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Tecnicas e Procedimentos de primeiros socorros

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Prévia do material em texto

TÉCNICAS E
PROCEDIMENTOS
DE PRIMEIROS
SOCORROS
PROFESSORES
Dra. Sabrina Weiss Sties
Me. Xana Raquel Ortolan
Quando identi� car o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
Google Play App Store
2 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação 
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
STIES, Sabrina Weiss; ORTOLAN, Xana Raquel.
Técnicas e procedimentos de primeiros socorros. Sabrina Weiss Sties; 
Xana Raquel Ortolan.
Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpressão 2021.
180 p.
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Técnicas. 2. Procedimentos. 3. Primeiros socorros. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1780-9 CDD - 22ª Ed. 610
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD 
William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e 
Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design 
Educacional Débora Leite, Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de 
Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires, Gerência de Produção de Conteúdo 
Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência de Processos 
Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo, Supervisão do 
Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo, Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard.
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração 
Victor Augusto Thomazini, Designer Educacional Lilian Vespa, Revisão Textual Érica Fernanda Ortega, 
Ilustração Bruno Pardinho, Marta Sayuri Kakitani, Marcelo Yukio Goto, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autores
Dra.Sabrina Weiss Sties
Doutorado (2016) e Mestrado (2013) em Ciências do Movimento Humano pela 
Universidade Estadual de Santa Catarina. Especialização em Fisioterapia Cardior-
respiratória pela Universidade Tuiuti do Paraná (2008), Licenciatura em Ciências 
Biológicas pela Faculdade Avantis (2017). Possui Graduação em Fisioterapia 
pela Universidade do Vale do Itajaí (2007). Membro da Brigada de incêndio, da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – e do Comitê de Biosse-
gurança da Faculdade Avantis. Participa de treinamentos e eventos científi cos 
relacionados à atuação em situações de urgência e emergência. Profere palestras 
para Capacitação em urgências e emergências, com ênfase em ressuscitação 
cardiopulmonar. Participa de ações de extensão e do grupo de pesquisa do 
Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício, Florianópolis. Atua na área 
de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM). Docente do Curso de 
Educação Física Bacharelado e Licenciatura, do Curso de Fisioterapia, do Curso 
de Odontologia e do curso de Pós-graduação-Especialização em Fisiologia do 
exercício e Coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Avantis. Atua 
há cinco anos como docente das disciplinas de urgência e emergência para 
diversos cursos da área da saúde.
Currículo Lattes da professora disponível em: <http://lattes.cnpq.
br/1247690965577240>
autores
Me. Xana Raquel Ortolan
Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (2013). 
Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis (2017). Possui Gra-
duação em Enfermagem pela Universidade do Vale do Itajaí (2010), atuou como 
enfermeira assistencial na atenção terciária, participando de equipes multidis-
ciplinares da área da saúde. Além disso, participa de pesquisas nas áreas de 
Biologia e Comportamento e Histologia. Atualmente, preside o Comitê de Ética 
e o Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis, além de ser membro da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Docente dos cursos de 
graduação de Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia da Faculdade Avantis 
e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Avantis. Atualmente 
leciona disciplinas relacionadas à Biossegurança, Ergonomia, Saúde do Traba-
lhador e aos Primeiros Socorros.
Currículo Lattes da professora disponível em: <http://lattes.cnpq.
br/0235772875783640>
apresentação do material
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS 
SOCORROS
Sabrina Weiss Sties; Xana Raquel Ortolan
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Este material que o(a) acompanhará na disciplina “Técnicas e Procedimentos 
de Primeiros Socorros” foi elaborado com muito cuidado para que possa servir 
de base para os seus conhecimentos na área.
Ao longo dos anos, avanços relevantes na área dos primeiros socorros leva-
ram ao reconhecimento da importância do atendimento imediato às vítimas que 
apresentam condições de agravo à saúde, que podem causar risco de morte. 
Diante deste cenário, diversos protocolos foram desenvolvidos como referência 
para a condução destes procedimentos iniciais, os quais são apresentados ao 
longo desta obra.
Desta maneira, este livro tem como principal escopo informar e orientar 
você, acadêmico(a) do curso de Educação Física, sobre as condutas que devem 
ser seguidas diante de situações de urgência e emergência. Para tanto, serão 
apresentadas, durante as unidades deste material, situações que podem ocorrer 
no seu dia a dia e durante a sua atuação profissional, assim como as condutas 
para o atendimento de primeiros socorros.
Você conhecerá um grupo de situações clínicas importantes, abrangendo os 
tipos mais frequentes na prática do Profissional de Educação Física, no ambiente 
escolar, academias, centros de treinamento, entre outros.
apresentação do material
A primeira unidade aborda temas que servem de base para o desenvolvimen-
to da disciplina, como a relevância da sua relação com o(a) aluno(a) ou atleta. 
Destacamos os aspectos legais relacionados aos atendimentos de primeiros 
socorros. Faremos uma reflexão sobre o preparo do Profissional de Educação 
Física frente aos quadros de urgência e/ou emergência e sobre as formas de 
prevenir essas situações. No último tópico, trataremos dos procedimentos gerais 
para a avaliação da vítima.
Após você obter os conhecimentos sobre estes aspectos gerais do atendi-
mento, na Unidade II, estudaremos os eventos cardiovasculares e respiratórios 
que podem levar à síncope (desmaio), ao aumento ou à diminuição da pressão 
arterial e situações que podem causar uma parada cardíaca e/ou respiratória.
Em seguida, na Unidade III, serão abordados os eventos metabólicos, como 
as alterações nos níveis de glicemia e situações que podem acometer o siste-
ma neurológico, como convulsões, acidente vascular encefálico, traumatismo 
cranioencefálico e raquimedular.
Na Unidade IV, verificaremos as características dos acidentes por envenena-
mento e intoxicação e enfatizar as lesões que causam hemorragia e queimaduras.
E, para finalizar, na Unidade V você conhecerá as lesões musculoesqueléticas, 
que são peculiares à prática esportiva, as quais serão divididas em lesões do 
tórax, do abdômen, da coluna, dos membros superiores e inferiores.
Um forte abraço e bons estudos!
sumário
UNIDADE I
ASPECTOS GERAIS DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA 
E EMERGÊNCIA
16 Relação Profi ssional de Educação Física–Aluno
18 Incidência de Situações de Urgência 
e Emergência na Prática Esportiva
20 Aspectos Legais e Órgãos Competentes
22 Urgência e Emergência
24 Introdução aos Primeiros Socorros
26 Preparo do Profi ssional de Educação Física 
Frente aos Quadros de Urgência 
e/ou Emergências Médicas
28 Prevenção das Emergências Médicas
30 Avaliação da Vítima
42 Referências
45 Gabarito
UNIDADE II
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES 
E RESPIRATÓRIAS
50 Lipotimia e Síncope
52 Hipertensão Arterial Sistêmica, Crise Hiper-
tensiva e Hipotensão
54 Aterosclerose, Doença Arterial Coronariana 
(DAC) e Angina
55 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
56 Parada Cardiorrespiratória (PCR)
62 Obstrução das Vias Aéreas (OVA)
65 Síndrome de Hiperventilação
66 Crise Asmática
68 Afogamentos
78 Referências
81 Gabarito
sumário
UNIDADE III
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
METABÓLICAS E NEUROLÓGICAS
86 Hiperglicemia e Hipoglicemia
90 Convulsão e Epilepsia
94 Ataque Isquêmico Transitório (AIT)
96 Acidente Vascular Encefálico (AVE)
100 Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
102 Traumatismo Raquimedular (TRM)
110 Referências
113 Gabarito
UNIDADE IV
ACIDENTES E LESÕES EM GERAL
118 Hemorragia Interna e Externa
122 Queimaduras
126 Choque Elétrico
128 Insolação
130 Intoxicação e Envenenamento
134 Lesões nos Olhos, Orelhas e Dentes
141 Referências
143 Gabarito
UNIDADE V
LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ATIVIDADES 
FÍSICAS
148 Lesões Musculoesqueléticas em Atividades 
Físicas
152 Lesões na Coluna
154 Lesões no Tórax e Abdômen
156 Lesões Musculoesqueléticas em Membros 
Superiores
160 Lesões Musculoesqueléticas em Membros 
Inferiores
175 Referências
179 Gabarito
180 CONCLUSÃO GERAL
Professora Dra. Sabrina Weiss Sties
Professora Me. Xana Raquel Ortolan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Relação profi ssional de Educação Física-Aluno
• Incidência de situações de urgência e emergência na prática esportiva
• Aspectos legais e órgãos competentes
• Urgência e emergência
• Introdução aos primeiros socorros
• Preparo do profi ssional de Educação Física frente aos quadros de urgência e/ou emergências 
médicas
• Prevenção das emergências médicas
• Avaliação da vítima
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a importância do bom relacionamento entre o profi ssional de Educação Física e 
o aluno.
• Conhecer as situações de urgência e emergência mais prevalentes durante a atividade física.
• Analisar os aspectos legais em relação ao atendimento de primeiros socorros.
• Entender a diferença entre as situações de urgência e emergência.
• Compreender o signifi cado de primeirossocorros.
• Refl etir sobre o preparo do profi ssional de Educação Física frente aos quadros de urgências e 
emergências mais frequentes.
• Conhecer as condutas voltadas à prevenção de urgências e emergências.
• Aprender sobre os procedimentos relacionados à avaliação da vítima e as técnicas corretas 
para avaliação dos sinais vitais.
ASPECTOS GERAIS DO ATENDIMENTO 
À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
 unidade 
I
INTRODUÇÃO
Qualquer indivíduo está sujeito a sofrer acidentes ou lesões, e po-dem ocorrer independentemente do ambiente em que se en-contra, seja na escola, universidade, na rua seja até mesmo em 
casa. A falta de conhecimento em relação aos procedimentos de 
primeiros socorros pode provocar sequelas irreversíveis nas vítimas de 
situações de urgência ou emergência. Em casos mais graves, o óbito pode 
ocorrer, especialmente, quando há demora entre a ocorrência do evento 
e a chegada do serviço especializado.
Não é novidade que, em locais onde há prática de atividade física, a 
incidência de acidentes e lesões pode aumentar, consideravelmente. Nes-
te sentido, o(a) profissional de Educação Física tem um papel fundamen-
tal na promoção da saúde dos seus alunos e atletas e na prevenção de 
urgências e emergências que possam ocorrer no ambiente de trabalho. 
Baseando-se nessa premissa, é que se torna importante o conhecimento 
sobre primeiros socorros.
Considerando a responsabilidade dessa profissão, a maioria dos cur-
sos de graduação em Educação Física, nas modalidades de licenciatura e 
bacharelado, tem implementado em sua grade curricular disciplinas que 
abordam os primeiros socorros. Portanto, a falta de conhecimento em 
relação a este tema não pode ser uma justificativa para a omissão do so-
corro ou para a adoção de técnicas inadequadas diante de situações de 
urgência ou emergência. Enquanto profissionais, temos responsabilidade 
sobre nossas intervenções e não podemos admitir que nossas atitudes 
sejam equivocadas, devido à utilização de condutas impróprias ou da so-
licitação desnecessária da assistência especializada em emergência.
Por conseguinte, caro(a) aluno(a), esperamos que você faça uma leitura 
atenta desta unidade e aproveite as sugestões de reflexão e aprofunda-
mento apresentadas ao longo deste caderno e no material complementar.
E aí, vamos começar?
16 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Relação Profi ssional 
de Educação Física–Aluno
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
Manter uma boa relação entre você e o(a) aluno(a) é 
imprescindível para que possa conhecê-lo(a) e obter 
informações sobre seu histórico de saúde e persona-
lidade. Estes aspectos podem contribuir na preven-
ção de acidentes ou de eventos que coloquem a vida 
em risco.
A qualidade dos relacionamentos está direta-
mente relacionada à integridade e à capacidade de 
os indivíduos inspirarem confiança. Em eventos de 
urgência ou emergência, a vítima, normalmente, 
encontra-se fragilizada, portanto, quando falar com 
a vítima, procure resgatar a confiança adquirida ao 
longo do tempo, demonstre convicção quanto ao co-
nhecimento dos primeiros socorros e explique com 
clareza que a ajudará.
Visto que o processo de interação humana en-
contra-se presente em todos os ambientes e que o 
ser humano é um ser sociável e depende de boas re-
lações para a sua sobrevivência, a maneira como se 
dão essas interações determina o nível de confian-
ça entre os indivíduos.
Neste contexto, durante a prática de ativida-
des físicas, a figura do profissional de Educa-
ção Física é fundamental, pois envolve o elo 
afetivo e permite, por meio das atividades 
corporais esportivas, culturais e coope-
rativas, experiências positivas que en-
sinam a conviver, harmoniosamente, 
uns com os outros (CASTAGNOLI, 
2009). Entretanto o desafio de manter 
um bom relacionamento entre profes-
sor(a)-aluno(a) é grande, pois dentro 
de um mesmo ambiente social estão inse-
ridas pessoas diferentes em vários aspectos.
As competências que são consideradas relevan-
tes para estabelecer essa relação são: comunicação, 
liderança, equilíbrio emocional, autoconhecimento, 
empatia e afetividade. Além disso, deve haver coe-
rência entre o seu discurso e os seus atos.
Lembre-se de transmitir tranquilidade e segu-
rança, pois são condutas fundamentais para garantir 
um atendimento de qualidade em casos de urgência 
ou emergência e prevenir complicações futuras.
Contudo, caro(a) aluno(a), você sabe quais são 
as lesões mais comuns relacionadas à prática espor-
tiva que poderá presenciar no seu dia a dia? Vamos 
conhecê-las?
18 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Incidência de Situações de Urgência 
e Emergência na Prática Esportiva
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
As lesões mais típicas relacionadas à prática esporti-
va podem ser diferenciadas em: traumáticas e clíni-
cas. As fraturas, ferimentos, hemorragias, traumas de 
crânio, tórax e coluna são consideradas as principais 
lesões traumáticas. Já as lesões clínicas, destacam-se 
o mal súbito, o desmaio, a crise convulsiva, o infarto 
e a parada cardiorrespiratória (CREF4, 2014).
No que se refere às crianças, devido às suas caracte-
rísticas anatômicas, menor coordenação e habilidade 
motora, maior impulsividade e baixo reconhecimen-
to dos riscos, elas se tornam suscetíveis aos acidentes, 
frequentemente graves, no ambiente escolar.
Estudos desenvolvidos em nível mundial demons-
traram que as quedas são os acidentes mais frequentes 
com crianças e adolescentes em espaço escolar, repre-
sentando, em 2011, uma taxa de 55% do total de aci-
dentes escolares ocorridos (CRISTO, 2011). Esse tipo 
de acidente é a principal causa de lesões traumáticas 
cerebrais, com risco significativo de sequelas crônicas 
demandando custos consideráveis (WHO, 2008).
Os atletas e frequentadores de academia e centros 
de treinamento, porém, além de apresentarem lesões 
musculoesqueléticas variadas, também estão vulne-
ráveis a complicações. De fato, tem-se o entendimen-
to de que situações de emergência, durante ou após 
o exercício físico, dependem de fatores, como idade, 
gênero, comorbidades e tipo de esporte praticado. 
Ademais, naqueles indivíduos que já apresentam 
distúrbios cardiovasculares e quadro clínico instável, 
o esforço físico acima de determinada intensidade é 
extremamente perigoso, podendo levar às arritmias 
ventriculares, isquemia miocárdica, parada cardior-
respiratória e ao óbito (ALBERT et al., 2000).
Como professor(a), em algum momento, você, 
provavelmente, estará envolvido em situações que 
requerem a prestação de primeiros socorros. Por-
tanto, lembre-se de que o profissional de Educação 
Física deve assegurar a seus beneficiários um serviço 
profissional seguro, competente e atualizado, pres-
tado com o máximo de conhecimento, habilidade e 
experiência. Isso também se aplica às situações que 
necessitam de cuidados emergenciais, as quais estão 
previstas em diversas normas e leis que regem os as-
pectos relacionados aos primeiros socorros.
20 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
A prestação dos primeiros socorros ainda é motivo 
de dúvidas para o cidadão e os profi ssionais. Qual é 
a nossa responsabilidade diante de uma vítima que 
necessita de auxílio durante as situações de urgência 
e emergência? Você, enquanto profi ssional de Edu-
cação Física, deve conhecer as leis, os códigos de 
ética e as normas relacionadas às intervenções em 
primeiros socorros.
O fato de ofender a integridade corporal ou saú-
de de outrem, abandonar pessoa que está necessi-
tando de cuidados e omitir socorro em situações em 
que não haja risco pessoal, são condutas que carac-
terizam crime perante a legislação brasileira.
O Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002, on-
-line) destaca, no Artigo 186, que o indivíduo que, 
“por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Por sua vez, de acordo com o Código Penal Bra-
sileiro, Lei n. 2.848, de 7 de dezembrode 1940, qual-
Aspectos Legais 
e Órgãos Competentes
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
quer indivíduo, mesmo o leigo, tem o dever de ajudar 
a pessoa acidentada ou simplesmente chamar ajuda. 
Do contrário, sofrerá sanções penais (BRASIL, 1940).
Neste sentido, sabe-se que todo profissional que 
tenha obrigatoriedade de prestar socorro, como o(a) 
educador(a) físico(a), está sujeito aos estatutos legais 
que regem a prestação de socorro. Nos casos omis-
sos, o profissional sofrerá processos penais e respon-
derá pela consequência de sua omissão.
O Artigo 135, do Código Penal (BRASIL, 1940), 
fixa que deixar de prestar assistência, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, à pessoa inválida ou ferida, 
deixando-o ao desamparo ou em grave e iminente pe-
rigo, ou não pedir o socorro da autoridade pública é 
crime. A penalidade pode ser pagamento de multa ou 
detenção, que varia de um a seis meses, podendo ser 
aumentada em metade caso haja omissão que resulte 
em lesão corporal grave; e triplicada, se houver morte.
Para o Conselho Federal de Educação Física, as 
responsabilidades com os alunos que praticam al-
guma atividade física seguem alinhadas aos direitos 
constitucionais, civis, penais e, sobretudo, à ética 
profissional (CONFEF, 2008). Compete a esse pro-
fissional, a avaliação do aluno, além de coordenação, 
organização, planejamento e supervisão da aula/
treino e, ocupando lugar de destaque, deve, entre to-
das as atividades, ter um conhecimento prático dos 
procedimentos que devem ser adotados em situação 
de urgência e emergência (BRASIL, 2010).
Sendo assim, é de suma importância que o(a) 
profissional esteja preparado para as exigências de 
qualidade e de ética profissional nas intervenções 
que realizar. Ele deverá estar treinado para agir em 
diversas situações de emergência, para compreen-
der, analisar e aplicar o seu conhecimento, em luga-
res onde pode haver a intervenção desse profissional 
(STEINHILBER, 2002).
Por outro lado, destaca-se que a vítima não pode 
ser forçada a receber os primeiros socorros. Em mui-
tos casos, ela tem direito de recusar o atendimento, 
seja por crença religiosa ou por falta de confiança no 
prestador do serviço. 
Em adultos, o direito existe quando estiverem 
conscientes, ou caso a vítima esteja impedida de 
falar em decorrência do acidente, como um trau-
ma na boca, mas demonstre através de sinais que 
não aceita o atendimento, fazendo uma negativa 
com a cabeça ou empurrando a mão do prestador 
de socorro. Nessas situações, você deve certificar-
-se que o socorro especializado foi solicitado e 
continuar monitorando a vítima. Por outro lado, 
em crianças, a recusa do atendimento pode ser fei-
ta pelo pai, mãe ou responsável legal. Se a criança 
é retirada do local do acidente antes da chegada do 
socorro especializado, o prestador deverá, se pos-
sível, arrolar testemunhas que comprovem o fato 
(SILVEIRA; MOULIN, 2003).
A principal causa de morte fora dos hospi-
tais é a falta de atendimento e a segunda é 
o socorro inadequado. As pessoas morrem 
porque ninguém faz nada ou porque alguém 
não capacitado resolveu fazer algo.
(Marta Peres Sobral Rocha)
REFLITA
Nas situações em que a pessoa não possui um trei-
namento específico ou não se sente confiante para 
atuar, o fato de chamar o socorro especializado já 
descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. 
Ressalta-se que cada pessoa deve agir conforme seus 
conhecimento e limites.
22 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Urgência 
e Emergência
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
A área de urgência e emergência exige do profi ssio-
nal qualifi cação para oferecer os cuidados instantâ-
neos e seguros à vítima, independentemente do seu 
estado. Nesse sentido, saber diferenciar os dois é o 
primeiro passo para compreender o planejamento 
do atendimento à vítima.
Devido aos conceitos de urgência e emergência 
não serem aplicados apenas à área da biomédica, a 
leitura das defi nições, por vezes, não expressa com 
clareza a diferença destes termos. É por isso que, fre-
quentemente, há uma dúvida sobre a determinação 
de situações que confi guram urgência ou emergência.
É verdade que os atendimentos urgentes ou 
emergentes são, frequentemente, interligados, mas 
ainda assim não são sinônimos. Inicialmente, pode-
-se dizer que a detecção do risco de morte iminente 
ou do perigo que ameaça a manutenção das funções 
vitais é um dos critérios básicos para distinguir as 
situações de emergência e urgência.
Baseado nestas informações, agora, você conse-
gue diferenciar situações de Urgência e Emergência? 
Caro(a) aluno(a), vamos compreender os aspectos 
que defi nem e caracterizam cada situação.
As situações de urgência exigem assistência ime-
diata, no menor tempo possível, com o objetivo de evi-
tar complicações e sofrimento. São caracterizadas por 
processo agudo clínico ou cirúrgico, sem risco de mor-
te iminente (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005). Alguns 
exemplos são: lipotimia, síncope e hipoglicemia.
As situações de emergência, porém, compre-
endem uma ameaça iminente à vida, sofrimento 
intenso ou risco de lesão permanente, havendo 
necessidade de tratamento médico imediato. Essas 
condições podem levar a danos irreversíveis e até 
a óbito (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005). Como 
exemplo temos: o infarto agudo do miocárdio 
(IAM), parada cardiorrespiratória (PCR) e hemor-
ragias intensas.
A partir disso podemos considerar que para 
cada situação existe uma opção de protocolo di-
ferenciado. Nos casos de menor gravidade, como 
dores leves, ferimentos superfi ciais, síncopes etc., 
a vítima pode ser encaminhada às Unidade Bási-
cas de Saúde. Por outro lado, em casos de emer-
gência, como dores no tórax, acidente vascular 
encefálico, traumatismo raquimedular ou parada 
cardiorrespiratória, a vítima deverá receber as-
sistência em Unidades Móveis de Urgência ou, se 
possível, deverá ser levada ao pronto socorro. Vale 
ressaltar que situações de urgência podem tornar-
-se casos de emergência se não conduzidas de ma-
neira adequada.
Portanto, caro(a) aluno(a), saber classifi car essas 
ocorrências tornará possível determinar a aplicação 
de condutas apropriadas, prevenindo possíveis com-
plicações, além de garantir a celeridade na procura 
de serviços especializados, o que possibilita a assis-
tência adequada e efi caz.
24 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Introdução aos 
Primeiros Socorros
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Os primeiros socorros são considerados como “se-
gundos de ouro”. Compreendem os cuidados que 
devem ser prestados, imediatamente, à vítima cujo 
estado físico põe em perigo a sua vida, com o obje-
tivo de garantir a manutenção das funções vitais e 
evitar o agravamento das condições, aplicando me-
didas e procedimentos até a chegada de assistência 
qualificada (BRASIL, 2003).
A American Red Cross Scientific Advisory 
Council, a Cruz Vermelha americana (2010) ca-
racteriza os Primeiros Socorros como a assistência 
prestada rapidamente a uma pessoa doente ou feri-
da até chegar o serviço de emergência. São caracte-
rizados pelo atendimento não apenas de lesões físi-
cas ou doenças, mas também por outros cuidados 
iniciais, incluindo apoio psicossocial para pessoas 
que sofrem estresse emocional, causado por experi-
mentar ou testemunhar um trauma ou evento.
Segundo a Associação Americana do Coração 
(AHA, 2010), as avaliações e intervenções em pri-
meiros socorros podem ser realizadas por uma pes-
soa presente, com equipamento mínimo ou nenhum.
Vale ressaltar que há redução da morbidade e 
mortalidade, em até 7,5%, em situações de emergên-
cia pré-hospitalar, mesmo quando a primeira ajuda 
for prestada por leigos com treinamento nesta área 
(VALÉRIO, 2010). No entanto no que concerne, 
efetivamente, aos procedimentos de primeiros so-
corros, destaca-se que, no âmbito dos locais onde a 
prática de exercício físico é frequente, o alcance de 
seus objetivos depende do preparo dos profissionais 
de Educação Física.
Segundo a Federação Internacional das Sociedadesda Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho 
- IFRCRCS (2016) os objetivos dos primeiros socorros são:
Preservar a vida.
Aliviar o sofrimento.
Prevenir mais doenças 
ou lesões.
Promover a recuperação.
26 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
• 
• 
• 
Preparo do Profi ssional 
de Educação Física 
Frente aos Quadros de Urgência 
e/ou Emergências Médicas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
Há uma constante preocupação dos especialistas da 
área da saúde em relação aos acidentes ocorridos 
durante a prática do exercício físico, já que a demo-
ra na busca de assistência especializada ou o aten-
dimento inadequado podem causar danos maiores 
e até irreversíveis, interferindo na recuperação do 
aluno ou na qualidade de vida.
Como citado anteriormente, o professor de 
Educação Física deve ter conhecimentos quanto às 
noções básicas de primeiros socorros para agir cor-
retamente sempre que for necessário. Entretanto Si-
queira et al. (2011) mostra que os professores (pelo 
menos 30% deles) não se sentem preparados para 
agir em situações de emergência. Outro estudo des-
taca que a maioria dos profissionais não estão capa-
citados para atender a um mal súbito ou intervir em 
situações de parada cardiorrespiratória (CASSOTE 
et al., 2005).
Nesta perspectiva, pode-se observar que você 
precisa estar preparado(a) para lidar com os pri-
meiros socorros, pois o primeiro atendimento é 
fundamental para salvar vidas. Assim, você, como 
futuro(a) profissional, conhecendo as técnicas de 
primeiros socorros, estará mais capacitado(a) e pre-
parado(a) para ministrar suas aulas em qualquer 
ambiente, obterá uma visão clínica/periférica com 
base no estado e integridade física de seus beneficiá-
rios e terá a capacidade de minimizar a probabilida-
de de acidentes.
28 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Prevenção das 
Emergências Médicas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
É de suma importância levar em conta a prevenção 
de acidentes e lesões no ambiente esportivo. Os fato-
res de riscos podem ser extrínsecos ou intrínsecos. 
Quando são relacionados ao ambiente, ao tipo de 
modalidade, às vestimentas, à orientação inadequa-
da são considerados extrínsecos. No entanto carac-
terísticas, como idade, sexo, condicionamento físico 
e presença de doenças são fatores intrínsecos, ou 
seja, do próprio praticante.
Para prevenir os fatores de risco ambientais, as 
instalações e os equipamentos envolvidos na prá-
tica de atividades físicas devem estar em bom es-
tado e garantir segurança. Em academias, ambien-
tes aquáticos e ginásios esportivos, o piso deve ser 
revestido com material antiderrapante para evitar 
quedas. É importante que os equipamentos e ma-
quinários estejam a uma distância apropriada de 
paredes e colunas. Além disso, todos os ambientes 
devem ser providos de uma boa ventilação para 
evitar distúrbios relacionados com o desequilíbrio 
térmico do praticante. 
O tipo de atividade praticada pode impor 
maior risco, sendo que a especificidade da moda-
lidade está diretamente associada a determinados 
riscos de acidentes ou lesões. As roupas e calçados 
também são fatores relevantes, recomenda-se que 
sejam adequados, produzidos com tecidos que per-
mitam a evaporação e que liberem o calor produ-
zido pelo organismo, considerando o conforto. É 
indicado que os calçados tenham solado aderente e 
sistema de amortecimento para absorção de impac-
tos (SILVA, 1998).
Flegel (2015) descreve alguns tópicos que o 
profissional deve seguir a fim de minimizar riscos 
de lesões: planejar de forma correta as atividades, 
fornecendo as devidas orientações sobre os riscos 
inerentes aos exercícios; supervisionar o praticante 
durante as atividades; utilizar os princípios do trei-
namento para a prescrição de exercícios, respeitan-
do a individualidade de cada indivíduo.
Neste contexto, uma boa anamnese fornece in-
formações sobre o estado de saúde do praticante, 
torna a prática esportiva mais segura, diminuindo, 
assim, a ocorrência de situações emergenciais. 
É imprescindível dar atenção adequada ao exa-
me físico, especialmente quando se trata da popula-
ção idosa, que tem como característica a heteroge-
neidade, com diferenças em diversos aspectos, como 
condições gerais de saúde, estado cognitivo, dentre 
outras características intrínsecas ao processo de en-
velhecimento (HUPP; ELLIS; TUCKER, 2009).
A classificação do estado físico do praticante de-
pende dos seus hábitos de vida, das doenças e comor-
bidades. Sendo assim, é possível verificar que, para 
prevenir as situações de urgência e emergência, você 
precisa estar preparado para atuar diante de relatos, 
como uso de álcool, drogas, diabetes mellitus, hiper-
tensão arterial sistêmica entre outras. Lembrando, 
também, que estes hábitos e estas doenças podem 
ser verificados tanto em adultos como em crianças. 
Contudo, conhecer o(a) seu(sua) aluno(a) ou atle-
ta, tomar os devidos cuidados e oferecer orientações 
sobre a prática esportiva, pode minimizar os riscos 
de acidentes e lesões e salvar vidas.
30 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Avaliação 
da Vítima
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
Inicialmente, antes de abordar uma vítima, será pre-
ciso verificar o local para garantir a sua segurança 
durante o atendimento. Caso o ambiente não esteja 
adequado, em algumas situações, por exemplo, você 
pode desligar a rede elétrica antes de prestar os pri-
meiros socorros. É importante frisar que a sua segu-
rança deve estar em primeiro lugar.
Portanto, ao realizar os procedimentos, você 
deve utilizar materiais e equipamentos que sirvam 
como barreiras para evitar o contato direto com san-
gue e outros fluidos que possam transmitir doenças 
contagiosas, como as luvas descartáveis, máscaras 
faciais e óculos de proteção.
Em ambientes de prática de atividades físicas, é 
extremamente importante ter à disposição um kit de 
primeiros socorros. Além dos dispositivos de barrei-
ra citados anteriormente, este kit deve conter: 
Quadro 1 - Kit de primeiros socorros 
Sabão ou lenços antibacterianos
Tesoura
Gazes esterilizadas
Esparadrapo
Ataduras
Tipoia
Termômetro oral
Sacos plásticos para gelo ou bolsa de gel
Estetoscópio
Esfigmomanômetro
Fonte: a autora.
Agora que você já conheceu os cuidados que devem 
ser tomados antes do atendimento, verificaremos 
como devemos proceder na avaliação e no atendi-
mento nos casos de urgência ou emergência. A se-
guir, nós descrevemos os procedimentos de modo 
geral, mas, a partir da Unidade 2, você verificará as 
definições e condutas nas situações específicas.
Os protocolos para atendimento necessitam de 
atitude rápida e seguem as diretrizes para procedi-
mentos baseados nas melhores evidências cientí-
ficas. Estes permitem maior qualidade do trabalho 
desenvolvido, aquisição de maior confiança no pro-
cesso de tomada de decisão e maior eficácia nos des-
fechos.
Neste contexto, podemos citar o Suporte Básico 
de Vida (SBV), no qual a sequência de procedimen-
tos tem como objetivo promover oxigenação e per-
fusão aos órgãos vitais (AHA, 2010) em vítimas de 
parada cardiorrespiratória (PCR).
É importante lembrar que a sequência de atendi-
mento à vítima sofreu alteração. Anteriormente, era 
considerada como o ABC da ressuscitação (abertu-
ra de via aérea, ventilação e compressões torácicas). 
Atualmente, a sequência recomendada é CAB (com-
pressões torácicas, abertura de via aérea e ventila-
ção). Esta mudança é devido às evidências de que, 
apesar de a ventilação ser importante, as compres-
sões são imprescindíveis na RCP e não podem ser 
postergadas (GONZÁLEZ et al., 2013).
Os procedimentos de SBV contemplam o reco-
nhecimento imediato de parada cardíaca, o acio-
namento do serviço de atendimento móvel de ur-
gência, a realização das manobras de ressuscitação 
cardiopulmonar (RCP) e uso do desfibrilador ex-
terno automático (DEA). As ações de SBV devem 
ser realizadas de maneira adequada para aumentar 
a possibilidade de sobrevivência de uma vítima em 
situação de emergência.
Diantedisto, é necessário utilizar a “corrente da 
sobrevivência” para realizar passo a passo as con-
dutas durante o atendimento. Esta corrente, para o 
adulto (Figura 1), é composta por cinco elos que são 
relacionados ao suporte básico e avançado de emer-
gência e cuidados pós-PCR (AHA, 2015).
32 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Figura 1 - Cadeia de sobrevivência, parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH)
Fonte: adaptada de AHA (2015).
A corrente de sobrevivência pediátrica (Figura 2), no entanto, apresenta sequência diferen-
te da corrente do adulto. O primeiro elo refere-se à prevenção de acidentes, seguido pela 
ressuscitação cardiopulmonar precoce e efetiva, acionamento imediato ao serviço móvel de 
urgência, medidas de suporte avançado de vida e cuidados pós-ressuscitação (AHA, 2010). 
O primeiro elo é o mais relevante visto que o desfecho de PCR em crianças, geralmente, é 
muito ruim (QUILICI; TIMERMAN, 2011).
Figura 2 - Cadeia de sobrevivência pediátrica
Fonte: AHA (2010, on-line).
Na Unidade II, nós estudaremos de maneira mais específica os conceitos de PCR e outros 
aspectos relevantes no atendimento desta situação (como realizar as compressões e ventila-
ções e utilizar o DEA).
A avaliação primária da vítima deve ser completada em, no máximo, 30 segundos, tendo 
por objetivo avaliar as condições de risco e a necessidade do início precoce do suporte básico 
de vida. Você precisa determinar se o(a) aluno (a) encontra-se estável, ou seja, se apresenta 
condições e sinais vitais equilibrados e constantes ou se está instável caso apresente alterações 
gradativas ou súbitas das condições e dos sinais vitais.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 33
Entendemos os sinais como sendo as alterações 
que podem ser verificadas por meio de avaliação 
(por exemplo: pulso, coloração da pele e sudorese). 
No entanto os “sintomas” são relatados pela própria 
vítima, de acordo com sua percepção (por exemplo: 
tontura, fraqueza e náusea).
Ao abordar a vítima, você precisa checar a responsi-
vidade. Para isso, precisa aproximar-se e ajoelhar próxi-
mo da cabeça, colocando a mão sobre os ombros da 
vítima e chamar por ela. Se ela responder, apresente-se 
e pergunte se precisa de ajuda. Se ela não responder e 
não reagir, significa que está irresponsiva (SBC, 2015). 
Figura 3 - Avaliação da responsividade
Ao checar o estado geral, será possível determinar a 
orientação temporal e espacial da vítima, o nível de 
consciência e os sinais vitais. A checagem dos sinais 
vitais contempla a verificação da respiração, pulso, 
pressão arterial e temperatura. Esta avaliação possi-
bilita a identificação de possíveis problemas fisioló-
gicos e facilita o monitoramento do(a) aluno(a) que 
apresenta uma situação de urgência ou emergência. 
É importante lembrar que a verificação dos sinais vi-
tais difere de acordo com a classificação do risco ou 
do estado da vítima.
Portanto, para a avaliação da respiração, no 
caso de vítimas responsivas, além da identificação 
de alterações no padrão respiratório, como apneia 
(ausência periódica da respiração), bradipneia (res-
piração lenta) e taquipneia (respirações rápidas e 
profundas), podemos verificar a frequência respira-
tória (FR), ou seja, contar o número de incursões por 
minuto. Para isto, você deverá observar a respiração 
do(a) aluno(a), verificando a elevação do tórax.
No caso de vítima não responsiva, deve verificar 
se há elevação do tórax em menos de 10 segundos, não 
perca tempo contando as respirações por minuto. Se 
identificar que ela apresenta respiração, fique ao seu 
lado monitorando a evolução, e, caso seja necessário, 
chame o serviço móvel de urgência (GONZÁLEZ et 
al., 2013). Na tabela a seguir, você pode observar os 
valores da frequência respiratória em repouso.
Tabela 1 - Frequência respiratória em repouso/
até 1 ano
de 1 a 5 anos
de 6 a 8 anos
acima de 8 anos
adultos
até 60 mpm
até 40 mpm
até 30 mpm
até 20 mpm
de 12 a 20 mpm
Fonte: Brasil (2012); FIZTGERALD (1995).
Para a avaliação do pulso, você deve pressionar le-
vemente a artéria com os dedos indicador e médio. 
As artérias utilizadas para a avaliação são: carótida, 
braquial, radial ou femoral. Em crianças, cheque o 
pulso carotídeo ou femoral (AHA, 2015). Esta con-
duta permitirá que você identifique se o pulso está 
forte ou fraco, e se o ritmo está regular.
34 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Em vítimas não responsivas, verifi que o pulso 
central (carotídeo) em adultos (Figura 4), em crian-
ças o pulso central ou femoral (Figura 5): este pro-
cedimento deve ser rápido, entre 5 e 10 segundos. 
Caso não detecte pulso ou esteja com difi culdade 
para avaliar, inicie as compressões e ventilações 
(GONZÁLEZ et al., 2013).
Figura 4 - Avaliação do pulso carotídeo
Figura 5 - Avaliação do pulso femoral
Fonte: as autoras.
Nas vítimas que não estão em situação de emergên-
cia, você terá tempo para avaliar a frequência cardía-
ca, a qual se refere ao número de batimentos por mi-
nuto (bpm). Os locais podem ser os mesmos citados 
anteriormente para avaliação do pulso. Na tabela a 
seguir, você pode observar os valores da frequência 
cardíaca em repouso.
Tabela 2 - Frequência cardíaca em repouso
até 1 ano
de 1 a 5 anos
de 5 a 12 anos
de 12 a 16 anos
adultos
de 94 a 169 bpm
de 89 a 137 bpm
de 65 a 130 bpm
de 60 a 120 bpm
de 50 a 100 bpm
Fonte: adaptada de Pastore et al. (2009; 2016).
Embora a medida da pressão arterial (PA) faça parte 
da avaliação dos sinais vitais, não está incluída nos 
procedimentos de SBV. Entretanto essa avaliação é 
importante para proceder em outros casos de urgên-
cia ou emergência. Tanto os procedimentos para a 
medida da pressão arterial quanto os valores de re-
ferência descritos a seguir seguem a VII Diretriz de 
Hipertensão Arterial (MALACHIAS et al., 2016).
Para realizar a avaliação, você precisa instruir o(a) 
aluno(a) a nã o conversar durante a mediçã o. O ideal 
é que não esteja com a bexiga cheia e que não tenha 
praticado exercí cios fí sicos na última hora. Quanto 
ao posicionamento, o(a) avaliado(a) deve estar sen-
tado(a), com as pernas descruzadas, pé s apoiados no 
solo, encostado(a) na cadeira e relaxado(a). O braço 
deve ser posicionado na altura do coraçã o e apoiado, 
com a palma da mã o voltada para cima.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 35
Inicialmente, é necessário verifi car a circunfe-
rê ncia do braço no ponto mé dio entre acrô mio e 
olé crano; selecionar o manguito de tamanho ade-
quado; colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 
cm acima da linha cubital; estimar o ní vel da pressão 
arterial sistólica (PAS) pela palpaçã o do pulso radial; 
colocar a campânula ou o diafragma do estetoscó pio 
sem compressã o excessiva sobre a arté ria braquial; 
infl ar até ultrapassar 20 a 30 mmHg o ní vel estima-
do da PAS obtido pela palpaçã o; iniciar a defl açã o 
lentamente; determinar a PAS pela ausculta do pri-
meiro som (fase I de Korotkoff ) e a pressão arterial 
diastólica (PAD) no desaparecimento dos sons (fase 
V de Korotkoff ) (MALACHIAS et al., 2016).
É fato que, em determinadas situações, isso não 
será possível, pois a vítima pode não conseguir per-
manecer na posição sentada, como nos casos de sín-
cope (desmaio). Então, você poderá verifi car a pressão 
em decúbito dorsal, mas utilizando o mesmo posicio-
namento do braço e seguir as demais recomendações.
Em crianças, é recomendado que a mediçã o da 
PA seja realizada em toda avaliaçã o médica apó s os 
trê s anos de idade, uma vez ao ano, pois faz parte do 
atendimento pediá trico primá rio (TRUELSEN et al., 
2007). No entanto os valores de PA para crianças e 
adolescentes levam em consideração a idade, sexo e 
altura, conforme disponíveis em tabelas especí fi cas 
ou aplicativos para smartphones.
36 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 
Caro(a) aluno(a), acesse o link da 7ª Diretriz 
Brasileira de Hipertensão Arterial e veja as 
tabelas de referência para avaliação da pres-
são arterial nas páginas 55 a 58.Disponível no 
link: <http://publicacoes.cardiol.br/2014/dire-
trizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf>.
Fonte: as autoras.
SAIBA MAIS
No que se refere à avaliação da PA em idosos, há carac-
terísticas peculiares ao processo de envelhecimento, o 
que pode causar maior frequência do hiato ausculta-
tório (desaparecimento dos sons durante a deflação do 
manguito), resultando em níveis falsamente baixos na 
PAS e falsamente altos na PAD (Malachias et al., 2016).
Por outro lado, o posicionamento recomendado 
para as gestantes deve ser sentada ou em posição de 
decúbito lateral esquerdo, ambos os métodos trans-
mitirão os mesmos resultados (OLIVEIRA, 2000).
Agora que você já tem conhecimento para medir 
a pressão arterial, verifique, na tabela a seguir, a clas-
sificação da PA, a partir de 18 anos de idade, segun-
do a VII Diretriz de Hipertensão Arterial (2016).
Tabela 3 - Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no 
consultório a partir de 18 anos de idade
Classificação PAS (mm Hg) PAD (mm Hg)
Normal ≤ 120 ≤ 80
Pré-hipertensão 121-139 81-89
Hipertensão estágio 1 140-159 90-99
Hipertensão estágio 2 160-179 100-109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, 
a maior deve ser utilizada para classificação da PA.
Fonte: Malachias et al. (2016).
Quanto à classificação para as crianças e adolescen-
tes, são considerados hipertensos quando apresen-
tam PAS e/ou PAD superiores ao percentil (p) 95, 
conforme idade, sexo e percentil de altura em, pelo 
menos, três momentos distintos (MALACHIAS et 
al., 2016).
Para finalizar as avaliações dos sinais vitais, ve-
remos os métodos para verificar a temperatura. Para 
isso, você precisa de um termômetro e, inicialmente, 
será necessário higienizá-lo com algodão e álcool, 
agitando até que acuse temperatura igual ou infe-
rior a 35º C (95º F). Feito isso, seque a axila do(a) 
avaliado(a), posicione corretamente o termômetro 
na axila, com o braço pressionado contra o corpo, 
segurando a extremidade oposta ao reservatório 
(GONÇALVES; GONÇALVES, 2009). Caso o ter-
mômetro não seja digital, aguarde durante cinco mi-
nutos antes da leitura. A temperatura axilar normal 
é de 36,5ºC. Na tabela a seguir, pode ser observada a 
classificação de estado febril.
Tabela 4 - Classificação de estado febril
Subfebril 37 a 37,5ºC
Febre baixa 37,5 a 38,5ºC
Febre moderada 38,5 a 39,5ºC
Febre alta 39,5 a 40ºC
Fonte: adaptada de Gonçalves e Gonçalves (2009).
Nesta unidade, verificamos os procedimentos gerais 
para avaliação da vítima, e estes conhecimentos se-
rão necessários para você compreender os conteú-
dos das demais unidades. 
Vamos verificar os conceitos e outros detalhes 
relacionados às situações de urgência e emergência 
que você poderá presenciar?
 37
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), ao longo desta unidade, destacamos o papel importante 
que o(a) profissional de Educação Física possui frente às situações de ur-
gência e emergência. Você deve ter se dado conta da sua responsabilidade, 
acima de tudo como cidadão, mas também como professor(a) diante de 
lesões ou eventos que coloquem em risco a vida do(a) aluno(a). 
Neste sentido, nesta unidade, buscamos trazer informações relacionadas à im-
portância que você tem diante da construção de uma boa relação com o(a) aluno(a), 
pois ela se configura como o primeiro passo no atendimento de primeiros socorros. 
O relacionamento interpessoal concreto e efetivo desenvolve o vínculo de confiança 
e segurança entre os sujeitos perante essas situações.
Em um segundo momento, caro(a) aluno(a), existe a necessidade de avaliar cor-
retamente o local e as vítimas do acidente ou lesão, garantindo que a sua segurança 
esteja preservada, e isso permite o gerenciamento adequado dessas condições. Des-
ta maneira, buscamos trazer os fatores que interferem no atendimento inicial e os 
principais equipamentos que podem ser utilizados nessas situações. Adicionalmente, 
você pode adquirir conhecimentos em relação à identificação dos sinais e sintomas 
que auxiliam na classificação do evento, possibilitando um atendimento mais rápido 
e eficaz, e sobre as técnicas corretas em relação à verificação dos sinais vitais. 
Por fim, destacamos que o conhecimento sobre primeiros socorros não se resu-
me a essa unidade. Ainda há muito para aprender. Verifique também o material e 
leitura completar e aproveite nossas atividades de estudos. Bons estudos!
38 
atividades de estudo
1. Os atendimentos de primeiros socorros na área de urgência e emergência são compe-
tências do Profissional de Educação Física. As responsabilidades com os indivíduos que 
praticam alguma atividade física seguem alinhadas aos direitos constitucionais, civis, 
penais e, sobretudo, à ética profissional. Segundo a Resolução nº 1451/95 do Conselho 
Federal de Medicina, a constatação de condições de agravo à saúde que impliquem 
risco iminente de morte ou sofrimento intenso indica uma situação de:
a) Caráter menos imediatista.
b) Urgência.
c) Síndrome do jaleco branco.
d) Emergência.
e) Síncope.
2. Enquanto profissionais, temos responsabilidade sobre nossas intervenções e não pode-
mos admitir que nossas atitudes diante de situações de urgência ou emergência sejam 
equivocadas. Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
I - Aproximar o Profissional de Educação Física das técnicas de primeiros socorros é 
imprescindível para oferecer informação atualizada sobre os diversos episódios de 
urgência e emergência na prática profissional
PORQUE
II - Conhecer os riscos e medidas preventivas bem como os protocolos de atendimento 
permitem agir com mais segurança, qualidade e competência.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é justificativa da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é justificativa da I.
c) As asserções I e II são proposições falsas.
d) A asserção II é proposição falsa, mas a I é proposição verdadeira.
e) A asserção I é proposição falsa, mas a II é proposição verdadeira.
 39
atividades de estudo
3. Você está em uma quadra esportiva preparando o ambiente para a prática de vôlei e se 
depara com uma vítima jovem, do sexo masculino, inconsciente, seu primeiro procedi-
mento será: 
a) Realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
b) Realizar a manobra de desobstrução das vias aéreas.
c) Avaliar os sinais vitais.
d) Avaliar a responsividade da vítima.
e) Verificar a sua segurança antes de realizar o atendimento.
4. A hipertensão arterial, frequentemente chamada de pressão alta, é uma doença multifa-
torial e sistêmica. Segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, é considerada 
hipertensão arterial estágio I em indivíduos acima de 18 anos, quando a pressão:
a) Sistólica é < que 120 mmHg, e a diastólica < que 80 mmHg.
b) Sistólica é > que 130 mmHg, e a diastólica < que 90 mmHg.
c) Sistólica é ≥ a 140 mmHg, e a diastólica ≥ que 90 mmHg.
d) Sistólica está 140-159 mmHg, e a diastólica 90-99 mmHg.
e) Sistólica é igual a 139 mmHg, e a diastólica igual a 85 mmHg.
5. O Profissional de Educação Física deve estar apto a reconhecer as situações que põem a 
vida em risco assim como os procedimentos de primeiros socorros, pois são importan-
tes para manter a vítima em melhor condição possível até que se obtenha atendimento 
médico. Portanto, este profissional tem como objetivo(s), nos primeiros socorros:
I - Diagnosticar as doenças.
II - Solicitar assistência médica e serviço de emergência.
III - Minimizar o risco de outras lesões e complicações.
IV - Evitar infecções.
É correto o que se afirma em:
a) I, II, III e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, apenas.
40 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro(a) aluno(a), o artigo apresentado “A importância do treinamento em primeiros so-
corros no trabalho”, dos autores Alvaro Ragadali Filho, Nerdilei Aparecida Pereira, Ivonilde 
Leal, Quesia da Silvados Anjos e Janaina Teodosio Travassos Loose (2015), publicado na Re-
vista Saberes, vem ao encontro de nossas discussões realizadas nesta unidade de estudo.
O documento tem como objetivo reforçar a importância do treinamento de primeiros so-
corros, explicando o conceito e objetivo dos primeiros socorros, demonstrando ações e 
procedimentos referentes às situações de urgência/emergência e avaliando o processo de 
treinamento de primeiros socorros.
Embora o artigo tenha um enfoque relacionado ao trabalho, você perceberá, ao longo da 
leitura, que as informações e condutas demonstradas no texto se aplicam também à nossa 
vida cotidiana. Ademais, os autores promovem uma refl exão muito pertinente sobre a im-
portância de se manter atualizado sobre as condutas de primeiros socorros, sugerindo, até, 
que o estudo deste tema seja aplicado também às crianças, já no ensino fundamental. E aí, 
você concorda?
A seguir, confi ra o resumo do artigo: 
“Os acidentes de trabalho são acontecimentos que ocorrem independentemente da von-
tade do trabalhador e, em sua maioria, causam lesões físicas e psicológicas à vítima, que 
dependendo da gravidade do fato passa a necessitar de socorro imediato por parte de ou-
tras pessoas para manter seus sinais vitais, evitando sequelas e aumentando suas chances 
de sobrevivência até que receba atendimento especializado. Os primeiros socorros são 
técnicas empregadas em prol da vida da vítima e podem ser realizados por qualquer pes-
soa, desde que esta tenha conhecimentos e habilidades para agir adequadamente. Desta 
forma, este trabalho objetivou realizar um estudo literário acerca da importância do trei-
namento de primeiros socorros no trabalho, pois é de suma importância que a sociedade 
se conscientize quanto ao valor de realizar um curso básico de primeiros socorros mesmo 
que não faça parte das exigências de sua profi ssão, tendo em vista que em qualquer lugar 
que estiver, alguém poderá precisar de ajuda”.
O artigo está disponível, na integra em: <https://facsaopaulo.edu.br/wp-content/uploads/
sites/16/2018/05/ed3/10.pdf>.
Caro(a) aluno(a), não perca esta oportunidade. Faça uma análise do artigo e refl ita sobre 
esta questão. Boa leitura!
Fonte: as autoras.
 41
material complementar
Primeiros Socorros nos Esportes
Melinda J. Flegel
Editora: Manole
Sinopse: ser um treinador bem-sucedido requer um conhecimento que vai alé m 
das habilidades e estraté gias do esporte. Inclui també m ser capaz de ensinar té c-
nicas e tá ticas, motivar os atletas e gerenciar uma sé rie de detalhes. Alé m disso, 
envolve desempenhar de forma competente a funç ã o de ser o primeiro profi ssio-
nal a prestar ajuda em caso de lesõ es e doenç as dos alunos ou atletas. Ainda que 
esses problemas nã o sejam frequentes, você deverá estar preparado para pres-
tar primeiros socorros de maneira rá pida e adequada quando ocorrerem, pois 
isso pode salvar a vida de um indivíduo. Para ajudar você a lidar com o desafi o 
de administrar os primeiros socorros às vítimas lesionadas, esta obra abrange os 
seguintes aspectos: a) o trabalho de equipe e a preparaç ã o necessá ria para uma 
conduta efi ciente de primeiros socorros no esporte; conduç ã o de etapas de aç ã o 
de emergê ncia; b) conduç ã o da avaliaç ã o da vítima e administraç ã o de primeiros 
socorros nas mais variadas situações de urgência e emergência.
Indicação para Ler
O Dr. Drauzio Varella fala sobre a importância do conhecimento em primeiros socorros. Ao fi nal, ele dá 
dica de um aplicativo gratuito, disponível para Android e IOS. Baixe em seu celular, ele pode ajudar nos 
estudos.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=fsnv8b1vNUY>.
Indicação para Acessar
 ser um treinador bem-sucedido requer um conhecimento que vai alé m 
das habilidades e estraté gias do esporte. Inclui també m ser capaz de ensinar té c-
nicas e tá ticas, motivar os atletas e gerenciar uma sé rie de detalhes. Alé m disso, 
envolve desempenhar de forma competente a funç ã o de ser o primeiro profi ssio-
nal a prestar ajuda em caso de lesõ es e doenç as dos alunos ou atletas. Ainda que 
42 
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pdf>. Acesso em: 15 jan. 2019.
 45
gabarito
1. D.
2. A.
3. E.
4. D.
5. C.
Professora Dra. Sabrina Weiss Sties
Professora Me. Xana Raquel Ortolan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Lipotimia e síncope
• Hipertensão arterial sistêmica, crise hipertensiva e hipotensão
• Aterosclerose, doença arterial coronariana (DAC) e angina
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
• Parada Cardiorrespiratória (PCR)
• Obstrução das Vias Aéreas (OVA)
• Síndrome de hiperventilação
• Crise asmática
• Afogamentos
Objetivos de Aprendizagem
• Conceituar lipotimia e síncope e descrever os primeiros socorros.
• Conceituar hipertensão arterial sistêmica, crise hipertensiva e hipotensão e descrever os 
protocolos de atendimento.
• Conceituar aterosclerose, doença arterial coronariana e angina.
• Descrever o infarto agudo do miocárdio.
• Conceituar parada cardiorrespiratória e apresentar o protocolo para realização da 
ressuscitação cardiopulmonar.
• Identifi car a obstrução das vias aéreas e descrever o protocolo para atendimento.
• Conceituar a síndrome de hiperventilação e descrever as condutas de primeiros socorros.
• Identifi car a crise asmática e saber realizar os procedimentos de primeiros socorros.
• Descrever o afogamento e descrever as condutas de primeiros socorros.
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 
CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS
 unidade 
II
INTRODUÇÃO
C
aro(a) acadêmico(a), bem-vindo(a) à Unidade II do nosso ma-
terial. Agora que você já conhece os procedimentos para ava-
liar os sinais vitais, nesta unidade, abordaremos situações que 
podem ser decorrentes, ou que podem ocasionar eventos que 
promovam alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório. Após 
identificar cada situação, apresentaremos os protocolos indicados para o 
atendimento das vítimas.
Inicialmente, caro(a) acadêmico(a), descreveremos as situações mais 
comuns, como a lipotimia e a síncope, as quais costumam ser de curta 
duração e podem ocorrer em indivíduos de qualquer faixa etária.
Você também aprenderá a reconhecer quando o indivíduo apresenta 
hipertensão arterial sistêmica, crise hipertensiva ou hipotensão e quais 
são os posicionamentos indicados e demais condutas que devem ser rea-
lizadas nestes casos.
Para que você, acadêmico(a) do curso de Educação Física, possa com-
preender melhor como e por que ocorre o infarto agudo do miocárdio e a 
parada cardíaca, abordaremos os aspectos relacionados à aterosclerose e 
à doença arterial coronariana, as quais, entre outros fatores, podem cau-
sar IAM e PCR.
Por fim, serão relatados os conceitos e procedimentos relacionados 
aos casos que provocam alterações respiratórias, como a obstrução das 
vias aéreas, que ocorre frequentemente, devido ao engasgo com alimen-
tos ou aspiração de líquido por submersão ou imersão; a síndrome de 
hiperventilação e a crise asmática presenciada, geralmente, nos casos de 
ansiedade.
Caro(a) aluno(a), aproveite o conteúdo desta unidade e lembre de 
verificar os tópicos que trazem indicações para o aprofundamento do seu 
estudo. Bons estudos! E então, vamos começar?
50 
 
Lipotimia e 
Síncope
Figura 1 - Lipotimia
Figura 2 - Síncope
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 51
Os conhecimentos sobre os procedimentos gerais 
para avaliação das vítimas em situações de urgên-
cia e emergência que abordamos na Unidade I se-
rão complementados pelos conteúdos desta e das 
próximas unidades. Desta forma, iniciaremos pe-
los conceitos e condutas relacionadas a lipotimia e 
síncope.
A lipotimia é caracterizada por alteração da 
consciência (sem perda total dela) em cuja situação 
a vítima relata a sensação de desmaio. No entanto, 
na síncope, há perda súbita da consciência e, conse-
quentemente, o desmaio. Ambas as situações são de 
curta duração, e a recuperação da consciência geral-
mente é espontânea.
A lipotimia e a síncope podem ocorrer em de-
corrência de diversas situações. As causas mais co-
muns estão relacionadas à desidratação, à anemia, à 
diminuição de fluxo sanguíneo e ao oxigênio no cé-
rebro, aos traumas na cabeça, aos problemas neuro-
lógicos ou devido à hipoglicemia, que, geralmente, 
ocorre em indivíduos que não se alimentaram, estão 
fazendo regimes sem orientação ou em diabéticos 
(GONÇALVES; GONÇALVES, 2009).
Entre estas, a causa mais frequente é a diminui-
ção da atividade cerebral. Para manter a oxigenação 
no cérebro, o corpo desfalece e mantém um metabo-
lismo basal, ou seja, realiza a mínima atividade com 
o mínimo gasto de energia. Estas situações podem 
ocorrer também devido à queda súbita da pressão ar-
terial (hipotensão) em consequência da dor, emoção 
intensa, esforço físico, fobia de ambientes fechados, 
calor excessivo e ao ver sangue (MORAES, 2010).
Segundo Gonçalves e Gonçalves (2009), os si-
nais e sintomas destas situações são:
• Sensação de fraqueza.
• Escurecimento da visão.
• Náuseas, vômito.
• Pele fria e pegajosa.
• Pulso rápido e fraco.
• Extremidades dos pés e mãos geladas.
• Extremidades cianóticas (coloração azul-ar-
roxeada).
Os primeiros socorros dependerão se o indivíduo 
está, ou não, consciente. Apresentaremos, no quadro 
a seguir, quais devem ser os procedimentos.
Quadro 1 - Procedimentos nos casos de lipotimia e síncope
Se o(a) aluno(a)/atleta estiver consciente Se o(a) aluno(a)/atleta estiver inconsciente
• Ajude-o a sentar em uma cadeira.
• Oriente que coloque a cabeça entre os joelhos, fa-
zendo uma pressão com as mãos na região cervical.
• Se já estiver ao chão, eleve os membros inferiores 
cerca de 20 cm.
• Afrouxe as roupas.
• Você deve monitorar os sinais vitais.
• Caso verifique alteração dos sinais vitais e não ocor-
ra recuperação dentro de alguns minutos, chame o 
serviço de urgência.
• Inicialmente, verifique o pulso e respiração.
• Eleve os membros inferiores cerca de 20 cm.
• Coloque-o em posição de recuperação (se não esti-
ver lesionado), com a cabeça lateralizada.
• Afrouxe as roupas.
• Você deve monitorar os sinais vitais.
• Caso verifique alteração dos sinais vitais e não ocor-
ra recuperação dentro de alguns minutos, chame o 
serviço de urgência.
Fonte: adaptado de Flegel (2008), Moraes(2010) e Varella e Jardim (2011).
52 
 
Figura 3 - Posicionamento da vítima consciente
Fonte: Flegel (2008, p. 114).
Figura 4 - Posicionamento da vítima inconsciente
Geralmente, ao presenciar estas situações, são to-
madas condutas equivocadas e erradas, como: jo-
gar água no rosto da vítima, oferecer líquido ou 
comida, utilizar produtos com odor forte, como vi-
Hipertensão Arterial Sistêmica, 
Crise Hipertensiva e Hipotensão
Caro(a) aluno(a), na Unidade I, verifi camos a classi-
fi cação da pressão arterial e os procedimentos para 
avaliar a PA. Nesta unidade, abordaremos os concei-
tos e as condutas nos casos de alteração da PA.
Neste contexto, podemos citar a hipertensã o 
arterial (HA), é considerada uma doença multi-
fatorial em que há elevaçã o sustentada dos ní veis 
pressóricos. Geralmente, está associada a alte-
rações metabó licas, funcionais e/ou estruturais 
de ó rgã os-alvo. A HA pode ser agravada, devido 
aos fatores de risco, como obesidade abdominal, 
dislipidemia e diabetes mellitus. Além disso, está 
associada a eventos, como acidente vascular ence-
fá lico (AVE), doença renal crô nica, infarto agudo 
do miocá rdio (IAM), insufi ciê ncia cardí aca (IC) 
e morte súbita (MALACHIAS et al., 2016). Por 
sua vez, nas crianças, as taxas de hipertensão são 
maiores quando apresentam obesidade, distúr-
bios respiratórios do sono ou doença renal crônica 
(FLYNN et al., 2017).
nagre, água sanitária (hipoclorito de sódio), entre 
outros, para tentar acordar a vítima. No entanto as 
condutas devem ser baseadas em protocolos, e não 
em conhecimento popular.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 53
Durante os primeiros socorros: 
• Mantenha o(a) aluno(a)/atleta em repouso 
absoluto, de maneira confortável (sentado ou 
semi-sentado).
• Afrouxe as roupas.
• Monitore os sinais vitais.
• Se necessário, acione o SAMU.
• A elevação dos membros inferiores neste 
caso, está contraindicada.
Dentre os casos de elevação da PA, encontra-se a 
crise hipertensiva, a qual pode ser classificada como 
urgência hipertensiva ou emergência hipertensi-
va. Estas são situações clínicas sintomáticas em que 
é observada elevação acentuada da pressão arterial 
diastólica (≥ 120 mmHg), sendo que na urgência hi-
pertensiva há elevação da PA superior ao percentil 99. 
Nestes casos, pode ocorrer acometimento neurológi-
co, renal, hepático, insuficiência miocárdica, convul-
sões e alterações visuais (MALACHIAS et al., 2016).
As condutas têm ênfase em prestar os primeiros 
socorros realizando a rápida identificação da crise 
hipertensiva e remoção da vítima, para isso, acione 
o serviço de emergência (BRASIL, 2003).
Outra alteração da pressão arterial bas-
tante comum é a hipotensão, a qual apre-
senta níveis de pressão abaixo do normal 
com PAS < 90 mmHg (JENSEN, 2013). 
Não é considerada uma doença, porém 
pode estar relacionada com diabetes 
mellitus, infarto do miocárdio entre 
outros. As quedas da pressão podem 
ocorrer por diversos motivos que causam a perda 
do controle do fluxo de sangue e a hipovolemia (di-
minuição de sangue no corpo). Entre estes, jejum 
prolongado, desidratação, uso de diuréticos e troca 
repentina de posição (hipotensão postural ou ortos-
tática) (VARELLA, 2018, on-line)1.
A vítima com hipotensão pode apresentar: ton-
tura, visão embaçada, náuseas, vômitos síncope, 
pulso rápido ou irregular, fadiga, confusão e disp-
neia (MION, 2016, on-line)2.
Durante os primeiros socorros: 
• Mantenha o(a) aluno(a)/atleta em repouso, 
deitado(a) de maneira confortável com os 
membros inferiores elevados.
• Afrouxe as roupas.
• Monitore os sinais vitais.
• Se necessário, acione o SAMU.
É recomendado para hipertensos que possuam mais 
de três fatores de risco, diabetes ou cardiopatias, re-
alizar o teste ergométrico antes de realizar atividades 
físicas. Além disso, antes de esses indivíduos começa-
rem a praticar esportes competitivos ou de alta perfor-
mance, é recomendada uma avaliação cardiovascu-
lar completa (MALACHIAS et al., 2016).
Nas crianças e adolescentes, a medição da 
pressão arterial na escola pode ser uma 
ferramenta importante para identificar 
os que necessitam de avaliação 
formal, bem como para mo-
nitorar a pressão arterial 
(FLYNN et al., 2017).
Figura 5 - Elevação dos membros inferiores
54 
 
Os protocolos para o atendimento de eventos car-
diovasculares passam por revisões e atualizações, 
frequentemente. Portanto, você encontrará con-
teúdo com os mais recentes consensos e diretrizes 
disponíveis para que possa dispor de uma fonte 
confi ável de consulta e estudo. Além disso, utiliza-
mos uma proposta prática e concisa dos principais 
assuntos que envolvem este tema. Iniciaremos pela 
aterosclerose.
A aterosclerose ocorre devido à resposta da pa-
rede arterial a diversos agentes agressores, na qual há 
deposiç ã o de lí pides, infl amação e evoluç ã o da placa 
ateroscleró tica (placa de gordura). A aterosclerose 
tem início quase concomitante à formaç ã o do pró prio 
corpo humano. As lesõ es iniciais podem ser identifi -
cadas em fetos de mã es com altos níveis de colesterol 
e em crianç as na primeira infâ ncia. A evolução das 
lesõ es continua até desenvolver o ateroma, em torno 
Aterosclerose, Doença Arterial 
Coronariana (DAC) e Angina
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 55
Infarto Agudo 
do Miocárdio (IAM)
com DAC podem experimentar episódios de angina 
(dor ou desconforto na região torácica).
Nestes casos, você deve ligar para o serviço de 
urgência e recomendar que a pessoa utilize os pró-
prios medicamentos enquanto aguarda o atendi-
mento. Esta situação pode progredir para infarto 
agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou 
morte súbita, por isso, é extremamente relevante 
monitorar os sinais vitais e realizar os procedimen-
tos, conforme indicados nos próximos tópicos.
da quinta década de vida (MARTINS et al., 2009). O 
ateroma pode causar obstrução do fluxo sanguíneo e, 
consequentemente, doença arterial coronariana.
A DAC é considerada a principal causa de óbi-
to no mundo. A cada ano, mais de sete milhões de 
indivíduos morrem em decorrência desta doença 
(MORAES, 2015). Há comprometimento do fluxo 
sanguíneo nas artérias coronárias e, consequente-
mente, redução da chegada do oxigênio ao coração 
(PINHO et al., 2010). Por conta disto, os indivíduos 
A maioria das mortes relacionadas ao IAM ocorre 
fora dos hospitais e, geralmente, não é assistida pe-
los profissionais da saúde. Grande parte das vítimas 
morrem nas primeiras 24 horas após o evento, sen-
do 50% na primeira hora por taquiarritmia ventri-
cular (PIEGAS et al., 2015; MORAES, 2015). Logo, 
essa situação deve ser reconhecida rapidamente.
Quando há ativação inflamatória, agregação 
plaquetária, vasoconstrição e trombose da co-
ronária, a oclusão coronariana por algum tempo 
provocará o infarto. Esta isquemia que ocorre no 
músculo cardíaco e promove injúria ou necrose é 
denominada infarto do miocárdio (GONZALEZ 
et al., 2013).
Os sintomas são desconforto ou dor opressiva na 
região torácica anterior e/ou posterior, com sensa-
ção de queimação e sufocamento, dor na mandíbula, 
na região cervical, no ombro, nos membros superio-
res (geralmente o esquerdo) e no epigástrio. Pode 
ocorrer parestesia no membro superior (geralmente 
esquerdo) e a vítima, geralmente, apresenta sudore-
se, dispnéia e náuseas (SBC, 2013a).
O IAM pode levar a uma parada cardíaca e é 
considerado uma das principais causas de PCR. Na 
suspeita de infarto, deve-se chamar o serviço de 
emergência e monitorar os sinais vitais. Se o quadro 
evoluir para uma parada cardíaca, realizam-se os 
procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar.
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Parada 
Cardiorrespiratória (PCR)
A situação de maior emergência é a parada cardior-
respiratória (PCR) (MORAES, 2015), devido à parada 
do funcionamento do coração e dos pulmões, o que 
resultará em morte caso não sejam realizados os pro-
cedimentos de primeiros socorros. As características 
da vítima em PCR são: perda da consciência, gasping 
(respiração de

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