídos ao longo de suas seções. 
 
Veja que a Seção I, que faz parte do Capítulo III, destinado à Educação, 
reporta em seu Artigo 205 que “a educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988). 
Podemos observar que foi inserido neste documento algo que nasce para 
trazer a oportunidade aos menos favorecidos, principalmente no quesito 
educação, que era destinada na história do Brasil a uma classe específica, 
com condições econômicas e sociais mais estáveis. Ademais, o complemento 
‘pleno desenvolvimento’ evidencia a educação em todas as suas áreas e 
assinala o comprometimento da sociedade em geral para que esta causa 
nobre e necessária seja cumprida.
Nesse mesmo sentido, em 2017, após vinte e nove anos, a Base Nacional 
Comum Curricular foi organizada, visando ao desenvolvimento do ser humano 
em sua totalidade ao versar as habilidades e competências como resultado 
de uma aprendizagem significativa a partir das Políticas Públicas Sociais e 
reforça a educação como direito de todos ao trazer a mesma intenção de 
conhecimento e desenvolvimento a todas as escolas, conforme ressalta o 
Artigo 210: “Serão fixados conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, de 
maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais 
e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988) e ao se estender a todas as 
esferas educacionais de base, compreendendo, assim, a Educação Infantil, 
Fundamental I e II e Ensino Médio. 
 
Dessa forma, o ‘desenvolvimento pleno da pessoa’, que a CF/88 traz, 
pode ser consumado por meio de seus princípios relacionados ao ensino, 
conforme apresenta o Art. 206:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, 
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e 
títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar 
pública, nos termos de lei federal (BRASIL, 1988).
Assim, compreende-se que a igualdade coloca todos os cidadãos na 
mesma condição para o conhecimento pleno e os empodera, porque além 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
do acesso, cabe-lhes a permanência e a garantia da qualidade, sob a gestão 
democrática que opera a mobilização de conceitos, procedimentos, práticas 
cognitivas, atitudes e valores que caminham paralelos à BNCC. Percebe-
se, com isso, uma preocupação com a formação do sujeito aluno, esta 
não podendo ser qualquer uma, ou acontecer de qualquer forma, sendo 
necessário o zelo e o planejamento para que a educação aconteça em sua 
totalidade e dentro de um padrão de qualidade. 
O que seria a qualidade? Como adquiri-la num espaço público? Ou ainda, 
como seria retratada a igualdade de condição de acesso e permanência? 
Todos teriam as mesmas possibilidades apesar de suas individualidades e 
particularidades?
 
Todos esses questionamentos culminam na integridade das práticas 
profissionais, pois a qualidade acontece mediante a doação ao outro, 
momento em que o olhar, a sensibilidade e o envolvimento conduzem as 
ações. Veja que a qualidade do ensino significa ao estudante ter a possibilidade 
de inferir e de dialogar sobre os temas, como a CF/88 ressalta em seu Artigo 
214 a melhoria da qualidade do ensino para todos ao “assegurar a manutenção 
e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis” (BRASIL, 1988).
 
Por conseguinte, a Constituição Federal (1988) é uma realidade da 
igualdade entre todos, sem exclusão de grupos, haja vista que o parágrafo 
1º prevê que “o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito públicosubjetivo”, assim o ensino está para todos e precisa ser redirecionado por 
meio das posições-sujeito que permeiam a sociedade. A escola não pode 
ser a única instituição a desejar a educação, a família precisa assumir este 
compromisso, buscando tanto assegurar o acesso como a permanência e, 
ainda, a qualidade por parte dos órgãos competentes, mas também fazer 
jus à missão que lhe é exclusiva, ou seja, fazer valer e cumprir o papel de 
orientadora nesta missão de gerenciadores da vida escolar dos filhos e/ou 
de seus responsáveis. 
 
Dessa mesma forma, os órgãos públicos e as empresas também devem 
assumir a missão que lhes cabe, permitindo aos seus funcionários, que são 
pais, que participem das reuniões que a escola convoca, fazendo parcerias 
com as escolas com projetos que contribuem para o desenvolvimento do 
estudante e até mesmo dos pais, visto que muitos deles são desinformados 
com relação à conduta com os filhos. Outra estratégia que poderia ser feita 
por parte da escola é a parceria com os profissionais de áreas específicas para 
atendimento aos familiares dos estudantes, compreendendo os psicólogos, 
os psicopedagogos e, por que não, os terapeutas. Isso seria assumir o 
compromisso que todos devem ter, de acordo com a CF/88.
 
Diante do exposto, a Constituição Federal (1988) deixa evidente que 
a criança tem direito à educação de qualidade, cabendo aos pais e órgãos 
públicos o cumprimento de suas responsabilidades específicas.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
FIGURA 2 – CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
FONTE: <https://bit.ly/3dFbw0A>. Acesso em: 10 mar. 2021.
2.1 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB)
Na sequência, será apresentada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, uma legislação que marcou uma época da educação, uma vez 
que ela foi elaborada sob os olhares de diferentes segmentos da sociedade 
civil, como o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, laica, gratuita e 
de qualidade, um momento que trouxe a ressignificação do ensino com a 
concepção e interesse de escola básica pela sociedade brasileira, sem anular 
as contradições que numa sociedade sempre existiram. Portanto, pensar na 
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é refazer um processo que contempla o aluno 
em sua totalidade e que abriu espaços para a escola ir além de seus muros 
internos e chegar à sociedade.
 
Assim, em dezembro de 1996, nasce a Lei nº 9.394, aprovada e sancionada 
como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, trazendo em seu Art. 
1º: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na 
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino 
e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas 
manifestações culturais”. Com isso, a educação passa a ser vista como uma 
amplitude, pois atravessa todos os ambientes e compreende-se como um 
processo, algo que caminha, que transforma, que acontece na formação, 
abrindo espaço para a compreensão de que o homem não está pronto, ele 
está sendo constituído pelos momentos e pelos ambientes. 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Note que a LDB/1996 esclarece que a educação acontece primeiro na 
família, somente depois parte para a sociedade com a convivência humana. 
De acordo com Pereira e Teixeira (2009, p. 4):
Ao situar a educação escolar no espectro amplo da vida social, a LDB induz a 
uma reflexão crítica da nossa prática educacional: a forma estreita como ela 
vem sendo concebida, o isolamento da escola em relação ao mundo exterior; a 
distância entre teoria e prática; entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; 
a organização escolar rígida; o ensino e as práticas de adestramento e, em 
especial, a formação de atitudes que, contrariando interesses e necessidades 
da maioria, levam à obediência, passividade e subordinação.
Portanto, há uma necessidade de expandir a educação com ações 
mais dinâmicas que se inter-relacionam, que transitam entre teoria e prática, 
proporcionando ao educando a autonomia, a inferência e o letramento, 
pois o Art. 22 da LDB nº 9.394/96 assevera que “a educação básica tem 
por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum 
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para 
progredir no trabalho e em estudos posteriores” (BRASIL, 1996). 
Dessa maneira, o estudante passa a empregar o estudo na sua vida 
pessoal e a escola passa a ter uma funcionalidade aos olhos do aluno, que a vê 
como espaço de formação para a sociedade. Percebe-se com esta dinâmica 
de funcionalidade, o cumprimento da escola como agente transformadora e 
do aluno como agente transformado, uma vez que ele usa seu conhecimento 
na área externa à escola, transformando e sendo transformado, este é o 
papel da escola.
 
Outro fator que a LDB nº 9.394/96 traz é a respeito dos conteúdos 
curriculares para a educação básica, ressaltados no Art. 27, observando as 
seguintes diretrizes: 
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres 
dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; 
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada 
estabelecimento; 
III - orientação para o trabalho; 
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não 
formais (BRASIL, 1996).
Verifica-se neste artigo os valores como prática de uma experiência que 
se consolida no ser humano, pois a ordem democrática advém de valores 
aplicados ao bem comum, sem distinção de raça, de gênero, de etnia e de 
classe social. Por isso, essa difusão, quando permeia a sociedade, faz com que 
a ação do homem lhe retorne, conforme os valores que são experimentados 
e vivenciados. 
 
No que tange à organização da educação básica compreendendo os 
níveis Fundamental e Médio, o Artigo 24 evidencia que:
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por 
um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo 
reservado aos exames finais, quando houver; I - a carga horária mínima 
anual será de oitocentas horas para o Ensino Fundamental e para o Ensino 
Médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho 
escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver; II 
- a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do Ensino 
Fundamental, pode ser feita: a) por promoção, para alunos que cursaram, com 
aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; b) por transferência, 
para candidatos procedentes de outras escolas; c) independentemente de 
escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau 
de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na 
série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema 
de ensino; III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular 
por série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, 
desde que preservada a sequência do currículo, observadas as normas do 
respectivo sistema de ensino; IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, 
com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na 
matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes 
curriculares; V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes 
critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados 
ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade 
de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade 
de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) 
aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de 
estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os 
casos de baixo rendimento escolar,a serem disciplinados pelas instituições 
de ensino em seus regimentos; VI - o controle de frequência fica a cargo da 
escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo 
sistema de ensino, exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento 
do total de horas letivas para aprovação; VII - cabe a cada instituição de ensino 
expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas 
ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.
Essa disposição de organização mostra o quanto a LDB/96 está voltada 
para o aluno, visto que suas regras trazem detalhes do cenário escolar que 
vão ao encontro da aprendizagem, sendo válido ressaltar o inciso V sobre 
seu rendimento, que na oportunidade prevalecem os aspectos qualitativos, 
com dinâmicas que estimulam o desenvolvimento e a análise comparativa 
do aluno com ele mesmo, num primeiro momento, e, com a turma, num 
outro, sempre procurando trazer a criança para o centro, assumindo uma 
posição ativa neste processo, tendo o gosto pela escola e sendo frequente. 
Um percurso construído retém muitos olhares atentos nos resultados 
internos, haja vista remeter à aprendizagem consolidada na avaliação 
formativa e diagnóstica, até porque no contexto educacional, o aluno 
participará em determinado momento das avaliações externas que verificam 
o desenvolvimento do ensino. Essas avaliações, também denominadas de 
sistêmicas ou de larga escala, compreendem inúmeros alunos e podem ser 
censitárias ou amostrais.
A LDB apresenta a organização da educação básica que atende às 
incumbências de outras instituições públicas, assim como o Caedufjf (Centro de 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de 
Fora), uma instituição que mensura os resultados das avaliações e avalia as redes 
ou os sistemas de ensino, indo além da sala de aula. Por isso, requer metodologia 
e instrumentos específicos de análise que possibilitem a manutenção da 
comparabilidade e confiabilidade dos resultados (CAED c2021). Como efeito 
dessa prática, a análise e, na sequência, o plano de ação intencionado a sanar 
as dificuldades que o aluno apresenta nesta avaliação, compõem o projeto 
interventivo para resolver o quadro de rendimento necessário.
 
Ademais, por ser um processo nacional, coloca todos os estudantes 
numa mesma condição e isso é válido porque há alunos, estudantes de 
escolas públicas, que gabaritam essas avaliações, assim como ou até melhor 
que alunos de escolas particulares, haja vista essas avaliações contemplarem 
questões que envolvem temas sociais para que o respondente demonstre 
a sua relação com os acontecimentos da sociedade brasileira e, ainda, 
sua relação com a leitura, suas habilidades de inferir, de relacionar e de 
argumentar dentro da competência da linguagem escrita e oral.
 
Nessa perspectiva de avaliação que a LDB/96 declara, cabe pensar na 
sua importância, já que ela está dentro de uma Lei (LDB) que é para todos. 
Ainda de acordo com o Portal CAED, as informações produzidas a partir de um 
sistema de avaliação têm papel importante nos rumos do sistema de ensino, 
além do cuidado na garantia da fidedignidade das informações oferecidas, é 
fundamental garantir a reflexão sobre esses resultados e constante melhoria 
na sua produção, seja pelo envolvimento crescente dos atores participantes 
do processo, seja pelo aprimoramento de métodos, instrumentos e logística 
de realização da avaliação (CAED, c2021).
Segundo a LDB, para garantir a qualidade do ensino ao aluno, é necessária 
a análise das práticas pedagógicas que são consumadas nos resultados das 
avaliações, portanto, elas são importantes porque oportunizam aos professores 
o conhecimento de suas práticas estampadas nos rendimentos dos alunos e, 
além disso, verifica em qual nível o aluno está em relação a ele mesmo e à 
turma, bem como o que falta conhecer, uma vez que as legislações orientam 
a educação de qualidade para todos (BRASIL, 1996). 
 
Ter este resultado mensurado faz a diferença no trabalho do professor, 
pois assim ele pode planejar outras formas de conduzir o ensino para acontecer 
a aprendizagem do aluno e fazer as intervenções cabíveis. A esse respeito, 
Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 83) explanam o poder do trabalho com 
gêneros para a leitura e a escrita, como empoderamento e liberdade de um 
povo: “uma sequência didática tem, precisamente, a finalidade de ajudar o 
aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever 
ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação”, 
habilidades que as avaliações têm contemplado em suas questões. 
 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Esses mesmos autores ainda consideram no trabalho com gênero o 
esquema 1 da sequência didática.
FIGURA 3 – ESQUEMA 1 – SEQUÊNCIA DIDÁTICA
O PIBID e o gênero discursivo memórias
34
Esquema 1 – Sequência didática
Fonte: Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 83)
Foi observado que os estudantes se envolveram nas ativi-
dades propostas com esse gênero discursivo, principalmente por 
ele ser significativo para eles, pois, segundo Freire (1998, p. 53),“é 
bem verdade que a educação não é a alavanca da transformação 
social, mas, sem ela, essa transformação não se dá”. As produções 
textuais produzidas pelos alunos ilustram o trabalho desenvolvido, 
comprovando que, tendo correspondido às expectativas propostas, 
o objetivo final do trabalho foi devidamente alcançado.
De acordo com a proposta veiculada nos materiais teóricos 
trabalhados junto aos discentes, a maioria das produções textuais 
desenvolvidas pelos alunos atendem aos critérios solicitados e são 
permeadas pelas marcas literárias intrínsecas ao gênero “memó-
rias”. Percebemos isso ao fazermos análises nas escolhas lexicais 
dos textos. Essas escolhas são comuns ao gênero e permitem ao 
leitor o reconhecimento da imagem retratada pelos autores do texto. 
Os textos que transmitem as características citadas estão 
inseridos na situação de produção final e foram ajustados con-
forme as necessidades gramaticais e semânticas. Acrescenta-se 
a isto, também, as análises textuais orais feitas durante as aulas 
com os próprios alunos. Tendo em vista a sequência didática 
proposta, avaliamos os resultados finais como bem sucedidos, 
uma vez que o trabalho foi desenvolvido conforme proposto 
por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e atingiu resultados 
satisfatórios tanto para o corpo docente quanto para o corpo 
discente envolvidos no processo.
FONTE: Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 83)
Ao examinar a Figura 3, pode-se verificar a relação que o esquema traz 
nesse tema que discute os marcos que compuseram a BNCC/2017 a partir 
da preocupação do professor e dos órgãos em pensar como a escola pode 
fazer sentido para o aluno no seu processo de aprendizagem, garantindo-lhe 
um rendimento real, construído com práticas que se entrelaçam entre os 
aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, objetivando a formação 
básica do cidadão, mediante “o desenvolvimento da capacidade de aprender, 
tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo” 
(BRASIL, 1996). 
Dessa forma, o esquema 1 traz o trabalho com a leitura e a escrita e 
ainda propõe que o conhecimento é circular, pois se desenvolve a partir da 
apresentação do tema feita pelo professor, permitindo ao aluno expressar-se 
em relação ao conteúdo e, assim, retomar, voltar ao início para processar o 
que está sendo feito, construindo uma aprendizagem solidificada e plena, 
conforme propõem os documentos legais escolares.
 
Levando em consideração todos os aspectos levantados a partir dos 
pressupostos da LDB/96, percebe-se que a educação para todos está além 
da escola, está em todos os lugares, apesar de se desenvolver principalmente 
em instituições próprias e acontecer por meio de diferentes situações e 
contextos. O seu Art. 2ºdispõe: “A educação, dever da família e do Estado, 
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, 
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 
1996), um poder conquistado para todos e que abrirá possibilidades para 
diferentes visões.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
FIGURA 4 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
BRASÍLIA - 2005
SENADO FEDERAL
SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES
SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS
Lei de Diretrizes
e Bases da
Educação Nacional
FONTE: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2021.
2.2 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Dentre os marcos que compuseram a BNCC, está o Conselho Nacional 
de Educação (CNE), instituído pela Lei nº 9.131, em 25 de novembro de 1995. 
Este documento foi formulado pela primeira vez em 1842, na Bahia, embora 
a ideia de ‘Conselho Superior de Ensino’ tenha sido aspirada em 1911. 
 
Portanto, esse período de 153 anos foi um percurso de amadurecimento 
para esse órgão colegiado integrante do Ministério da Educação, cuja 
finalidade é a colaboração na “formulação da Política Nacional de Educação, 
exercendo as atribuições normativas, assim como as deliberativas e também 
de assessoramento ao Ministro da Educação” (BRASIL, 2018). É o órgão de 
maior relevância dentro do sistema educacional brasileiro.
Sua formação se dá pelas Câmaras de Educação Básica, que têm como 
responsabilidade as avaliações da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, 
Ensino Médio, profissional e especial, bem como a deliberação das diretrizes 
curriculares advindas do Ministério da Educação e o acompanhamento do 
Plano Nacional de Educação, pela Câmara de Educação Superior, responsável, 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
a partir do Decreto nº 3.860/2001 e da Medida Provisória nº 2.216, pelos cursos 
de Direito e da área da saúde. Entretanto, atualmente, a Câmara da Educação 
Superior atende à aprovação dos Estatutos das Universidades e Centros 
Universitários. Cabe ainda ressaltar que cada Câmara é formada por doze 
conselheiros escolhidos pelo presidente da República, porém os secretários 
dessas duas Câmaras respondem diretamente pela função que desenvolvem.
 
Entre formulações e reformulações, o Conselho Nacional de Educação 
tem como missão “a busca democrática de alternativas e mecanismos 
institucionais que possibilitem, no âmbito de sua esfera de competência, 
assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e 
consolidação da educação nacional de qualidade” (BRASIL, 2018), revelando-
se como um aliado da educação ao assegurar à sociedade a participação na 
educação de qualidade. Isso tem um tom positivo, pois é mais um órgão a 
favor da qualidade sinalizando que algo precisa ser modificado e melhorado 
na educação.
 
Assim, no ano de 2010, conforme a BNCC, o CNE promulgou novas 
DCN, “ampliando e organizando o conceito de contextualização como a 
inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à 
diversidade cultural, resgatando e respeitando as várias manifestações de 
cada comunidade” (BRASIL, 2017, p. 11).
Com esta ampliação, a educação se estendeu a vários outros campos e 
chamou a atenção para a inclusão. Desde o ano de 1994, com a Declaração 
de Salamanca, ressalta-se que:
 
Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; aqueles 
com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, 
que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, 
capaz de satisfazer a tais necessidades; escolas regulares que possuam tal 
orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes 
discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma 
sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais 
escolas proveem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram 
a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema 
educacional (BRASIL, 1994, p. 1).
Há uma concepção de escola e de educação sendo proposta por essa 
legislação que vem traduzir a educação de qualidade para todos e ainda trazer 
orientações de como isso é possível. Logo, há uma pedagogia a ser explorada 
e cumprida por conta de uma situação que foi analisada, denunciando a falta 
de oportunidade para todos e a falta de qualidade na educação.
Nesse compêndio de estudos que marcam o contexto em que a Base 
Nacional Comum Curricular foi inspirada, há espaço para todos os agentes que 
compõem o cenário escolar, compreendendo professores, gestores, todos os 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
alunos e a comunidade extraescolar, pois a educação é para todos, assim como 
é considerada na política de igualdade, que expressa a “busca da equidade 
no acesso à educação, ao emprego, à saúde, ao meio ambiente saudável e 
outros benefícios sociais e no combate a todas as formas de preconceito e 
discriminação por motivo de raça, sexo, religião, cultura, condição econômica, 
aparência ou condição física” (BRASIL, 1998, p. 23). Por isso, ela precisa ser 
ressignificada no coletivo para que as diretrizes pedagógicas cheguem aos 
estudantes com os mesmos direitos de aprendizagem, a partir do lugar de 
inscrição de cada cidadão na posição sujeito-aluno.
Nessa consonância, o CNE reporta em seu fluxo processual ações que 
retratam suas responsabilidades quanto à educação básica e à educação 
superior (BRASIL, 2010). Tais ações são estudadas e investigadas pelos 
conselheiros, sua função “implica ser um intelectual da legislação da educação 
escolar para, em sua aplicação ponderada, garantir um direito da cidadania” 
(CURY, 2006, p. 42). 
Cury (2006, p. 42) ainda ressalta que “a autoridade derivada que lhe é 
imanente pela função não pode ignorar o que o ordenamento jurídico dispõe 
e nem se contentar com um amadorismo ou com um certo diletantismo”. 
Por isso, suas ações dispostas no quadro de fluxo refletem casos pensados 
e não, simplesmente, deliberados.
FIGURA 5 – FLUXO PROCESSUAL DO CNE
Fluxo Processual no âmbito do CNE
4
Parecer aprovado na
CEB ou CES com 
decisão de indeferimento
Distribuição de processo
(recurso)
Análise do processo pelo
relator
Encaminhamento da 
previsão de relato de 
pareceres na semana que
antecede a reunião
ordinária
Relato de pareceres, 
discussão/sugestões e 
votação (sessão pública) 
/ pedido de vista
Revisão dos pareceres
pela equipe de revisores
publicação da súmula dos 
pareceres no DOU
encaminhamento de 
processos com vistas à 
homologação de 
pareceres (GM/MEC)
- Trâmite interno no 
MEC
GM/MEC publica
despacho de homologação
e portaria (quando for o 
caso) OU devolve o 
processo ao CNE para 
reexame
 Fluxograma – Conselho Pleno
FONTE: <https://bit.ly/3hxi4PL>. Acesso em: 16 mar. 2021.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Observando o fluxograma, percebem-se ações concentradas em 
processos de pareceres para agilizarem uma solicitação, ou necessidade e 
isto é uma prática a ser considerada neste cenário, que preza pelo acesso 
e também pela qualidade, por isso, tudo precisa ser bem planejado e 
sistematizado.
 
De todas as acepções vislumbradas acerca do Conselho Nacional de 
Educação, é notório o quanto ele busca pelo bem comum com planejamento, 
organização e muita análise, visto que em suas atribuições cabem “formular e 
avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino, velar 
pelo cumprimento da legislação educacional e assegurar a participação da 
sociedade no aprimoramento da educação brasileira” (BRASIL, 2018). 
Assim, o CNE é o responsável pelas atribuições conferidas pela Lei nº 
9.131/95, emitindo pareceres e decidindo privativa e autonomamente sobre os 
assuntosque lhe são pertinentes, cabendo, no caso de decisões das Câmaras, 
recurso ao Conselho Pleno. Faz-se necessário pensar que os pareceres e 
resoluções precisam estar compatíveis com as legislações e em decorrência 
delas, ademais voltados à Constituição, que lhes dá o fundamento maior de 
validade (CURY, 2006).
 
Conhecer o CNE é conhecer de onde vem as deliberações no âmbito 
educacional, pois ele é um órgão público que garante o direito constitucional 
da cidadania.
2.3 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Dando sequência aos marcos que sinalizaram a elaboração da Base 
Nacional Comum Curricular, será apresentado o Plano Nacional de Educação 
(PNE), que foi aprovado e sancionado pela Lei n° 13.005/2014, em 25 de 
junho de 2014, com vigência por 10 (dez) anos. Ele é organizado com vinte 
metas para serem cumpridas, para isso, a cada dois anos, o INEP (Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) aferir-se-á a 
evolução das metas estabelecidas.
Para conhecer as metas do Plano Nacional de Educação (2014), 
acesse: https://bit.ly/35zZX5V.
O Art. 2º, da PNE, para sinalizar de onde todo o trabalho será conduzido, 
dispõe:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção 
da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores 
morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação 
como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento 
às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - valorização dos(as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade 
e à sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2014).
Considerando essas diretrizes, o inciso IV vem fortalecer o que a CF/1988 
e a LDB/96 estabelecem quanto à “melhoria da qualidade da educação” 
(BRASIL, 2014), isto propõe um diálogo entre tais legislações, além de 
denunciar que mesmo com um intervalo temporal entre elas, parece que 
algumas acepções demonstram-se irredutíveis, sendo necessário restabelecer 
algo já estabelecido.
 
O inciso VI (BRASIL, 2014), que apresenta a “promoção do princípio 
da gestão democrática da educação pública” como diretriz, abre espaço 
para pensar no significado de gestão que está em circulação nos espaços 
educacionais. 
De acordo com Lück (2006, p. 17), “o conceito de gestão democrática 
envolve, além dos professores e funcionários, os pais, os alunos e qualquer 
outro representante da comunidade que esteja interessado na melhoria do 
processo pedagógico”, haja vista a cumplicidade que todos devem assumir 
para o bem maior, que é a educação com qualidade. Isto é algo para não 
se afrouxar, mas, sim, conquistar, diariamente, no coletivo com ações que 
encadearão todo um processo de aprendizagem e de desenvolvimento.
A LDB 9.394/96 propõe no seu Art. 14 que “os sistemas de ensino definirão 
as normas da gestão democrática de ensino público na educação básica, de 
acordo com as suas peculiaridades” (BRASIL, 1996). Disso compreende-se 
que a gestão é para ser definida em conformidade com as especificidades 
de cada instituição, justamente porque dessa forma há propósitos para o 
funcionamento dessa legislação.
 
Nesse processo entre propostas e avaliação, o PNE dispõe em seu Art. 
1º e inciso I que no máximo a cada dois anos o sistema de avaliação faz um 
trabalho sobre o rendimento escolar:
I - indicadores de rendimento escolar, referentes ao desempenho dos(as) 
estudantes apurado em exames nacionais de avaliação, com participação de 
pelo menos 80% (oitenta por cento) dos(as) alunos(as) de cada ano escolar 
periodicamente avaliado em cada escola, e aos dados pertinentes apurados 
pelo censo escolar da educação básica (BRASIL, 2014).
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Essas constatações anunciam um resultado pautado em números e 
gráficos como base das ações a serem desenvolvidas para que a educação 
vença as 20 (vinte) metas que este Plano estabelece. De acordo com a BNCC, 
o PNE reitera a necessidade de:
 
Estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa [União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios], diretrizes pedagógicas para a educação 
básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos 
de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do 
Ensino Fundamental e Médio, respeitadas as diversidades regional, estadual 
e local (BRASIL, 2017, p. 12).
Vale ressaltar que a proposta é justamente para atender aos alunos, 
trazê-los para a margem de acertos nas avaliações, aumentar seu nível 
de compreensão, emponderá-los neste cenário de busca e conquistas. 
É necessário partir para planos de aula com as práticas de intervenção 
que mudam a realidade do baixo desenvolvimento, com uma proposta de 
estabelecer metas e ações para saber aonde quer chegar e, ainda, onde 
precisa chegar. Todas as pessoas têm potencial para aprender, mas com 
estratégias diferentes, em tempos também diferenciados, mas para isso, 
todas as esferas precisam alinhar suas ações, haja vista as formulações que 
as Políticas Públicas apresentam em seus documentos.
 
Isso leva a pensar sobre o PNE que, de acordo com Gomes (2017, p. 14), 
“foi concebido como instrumento articulador dos diferentes agentes e esferas 
federativas, com o objetivo de orientar suas ações e evitar a descontinuidade 
administrativa”, sendo mais um recurso a favor da educação.
 
A partir desses compêndios que trouxeram várias compreensões sobre o 
ser humano, seu desenvolvimento e direitos incorporados, vê-se a construção da 
BNCC como ferramenta sólida, palpável, aplicável e com direcionamento, que 
figurará no desenvolvimento da aprendizagem do aluno e do ensino brasileiro.
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Conforme pôde ser observado, esse estudo que apresentou os marcos 
legais que compuseram a formulação da Base Nacional Comum Curricular, 
em 2017, abriu espaço para vários conhecimentos, que dentro do cenário 
escolar fazem muita diferença, permitindo muitos olhares que condensam 
na educação de qualidade como direito de todos os cidadãos, independente 
de sua classe social, gênero, raça e etnia. 
 
Neste propósito, a Constituição Federal de 1988 foi a pioneira ao trazer 
a necessidade da educação para todos como lei a ser cumprida, conforme 
pode constatar-se no seu Art. 205: “A educação, direito de todos e dever 
do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Portanto, 
ao ser direito não há como negar a proposta de ensino de qualidade como 
responsabilidade de todos, principalmente dos órgãos públicos e instituições 
escolares e, por isso, outros documentos vieram defender e reforçar os artigos 
e incisos libertadores da Constituição.
 
Assim, com o objetivo de compreender o funcionamento da construção 
da BNCC, foi necessário percorrer pela LDB 9.394/96, outro marco que 
sinalizou o significado de educação impresso em seu Art. 22, ao definir que: 
“A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe 
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-
lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Dessa forma, 
compreende-se que a formação é essencial porque conduz o cidadão tanto 
na sua individualidade quanto no coletivo, preparando-o numa totalidade. Ter 
esse documento que defendee apropria-se do que é essencial ao homem 
é o mesmo que ter alguém caminhando à frente, mas alguns passos devem 
ser dados a partir de cada lugar em que a pessoa está inscrita.
 
Ao trazer o CNE referenciado na BNCC/2017, percebe-se a educação em 
sua forma contextualizada, abarcando a inclusão e o respeito às diferenças. 
Dessa forma, o Plano Nacional de Educação/2014 assevera em seu Art. 2º as 
diretrizes que deverão liderar as estratégias e procedimentos educacionais 
num contexto que visem à educação de qualidade para todos.
 
Diante de toda a trajetória feita, observa-se o poder que a unidade 
entre as instituições ‘escola e família’ tem a partir das políticas públicas que 
trabalham com as legislações para atender ao aluno em sua individualidade 
e totalidade, rumando-se às habilidades e competências como práticas 
libertadoras. 
Essas acepções que você acompanhou foram construindo o formato que 
a BNCC tem, trazendo o norte para atender a todos os alunos da Educação 
Básica, conforme suas individualidades e potencialidades. 
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Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao. 
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tps://bit.ly/3dElQFW. Acesso em: 1º jun. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. 
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 
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BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de 
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BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes 
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bit.ly/36jXOfb. Acesso em: 15 mar. 2021.
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