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19/10/2021 Clínica médica – Gastroenterologia Natalia Lisboa Cirrose hepática Cirrose é o estágio avançado da fibrose hepática caracterizada pela distorção da arquitetura hepática e formação de nódulos degenerativos A classificação morfológica é dividida em micronodular, madronodular e mista, porém é uma classificação mais antiga e atualmente não é muito utilizada Agentes etiológicos • Metabólicos: erros congênitos ou adquiridos. ✓ Crianças e adultos jovens: galactosemia, tirosinemia e doença de Wilson ✓ Idade mais avançada: hemocromatose, deficiência de alfa-I-antritripsina • Virais: hepatite B e C • Alcoólico: é a principal etiologia em pacientes adultos. É preciso de 5-10 anos de ingestão, sendo de 40-60g/dia para homens e 20-40g/dia para mulheres. • Induzida por fármacos: metotrexato, isoniazida, oxifenisatina, alfametildopa • Autoimune: evolução da hepatite autoimune ou colangiopatia autoimune. Atenção para mulheres em idade jovem ou pós menopausa. • Biliares: cirrose biliar primária e secundária, doenças crônicas da árvore biliar, colangites de repetição, colangite esclerosante, obstrução das vias biliares • Obstrução do fluxo venoso hepático: síndrome de Budd Chiari, doença veno-oclusiva, pericardite constritiva • Criptogênicas Progressão da doença Em 20 anos, cerca de 30% dos pacientes evoluem para cirrose hepática Cerca de 2-5% evoluem para insuficiência hepática crônica Manifestações clínicas • Anorexia • Perda de peso 19/10/2021 Clínica médica – Gastroenterologia Natalia Lisboa • Fraqueza • Fadiga • Equimoses • Edema MMII • Febre • Aumento do volume abdominal • Confusão • Distúrbio do sono • Prurido • Colúria • Icterícia • Hematêmese • Melena • Hematoquezia • Amenorreia/ciclo menstrual irregular – anovulação • Alterações da testosterona, estradiol, prolactina, hormônio luteinizante • Hipogonadismo • Impotência • Infertilidade • Perda de libido • Atrofia testicular • Aranhas vasculares: telangiectasia, arteríola central rodeada de vênulas. Observamos em face, tronco, MMSS • Cabeça e pescoço: aumento da glândula parótida, fetor hepaticus • Tórax: ginecomastia, rarefação dos fâneros • Abdome: ascite, hepatomegalia, esplenomegalia, circulação colateral (cabeça de medusa) • Extremidades: eritema palmas, unhas Terry/Muehrcke, baqueteeamento digital, osteoartropatia, contratura de Dupuytren • Neurológico: asterix, flapping, encefalopatia hepática. Classificação da encefalopatia hepática Laboratório • Aminotransferases • Fosfatase alcalina • Gama-glutil transpeptidase • Bilirrubina • Albumina • Tempo de protrombina Bioquímica • Hiponatremia • Síndrome hepatorrenal Alterações hematológicas • Plaquetopenia • Anemia 19/10/2021 Clínica médica – Gastroenterologia Natalia Lisboa Imagem USG de abdome: • Superfície nodular • Ecogenicidade heterogênea • Aumento da ecogenicidade • Atrofia do lobo direito • Hipertrofia do lobo esquerdo e caudado • Hipertensão portal. No doppler vemos um aumento do diâmetro da veia porta, presença de veias colaterais, diminuição do fluxo da circulação portal • Nódulos hepáticos • ascite • Necessário fazer o rastreio de carcinoma hepatocelular a cada 6 meses TC: • Nódulos hepáticos • Hepatocarcinoma • Ascite RNM: • Mais caro e com menor tolerabilidade • Depósito de ferro no fígado • Trombose de veia porta Elastografia: • Mede a rigidez do tecido hepático Biópsia hepática: • Padrão ouro • Métodos: percutâneo, transjugular, laparoscópico, guiado por radiologia intervencionista • Não é sempre necessária • Pode sugerir a causa da cirrose Score de Metavir Diagnóstico O diagnóstico é dado por estigmas de hepatopatia crônica no exame físico, associado a alterações laboratoriais e radiológicas. 19/10/2021 Clínica médica – Gastroenterologia Natalia Lisboa Child-Pugh Avalia o prognóstico e sobrevida do paciente cirrótico MELD Model for End-Stage Liver Disease É o sistema de pontuação para avaliar a gravidade da doença hepática crônica Resumindo... • Cirrose hepática é a distorção da arquitetura hepática com formação de nódulos • A agressão ao parênquima hepático estimula a liberação de citocinas que irão ativas as células estreladas, produtoras de colágeno e, consequentemente, fibrose • A cirrose hepática aumenta a resistência sanguínea advinda da veia porta, o que causa alterações vasculares e hemodinâmicas importantes • Os agentes etiológicos incluem infecções virais, alterações metabólicas, biliares e autoimunes, além d álcool e outras medicações • A cirrose hepática evolui com complicações graves e carcinoma hepatocelular • As manifestações clínicas são muito variadas. As alterações laboratoriais podem estar relacionadas à causa base • Os exames de imagem são importantes no estadiamento da doença, porém o padrão ouro é a biópsia hepática • Todo paciente cirrótico deve ter o prognóstico avaliado pelos escores Child-Pugh e MELD.
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