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Édla de Moraes Farias 1 ...…. ❖ São respostas imunológicas exacerbadas, decorrente de mecanismos habituais do sistema imune. ❖ O resultado é sempre dano tecidual, sendo assim prejudiciais ao organismo ❖ São consequências do alto poder antigênico do patógeno ou a uma resposta imunológica excessiva ❖ No estado de hipersensibilidade o indivíduo se torna mais suscetível aos alérgenos, podendo apresentar outras alergias concomitantemente. ❖ REAÇÕES HUMORAIS (imediata) LINFÓCITO B: I (imediata), II (imediata), III (3 semanas depois). ❖ REAÇÕES CELULARES (tardia) LINFÓCITO T : IV (reação mais rápida quando é repetitivamente exposto ao antígeno). HIPERSENSIBILIDADE TIPO I: ➔ São estados inflamatórios de pele e/ou mucosas ➔ Mediados por IgE com importante participação dos eosinófilos ➔ Quando há predisposição genética = ATOPIA ➔ Pode ocorrer como sinais e sintomas localizados: rinite alérgica, conjuntivite alérgica, asma brônquica alérgica, dermatite atópica, urticária e angioedema, alergia alimentar e alergia medicamentosa ou de forma generalizada, levando a choque anafilático ➔ Apesar de apresentarem manifestações locais, são doenças sistêmicas e assim, as reações inicialmente localizadas podem se tornar repetitivas ou generalizadas (anafilaxias), aumentando a morbidade e a mortalidade desses pacientes ➔ As reações do tipo I generalizadas ou reações anafiláticas com frequência têm como causa os medicamentos (mais frequente em leucoses e viroses) A marca de doenças alérgicas é a produção do anticorpo IgE, que é dependente da ativação das células T auxiliares produtoras de IL-4. Embora os indivíduos saudáveis não respondam ou tenham células T inofensivas e respostas de anticorpos contra antígenos ambientais comuns, os indivíduos atópicos desenvolvem forte resposta de células T auxiliares produtoras de IL-4 e produzem IgE por exposição a essas substâncias alergênicas. A sequência típica de eventos na hipersensibilidade imediata consiste na 1. exposição a um antígeno, ativação dos linfócitos (células TH2, células T foliculares auxiliares [TFH] produtoras de IL-4 e células B), específicos para o antígeno, 2. produção do anticorpo IgE, ligação do anticorpo aos receptores Fc de mastócitos e ativação de mastócitos através da reexposição ao antígeno, resultando na liberação de mediadores a partir de mastócitos e a subsequente reação patológica. A ligação de IgE aos mastócitos é também chamada de sensibilização, porque os mastócitos revestidos por IgE estão prontos para ser ativados no encontro com o antígeno (ou seja, eles são sensíveis ao antígeno). A Alergia é a doença mediada pelo TH2 prototípico. Muitos dos primeiros acontecimentos e características patológicas da reação são desencadeados por citocinas TH2, que podem ser produzidas por células TFH (foliculares auxiliares) nos órgãos linfóides e por células TH2 clássicas nos tecidos. Édla de Moraes Farias 2 ...…. • As manifestações clínicas e patológicas: reação vascular e do músculo liso que desenvolvem-se rapidamente após a exposição repetida ao alérgeno (hipersensibilidade imediata) e uma fase tardia retardada de reação inflamatória. Estas reações podem ser iniciadas pela ativação de mastócitos mediada por IgE, mas diferentes mediadores são responsáveis pelas reações imediatas versus as de fase tardia. O fato de os mastócitos estarem presentes em tecidos conjuntivos e sob epitélios, faz desses tecidos os locais mais comuns de reações de hipersensibilidade imediata. Algumas reações podem ser desencadeadas por estímulos não imunológicos, como o exercício e a exposição ao frio, pois induzem a degranulação dos mastócitos e a liberação de mediadores sem que haja a exposição ao antígeno ou a produção de IgE REAÇÕES NÃO ATÓPICAS. As reações alérgicas se manifestam de formas diferentes, dependendo dos tecidos afetados: ➔ erupções cutâneas na pele ➔ congestão nasal, ➔ constrição brônquica ➔ dor abdominal ➔ diarreia ➔ choque sistêmico ➔ forma sistêmica mais extrema → anafilaxia os mediadores derivados de mastócitos podem restringir as vias aéreas para o ponto de asfixia e produzir colapso cardiovascular, levando à morte. O desenvolvimento de alergias é o resultado das complexas interações gene-ambientes PRODUÇÃO DE IgE Os indivíduos atópicos produzem altos níveis de IgE em resposta a alérgenos ambientais A quantidade de IgE sintetizada depende da propensão de um indivíduo a gerar células T auxiliares específicas de alérgenos que produzem IL-4 e IL-13, porque estas citocinas estimulam a mudança da classe dos anticorpos de células B para IgE. O desenvolvimento de IL-4 e IL-13 que expressam as respostas das células T contra antígenos específicos pode ser influenciado por uma série de fatores, incluindo os genes herdados, a natureza dos antígenos e o histórico de exposição ao antígeno. O anticorpo IgE é responsável pela sensibilização dos mastócitos e fornece o reconhecimento de antígenos para as reações de hipersensibilidade imediata. A IgE é o isotipo de anticorpo que possui a cadeia pesada Ɛ Ele se liga aos receptores de Fc específicos em mastócitos e ativa estas células. NATUREZA DOS ANTÍGENOS Os antígenos que provocam reações de hipersensibilidade imediata (alérgenos) são proteínas ou produtos químicos ligados às proteínas. Mais comuns: ➔ proteínas no pólen ➔ ácaros domésticos ➔ pelos de animais, ➔ alimentos e produtos químicos como o antibiótico penicilina. Não se sabe por que alguns antígenos induzem a IL-4 a produzir respostas de células T auxiliares e de reações alérgicas ao passo que outros não. Duas características importantes dos alérgenos são que os indivíduos são expostos a eles repetidamente e, ao contrário do que acontece com microrganismos, eles não estimulam as respostas imunológicas inatas que estão associadas à secreção de TH1 e TH17 pelos macrófagos e células dendríticas indutoras de citocinas. A ativação celular crônica ou repetida, na ausência de uma forte imunidade inata pode Édla de Moraes Farias 3 ...…. dirigir as células T CD4+ preferencialmente em direção à via TH2 A capacidade de um antígeno ser alergênico também pode residir na sua natureza química, algumas características são típicas de alérgenos muito comuns como: baixo a médio peso molecular, a estabilidade, a glicosilação e a alta solubilidade em fluidos corporais.As respostas anafiláticas aos alimentos são tipicamente induzidas por pequenas proteínas altamente glicosiladas. Estas características estruturais, provavelmente protegem os antígenos da desnaturação e degradação no trato gastrintestinal e permite que possam ser absorvidos intactos. Curiosamente, muitos alérgenos, tais como a protease de cisteína do ácaro doméstico Dermatophagoides pteronyssinus e a fosfolipase A2 presente no veneno de abelhas, são enzimas, mas a importância da atividade enzimática no desencadeamento das reações de hipersensibilidade imediata não é conhecida. Uma vez que as reações de hipersensibilidade imediata são dependentes das células T CD4+, os antígenos independentes de células T tais como os polissacarídeos não podem provocar estas reações a menos que se liguem às proteínas. Algumas substâncias não proteicas, como o antibiótico penicilina, podem induzir fortes respostas de IgE. Estes fármacos reagem quimicamente com os resíduos de aminoácidos em proteínas próprias para formar conjugados hapteno-carreador, que induzem as respostas de células T auxiliares produtoras de IL-4 e a produção de IgE. A história natural da exposição aos antígenos é um importante determinante da quantidade de anticorpos IgE específicos que é produzido. A exposição repetida a um antígeno particular é necessária para o desenvolvimento de uma reação alérgica a esse antígeno porque a mudança para o isotipo IgE e a sensibilização de mastócitos com IgE deve acontecer antes que uma reação de hipersensibilidade imediata a um antígeno possa ocorrer Os indivíduos com rinite alérgica ou asma geralmente se beneficiam de uma mudança geográfica da residência com uma mudança de pólens de plantas indígenas,embora os antígenos ambientais na nova residência possam desencadear um eventual regresso dos sintomas. Um exemplo dramático da importância da exposição repetida ao antígeno na doença alérgica é visto em casos de picadas de abelha. As proteínas presentes nos venenos de insetos geralmente não são motivo de preocupação no primeiro encontro, porque um indivíduo atópico não tem anticorpos IgE específicos preexistentes. No entanto, uma resposta de IgE pode ocorrer após um único encontro com o antígeno, e uma segunda picada por um inseto da mesma espécie pode induzir anafilaxia fatal! Da mesma forma, exposições a pequenas quantidades de amendoim podem provocar reações fatais em indivíduos previamente sensibilizados. A ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS T AUXILIARES PRODUTORAS DE IL-4 Nas doenças alérgicas, as células TFH são necessárias para a diferenciação de células B produtoras de IgE e as células TH2 desempenham um papel central na reação inflamatória em tecidos. É provável que as células dendríticas nos epitélios através dos quais os alérgenos penetram, capturem os antígenos, os transportem para os linfonodos de drenagem, os processe e apresente os peptídios para as células T CD4+ imaturas. As células T diferenciam-se em seguida em células TH2 ou em células T foliculares auxiliares (THF) que secretam citocinas TH2. Os principais fatores que estimulam o desenvolvimento do subconjunto TH2 são as citocinas, em particular a IL-4, que pode ser produzida por vários tipos de células. Além disso, a timo linfopoietina estromal, uma citocina secretada por células epiteliais na pele, intestino e pulmões, aumenta a capacidade das células dendríticas Édla de Moraes Farias 4 ...…. dos tecidos linfóides e células inatas para promover a diferenciação de TH2. Os sinais da diferenciação de células TFH produtoras de IL-4 são menos bem compreendidos, mas é provável que seja semelhante aos sinais da diferenciação de TH2. As células TH2 diferenciadas migram para locais teciduais de exposição aos alérgenos, onde elas contribuem para a fase efetora inflamatória das reações alérgicas, descrita mais adiante. As células TFH, é claro, permanecem nos órgãos linfóides, onde auxiliam as células B. Ativação de Células B e a troca para IgE As células B específicas para os alérgenos são ativados pelas células TFH nos órgãos linfoides, como em outras respostas de células B dependentes de células T. Em resposta ao ligante de CD40 e às citocinas, principalmente IL-4 e possivelmente IL-13, produzidos por estas células T auxiliares, as células B são submetidas a mudança da cadeia pesada do isotipo e produzem IgE. A IgE circula como um anticorpo bivalente e está normalmente presente no plasma em uma concentração de menos do que 1 μg/mL. Em condições patológicas tais como infecções por helmintos e atopia grave, este nível pode aumentar para mais do que 1000 μg/mL. A IgE alérgeno-específica produzida por plasmoblácitos e plasmócitos entra na circulação e se liga a receptores Fc nos mastócitos do tecido, de modo que estas células são sensibilizadas e preparadas para reagir a um encontro subsequente com o alérgeno. Os basófilos circulantes também são capazes de se ligar à IgE. As células Th2 secretam citocinas como a : IL-4 que auxilia no recrutamento de basófilos, eosinófilos e mastócitos, a IL-5 que ativa os eosinófilos e a IL-13 que estimula as céls epiteliais a produzirem o muco. Mastócitos e os basófilos expressam FcƐRI, ligam-se à IgE e podem ser ativados através da ligação do antígeno à IgE. ATIVAÇÃO DE MASTÓCITOS A ativação dos mastócitos resulta em três tipos de resposta biológica: ➔ a secreção do conteúdo dos grânulos pré-formados por exocitose (degranulação), ➔ a síntese e secreção dos mediadores lipídicos ➔ a síntese e secreção de citocinas. As Aminas Biogênicas (HISTAMINA) Contração das células endoteliais, levando ao aumento de espaços interendoteliais ➔ aumento da permeabilidade vascular ➔ vazamento de plasma para os tecidos ➔ relaxa a musculatura lisa vascular ➔ resposta de pápula e halo eritematoso da hipersensibilidade imediata também causa a contração do músculo liso intestinal e bronquial. Deste modo, a histamina pode contribuir para o ➔ aumento da peristalse e do broncoespasmo associado a alérgenos ingeridos e ➔ inalados, respectivamente. No entanto, em algumas doenças alérgicas, especialmente, na asma, os anti-histamínicos não são eficazes na supressão da reação. Além disso, a broncoconstrição na asma é mais prolongada do que os efeitos da histamina, o que sugere que outros mediadores derivados dos mastócitos Enzimas e Proteoglicanos(TRIPTASE) cliva o fibrinogênio e ativa a colagenase, provocando, assim, danos no tecido, enquanto a quimase pode converter a angiotensina I em angiotensina II, degradar as membranas basais epidérmicas e estimular a secreção de muco. Édla de Moraes Farias 5 ...…. Mediadores Lipídicos (ÁC. ARAQUIDÔNICO) Derivados do ác. araquidônico como a prostaglandina D2 atua como um vasodilatador e um broncoconstritor, promove a quimiotaxia dos neutrófilos e sua acumulação nos locais inflamatórios. Os leucotrienos derivados de mastócitos são responsáveis pela broncoconstrição prolongada. Quando injetados na pele, esses leucotrienos produzem uma de pápula característica de reação de longa duração. Um terceiro tipo de mediador lipídico produzido pelos mastócitos é o fator de ativação plaquetária (PAF). O PAF tem ações broncoconstritoras diretas, provoca a retração das células endoteliais e pode relaxar o músculo liso vascular. No entanto, o PAF é hidrofóbico e é rapidamente destruído por uma enzima plasmática chamada PAF hidrolase, o que limita suas ações biológicas. LTC4, LTD4 e LTE4 constituem o que já foi chamado de substância de anafilaxia de reação lenta (SRS-A) e são tidos como mediadores importantes da broncoconstrição asmática. Citocinas Os mastócitos produzem muitas citocinas diferentes, que contribuem para a inflamação alérgica (a reação de fase tardia). Essas citocinas incluem o TNF, IL-1, IL-4, IL-5, IL-6, IL-13, CCL3, CCL4, e vários fatores estimulantes de colônia, tais como a IL-3 e o fator estimulante de colônia de granulócitos- monócitos. Ativação do eosinófilo A Reação Imediata As alterações vasculares precoces, que ocorrem durante as reações de hipersensibilidade imediata são demonstradas pela reação pápula e de halo eritematoso para a injeção intradérmica de um alérgeno. Quando um indivíduo que encontrou um alérgeno previamente e produziu o anticorpo IgE é desafiado por uma injeção intradérmica do mesmo antígeno, o local da injeção torna- se vermelho pela dilatação local dos vasos sanguíneos cheios de células vermelhas do sangue. O local em seguida rapidamente incha como resultado do vazamento do plasma das vênulas. Este inchaço suave é chamado de pápula e pode envolver uma área de vários centímetros de diâmetro de pele. Posteriormente, os vasos sanguíneos nas margens da pápula se dilatam e se tornam cheios de células vermelhas do sangue e produzem uma borda vermelha característica chamada de halo eritematoso. A reação completa da pápula e do halo eritematoso podem aparecer dentro de 5 a 10 minutos após a administração do antígeno e geralmente desaparece em menos de 1h A resposta imune é mediada por células Th2, anticorpos IgE e mastócitos. Há a liberação de mediadores inflamatórios que atuam nos vasos e músculo liso, além do recrutamento de células inflamatórias. Ocorre em minutos após exposição ao antígeno. Ex. Alergias, Asma Brônquica, Rinite, Anafilaxia. HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV: Édla de Moraes Farias 6 ...…. ➔ É também chamada de hipersensibilidade celular ou tardia ➔ São mediadas por linfócitos T ➔ Pode ser iniciada por ◆ infecções por bactérias intracelulares ◆ infecções virais e fúngicas ◆ PPD, Mantoux (teste diagnóstico da tuberculose ◆ Rejeição crônica a transplantes ◆ Relação enxerto X hospedeiro Dermatites de Contato- causa principal Haptenos (toda espécie molecular não imunogênica ao receptor, que se combina com uma macromolécula imunogênica carregadorasendo capaz de licitar uma resposta imune específica no hospedeiro.) ➔ 20% de causa alérgica: borracha, níquel, cromo, esmalte, cosméticos, antiperspirantes, cimento, anestésicos locais com amida ou éster ➔ 80% irritativa: sabões, detergentes, componentes de fezes e urina. Apresenta-se de forma eczematosa, podendo ser útil o uso de corticosteróides tópicos Apresentação clínica: Pode ser não eczematosa, podendo ser acneiforme, liquenóide, purpúrica, hipercrômica, hipocrômica ou até mesmo com quadro clínico sistêmico Fotodermatites: Fotoalérgicas: protetores solares, anti-histamínicos tópicos, drogas sistêmica (clorpromazina, antiinflamatórios não hormonais) Fototóxicas: (aparentemente não imunológicas): frutas cítricas (limão, tangerina, laranja...); drogas sistêmicas (sulfas, tetraciclina, hipoglicemiantes, antiinflamatórios não-hormonais) Hipersensibilidade por doenças infecciosas há a formação de granulomas constituídos por linfócitos T citotóxicos, T auxiliares Th1, monocitos, macrófagos, com necrose central. Na persistência do agente infeccioso ocorre um exagero do mecanismo de defesa, culminando em uma hipersensibilidade celular No caso de grande disseminação do agente infeccioso, como na hanseníase lepromatosa, há o predomínio de linfócito Th1, por indução há lise tecidual Os Linfócitos T CD4+ (Th1 e Th17) encontram antígenos em sítios inflamatórios, sendo então ativados, liberando interleucinas e moléculas de adesão. Esse evento facilita a migração e ativação de leucócitos, levando a reações inflamatórias. Em alguns casos, os T CD8+ destroem as células hospedeiras. Ex. Dermatite de contato, Esclerose Múltipla, Diabetes tipo I, Artrite Reumatóide.” Fase de sensibilização Ocorre em torno de 10 a 14 dias no homem. 1) Absorção do hapteno pela pele; 2) Combinação do hapteno com uma proteína (carreador); 3) Internalização do conjugado hapteno-carreador pelas células apresentadoras de antígenos (APC); 4) Migração das células apresentadoras de antígenos para as áreas corticais dos linfonodos regionais; 5) Apresentação do conjugado hapteno-proteína processado (através do MHC II das APC) aos linfócitos TCD4+ auxiliares; 6) Formação de população de TCD4+ ativados e uma de memória;
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