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O diagnóstico em periodontia é guiado por determinados métodos tais como análise de inflamação gengival por sinais clinicos e sangramento à sondagem, bem como análise de destruição dos tecidos periodontais. Na inflamação gengival podemos apontar os sinais clinicos de inflamação, como o tumor, calor, rubor, dor e perd a da função. Mas todos esses sinais e sintomas são subjetivos, visto que depende de vários fatores. O sangramento a sondagem reflete alterações no tecido gengival, é aplicavel mesmo em areas sem ace sso visual, depende do tipo de sonda e condições de sondagem, mas há pouca probabilidade de áreas sangrantes preverem uma doença periodontal, não revela muita coisa além de uma inflamação. Sobre a destruição dos tecidos periodontais, a sondagem pode diagnosticar a presença e severidade de destruição (PS e NI), mo stra a atividade passada da D.P; não indica atividade da DP, no presente ou no futuro, mostrando o que a doença ja destruiu. Essa, porém, não pode detectar com precisão o limite apical da bolsa. A sond agem depende do tipo da sonda, da força e angulação da sondagem, das condições teciduais - sondas eletronicas melhoram a condição de sondagem. Uma melhor maneira de estudar a destruição dos tecidos periodontais é o diagnóstico por imagem radiografica. O diagnóstico po r imagem fará uso de radiografias convencionais, absortiometria I125, radionucleotideos, subtração radiografica, densitometria e xero-radiografia e tomografia e radiografia panoramica. Desses todos, o metodo mais simples e utilizado no dia -a-dia para diagnóstico é a radiografia convencional. Por isso é de extrema importancia saber observar os minimos sinais de perdas ósseas e lesão por rad iografia, sendo esta tomada da maneira mais limpa e precisa. A tomografia permite cortes dos maxilares em varios sentidos. A radiografia permite uma visão geral de todas as estruturas, mas não permit e o diagnótico de doença periodontal incipiente, não nos permitindo os detalhes do diagnostico precoce. Não permite o planejamento periodontal adequado e é util no planejamento de implantes. Subtração radiográfica É um método que utiliza de duas radiografias padronizadas, mas de tempos diferentes, que são digitalizadas em computador que executa a subtração das imagens, podendo compará -las. É um método muito sensivel, capaz de identificar mudanças da ordem de 5% da massa óssea Densitometria Imagem radiografica digitalizada em computador, para análise comparativa de perda óssea. Radiografia convencional Suas limitações em diagnóstico envolvem a omissão de bolsas periodontais, não pode distinguir o caso antes e após o tratamento, não mostra a morfologia do defeito, não mostra estruturas do lado V e L ou P. Não mostra relação boa de tecido mole e duro, não indica mobilidade e mostra uma ocorrencia passada, não reflete o presente e não preve perdas futuras e mostra uma imagem menor que o defeito real. Além disso, não mostra defeitos pequenos (necessário envolvimento de 30% de massa óssea e 4mm de perda de inserção). Como as mudanças do nivel de inserção precedem a imagem radiográfica, essa imagem é vista na fase de quiescencia; como a destruição óssea progride pelo osso medular (menor resistencia), se a cortical não foi afetada a radiografia nada mostra. Assim, podemos ver que a radiografia, isoladamente, não oferece provas conclusivas. Apesar disso, as radiografias convencionais apresentam beneficios para periodontia. Esses podem envolver a observação do septo ósseo interdental ou interradicular, investigação dos sinais clinicos de inflamação (confirmar ou sugerir exame clinico mais apurado). Além disso, permite exame do osso alveolar (cortical e medular) e do espaço do ligamento periodontal e estudo da relação coroa -raiz (coroa clinica para a periodontia é da ponta de cuspide/incisal, até o nivel ósseo, onde se estabelece divisão entre braço de potencia e resistencia; coroa clinica aparente é da ponta de cuspide à margem gengival). A radiografia convencional para a periodontia poderá também ser utilizda para detecção de cálculos e avaliação de restaurações e próteses, detecção de iatrogenias, avaliação de contorno radicular, verificação de numero, forma e distancia entre raizes e verificar areas de furca. Avaliação da composição do fluido gengival Outra maneira de diagnosticar a condição gengival é pelo fluido formado da permeabilidade dos vasos do sulco. Placa bacteriana Analise quantitativa - não dá informação sobre os estado de saude periodontal, visto que o volume de placa nem sempre acarreta doença periodontal em mesma proporção Mostra o grau de cooperação do paciente - nivel de higiene; é extremamente importante motivar o paciente a cuidar da higiene Caracteristicas de uma boa imagem radiografica Ótimo detalhe nitidez de reprodução do objeto, dependente de diversos fatores tais quais os geométricos, de movimento, de caracteristicas do filme, formação de véu ou uso de ecrans intensificadores. Os fatores geométricos envolvem a posição e distancia do feixe e filme radiográfico que podem invluenciar no tamanho e nitidez do elemento radiografado, podeno alongar ou encurtar o objeto caso a inclinação seja incorreta. Densidade media A densidade referece ao grau de escurecimento do filme - densidade deve ser média. Depende da m.a, tempo de exposição, distancia de foco-filme, Kv e natureza e espessura do objeto. Constraste adequado É a variedade e diferenciação dos tons de cinza, mostrando imagens de pouco contraste com todas os tons de cinza muito proximos e sem diferenciação de radiopacidade das estruturas, sendo necessário produzir um contraste adequado, onde cada porção possui um tom diferente. O meio radiografico não é o unico meio de diagnóstico, contudo é um dos mais preciosos para detectar a enfermidade periodontal e qualquer desvio do normal pode ser notado. Técnicas radiograficas em periodontia Periapical de bissetriz Feixe de raioX incide perpendicular à bissetriz formada no angulo entre o dente e ofilme. O numero ideal de radiografias será de 14 a 16, uma para cada região e grupos de dentes. A posição da cabeça do paciente deve ser em plano de camper na horizontal para radiografias de maxila, e com linha tragus - comisssura labial na horizontal para radiografias na mandibula. A posição do filme deve ser junto aos tecidos, ultrapassando 3-5mm da borda oclusal. A manutenção do filme deve ser feita com o polegar da mão oposta para maxila e indicador da mão oposta para mandibula. A angulação de incidencia do raioX, de ordem horizontal deve ser paralelo as faces oclusais, e verticais depende da posição dos dentes, altura da abobada palatina e assoalho de boca. Os angulos para maxila são positivos, aumentando seu angulo quando sai de dentes posteriores para anteriores, bem como o angulo negativo de mandibula aumenta quando sai da posterior para anterior Periapical de paralelismo O filme é colocado paralelo ao dente e o feixe de raio x incide perpendicular a ambos. A manutenção do filme paralelo ao dente é feito com um dispositivo de Rhin que é imobilizado pela mordida do paciente. Não é necessário pontos de orientação de raioX, basta centralizar o cilindro do aparelho de raioX no halo do dispositivo. Tecido ósseo de suporte (osso trabeculado) Analisar a densidade pela variação das trabéculas e espaços medulares. A densidade pode ser modificada pela exigencia funcional periodontal ou ligado a fatores sistemicos ou processos patológicos periodontais - maior radiopacidade ou maior radiolucencia. O aumento da densidade é considerado uma hiperfunção, gerando uma adaptação fisiológica (teremos colapso caso os limites sejam ultrapassados), com aumento da espessura das trabéculas. Em caso de hipofunção, os espaços medulares ficam menos densos e mais finos. Superficie radicular Deve ser uniforme (regular) e investigar possivel anquilose ou reabsorção. Forma numero e espaço entre raizes Esses critérios podem dificultar ou facilitar nossa intervenção. Inclui a analisedo suporte osseo, disposição, proximidade e extensão do tronco radicular. Análise de áreas de furca Investigar se há areas radiolucidas e ausencia de lamina dura. Em molares superiores a lesão na vestibular pode ser mascarada pela superposição da raiz palatina e nas proximais pelas raizes vestibulares. Em molares inferiores a lesão pode ser mascarada pela superposição da linha obliqua externa. A sondagem irá determinar a profundidade e extensão da lesão em furca. A lesão em classe II é bem variavel, sendo todo numero entre a classe dois e o tunel de lado a lado da furca. Fraturas Identificação do tipo e do nível Cáries, calculos, restaurações, margens e proteses E suas influencias e periodonto Forame mentoniano (mentual) Extensão do seio maxilar Linha obliqua externa - sua remoção pode criar um defeito Canal mandibular - cuidado para não perfurá-lo no implante Lesões periapicais Defeitos periodontais Além de identificar esses defeitos, é necessário realizar uma boa descrição e classificação dessas. Pela aparencia radiográfica associada à sondagem, deve-se imaginar tridimensionalmente a forma do defeito. Caracterizar o defeito em função das paredes ósseas remanescentes: perdas verticais - perda de 1, 2, 3 paredes e defeitos circuunferenciais. O defeito de 2 paredes que estejam apenas na vestibular e lingual formará uma cratera óssea. A perda óssea é horizontal quando a cortical óssea é fina - defeitos ósseos verticais em hemi-septo formam uma pequena parede tangenciando um dente, sendo denominado um defeito pobre. Defeitos ósseos de 2 paredes que possuem um vale de dente a dente. Ao observar em radiografia podem surgir duvidas quanto ao tipo de defeito. Para isso, podemos perfurar com uma agulha após a anestesia, tateando e percebendo a presença e falta de paredes. Defeitos de 3 paredes são de prognóstico muito melhor, considerado um bom nicho para regeneração periodontal. O defeito circunferencial circunda mais de uma face da raiz. As lesões de furca de caracterização horizontal (classes 1,2,3 e 4) e no sentido vertical (A, B e C); necessidade absoluta da associação com sondagem clínica. A identificação do tipo de defeito ósseo é fundamental para o planejamento: a técnica cirurgica escolhida em função da sequela deixada pela foença periodontal - adoção de técnica ressectivas, conservadoras ou regenerativas. A lesão é definida em classe 1 quando a sonda entra e prende na área de furca, avançando em classes conforme profundidade (classe 1 até 3mm), sendo classe três apenas quando atravessar para o outro lado. Nesses casos, a radiografia é um metodo auxiliar que só é confirmado pela sondagem da furca. Lesões de furca de origem endodontica estão localizadas bem abaixo do dente, circundado de osso, não podendo ser sondado por fora. Muitas vezes o problema na furca é de origem endodontico e não necessariamente periodontal. Interpretação radiográfica em Periodontia quinta-feira, 5 de março de 2020 14:05 Periodontia I Page 1 halo do dispositivo. Neste, o feixe central do raiox é menor divergente - menor ampliação das imagens, portanto imagens mais fieis, tendo facilidade na obranção do angulo vertical Interproximal Tomada com o filme na horizontal ou vertical, permite uma análise adequada da região marginal do periodonto e a qualidade de imagem é semelhante ao paralelismo. A qualidade imagem para diagnostico sobre areas marginais é a mesma da paralelismo. Conclusão O comprimentodos dentes é reproduzido radiograficamente sem diferenças clincicas significantes por ambas as tecnicas periapicais. A relação cristaóssea-junção amelocementaria é reproduzida com maior precisão pela técnica do paralelismo. A tecnica do paralelismo reproduz as caracteristicas estudasdcom maior precisão não sendo necessário a associação com a técnica interproximal, quando se considera o diagnóstico, prognóstico e plano de tratamento. Estruturas de interesse na análise radiográfica periodontal Cortical alveolar (lamina dura) Deve ser continua, revestindo todo o alveolo e as cristas ósseas inter-proximais e interradiculares Ausencia de lamina dura indica presença de lesão; exceto em casos de ortodontia e hipofunção absoluta. Podemos observar aumento de calcificação de cortical por mecanismo de adaptação, como uma hiperfunção da estrutura; a ausencia de função pode reduzir a espessura de lamina dura (quiescencia). Sua espessura pode variar dependendo da exigencia funcional do periodonto e pode-se visualizar 2 laminas duras de cada lado em casos de dentes com raízes oitoides. Se o dente recebe mais força do que seu periodonto permite, tende-se ao colapso, havendo perda periodontal A melhor visualização do osso é devido ao tangenciamento de feixes de raioX Espaço do ligamento periodontal Zona radiolucida continua circundando a superficie radicular. Sua espessura tem relação com a exigencia funcional periodontal. Uma espessura demasiada caracteriza uma alteração patologia. Dentes oitoides podem apresentar 2 espaços. Sua ausencia caracteriza uma anquilose. O trauma oclusal não aparenta a destruição externamente com bolsas ou inflamações, mas mostra a reabsorção ocorrendo internamente. Crista óssea alveolar A forma da crista óssea será determinada pela posição e niveis de junção amelo -cementária - se passarmos uma linha entre as junções amelo-cementárias de dentes adjacentes, a superficie da crista será paralela a essa linha, podendo ser inclinada dependendo da diferença entre os dentes e tempos de erupção. O topo da crista, na normalidade, deve ser sempre paralelo a uma linha imaginaria que passa pela junção amelo-cementária dos dentes adjacentes. O topo da crista, na normalidade deve estar distante 1 a 2 mm da JAC. Caso tenhamos paralelismo, mas não tenha a distancia minima de 1mm, consideramos uma perda óssea. Resumo 4 (Halls) - INTERPRETAÇÃO RADIOGRÁFICA EM ... Periodontia I Page 2 Periodontia I Page 3 Periodontia I Page 4 Periodontia I Page 5 Periodontia I Page 6 Periodontia I Page 7 Periodontia I Page 8 Periodontia I Page 9 Periodontia I Page 10 Periodontia I Page 11 Periodontia I Page 12 Periodontia I Page 13 Periodontia I Page 14 Periodontia I Page 15 Periodontia I Page 16 Periodontia I Page 17 O tratamento periodontal engloba duas categorias em relação ao tratamento: terapias cirurgicas e terapias não cirurgicas. De forma geral, os objetivos a serem alcançados serão a eliminação de inflamação e infecção, formando um periodonto compativel com a saude. Além disso, buscamos a eliminação da bolsa periodontal (terapias cirurgicas e não cirurgicas relacionadas a sua eliminação ou redução); restauração da resistencia mecanica e da função (compativel com a saude); recobrimento de raízes; preparo para atuação de outras especialidades odontologicas (adequação do meio bucal para uma exodontia, protese ou até uma outra cirurgia periodontal; cirurgias pré-protéticas); reestabelecimento da estética; propiciar condições para manutenção da bolsa periodontal e prevenção e manutenção. Quais os parametros utilizados para avaliar o sucesso do tratamento periodontal? Índice de placa ☺ Dá uma ideia do controle de placa do paciente, seus habitos de higiene para saude periodontal Profundidade de sondagem (PS)☺ Inflamação dos tecidos periodontais☺ Niveis clinicos de inserção☺ Avaliaçao radiográfica do osso alveolar☺ Plano de tratamento Exame e avaliação 1. Diagnóstico 2. Preparo inicial Terapia cirurgica 3. Reavaliação Terapia de manutenção (terapia periodontal de suporte4. Manter ou eliminar a bolsa? Há momentos que devemos escolher entre manter ou eliminar a bolsa. Para tal, há duas filosofias: Filosofia escandinava - há condições de manter a bolsa ! Há condições de obter melhores resultados pois o governo subsidia o tratamento, de maneira que consegue manterfrequencia do paciente para manutenção dessa bolsa. Filosofia americana - não há condições para mante-la, procederemos à eliminação cirurgica dela (e te cobrar muito caro pois não há plano de saude rs) Financeiramente, a frequencia para consultas de manutenção depende de um gasto muito elevado, sendo preferível optar por terapias cirurgicas. Distancias biológicas Essas distancias são denominadas em ingles "Supracrestal Tissue Attachment", como uma nova denominação para o tecido, sem uma tradução oficial para o portugues. Respeitar e manter essas distancias, podemos permitir a boa homeostasia do periodonto, mantendo um sulco gengival raso e estreito. Quando temos um aprofundamento deste, temos a formação de bolsas (gengivais e periodontais, onde há migração de epitelio gengival e reabsorção óssea). A manutenção da bolsa Pode ser realizada pela raspagem, cujo os objetivos serão: Assegurar superficies radiculares biologicamente aceitáveis✓ Reduzir inflamação✓ Reduzir profundidade de sondagem✓ Facilitar procedimentos de higiene bucal✓ Melhorar e manter niveis de inserção✓ Preparar os tecidos para procedimentos cirurgicos✓ As limitações da terapia não cirurgica estão na propria técnica de raspagem, bem como: Anatomia das raízes✓ Profundidade de bolsas ✓ Posição dos dentes✓ Instrumentos de diagnóstico inadequados✓ Área da boca a ser tratada✓ Grau de abertura bucal✓ Habilidade do operador✓ A eliminação da bolsa Fundamentação biológica A elminação da bolsa leva ao aumento de coroa clínica aparente , com resultados antiestéticos. Contudo a doença periodontal em si só ja é antiestética. Recuperação das distancias biológicas favorece procedimentos de higiene oral. Fator critico no controle do biofilme. Sulcos gengivais profundos --> nichos de proliferação bacteriana. Preservando estado de inflamação cronica: risco de agudização, podendo levar à reabsorção óssea. Medicina periodontal: risco potencial de relação com doenças sistemicas, por conta da facilidade de penetração de MO em niveis sistemicos - diabetes e periodontite, relação consolidada na literatura. Objetivos das Cirurgias Periodontais quinta-feira, 12 de março de 2020 14:04 Periodontia I Page 18 70% dos problemas periodontais são causadas pela perda óssea progressiva1. Bacteremia2. Alterações circulatórias e degenerativas nos tecidos - propensão ao desenvolvimento de processos agudos como abcesso e GU (gengivite ulcerativa - antiga GUNA) 3. Cáries radiculares 4. Modificação do paladar e dos hábitos alimentares5. Irritação do trato gastrointestinal6. Reestabelecimento da integridade fisiológica de sulco gengival7. Restituir a capacidade regenerativa do LP8. Por que eliminar a bolsa ? Objetivos gerais Terapia cirurgica periodontal Obtenção da "nova inserção" - almejado, mas não há como saber se houve nova inserção sem realizar uma biopsia✓ Acesso à raiz para raspagem✓ Obtenção de contorno marginal compatível com a manutenção✓ Restabelecer distancias biológicas ✓ Restabelecer arquitetura óssea ✓ Manutenção da quantidade de mucosa ceratinizada✓ Procedimentos ressectivos - gengivoplastias e gengivectomia; retalho posicionado apicalmente com ou sem osteotomia✓ Procedimentos regenerativos - regeneração tecidual guiada e exertos ósseos✓ Procedimentos para manutenção da bolsa✓ Cirurgias plásticas periodontais ✓ Temos diferentes tipos de procedimentos na cirurgia periodontal... Procedimentos ressectivos Gengivoplastia e gengivectomia Gengivectomia - excisão da gengiva; remoção da parede doente da bolsa Gengivoplastia - similar à anterior, entretanto seu propósito é recontornar a gengiva na ausencia de bolsas. Indicações Aumento gengival (bolsas falsas)1. Tecido gengival naturalmente espessado2. Alterações na anatomia gengival3. Gengivoplastia Presença de bolsa verdadeira supra-óssea rasa1. Presença de arquitetura ossea remanescente preservada2. Quantidade adequada de MC3. Análise de condição estética4. Gengivectomia Retalho posicionado apicalmente O retalho é movido apicalmente ao ser cortado, combinando com uma osteotomia, dando uma composição mais fisiológica para o tecido ósseo Indicações Eliminação de bolsas rasas e, eventualmente moderadas Promover aumento de coroa clinica por motivos protéticos Recuperar os espaço das distancias biológicas Procedimentos regenerativos A regeneração é a reprodução ou reconstituição de uma parte perdida ou afetada, de tal forma que a arquitetura e a função dos tecidos dessa área sejam completamente recuperadas Regeneração periodontal - um desafio clínico Formação de novo osso, novo cemento e novo ligamento periodontal Completa restauração da estrutura e função do tecido periodontal destruido Melcher (1976) Compartimentalização do periodonto: 4 comparitmentos. Tem uma sequencia de formação correta para formar um tecido completamente regenerado. Se o epitelio migrar primeiro ao defeito, impede a proliferação das celulas do LP - EJ longo; se o conjuntivo gengival iniciar, as fibras orientadas paralelamente à raiz fara com que ocorra remodelamento do osso alveolar sem inserção ao cemento. As células do epitelio são as primerias, seguidas do conjuntivo, ligamento periodontal e celulas ósseas como as mais lentas. Temos que fazer com que as celulas do LP sejam as primeiras a chegar, confeccionando barreiras para permitir que o LP e osso cheguem ao defeito primeiro, impedindo a formação precoce de epitelio e conjuntivo. Essa é denominada a regeneração tecidual óssea guiada, iniciada em um estudo conduzido por Gottlow em 1984, que em macacos usou um tipo de membrana para criar espaço para as celulas do LP e barrar as células do EJ: formaçao de novo cemento com inserção de fibras colágenas. O uso da membrana pode ser combinado com enxerto ósseo, biomateriais e biomodificadores radiculares. Enxertos ósseos Realizada para facilitar e promover a cicatrização dos tecidos ósseos Periodontia I Page 19 Realizada para facilitar e promover a cicatrização dos tecidos ósseos Enxertos autógenos são tecidos transferidos de um sitio a outro no mesmo individuo✓ Enxertos alógenos são feitos de tecido transferido de um individuo a outro na mesma espécie (transferidos a partir de bancos de óssos)✓ Xenógenos - tecido transferido de uma espécie para outra✓ Aloplástico - enxerto sintético ou corpo estranho inerte implantado no tecido✓ Este será conduzido por fatores de osteogenese (células vitais presentes no enxerto são capazes de formar novo osso), osteoindução (induz a formação óssea) e ósteocondução (servem de arcabouço). Biomodificação radicular Alteração da superficie radicular afetada pela periodontite visando formação de nova inserção de tecido conjuntivo A alteração pode ser por aplicação ácida e desmineralização de sua superficie Remoção de smear layer✓ Descontaminação de superficie✓ Exposição de fibras colagenas, adesão, coagulo e migração de fibroblastos✓ Liberação de fatores atuam na reparação de tecidos periodontais✓ Criação de substrato que privilegie seleção de celulas para eventos de reparação✓ Beneficios da desmineralização radicular Cirurgias regenerativas Defeitos infra-ósseos ou verticais - sulco na cervical palatina que desce à raiz, dividindo-a em duas ✓ Lesões de furca (classe II)✓ Indicações clinicas Procedimentos para manutenção da bolsa Retalho de Widman Modificado Ramfjord e Nissle Tipo especifico de retalho para procedimento de desbridamento Objetivo: adaptar intimamente os tecidos saudáveis às superficies saudáveis Raspagem gengival em campo aberto✓ Cirurgias exploratórias✓ Bolsas supra-ósseas veradeiras com mais de 5mm em áreas onde a estética é preponderante✓ Pouca alteração de arquitetura óssea✓ Indicações Cirurgias plásticas periodontais Recobrimento radicular Recessão radicular - exposição da raiz por reecessão gengival Estética ✓ Sensibilidade e prevenção de abrasão ou cáries✓ Regularização do contorno morfológico da margem dando condições mais propicias para higiene bucal✓ Indicação Criação de faixa deMucosa Ceratinizada Importante à manutenção da saúde periodontal, sendo esta definida como uma outra distancia biológica, como sua importancia na homeostasia de periodonto. A quantidade é influenciada pelos fenotipos periodontais. A faixa ideal de MC é em torno de 2mm de MC e 1mm de gengiva inserida são desejaveis ao redor dos dentes para manutenção da sa´ude periodontal (baixo nível de evidencia - importante é a avaliação do local, dependendo do controle de placa). Uma faixa estreita de gengiva não pode, por si só justificar a intervenção cirurgica A quantidade de mucosa ceratinizada depende da necessidade do local (se não há inflamação e é bem higienizada, não é necessária a intervenção) Só se deve fazer aumento da faixa de mucosa ceratinizada se houver evidencias visiveis de problemas decorrentes da sua falta. Enxertos de epitélio podem favorecer a funçao, mas podem atrapalhar em estética. Aumento de rebordo Faz-se aumento do rebordo para que ocorra condições de condicionamento gengival para aplicação de uma PPF Reconstrução de papila Faz-se uma inserção de conjuntivo para aumentar papilas e eliminar black spaces Para decidir entre os tipo de tratamento, depende do caso em questao, avaliando o comprometimento de estética e função, bem como a profundidade de sondagem. A redução de profundidade de sondagem é o objetivo principal da terapia periodontal - tratamento cirurgico é o de eleição para bolsas moderadas e profundas. Terapia periodontal não cirurgica apresenta mais beneficios em bolsas rasas Eliminação das bolsas resulta em sulco raso - facil manutenção pelo proprio paciente Escolha de tratamento: efeitos adversos, desejo do paciente, sensibilidade radicular e estética. Periodontia I Page 20 Resumo 5 (Halls) - OBJETIVOS DAS CIRURGIAS PERIODO... Periodontia I Page 21 Periodontia I Page 22 Periodontia I Page 23 Periodontia I Page 24 Periodontia I Page 25 Periodontia I Page 26 Periodontia I Page 27 Periodontia I Page 28 Periodontia I Page 29 Periodontia I Page 30 A terapia de suporte periodontal é a extensão do tratamento periodontal no qual são realizados procedimentos direcionados para a preservação de saúde intrabucal dos pacientes em intervalos pré-estabelecidos, incluindo exame, avaliação dos hábitos de higiene bucal, raspagem e alisamento radicular, remoção de placa e calculo supra e subgengival e polimento dos dentes . O controle do paciente é necessário para revisão das estruturas periodontais para aplicar os reparos e prevenções necessárias. A fase ativa do tratamento é a raspagem e tratamento cirurgico - problema resolvido com menor PS e maior inserção, sem sangramento e sem placa, sem bolsa e dentição estavel. O mais revelante a ser notado em revisão é o acumulo de biofilme, sendo necessário o controle e manutenção. A terapia é recomendada para minimizar a recorrencia de cáries e doença periodontal. Pacientes que voltam para as visitas de manutenção tendem a preservar a dentição natural por mais tempo (Compliance - grau de cooperação do paciente). Portanto, a terapia de suporte está na quinta fase: a fase de manutenção, que poderá retornar à reavaliação, onde decide-se se entra em fase cirurgica (fase II) ou à fase restauradora - que indica o paciente para a terapia de manutenção. Minimizar a recorrencia e progressão de doença periodontal em pacientes tratados1. Prevenir a perda de implantes instalado e clinicamente instaveis2. Reduzir a incidencia de perda dentária por acompanhar a dentição e restaurações protéticasem substituição aos dentes naturais3. Aumentar a probabilidade de localizar e tratar, em intervalos de tempo conhecidos, outra doenças encontradas na cavidade bucal4. Objetivos terapeuticos Preservação continua da saúde gengival e periodontal obtida por tratamento periodontal ativo1. Possibilitar o controle de placa pelo paciente2. Prevenção da instalação de gengivite, da progressão de gengivite para periodontite e preservação dos resultados obtidos após o tratamento3. Prevenção de doenças sistemicas - relação bidirecional entre doenças bucais e doenças sistemicas como o diabetes4. Prevenir a perda de implantes odontológicos5. Reduzir a perda dentária - reavaliando condição periodontal e investigar os problemas em relação ao dente, como fraturas, cáries e reabsorções.6. Objetivos especificos A gengivite, após anamnese e verificação de PS, sangramento à sondagem e nivel de inserção e Rx, verificamos que a saúde estáem SS <10%, gengivite localizada em SS entre 10 e 30% e gengivite generalizada com Sangramento em sondagem maior de 30%. O periodonto intacto nao tem bolsas nem perda de inserção ou perda óssea, enquanto periodonto reduzido não possuem bolsas maiores ou igual a 3mm, com possivel redução de altura óssea e com possivel perda de inserção. Periodonto estável tem perda ossea possivel ---- A avaliação da condição atual do periodonto envolve verificar se este está estável, em remissão ou instável. Estável tem SS em menos de 10% dos sitios, PS menor de 4mm, com ausencia de sangramento em sitios com mais de 4mm Em remissão tem SS em mais de 10% dos sitios, com PS maior de 4mm ... Pacientes com prognóstico ruim, no diagrama, tem pontos acima da linha amarela de limite - a determinação de intervalo de retorno é individual, baseando na avaliação Terapia de suporte periodontal quinta-feira, 12 de março de 2020 16:06 Periodontia I Page 31 Pacientes com prognóstico ruim, no diagrama, tem pontos acima da linha amarela de limite - a determinação de intervalo de retorno é individual, baseando na avaliação de risco do paciente Resumo 6 (Halls) - TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE Periodontia I Page 32 Periodontia I Page 33 Periodontia I Page 34 Periodontia I Page 35 Periodontia I Page 36 Periodontia I Page 37 Periodontia I Page 38 Periodontia I Page 39 Periodontia I Page 40 Periodontia I Page 41 Periodontia I Page 42 As doenças agudas do periodonto são aquelas que apresentam curso grave e curto, necessitando a intervenção do periodontista, do CD, porém se tratada regride rapidamente. É causada por infecção por microorganismos e de caráter imediato, desenvolvendo-se no momento que se instala o agente lesivo. Além disso esta é inespecifica, qualitativamente a mesma em qualquer parte do corpo, independente do agente agressor (histologicamente, um processo desse é igual na gengiva e em uma unha incravada). Na definição da Academia americana de periodontia (2000), as doenças periodontais agudas tem um rápido desenvolvimento, o paciente sente dor e desconforto - enquanto a crônica é silenciosa; causa também destruição e infecção dos tecidos. Na definição antiga das doenças agudas do periodonto, esta era dividida entre abcesso gengival, abcesso periodontal e abcesso pericoronário ou pericoronarite (gengivoestomatite herpética saiu da classificação por estar mais envolvida com outras doenças) e as DP necrosantes, que envolvia gengivite necrosante (GN) e a periodontite necrosante (PN). Para manter a didática, manteremos a divisão. Na classificação antiga era dividido entre periodontal, gengival e pericoronário, sendo hoje denominado apenas como abcessos do periodonto. Definição da AAP - 2020 Abcesso Um abcesso é definido como uma grande infecção bacteriana, somado a um grande numero de PMN que vão causar uma rápida destruição tecidual por uma resposta inflamatória destrutiva, com liberação de citocinas inflamatórias por esses PMN e as respostas são exacerbadas a esses MO. Caracteristicas histológicas Se lembrarmos da patologia, é um tecido que apresenta necrose por liquefação e um tecido rodeado por polimorfonucleares (PMN), com muito edema e vasodilatação. Doenças Agudas do periodonto Abcesso gengival Vai envolver apenas tecidos gengivais, sem passar para osso e tecidos de suporte, confinado à gengivamarginal ou papila interdental, com lesão localizada, dor e expansão rápida. A principal causa é a instalação de corpos estranhos no espaço interdental, como cascas de pipoca, casca de camarão, cerda de escova e pedaço de fio dental. A evolução dos abcessos é comum a todos, começando com uma área vermelha, edemaciada e de superficie lisa e brilhante, até formar um ponto de flutuação, o exsudato purulento vai saindo do orifícioe há um rompimento espontâneo para sair abcesso - muitas vezes não tem ponto de flutuação, saindo pelo sulco gengival. Muitas vezes o abcesso pode ser causado por cimento de cimentação protética residual no sulco gengival, onde endurece e causa a lesão. Tratamento imediato Quando o paciente chega com a lesão, iniciamos com a drenagem do abcesso, seja com incisão, com curetagem através da bolsa e raspagem e alisamento do dente para retirar os corpos estranhos. Seguimos para a aplicação de agentes irrigantes, como soro fisiológico, iodo povidine 0,1% e peroxido de hidrogenio a 3%, que formam as bolhas que auxiliam a eliminação do agente agressor, limpando os debris. A antibioticoterapia necessita muita consciencia, usado apenas quando muito indicado, apenas se o paciente teve febre, linfoadenopatia e condições sistemicas que indiquem a necessidade. O paciente deve ser acompanhado a cada 2 dias, e normalmente a doença se resolve em 3 ou 4 dias. Abcesso periodontal Lesões Agudas do periodonto quinta-feira, 7 de maio de 2020 16:47 Periodontia I Page 43 São infecçoes bacterianas que envolvem os tecidos de suporte, geralmente associado a bolsas periodontais e perda óssea, envolvendo porções ósseas, em contrapartida do gengival que era apenas em tecidos gengivais. Por definição, são processos destrutivos do periodonto onde há coleções localizadas de pus que comunicam com a boca através do sulco gengival ou outros sitios periodontais e não são oriundos da polpa, sendo geralmente associado a uma bolsa periodontal pré-existente. Na classificação nova, os abcessos são divididos da seguinta maneira Enquanto algumas se iniciam de bolsas pre-existentes, outras se desenvolvem de uma impacção Esse abcesso gera dor, sendo mais comum em consultorio ocorrencia de abcessos periapicais agudos, seguido de pericoronarite e depois o abcesso periodontal - são todos casos de emergencia odontológica, episódios de dor que fazem o paciente correr atrá de atendimento. A principal causa é a impacção de alimentos e particulas estranhas, e no caso de bolsas periodontais até cálculo que ocluem a drenagem de pus da bolsa - quanto mais profunda, estreitas e tortuosas têm mais chances de produzir abcesso. Ainda na etiologia, além de bolsas profundas e tortuosas, algumas iatrogenias podem causar o abcesso, como perfurações radiculares, excesso marginal de restaurações e aparelho ortodontico, com bandas e cimentos. O trauma oclusal com interferencias oclusais e bruxismo, apertamento bem como falta do contato proximal são causadores da doença. Além dessas interferencias, presença de corpos estranhos e perfurações endodonticas, fraturas radiculares podem estar envolvidas - contaminação bacteriana na área da fratura. Os sinais e sintomas mais comuns são a dor, o edema gengival ou na mucosa, eritema, dente sensivel a mastigação e percussão, modalidade e eventual linfoadenoptia e febre. As causas incomuns - uso de antibióticos sistemicos sem raspagem radicular, com uso de antibioticos para infecções não bucais, que pode levar à mudança de cepas bacterianas para mais resistentes e alterando o biofilme e formando uma superinfecção. Isso pode ocorrer com o uso de penicilina, um antibiótico de amplo espectro com altissima ocorrencia de resistencia bacteriana. Os sinais e sintomas mais comuns: Entre diferentes tipos de abcesso não muda o tipo de bactéria, mas muda em relação ao sítio saudável. Em abcessos temos mais G- e anaeróbios, enquanto no tecido saudável temos G+ e facultativos em maior volume. Dentre as bactérias em uma abcesso, muitas são comuns à periodontite crônica e bolsas profundas Periodontia I Page 44 O diagnóstico diferencial em clínica nos auxiliará na diferenciação entre uma doença de origem pulpar e uma periodontal: A qualidade da dor pode ser uma auxiliar no diagnóstico diferencial A dor pulpar é muito intensa e está presente em 85% dos casos A periodontal é menos severa, sem chegar a enlouquecer o paciente -15% das vezes A pressão em cúspides diferentes pode gerar movimentação estranha na estrutura dentária, gerando dor, mostrando a possibilidade de uma fratura O paciente também acusará dor ao mastigar e sensibilidade ao frio. A linha de fratura acumula bactérias e inicia abcesso Envolvido no diagnóstico diferencial também temos a pericoronarite, que está relacionada ao terceiro molar ou até segundo molar semiirrompido, com um capuz pericoronário, com acumulo de exsudato ao redor de uma coroa de dente parcialmente irrompido, apresentando um tecido vermelho e inflamado, podendo essa infecção se espalhar para orofaringe e base da lingua, podendo causar uma linfoadenopatia, gerando dificuldade de deglutição e trismo, geralmente ocorre em terceiros molares inferiores. Dentes irrompidos não entram na classificação de pericoronarite Periodontia I Page 45 parcialmente irrompido, apresentando um tecido vermelho e inflamado, podendo essa infecção se espalhar para orofaringe e base da lingua, podendo causar uma linfoadenopatia, gerando dificuldade de deglutição e trismo, geralmente ocorre em terceiros molares inferiores. Dentes irrompidos não entram na classificação de pericoronarite Dentes com abcesso periodontal geralmente tem um prognóstico ruim e é o principal motivo de extração durante o periodo de manutenção periodontal - progressão de bolsas e perdas ósseas Tratamento O tratamento imediato de abcessos periodontais é bem semelhante ao tratamento de abcessos gengivais, iniciando com a drenagem do abcesso com incisões ou raspagem e curetagem da bolsa - romper capsula fibrosa para remover o abcesso, bem como raspagem e alisamento de raíz. Irrigação com soro fisiológico, iodo povidine 0,1% e Peróxido de hidrogênio 3%. O uso de antibióticos é recomendado apenas quando o paciente está com febre, possui linfoadenopatia ou alguma condição sistemica que indique necessidade do uso de antibióticos (como o diabetes). O tratamento mediato pode envolver cirurgia com retalho total para permitir acesso à raiz contaminada, incisao intrasulcular, remoção do tecido de granulação e raspagem e alisamento radicular Complicações Algumas complicações podem envolver as celulites, com invasão de tecidos faciais, com possivel obstruçao de vias aéreas e até infecção de seio cavernoso. Normalmente receita-se amoxicilina Abcesso Pericoronário (AKA Pericoronarite) É uma inflamação gengival ao redor de um dente não irrompido, que pode ser causada por causa do acumulo de placa estimulado pelo "capuz" que recobre o dente ainda não irrompido. Envolve terceiros molares inferiores semiirrompidos (nem sempre há espaço) o que permite que seja foco de infecção e acumulação e biofilme. O pico de ocorrencia é entre as idades de 21 e 25 anos, por volta da idade de irrompimento desse dente, com recorrencia mesmo após o tratamento (após 3 a 15 meses - quando não entra em oclusão; indica-se a extração). É a maior causa de extração de terceiros molares em pacientes maiores de 35 anos. Os molares que se tornam o foco dessas infecções são geralmente terceiros molares inferiores que tentam irromper numa área em que não há espaço para tal. Molares inclinados apresentam 3,6x mais risco de desenvolver infecções agudas - se tiver com capuz aumentado aumenta em 44x o risco de infecção. Se vemos que o dente não possui espaço, devemos indicar sua extração o mais rapido o possivel. Portanto, como dito, um capuz Periodontia I Page 46 risco de infecção. Se vemos que o dente não possui espaço, devemos indicar sua extração o mais rapido o possivel.Portanto, como dito, um capuz pericoronário aumenta o acumulo de placa e dificulta a higienização, facilitando a instalação de uma infecção. O capuz pode permanecer um tempo sem sintoma algum, mas quando os depósitos de placa se acumulam entre o capuz e o dente, o abcesso pode se desenvolver. Sinais e sintomas Os sinais e sintomas mais comuns são: gosto ruim ao abrir a boca, causado pela liberação de produtos bacterianos na boca, trismo, dor, edema extrabucal, gengiva vermelha e inflamada, linfoadenopatia, febre e até desidratação. O paciente poderá muitas vezes deslocar a oclusão para evitar fechar sobre a área inflamada. O trismo poderá ser causada pela memoria muscular proprioceptiva para evitar a oclusão sobre este operculo e causar lesões maiores. Pericoronarite crônica Envolve a presença de dente não irrompido ou com erupção lenta recoberto por tecido gengival. Esta causará um pequeno desconforto e pouca dor, associado a um gosto ruim na boca. Esta se resolverá em pelo menos 1 mes, tendo um periodo de remissão de vários meses - envolvida com uma higiene moderada ou boa, correndo o risco dessa situação se agudizar. A periodontite crônica poderá ser um foco de bacteremia e um gatilho para infecçoes odontogênicas (abcesso agudo), pode ter um papel em doenças cardiovasculares pelo risco da bacteremia - é indicada a extração profilática desse dente antes dos 25 anos, antes de entrar numa fase aguda, nessa fase a raíz não está totalmente formada. Tratamento O tratamento depende da severidade da inflamaçã, provaveis complicações sistemicas e necessidade ou não da manutenção desse dente. Esse tratamento envolverá a remoção dos debris com uma raspagem leve nas laterais e oclusal do dente, com uma irrigação de agua morna ou oxigenada, ou clorexidina - pode haver limpeza com um cotonete com clorexidina. A raspagem será dentro do suportável, sem a aplicação de anestesia - se possivel, poderá ser aplicado bloqueio regional. Podemos prescrever antibióticos apenas em casos de febre. Se houver ponto de flutuação, poderemos realizar drenagem desse abcesso. O paciente deverá ser acompanhado a cada 2 dias. Com a remissão dos sintomas, o opérculo deverá ser removido ou o dente extraido - não se faz cirurgia em área com supuração e inflamação Cuidados caseiros Poderá ser feito 4 bochechos diários com salmoura, irrigação subgengival com seringa e canula para os habilidosos, alimentação líquida ou pastosa, abstenção do fumo e do álcool e retornar após 24h para repetir os cuidados profissionais. Complicações A pericoronarite pode ter complicações bastante severas, bem como a contaminação de espaços orofaríngeos (aumento da proporção de G- nesses espaços), bem como o espalhamento para a base da lingua, abcesso peritonsilar, celulite e angina de ludwig. Análise prévia Ocorre enquanto crônica. Devemos observar se o tecido que recobre é de mucosa alveolar ou mucosa ceratinizada e observar o espaço entre o segundo molar e o ramo ascendente da mandibula, se há espaço o suficiente para o dente entrar em oclusão. Se há espaço para o dente irromper e a mucosa que o recobre é ceratinizada, realizamos a remoção cirurgica do capuz, permitindo o dente irromper completamente e entrar em. oclusão. Caso contrário, se não há espaço, provavelmente o capuz é de mucosa alveolar, indicando a extração do dente para previnir abcessos futuros. Doenças periodontais necrosantes O capuz pericoronário poderá acumular por um tempo restos alimentares e placa, mas com caráter crônico de inflamação, não apresentando sintomatologia alguma, mas com graus variáveis de ulceração na superficie interna do capuz. Esse capuz poderá aumentar de volume e o paciente poderá morde-lo, aumentando seu trauma ou causar trismo, atrapalhando na abertura da boca. Poderá formar uma lesão vermelha, inchada e supurativa, podendo irradiar para orelha, garganta e assoalho de boca. O front plateau pode ser utilizado pelo paciente para levantar a oclusão para evitar que traumatize o opérculo que recobre o molar não irrompido Periodontia I Page 47 Nessa classificação teremos gengivite necrosante (antes era GUNA, hoje é GN) e periodontite necrosante (PN). As antigas classificações separavam em GUN (gengivite ulcerativa necrosante) e PUN (periodontite ulcerativa necrosante). Nos dias de hoje, temos a GN e PN e incluimos a Estomatite necrosante (EN), quando envolve outros tecidos bucais. A doença poderá receber diversas nomenclaturas. Entre elas: Doença de Vincent: descreveu a doença em 1896• Boca de trincheira: comum em soldados da primeira guerra• Estomatite ulcerativa de soldados• Gengivite ulcero-membranosa• Gengivite fuso-espiroquetal• Gengivite fadegenica• Cancrum oris e NOMA - Formas mais severas• A grande ocorrencia dessa doença foi em epoca de segunda guerra, nos soldados. A GN é uma lesão necrosante limitada a gengiva, enquanto a PN já envolve osso alveolar. A EN vai além da junção muco-gengival, com extensa necrose óssea e espalhamento para outros tecidos, sendo comum em crianças desnutridas na áfrica, pacientes com HIV descontrolado O sinal mais comum dessa doença é a inversão das papilas, podendo apresentar papilas fora de sua conformação triangular Prevalência/incidencia GN - Gengivite necrosante A gengivite necrosante é uma doença inflamatória caracterizada pela ulceração e necrose de papilas e margens gengivais. O mais importante é o sinal patognomonico dessa doença: a inversão das papilas, uma aparencia da erosão das papilas. A área de necrose também é coberta por uma linha cinzenta/amarelada, uma pseudomembrana que recobre a papila ulcerada, com tecido necroticos, leucocitos, eritrocitos e bactérias fusiformes e espiroquetas - sob essa pseudomembrana temos tecido necrotico e sangrante. Devemos considerar o eritema linear em áreas de necrose e o hálito fétido. O paciente geralmente busca o dentista pela dor e pelo hálito desagradável. Estagiamento No primeiro estágio podemos notar o inicio da inversão das papilas, perdendo estrutura por necrose No segundo estágio vemos a necrose de toda a papila No terceiro estágio a necrose se espalha pela gengiva marginal Periodontia I Page 48 No terceiro estágio a necrose se espalha pela gengiva marginal No Estágio 4 a necrose pode invadir a gengiva inserida. No estágio 5 a necrose chega ás mucosas bucais e labiais No estágio 6 a necrose expoe osso alveolar, podendo se tornar uma PN No estágio 7 a necrose pode perfurar a pele da bochecha, comum no Cancrum Oris e no NOMA (EN) Na clínica é mais comum encontrar casos em estágios mais iniciais.☺ Fatores Causais A pobre higiene bucal, somada a uma gengivite pre-existente e uso do cigarro e periodos de estresse (importante ter essa informação em anamnese). O fumo é um fator predisponente para a GN, principalmente pela alteração da flora antibiótica, depressão de imunidade com diminuição de linfocitos T e depressão de neutrofilos. Em relação ao estresse, pacientes com personalidade dominante sofrem maior estresse, tendo correlação positiva com GN, pelo aumento dos hormônios adrenocorticais (detectado na urina do paciente). O sono inadequado é um fator importante, tanto quanto o estresse e alimentação do paciente. Pacientes com baixa resistencia imunológica como HIV positivos e pacientes com leucemia tem mais chances de desenvolver a doença, bem como pacientes malnutridos e desidratados, pela deficiencia da ação leucocitária Sinais e sintomas O principal sintoma da doença é a dor intensa, que leva o paciente a buscar o tratamento odontológico, onde nota-se as lesões iniciais das papilas interdentais. O odor fétido emitido pode ser sentido à distância e o sangramento é constante. O paciente poderá apresentar linfoadenopatia e febre e pode estar com salivação aumentada em ração da inflamação e ulceração dos tecidos. Outros sintomas envolvidos são a dor corrosiva e irradiada, intensificada por condimentos e calor, havendo sangramento gengival espontâneoou ao menor estímulo e sabor metálico na boca. A sensação de encunhamento proxima é comum, como se uma cunha estivesse separando os dentes Histologia Podemos observar uma superfície ulcerada, com um agregado de células inflamatórias no tecido conjuntivo, principalmente neutrófilos. Podemos ver esses neutrófilos associados a bactérias e restos epiteliais em áreas de necrose. A lesão pode ser dividida em zonas, camadas: Camada 1- bactérias fusiformes e espiroquetas na pseudomembrana amarelada • Camada 2- preenchida por neutrófilos na pseudomembrana• Camada 3- tecido necrótico em pseudomembrana recheada de espiroquetas (bactérias móveis, com capacidade de invasao) • Camada 4- zona de infiltração de espiroquetas (sob a membrana e necrose, tecido mais saudável) • PMN atacando bactérias fusiformes Periodontia I Page 49 Invadem o tecido conjuntivo vital, causando um efeito direto de necrose com suas endotoxinas, com uma Reação de Schwartzman (reação às endotoxinas onde ocorrem trombos intravasculares - cessão de irrigação gera necrose). Além disso, as endotoxinas estimulam reações imunológicas capazes de destruir tecido (ativação de complemento e estimulo de produção de citocinas no hospedeiro). PMN atacando bactérias fusiformes Predominio de fusiformes e espiroquetas Espiroquetas Tratamento O tratamento dessa condição envolve a raspagem e alisamento radicular com ultra-som ou curetas para retirar a carga bacteriana causadora do problema, com manutenção de saúde com escovação com escovas de cerdas macias. Não podemos nos esquecer da necessidade da irrigação com peróxido de hidrogênio 3% (1:1 água morna 3 vezes ao dia). Poderão ser feitos bochechos com clorexidina 0,12% 2x ao dia para ajudar no controle de placa. Além disso indicamos evitar cigarro e alcool e exercicios físicos e sempre manter-se nutrido e hidratado (vitamina C ajuda na imunidade) - evitamos anestesiar para não causar vasoconstrição e aumento da área de necrose. Como toda doença grave, é importante o paciente retornar a cada 1 ou 2 dias para acompanhamento e novas sessões de raspagem. Os sintomas deverão melhorar de 4 a 6 dias. Caso o paciente tenha febre ou envolvimento sistemico indicamos antibióticos, bem como o metronidazol 500mg de 8 em 8 horas por 10 dias, Penicilina 500 mg de 8 em 8 horas por 7 dias ou tetraciclina 250mg 6 em 6h por 10 dias - metronidazol é mais potente contra as G-, podendo ser associado à penicilina. Em razão dos danos estruturais, realizamos cirurgia periodontal após resolução da inflamação. Tratamento - raspagem e limpeza com água oxigenada; prescrição de bochechos diarios com água oxigenada 1:1 por 3 dias e uso de metronidazol - 500mg - 8h em 8h por 7 dias *paciente não possuia febre ou linfoadenopatia mas usou antibióticos pela conduta do professor ser diferente PN - Periodontite necrosante Esta é mais rara, ocorrendo quando a necrose chega em tecidos duros, com necrose em tecido periodontal e osso alveolar. Essa pode ser uma lesão precoce da infecção por HIV, visto o comprometimento imunológico pela quantidade diminuida de linfócitos ( forte correlação com CD4 < 200 cels/mm3 ). Por sua raridade, há uma prevalencia de 5%, sendo associada ao fumo. O paciente aponta sintomas de dor severa, dificuldade de mastigação e perda de peso. Screen clipping taken: 08/05/2020 19:41 Periodontia I Page 50 Nessa aula abordaremos uma técnica cirurgica que envolve apenas o tecido gengiva. Entretanto, dependendo de onde essa técnicaé aplicada e as condições que realizarmos essa cirurgia, poderá ser denominada uma gengivectomia ou uma gengivoplastia. Classificação das técnicas cirurgicas periodontais Nós temos, em periodontia, técnicas ressectivas, que precisam da ressecção do periodonto, removendo uma parte deste, podendo envolver apenas tecido mole (gengival) que são gengivectomia e gengivoplastia (mesma técnica), também havendo envolvimento de tecidos duros quando a arquitetura óssea é comprometida pela doença, sendo aplicada uma osteoplastia e osteotomia com o retalho posicionado apicalmente. Também existem em periodontia as Técnicas Conservadoras, como o Retalho de Widman modificado. São técnicas que não envolvem nem regeneração nem ressecção, buscando estabilizar a condição periodontal. O terceiro tipo de técnica é a regenerativa, onde se encaixa diversos tipos de enxertos, sejam ósseos, sintéticos ou proteínas e regeneração tecidual guiada. Portanto essas técnicas tentam regenerar o que foi perdido e comprometido em doença periodontal. Além dessas técnicas, nós temos outras técnicas que visam situações em que é necessário reconstruir mucosa ceratinizada, recobrir raízes. Esses são os diversos tipos de enxertos gengivais e frenectomia. Essas técnicas foram chamadas no passado de cirurgias mucogengivais, e modernamente foram renomeadas e redefinidas como cirurgias plasticas periodontais. No entanto, Cirurgia plástica periodontal é um termo muito amplo e envolve outras cirurgias já discutidas como a gengivoplastia e o retalho posicionado apicalmente, onde criamos situações de aumento de coroa clínica por razões estéticas. Portanto, com objetivos de retomar faixa de mucosa ceratinizada ou recobrir recessões poderemos empregar enxertos gengivais livres (epitélio conjuntivo, conjuntivo e matriz dérmica acelular), enxertos gengivais pediculados (deslize lateral, deslize coronal, dupla papila, semi- lunar, rotacionado, associação com enxerto de tecido conjuntivo, associação com matriz dérmica acelular e associação com RTG)enxertos de tecido conjuntivo subepitelial e frenectomia. Importância da conformação gengival (aspectos anatômicos) O mais importante é reconhecer os aspectos normais da condição e anatomia gengival, que refletem seu ponto de vista funcionale fisiológico. Primeiramente observamos a presença de curvas parabólicas regulares, que variam de mais acentuadas em dentes anteriores e mais suaves nos posteriores, sendo que em faces livres a margem está sempre mais apical que na região interdental. Na área interdental de dentes anteriores a papila é única e preenche todo esse espaço, mas em posteriores a papila não é única, tendo uma V e uma L, com uma área de "col" entre elas - todos esses aspectos anatomicos refletem fisiológicamente na gengiva. Screen clipping taken: 23/05/2020 13:37 Numa visão clínica, observamos a presença da mucosa ceratinizada em marginal e uma alveolar mais apicalmente. Embora ambos sejam importantes, a presença de mucosa ceratinizada na área marginal é essencial na manutenção do equilibrio marginal. A mucosa alveloar possui outras funções, mas estas não substituem a função da mucosa ceratinizada. Na imagem também podemos ver as curvas parabólicas da margem gengival acompanhando os desenhos da anatomia óssea. É importante ressaltar a importancia de ter uma faixa minima. Na literatura muito se discutiu a cerca dessa quantidade - foi notado que é importante ter pelo menos 2mm de faixa de mucosa certinizada, e que menos que isso os tecidos apresentariam um caráter inflamatório, mesmo que tenha ausencia de placa. Portanto, esse é um referencial clássico em valores absolutos. Hoje sabemos que uma faixa menor é possivel se há um controle adequado de placa, sem recessões nem restaurações subgengivais e entre outro fatores. Entretanto, esse padrão de 2mm de mucosa ceratinizada é um padrão estabelecido por muitos autores. Evidentemente essa faixa precisa ter um tecido inserido e bem colagenizado, um tecido imóvel, em razão de impermeabilização do tecido de queratina, culminando num sulco gengival raso e estreito. A área marginal deve ser afilada, idealmente não muito delgada e nem muito espessa, para que seja fisiológica e estética, visto que se a área marginal for muito espessa, permite-se a formação de um plateau que causa um grande acumulo de placa. Além disso, observamos a presença de sulcos de escape na vestibular, que são pequenas depressões em área de rebordo ósseo navestibular que permitem o escoamento do bolo alimentar, além de auxiliar em estética. Essas caracteristicas além de auxiliar na fisiologia, são importantes na estética. Screen clipping taken: 28/05/2020 08:51 O parabolismo gengival é uma caracteristica bastante importante. É uma caracteristica condicionada a conformação óssea e junção amelo-cementária. É a condição mais aceita - as condições anatomicas não se diferenciam por estética, mas por função, o que pode refletir em caracteristicas estéticas. Também podemos observar a presença de papilas piramidais, caracteristicas de dentes anteriores, preenchendo os espaços interdentais. Observando o perfil desse rebordo, podemos ver os sulcos de escape, que reduzem a espessura do rebordo, tornando-se mais estético e evitando a formação de um plateau para acumulo de alimentos. Este sulco de escape é bem evidente em região anterior e vestibular, não existindo na porção palatina ou lingual. Gengivectomia e Gengivoplastia sábado, 23 de maio de 2020 12:32 Periodontia I Page 51 Definição de bolsa periodontal Faz-se necessário definirmos a bolsa periodontal. Uma bolsa periodontal verdadeira é quando o sulco gengival torna-se mais profundo que as dimensões fisiológicas (>3mm) devido à migração do E.J para apical em funçao da perda de inserção periodontal. Cabe aqui a definição debolsas rasas, médias e profundas: uma bolsa rasa possui de 3 a 5mm de profundidade. Uma bolsa média possui de 5 a 7mm de profundidade. Uma bolsa profunda possui mais de 7mm. Enquanto isso, bolsas periodontais falsas, pseudo-bolsas ou bolsa gengival é formada quando o sulco gengival está além de condições fisiológicas (>3mm) em função da migração coronal da margem gengival por causa de uma hiperplasia gengival e portanto sem perda de inserção. Na imagem podemos ver a diferença entre uma bolsa falsa (A) e um verdadeira (B). Apesar de ambas possuirem a mesma profundidade de sondagem, apenas a bolsa verdadeira possui perda de inserção Nas bolsas periodontais verdadeiras, podemos classificarem em supra-ósseas e bolsas infra- ósseas. As bolsas periodontais supra-ósseas são aquelas onde a base do epitélio da bolsa está coronalmente à margem óssea, com arquitetura óssea preservada ou nao (geralmente associada a perdas ósseas horizontais) - se, porventura, não só a crista óssea mas o osso parabólico se perdeu de maneira proporcional, se mantém a arquitetura óssea, mas se a perda de cristas é desproporcional à perda do osso parabolico, há perda da arquitetura. As bolsas infra-ósseas possuem a base da bolsa do epitelio da bolsa está apical à margem óssea. A arquiteura óssea normal não está mais preservada, com defeitos ósseos verticais, sem parabolismo, com formação de cavidades ósseas. Na primeira imagem vemos a condição normal de parabolismo ósseo normal. Entretando, a evolução da doença periodontal pode comprometer a condição de arquitetura óssa normal. O padrão de reabsorção pode manter a condição arquitetural, ou pode criar defeitos ósseos de perda de arquitetura óssea e parabolismo Podemos observar nesse defeito ósseo vertical uma sondagem profunda, o que revela uma base de bolsa abaixo do nivel ósseo, sendo assim uma bolsa infraóssea, com uma crista óssea mais coronal do que a base da bolsa, que é apical. Na imagem histológico, podemos apontar o nivel da bolsa bem abaixo do nível ósseo. Periodontia I Page 52 Screen clipping taken: 15/06/2020 15:46 Epitélio juncional com nivel apical acima da crista óssea revelam defeito de bolsa supra- óssea Embora a técnica cirurgica seja a mesma, a cirurgia em tecidos moles sobre bolsas verdadeiras são denominadas Gengivectomia, enquanto em bolsas falsas (onde não há perda de inserção) realizamos uma gengivoplastia. Utilizar os termos como sinonimos entre si é incorreto, porque apesar de ser a mesma técnica cirurgia, são indicações diferentes e situações diferentes. Histórico A gengivectomia foi realizada pela primeira fez por ROBICSEK, em 1884. Nessa primeria definição, a gengivectomia era um artif icio para raspagem subgengival em bolsa periodontal; portanto, não é da maneira que realizamos atualmente, visto que alguns procedimentos promoviam a abertura de retalho para raspagem. O tratamento como o feito mais atualmente foi descrito por GOLDMAN, em 1951. GRANT e col.-1979 definiram gengivectomia como “a excisão da parede de tecido mole de uma bolsa periodontal patológica”; finalidade → “eliminação da bolsa” e restauração do contorno da gengiva doente, devolução do contorno fisiológico. ROBICSEK (1884) e Zentler (1918) definiram a técnica para a realização da gengivectomia. Primeiro se define o contorno de gengiva a ser removida, então é feita a incisão reta e biselada conforme descrição de ROBICSEK ou festonada e contornando as papilas como Zentler, primeiro por vestibular e depois lingual. Após isso, descola-se o tecido patológico. Com a eliminação do tecido mole, o osso exposto deverá ser raspado e a área recoberta com solução des infetante ou solução anti-bacteriana. Como resultado, obteve-se uma melhor condição gengival para higienização, bem como a erradicação da bolsa. Gengivectomia eliminar a bolsa periodontal verdadeira;• devolver a unidade básica do periodonto marginal → distâncias biológicas normais → máxima eficiência funcional;• devolver características anatômicas adequadas aos tecidos marginais;• eliminar o processo inflamatório destrutivo; • devolver um sulco gengival raso e estreito; • permitir fácil higienização da área• Objetivos:• Como estamos cortando uma bolsa em situação de perda de inserção e retomando as distancias biológicas normais em nivel mais apical, podendo levar à exposição de raiz mais na marginal. Algumas condições concomitantes são necessárias para indicar uma gengivectomia. Uma delas é a presença de bolsas supraósseas e rasas, sem comprometimento à anatomia e parabolismo ósseo - defeitos ósseos e bolsas infraósseas mostram a necessidade de intervenção sobre o tecido ósseo, com aberturaa de retalho para acessá-lo. Além disso, temos que encontrar uma espessura considerável de MC, visto que removeremos uma pequena porção desta para retornar a uma condição saudável de gengiva; devemos observar que ainda restam 2mm de MC pelo menos, caso não tenha essa espessura minima, não é indicação para procedimento. Devemos analisar a condição estética, só realizando se o resultado da cirurgia der condições estéticas à região da gengiva cortada - o aumento da coroa é visivel. Finalmente, devemos observar se o aumento de volume e espessura não é uma condição óssea, sendo indicada uma osteoplastia com cirurgia de retalho- verificamos essa espessura em osso quando a aplicação de anestesia. Gengivoplastia eliminação da bolsa periodontal falsa (hiperplasia gengival);• devolver distâncias biológicas normais;• devolver características anatômicas adequadas aos tecidos marginais;• eliminar o processo de gengivite;• devolver um sulco gengival raso e estreito;• permitir fácil higienização da área• objetivos:• Diferente da gengivectomia, onde temos perda de inserção e o reestabelecimento das distancias biológicas será mais apical, expondo raiz, a gengivoplastia terá Periodontia I Page 53 Diferente da gengivectomia, onde temos perda de inserção e o reestabelecimento das distancias biológicas será mais apical, expondo raiz, a gengivoplastia terá resultados mais favoraveis Tais procedimentos são indicados para casos de hiperplasia gengival, seja essa inflamatória ou medicamentosa. Também podemos aplicar para tecido gengival espessado naturalmente e alterações anatômicas gengivais decorrentes do processo de erupção e GUNA. Também é importante observar se o espessamento não é ósseo, que no caso iria necessitar de uma osteoplastia. No processo cirurgico, devemos prestar atenção na pigmentação melânica do tecido gengival - a remoção da camada epitelial que possui os melanocitos e a regeneração desse tecido, poderá causar alteraçõesde cor de maneira antiestética. O preparo inicial do tecido gengival é essencial para a saúde gengival antes de uma cirurgia. Primeiramente por que removerá a inflamação gengival (diminui edema, sangramento e favorece a colagenização). Além disso, uma condição mais estável da gengiva permite um planejamento mais seguro da cirurgia, visto uma melhor previsibilidade de resultados - muitas vezes observa-se que o minimo deverá ser feito após preparo inicial. Um tecido mais colagenizado facilitará nos cortes e incisões, que serão mais regulares e precisos. O reparo e retorno das condições fisiológicas dos vasos fragilizados pela inflamação, ajudará a reduzir o sangramento durante e após a cirurgia. Um tecido mais firme e regular permite uma melhor escultura e reanatomização da gengiva inserida. Se a cirurgia é realizada nessas condições, menores serão as alterações teciduais no pós-cirurgico. Instrumentos Há a necessidade de que todos os instrumentais estejam à disposição, com excessão dos cinzéis de osteotomia. instrumental para exame e diagnóstico• seringa carpule para anestesia/ agulha;• cabo de bisturi / lâmina e gengivótomos;• curetas;• alicate para tecido mole;• pinça hemostática e porta-agulha;• seringa para irrigação e cuba com solução fisiológica• Pedra para afiação• Espátula e placa de vidro para manipulação do cimento cirurgico• ***Esses instrumentos deverão estar devidamente afiados Anestesia A anestesia empregada é a infiltrativa marginal em toda região a ser abordada e também infiltração na MC. Essa anestesia promoverá insensibilização; também promovendo uma leve isquemia que reduzirá sangramento e entumecimento do tecido, que facilita na incisão. O uso em excesso da anestesia num mesmo ponto poderá causar necrose isquemica. Técnica Cirurgica A cirurgia deve ser iniciada com a medição da PS por vestibular e lingual em três pontos cada lado (distal, mediana e mesial da V e L). Essa medida será transferida para a porção externa da gengiva, marcando com uma perfuração aonde será a altura do corte - essa perfuração poderá ser feita com uma pinça de Crane-Kaplan, que possui uma ponta para sondagem interna e outra para perfuração na parte externa. O incisão deverá iniciar apicalmente à marcação, formando um corte de conformação biselada, terminando na estrutura dental (bisel externo) ao nível das marcações feitas. Para esse procedimento incisivo, utilizamos um gengivótomo de lâmina larga (Kierkeland) ou um bisturi descartável n°15. A incisão principal seguirá trajetória linear ou festonada, terminando apenas quando o instrumento toca nas superficies L ou V dos dentes. Como o gengivótomo utilizado não consegue alcançar as regiões interproximais dos dentes, faremos incisões secundárias com gengivótomos mais estreitos de Orban, utilizando a mesma inclinação da incisão principal, sempre tocando nas estruturas dentais. No caso retratado, temos uma tumefação por bolsa falsa, com hiperplasia do tecido. A medição da PS será nas proximais e região mediana da face do dente, buscando analisar uma conformação de parabolismo dessas profundidades. Nesse caso teremos a indicação de gengivoplastia. A medição da profundidade será marcada pro perfurações. Faremos a incisao linear com o gengivótomo largo, formando um bisel. Entre ser linear ou parabolico/festonado, não haverá diferenças, visto a formação de uma área cruenta parabólica em ambos os casos. Observamos o inicio da incisão logo abaixo da marcação, para que chegue em bizel encostando no dente bem na região marcada. O biselamento é variável, dependendo da espessura do tecido a ser incisado, teremos uma área de biselamento maior e uma maior area cruenta, sendo necessário iniciar o corte mais inferior ainda ao ponto marcado para alcançar o dente na área de marcação caso o tecido seja mais espesso, sendo de menor biselamento se o tecido for mais delgado. A incisão secundária deverá remover a porção mais proximal, com a mesma inclinação do gengivótomo maior. Na papila, removemos o excesso gengival, esculpindo essa condição, de maneira que ainda sobra uma porção cruenta piramidal. Periodontia I Page 54 para alcançar o dente na área de marcação caso o tecido seja mais espesso, sendo de menor biselamento se o tecido for mais delgado. A incisão secundária deverá remover a porção mais proximal, com a mesma inclinação do gengivótomo maior. Na papila, removemos o excesso gengival, esculpindo essa condição, de maneira que ainda sobra uma porção cruenta piramidal. Erros nas incisões podem ocorrer se começamos o corte em áreas erradas ou formamos um corte plano e sem bisel, o que admite aformação de uma gengiva espessa. Além disso, pode ocorrer da incisão não tocar o dente, não sendo profunda o suficiente Após a remoção desse tecido incisado (parede da bolsa periodontal), devemos regularizar as margens para retornar ao contorno parabólico, visto que poderá estar irregular após o corte. Assim se remove remanescente de tecido de granulação (desbridamento) com curetas. Nas regiões proximais podemos utilizar tiras de compressa de gaze para remover excesso de tecido de granulação, com movimentos de serra-serra, de modo que o contorno parabólico fique regular. Se fazemos um preparo prévio da região e utilizamos materiais bem afiados, podemos remover a parede da bolsa em uma unica peça. Screen clipping taken: 15/06/2020 18:24 Screen clipping taken: 15/06/2020 18:25 Screen clipping taken: 15/06/2020 18:25 O Lado vestibular apresenta sulcos de escape, que devem ser feitos e acentuados com alicate de tecido mole - pedras montadas ou pontas diamantadas também servem. Se as margens permanecem espessadas (porção cruenta e tecido sem intervenção), também podemos utilizar um alicate para tecido mole para um afilamento marginal. No final, podemos suavizar toda a região com um gengivotomo de kirkland(lâmina larga) sobre área cruenta e seu limite com o epitelio. Pedras montadas e pontas diamantadas são utilizadas também. Se o freio labial atrapalhar nesses procedimentos, o procedimento de frenectomia será concomitante. Periodontia I Page 55 Screen clipping taken: 15/06/2020 18:42 O resultado final deve exibir uma escultura gengival com uma margem afilada e perfeitamente parabólica, em um nível evidentemente mais apical. Ao final da cirurgia, deveremos reanatomizar da maneira que deverá estar após a regeneração - de modo algum devemos deixar sem anatomizar esperando que a regeneração faça milagres. Screen clipping taken: 15/06/2020 18:44 Cuidados pós-operatorios Os cuidados operatórios são os mesmos para qualquer procedimento cirurgico. Medicamentos sistêmicos não são necessários porque é um procedimento muito benigno - recomenda-se um anti-inflamatório para pacientes com baixo limiar a dor. Podemos prescrever o colutório (clorexidina) por uma semana após o procedimento. Por ser benigno o procedimento, raramente haverá dor e edema, ocorrendo apenas se há cimento cirurgico ferindo a área da cirurgia. Sangramentos também são raros, visto não envolve vasos muito calibrosos. Se houver sangramento, estará relacionado ao preparo prévio, cuja falta fará com que tenha mais hemorragia, extensão da área (bisel maior, cortes mais profundos), se é maxila ou mandibula ou se é vestibular ou lingual. Alternativas O procedimento pode ser feito com eletro-bisturi - este não é muito pregado na graduação; esse produz um filamento incandecente quando ativado, que cortará o tecido e cauteriza, diminuindo o sangramento. A desvantagem é que remove mais do que o necessário, sendo impreciso, além de gerar calor excessivo que pode induzir reabsorção óssea e jamais se ativa o dispositivo em contato com o tecido para que a carga eletrica não lesione o tecido. O Laser é uma opção mais cara - no passado, pensava-se que a região de corte cicatrizaria mais rapido, o que não ocorre. No passado existiam procedimentos em que se trabalhava com produtos quimicos (paraformaldeido + óxido de Zn - eugenol ou hidróxidode K) dentro da bolsa, causando uma certa corrosão da bolsa - não se controla a corrosão, podendo ter exposição óssea á boca. Modernamente, alguns autores recomendam a infiltração de alumen de cromium na MC (diminui a vascularização - nos tumores ajuda na sua contração) para contração da bolsa e diminuição. Não temos dominio da contração nessa bolsa, se anatomicamente será favorável. Processo de Reparo - "Reparação por 2ª intenção" Após a remoçao da parede mole da bolsa, restará uma área cruenta e previamente anatomizada. Essa área, para tomar caracteristica de gengiva saudável novamente, sofrerá uma reparação por 2ª intenção, visto que não há cooptação de margens. Inicialmente, desde as primeiras 12h ás 24h, temos o inicio da migração das células epiteliais sobre a área cruenta recoberta por fibrina numa velocidade de 0,5mm a 1mm por dia; pico de migração entre 24-36h, concluindo por volta de 7 a 14 dias. De 21 a 30 dias após a cirurgia, quase não se vê mais ulcerações, porém o epitelio não está totalmente espesso ou ceratinizado, tendo aspectos anormais de tecido liso e brilhante, e avermelhado como os tecidos adjacentes. Após 45 a 60 dias o aspecto clinico é de tecido normal. Contudo, ainda não temos a reintegração das distancias biológicas, visto que removemos um pouco do epitelio juncional, sendo necessário que o epitelio migre coronalmente para reconstituir o sulco gengiva. O recobrimento da área por epitélio ocorre em razão do estimulo às celulas epiteliais, que tendem a se reproduzir sobre áreas com defeitos no tecido. A proliferação do epitelio juncional tomará um pouco mais de tempo - junto da superficie dental há o crescimento coronal da margem (Creeping attachment) para a restruturação do E.J e sulco gengival - clinicamente observa-se o desenvolvimento de uma margem "franjeada" em desenvolvimento. É dificil determinar quanto tempo vai demorar pra recompor as distancias biologicas e epitelio juncional, não ocorrendo antes de 3 ou 4 meses - tratamentos de preparo subgengival como proteses não devem ser realizados para não invadir essa área em reparo. A reconstituição é o resultado cicatricial marginal final, onde obtemos distancias biológicas normais. Diferenças e semelhanças entre os procedimentos Apesar de serem dois nomes e indicações diferentes, os procedimentos cirurgicos são os mesmo descritos anteriormente. O resultado cicatricial final de ambos será igual no ponto histológico, que será a formação de um EJ normal e distancias biológicas normais, a "reconstituição". A diferença entre os resultados cicatriciais finais ocorrerá no ponto de vista clínico, visto que a gengivoplastia apresentará resultados estéticos positivos, considerando que será removida a porção extra de tecido gengival e retornará a anatomia gengival e coroa clínica sem exposição de raiz, enquanto na gengivectomia, o corte da bolsa periodontal, a bolsa verdadeira irá expor uma área com perda de inserção, expondo uma porção da raíz, o que terá Periodontia I Page 56 gengivectomia, o corte da bolsa periodontal, a bolsa verdadeira irá expor uma área com perda de inserção, expondo uma porção da raíz, o que terá resultados estéticos negativos, podendo causar sensibilidade, que pode ser tratada com dessensibilizantes, flúor ou até laser. Assim se pondera, se o efeito é muito negativo, evita-se utilizar a técnica. Periodontia I Page 57 A porção mais importante e mais complicada dentro da odontologia é o diagnóstico, que muitas vezes não bem realizado para o profissional. Ainda mais, a periodontia é uma porção mais importante ainda no estudo, considerando a necessidade de manutenção do elemento dentário em boca. O diagnóstico é o reconhecimento da presença da doença ou de seus fatores de risco, sendo um componente responsavel por liderar nossas condutas de tratamento. Em diagnóstico periodontal, há uma demanda sobre o conhecimento do que é saúde, reconhecendo o que é uma gengiva e um periodonta saudável, do que é incipiente. Uma gengiva plena e saudável é toda pontilhada como casca de laranja, com gengiva marginal livre fina e em lamina de faca, de coloração rosada e clara para pacientes caucasianos e pigmentada para pacientes negros e asiáticos. A finura da gengiva é importante para evitar a impacção alimentar sobre ela. Se a junção cemento-esmalte está visivel, a margem gengival está abaixo de seu lugar comum, mostrando alteração do estado de saúde, indicando certa perda óssea. A gengiva normal é em borda fetonada, sendo mais alta nas proximais formando a papila como arcos concavos, visto que acompanha o formado do osso que ela recobre. Para diagnóstico, é necessário fazer uma sondagem para verificar suas distancias biologicas e presença de sangramento – sob uma suave pressão introduziremos a sonda milimetrada em uma distanca padronizada de 1 a 3mm, caso seja mais profundo que isso ou ocorra sangramento, devemos desconfiar da saúde do periodonto. Essa sonda milimetrada pode vir de variados modos dependendo da marca ou do tipo, com marcações milimetradas que auxiliam a análise. Um sulco gengival normal não sangra à sondagem. Outro aspecto de normalidade observável é a pequena quantidade de fluido sulcular fluindo da gengiva marginal livre. A gengiva inserida corresponde a inserção conjuntiva. O exame periodontal é importante para que formulemos um diagnóstico. Este deverá ser feito com uma sonda milimetrada a 0,25N de pressão aplicada no fundo de sulco em 6 sítios por dente. É importante informar o paciente da condição periodontal durante a análise, de modo a prepará-lo para quaisquer decisão de tratamento. Se a profundidade de sondagem for mais profundo que 1-3 mm, há alteração que geram baixa resistencia dos tecidos à sondagem, podendo ter perda de inserção periodontal em casos de periodontite ou não haver perda de inserção na gengivite. A profundidade de sondagem não depende apenas da resistencia dos tecidos ou a falta dela, mas também da pressão utilizada, do tamanho da ponta da sonda, de angulação de sondagem, da presença de depositos subgengivais e principalmente da presença ou ausencia de inflamação dos tecidos – geralmente um estudante de odontologia se sente apreensivo em aplicar a pressão necessária à sondagem, resultando em mensuramento incorretos ao diagnóstico. É importante observar que em fumantes geralmente não há sangramento à sondagem apesar de uma medição profunda da bolsa, visto que o tabagismo causa uma grande perda óssea e lesão periodontal mas reduz o sangramento por aumento de vasoconstrição periférica, diminuindo a vascularidade da gengiva e periodonto. Sondas eletronicas (sonda flórida) são capazes de registrar digitalmente as profundidades e condições periodontais. Essa, se comparada com uma sonda analógica, não possui diferença em resultados de medidas, sendo utilizadas preferencialmente e pesquisas academicas. O índice de placa de Sillnes e Loe não usa substancia reveladora de placa seja em boca toda ou em alguns dentes selecionados. Para 0, apenas dentes com ausencia de placa, 1 para dentes com placa detectavel apenas com instrumento, 2 para placa moderada (por isso o indice não é muito usado, visto a subjetividade de “moderado”) e 3 para placa abundante cobrindo mais do que o terço gengival da superficie dental. O indice mais utilizado é de O’Leary, que utilizando uma substancia reveladora de placa, depende da % de faces coradas dentro do total de faces, sendo 0 a ausencia e 1 no indice a presença de placa visivel – é o indice mais utilizado na atualidade e pela FOB-USP, O indice de Loe e Sillnes para gengivite leva em conta 0 para ausencia de inflamação, 1 para inflamação moderada com leve alteração de cor, leve edema e ausencia de sangramento a sondagem, 2 para inflamação moderada, edema e sangramento à sondagem e 3 para inflamação severa, edema, vermelhidao e sangramento espontaneo. Este não é tao utilizado. O indice de Ainamo e Bay é mais utilizado, levando em conta a inflamação, utilizando 0 para ausencia
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