Logo Passei Direto

A maior rede de estudos do Brasil

Grátis
8 pág.
Estudo Dirigido 1

Pré-visualização | Página 2 de 2

24 horas. Se positivo, é 
identificado o microrganismo e emitido o resultado final. Se negativo, é emitido 
resultado parcial negativo e a amostra é incubada por mais 24 horas. Decorrida essas 
horas, o resultado final é emitido. 
 
6. Streptococcus pyogenes é o principal agente de faringites bacterianas. 
Descreva, passo a passo, como deve ser feito o diagnóstico 
microbiologico deste microrganismo? 
 O agente etiológico da faringite bacteriana, neste caso o Streptococcus 
pyogenes, pode ser identificado da seguinte maneira: em coloração de Gram, os 
microrganismos dispostos em coco gram positivos negativos ao teste de catalase, são 
testados a presença de β-hemólise e α-hemólise. Se confirmado que os 
microrganismos da amostra são β-hemolíticos, a amostra será submetida a novos 
testes para diferenciação. Caso a amostra demonstre PYR positivo e sensível à 
presença de Bacitracina, há a confirmação da presença de S. pyogenes. 
 Foram desenvolvidos testes rápidos, como latex e imunocromatografia, para 
pesquisa de S. pyogenes. A sensibilidade varia entre 70 a 95% e a especificidade 
aproxima a 95%; contudo, teste não diferencia estado de portador. 
 
7. Como deve ser feita a coleta de escarro para o diagnóstico microbiologico 
de infecções do Trato Respiratório Inferior? 
 O escarro pode ser coletado por meio de duas abordagens: amostra 
expectorada ou induzida após nebulização com solução salina. 
 
 A amostra deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório e processada 
no prazo de uma a duas horas, a fim de não perder patogenos fastidiosos e evitar 
proliferação de bacilos gram-negativos. 
 
8. Como deve ser feita a validação das amostras de escarro e do aspirado 
endotraqueal? 
 Para validação das amostras de escarro e do aspirado endotraqueal, deve-se: 
(1) realizar coloração de Gram e observar espécime, em microscópio com aumento 
de 100x, a presença de 25 ou mais leucócitos polimorfonucleares (PMN) e 10 ou 
menos células epiteliais descamadas por campo. (2) Após observação, deve-se 
realizar a média de dez campos. 
Escarro expectorado
• Prefere-se colher a primeira amostra da manhã, dado sua natureza
concentrada.
• Anterior à coleta, recomenda-se que paciente retire próteses e higienize a
boca com escova e água destilada estéril, de forma a remover microbiota
superficial e assim, evitar contaminação da amostra. Ainda, deve-se intruir
paciente sobre o material desejado da coleta, ressaltando diferenças entre
tosse profunda e saliva; com isso, há maior garantia de se obter amostra
de boa qualidade.
• Em seguida, colhe-se a amostra obtida, após tosse profunda, em um
frasco estéril de boca larga.
Escarro induzido
• O escarro é coletado após nebulização do paciente com 20 a 30 mL de
solução salina (cloreto de sódio 3%).
• Anterior à coleta, paciente deve ter a boca higienizada.
• Essa coleta é adotada quando pacientes possuem pouco escarro ou
apresentam dificuldade de eliminar o escarro. Para além, pode ser utilizada
para pacientes com suspeita de infecção por Mycobacterium tuberculosis e
em pacientes soropositivos para HIV com suspeita de Pneumocystis
jirovecii.
 Destaca-se que, em pacientes neutropênicos, o número de PMN deve ser 
desconsiderado. Ainda, a aplicação desses critérios deve ser repensada para 
amostras originárias de pacientes com suspeita de infecção por Legionella, 
micoplasmas ou diagnosticados com fibrose cística. 
 
9. Como deve ser feita a cultura do aspirado endotraqueal? 
 Da amostra colhida, dilui-se 1 mL em 9 mL de solução salina (1:10); em 
seguida, faz-se diluição 1:100 e 1:1000. Após obter a diluição 1:1000, com o auxílio 
da alça de Drigalski, semeia-se 0,1 mL da diluição nas placas de ágar sangue, ágar 
chocolate e MacConkey. Conta-se 106 UFC/mL. 
 Posteriormente, incuba-se as placas. As placas de ágar sangue e MacConkey 
são incubadas entre 35 a 37ºC durante 48 a 72 horas; decorrido o tempo, são 
examinadas após 18 a 24 horas. Quanto a placa de ágar chocolate, a mesma é 
incubada entre 35 a 37ºC em tensão de 5% de 𝐶𝑂2, em jarra de vela, por 48 a 72 
horas; após o tempo determinado, examina-se amostra após 18 a 24 horas. 
 Anterior às diluições, amostras com materiais muito espessos podem ser 
tratadas com um agente mucolítico, como N-acetil-L-cisteína a 1%, de forma a 
alcançar diluição final igual a 1:20.000. Alternativamente, pode-se adotar alça 
calibrada de 1 µL para a semeadura a partir da primeira diluição. 
 
10. Como deve ser feito o diagnóstico microbiológico das infecções fúngicas 
do Trato Respiratório Inferior? 
 O diagnóstico microbiológico de infecções fúngicas pode ser obtido a partir de 
uma pesquisa a fresco. Para isso, utiliza-se com hidróxido de potássio ou hidróxido 
de sódio a 20%, a fim de clarificar estruturas fúngicas, e pesquisa, por meio da 
microscopia, as estruturas particulares de fungos em objetiva de 40x. 
 Quando se tratar de fungos leveduriformes, adota-se hidróxido de potássio ou 
hidróxido de sódio a 20% e corante, como azul algodão ou azul de lactofenol. Em 
casos de suspeita de Cryptococcus, pode-se fazer exame direto com tinta nanquim 
(tinta chinesa). Quanto a suspeita de pneumonia causada por Pneumocystis jirovecii, 
o diagnóstico pode ser feito por meio do exame direto de amostras de lavado 
broncoalveolar ou escarro induzido coradas por Giemsa ou azul de toluidina, bem 
como biopsias pulmonares, a procura de cistos ou trofozoitos. 
 Em relação à cultura, amostras com fungos devem ser semeadas em meios 
específicos, como Mycosel e Sabouraud, em duplicata, e incubar a temperatura 
ambiente e 35 a 37ºC durante semanas. Os exames macroscópicos e microscópicos 
das colônias obtidas podem ser realizados após 4 semanas. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL, Anvisa. Microbiologia Clínica para o controle de IRAS. Módulo 3: Principais 
síndromes infecciosas. Brasília, 2013. 
BROOKS, G. F. et al. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26ª ed. 
Porto Alegre. Editora McGraw-Hill, 2014. 872p. 
HENRY, J. B. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 20ª ed. 
Manoele: Barueri, 2008. 
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10ª ed. Porto Alegre: 
Editora Artmed, 2012.
Página12