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Cirrose Hepática à Conceito: processo difuso de necrose hepatocelular com substituição da arquitetura lobular por nódulos de parênquima circundados por septos fibrosos à Estágio final e irreversível de várias doenças à Na fase inicial, a taxa de proliferação supera a do fígado normal e das condições pós-hepatites, ao contrário da fase final, em que ilhas de hepatócitos são envoltas por tecido conjuntivo (= subversão da arquitetura hepática) Necrose à nódulos em regeneração por todo o fígado à proliferação de tecido conjuntivo à reorganização vascular à Predomínio etiologia alcoólica – homens; etiologia viral – mulheres à Prevenção: redução do alcoolismo, promoção da vacinação, terapêutica anti-vírica, diagnóstico e referenciação dos casos o mais precoce possível Etiologia: à Alcoolismo (60%) à Hepatite B, C e D crônicas (10 a 15%) à Esteato-hepatite não alcoólica à Hepatopatias autoimunes à Cirrose biliar primária à Hemocromatose à Colestase prolongada à Doença de Wilson à Galactosemia à Cirrose “cardíaca” (consequência à insuficiência cardíaca direita) à Criptogenética Fatores de risco: à Alcoolismo à Sexo (homens acima de 55 anos, mulheres têm lesões mais graves e mais cedo, com menor quantidade de álcool ~ relacionado ao estrógeno) à História familiar (DM2, obesidade, dislipidemias, cardiopatias e doenças genéticas) à Má-nutrição à História de hepatite crônica prévia à Transfusões sanguíneas à Medicações (paracetamol metildopa, isoniazida etc) à Exposições endovenosas à Profissionais de saúde Fisiopatologia: Ativação das células de Kupffer e células de Ito à deposição de colágeno à colapso dos lóbulos hepáticos à formação de septos fibrosos à regeneração nodular à reorganização vascular Microscopia: à Alterações do leito vascular à Neoformação conjuntiva à Regeneração nodular Classificação morfológica: à Micronodular: nódulos de regeneração de tamanho homogêneo (0,2 a 0,3 cm) separados por septos conjuntivos finos à Alcoolismo, má nutrição, cirrose biliar primária à Macronodular: faias de tecido conjuntivo com nódulos > 0,5cm à Pós hepatite B e C à Mista: regeneração vigorosa numa cirrose micronodular, resultando em áreas alternas de cirrose micro e macronodular Clínica: • Insuficiência hepática: icterícia, albumina sérica baixa, níveis elevados de transminases, déficit de protrombina não corrigido pela administração de vitamina K e encefalopatia hepática • Hipertensão porta: esplenomegalia, varizes esofageanas e ascite • Alteração da atividade hepática: muitas vezes silenciosa, com maior risco de hepatocarcinoma • Condição final: modificações no funcionamento do fígado e na sua circulação Hipertensão Portal Fisiopatologia: Modificações estruturais e funcionais das células à Maior resistência intra-hepática à Hipertensão porta à Maior resistência dos sistemas colaterais à Vasodilatação esplênica e sistêmica à Volume efetivo renal reduzido à Retenção de Na+ e H2O à Aumento do volume intracelular à Aumento do débito cardíaco = hipertensão porta Fisiopatogenia: Maior contração das células musculares lisas e miofibroblastos à Aumento da resistência do fluxo sanguíneo a nível de sinusóide à Remodelagem sinusoidal Deposição de tecido conjuntivo à Fibrose perivenular Anastomose entre sistemas arterial e venoso (shunt intra-hepático) nos septos fibrosos à altas pressões sobre o sistema venoso de baixa pressão. Obs: Acima de 17 mmHg no tronco da Porta = hipertensão porta Classificação quanto à obstrução: à Pré-sinusoidal / Pré-hepática = trombose ou invasão neoplásica da v. porta; esplenomegalia maciça à Sinusoidal / Intra-hepática = Maior chance de desenvolver cirrose. Hepatite alcoólica, TB miliar, excesso de vitamina A, fibrose esquistossomótica, hepatite crônica ativa, esclerose das esteato-hepatites etc. à Pós-sinusoidal / Pós-hepática = síndrome de Budd-Chiari (obstrução da veia hepática e VCI), pericardite constritiva, defeitos orovalvulares da tricúspide, ICC Principais consequências: à Ascite (85% dos casos) • Associada a cirrose • Transudato na cavidade peritoneal acima de 500 ml, com baixo nível proteico (< 3g/dL) e presença de células mononucleares e células mesoteliais descamadas Obs: neutrófilos entre 250 e 500/mm3? Sugestivo de infecção secundária Presença intensa de hemácias? Pensar em CA disseminado à Esplenomegalia • Provocada pela estase congestiva do sangue no sistema venoso portal • Palpável ao exame físico • Acompanha cirrose com macronódulos, geralmente em pessoas jovens • Hiperesplenismo pode levar a doenças hematológicas como pancitopenia e plaquetopenia à Circulação colateral • Varizes gastro-esofageanas são manifestadas em 65% dos cirróticos • Pode evoluir para hematêmese, e consequente choque hipovolêmico • Outras manifestações: hemorróidas, cabeças de medusa e encefalopatia porto-sistêmica à Encefalopatia hepática Insuficiência Hepática Esgotamento de cerca de 80 a 90% da reserva funcional hepática, geralmente cursa com complicações das hepatites (agudas) e cirroses (crônicas). Pode acontecer paralela à hipertensão porta. Manifestações clínicas: à Icterícia à Hipoalbuminemia à Hiperamoniemia à Hiperestrogenismo à Coagulopatias à Falência de outros sistemas (encefalopatia hepática e síndrome hepatorrenal) Etiologia: à Lesões ultra-estruturais à Hepatopatia crônica = cirrose à Necrose hepática maciça Quadro clínico: anorexia, emagrecimento, dores abdominais, insônia Achados de hepatopatia crônica: • Compensada: aranhas vasculares, eritema palmar, edema MI leve, ginecomastia, atrofia testicular, rarefação dos pelos • Descompensada: ascite, icterícia, esplenomegalia, varizes esofageanas, hematêmese ou melena, hálito hepático, edema de MI, síndrome hepatorrenal, hepatopulmonar, encefalopatia hepática Icterícia é constante nos pacientes cirróticos (episódica ou permanente), com predominância de bilirrubina conjugada/direta, hidrossolúvel Edema é resultado da hipoalbuminemia. O comprometimento funcional hepático reduz a síntese hepática de albumina, reduzindo a pressão oncótica do plasma e aumento a transudação de líquido para o terceiro espaço Endocrinopatias: • Homens: ginecomastia, atrofia testicular e perda da libido • Mulheres: amenorreia, frigidez e esterilidade • Ambos: aranhas vasculares e eritema palmar Distúrbios da hemostasia: menor síntese de fatores de coagulação = hemorragias Síndrome Hepatorrenal: • Baixa volemia + impregnação biliar dos túbulos renais + presença de cilindros biliares no EAS • Histologia do rim preservada (diagnóstico diferencial!) • Tríade clínica: azotemia + oligúria/anúria + insuficiência hepática • IRA pode ser precipitada por infecções ou hemorragias • Indicativo de mau prognóstico Síndrome Hepatopulmonar: • Ascite + pressão do diafragma para cima + derrames pleurais • Clínica: dispneia ao esforço, baqueteamento digital, palpitações e dor no peito Encefalopatia hepática: • Hiperamoniemia a partir do aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica à aminoácidos aromáticos (maior estímulo à atividade depressora do GABA = prejuízo neuronal e edema • Alterações motoras: asterixis • Desencadeada por dieta hiperproteica e desidratação • Indicativo de mau prognóstico • Patogênese: shunt porto-sistêmico + falência hepática Diagnóstico – Cirrose à Exame físico: sinais e sintomas clássicos à Laboratorial: hipoalbuminemia, hipergamaglobulinemia, hiberbilirrubinemia, TGO e TGP, fosfatase alcalina, GGT à Imagens: US, TC e RnM à Biópsia: padrão ouro Caso não seja possível definir a etiologia do processo = cirrose criptogenética Biópsia Hepática à Indicada para todas as hepatopatias à Contra-indicações: ascite, transtorno grave de coagulação e déficit de protrombina à Complicações: sangramento, fístulas arterio-venosas e septicemia Fatores que influenciam o prognóstico: • Etiologia do processo • Tamanho do fígadoao diagnóstico • Resposta à terapêutica • Hemorragia por ruptura de veias ou varizes esofageanas • Icterícia • Testes bioquímicos • Complicações neurológicas e renais • Hipoprotrombinemia persistente com equimose • Hipotensão persistente (abaixo de 100 mmHg) • Comorbidades: DM, litíase biliar
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