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1. Em “As guerras pérsicas”, Heródoto descreve um povo temido conhecido como 
citas, que tinham uma sociedade agrícola nômade diferente dos impérios 
sedentários do “berço da civilização”. Sem cidades ou territórios fixos eles nunca 
podiam ser localizados com precisão. Isso fez com que se tornassem a tribo mais 
poderosa, pois nunca se sabia de onde viria o ataque, estavam sempre presentes e 
a postos, mesmo estando ausentes. No mundo contemporâneo, podemos comparar 
esse modelo arcaico de distribuição do poder, com o poder do capitalismo. Nesse 
contexto, surge o conceito de casamata(s) que é o lugar onde nos sentimos 
protegidos. O poder nômade consegue impor sobre nós a percepção de que as ruas 
são lugares perigosos e que nos dias de hoje, o shopping center é a síntese da 
segurança máxima nas grandes metrópoles. Isso tem como consequência a perda 
do poder individual. A arte se torna uma possibilidade de resistência e os ativistas 
político e cultural produzem distúrbios eletrônicos capazes de despertar novas 
técnicas e fazer críticas sobre o que realmente está em jogo no desenvolvimento 
dessa fronteira, representando um modelo de resistência contra o autoritarismo. O 
nômade moderno está livre para navegar pela rede eletrônica e através das nossas 
atividades nesse meio, os sites que visitamos, as redes sociais que usamos, 
criamos uma rotina, delimitando o nosso território, e sem que percebemos somos 
“atacados” pela publicidade, por exemplo, que tem como prerrogativa a economia 
global. E com isso o inimigo deixa de ter local e forma claramente identificados, 
podendo comparar com o poder nômade que os citas representam. A qualquer 
momento podemos ser atacados, sem sabermos como ou por onde. Nesse mundo, 
as pessoas foram reduzidas a dados, a vigilância passou a se dar em escala global, 
e as mentalidades foram moldadas para uma nova realidade. O espaço eletrônico 
também domina as estruturas econômicas materiais, e no mundo contemporâneo 
tudo é submetido pelo meio eletrônico. Tanto que para parar qualquer empresa 
basta derrubar o sistema. 
 
2. Hoje em dia, o antigo paradigma da comunicação não consegue mais 
sobreviver por causa da evolução tecnológica. Já se tornou impossível um mundo 
sem a Internet, sua utilização é inevitável. Qualquer um que tenha uma mensagem 
e pretenda divulgá-la faz uso dos meios de comunicação. A proposta de 
Enzensberger é mostrar que as potencialidades políticas da Internet são ilimitadas. 
Sua proposta para o uso dos meios de comunicação mostra a potência 
mobilizadora dos meios, a questão da manipulação e a questão do controle. 
Quando ele coloca essas questões ele faz fortes críticas ao mundo capitalista e ao 
mundo socialista. Enzensberger é um anarquista e em sua opinião esses modelos 
não deram conta da capacidade do potencial dos meios de comunicação. Ele 
coloca que o mundo capitalista se apropriou melhor por ser mais transparente. 
Enquanto a esquerda e a direita falam de um uso repressivo dos meios de 
comunicação, Enzensberger chama a sua proposta de uso emancipador do meios. 
Ele apresenta a ideia de descentralização em que não deve existir uma pessoa que 
determine o que e como vai ser emitido algo, mas sim um coletivo. A outra 
possibilidade é a figura do amador. Somos todos amadores no sentido que as 
tecnologias estão disponíveis para nós e que nós temos a capacidade de fazer uma 
gravação, melhorar ou produzir uma imagem e na medida que o coletivo se 
organiza ele é politizado. Quando você descentraliza o poder de decisão, e discute 
internamente o que vai ser propagado, é um processo de aprendizagem política. 
Esse é o ponto principal, se você tem uma aprendizagem política você tem 
consciência dos processos de comunicação. O quanto têm de manipulação nas 
grades emissoras e a população não se dá conta. No uso emancipador o produtor 
precisa ser consciente de comunicação e a sua mensagem tem que ter um 
ressonância política, estética ou social. Enzensberger vai propor que onde há 
contradição, ou seja, onde há uma relação de tensão, existe uma possibilidade 
comunicacional, então ele propõe ao invés de ter uma grande emissão globalizada, 
ter milhares de emissões em lugares onde há essa tensão. Podemos encontrar essas 
tensões nos sindicatos, nas universidades, nas igrejas, nas famílias, nos bairros, e 
nos condôminos. E se cada grupo discutir os seus problemas, não apresentam uma 
solução global mas uma solução local. Enzensberger aposta na questão local, 
regional pois ele é um teórico apocalíptico e se importa com o conteúdo. O uso 
repressivo aposta na reciprocidade dos meios de comunicação e o uso 
emancipador aposta na reversibilidade. A reciprocidade traz a ideia da atitude 
passiva dos consumidores. Enquanto na reversibilidade, há uma interação entre os 
participantes e o paradigma emissor-receptor da comunicação faz com que o 
receptor se transforme em um novo emissor e assim sucessivamente. Logo, todo 
receptor é potencialmente um emissor. 
 
3. Acredito que as aulas de teoria da comunicação me ajudaram bastante a 
aumentar o meu repertório. Mesmo sendo ideias desenvolvidas por autores de 
outras épocas os textos conseguem dialogar bastante com o que estamos vivendo 
nos dias de hoje. Em relação a metodologia acho que poderíamos ter lido alguns 
textos em sala para tirar dúvidas. Achei interessante a ideia de podermos 
responder algumas questões da prova em casa, dessa maneira nos faz pesquisar e 
tentar entender melhor os textos além da possibilidade de discutir as ideias com 
os colegas.

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