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CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO E 
APRENDIZAGEM 
MOTORA 
Patrick Gonçalves
Conceitos de crescimento, 
desenvolvimento 
e maturação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir crescimento corporal.
 � Identificar desenvolvimento.
 � Analisar maturação.
Introdução
Embora sejam comumente confundidos, crescimento, desenvolvimento 
e maturação são processos distintos. De modo geral, todos os seres hu-
manos crescem, se desenvolvem e amadurecem à medida que o tempo 
passa. No entanto, cada indivíduo e cada fase da vida podem apresentar 
peculiaridades significativas.
Como profissional de educação física, você deve estar atento a esses 
fatores. Como você vai ver, é por meio de avanços físicos, cognitivos, 
afetivos e sociais que o ser humano se desenvolve e atinge a sua plenitude 
na idade adulta. Neste capítulo, você vai estudar o crescimento corporal, 
o desenvolvimento humano e a maturação.
Crescimento corporal
Como você sabe, os organismos nascem, crescem e morrem. É assim que 
normalmente ocorre no ciclo de todos os animais, inclusive no dos seres 
humanos. Logo, o termo “crescer” está associado ao tamanho que os corpos 
dos organismos vivos atingem ao longo de suas existências. O crescimento 
corporal humano, então, são as alterações que o corpo humano sofre quanto 
ao seu tamanho. Tais alterações ocorrem basicamente pela multiplicação das 
células (GUEDES, 1997; TANI et al, 1988). Arruda (1993) explica que o cres-
cimento é uma variável que pode ser mensurada por instrumentos e protocolos 
de avaliação, que conferem aos indivíduos medidas quantitativas. Há, por 
exemplo, instrumentos que verificam as medidas antropométricas de estatura, 
de massa corporal, de dobras cutâneas, de circunferências e de diâmetros. 
Nesse mesmo sentido, Machado (2007) atribui ao crescimento a perspectiva 
de ganhos de massa corporal e estatura em relação às medidas de tempo. Ou 
seja, o crescimento tem relação com quantas gramas um indivíduo adquire 
e com quantos centímetros ele cresce ao longo de dias, meses ou anos. Esses 
processos de ganhos ao longo do tempo ocorrem devido às mudanças estru-
turais das células que compõem o corpo humano. Malina e Bouchard (2002) 
explicam que esse fenômeno de aumento corporal ocorre a partir de três 
processos distintos, como você pode ver a seguir.
 � Hiperplasia: aumento de células a partir das divisões celulares. Ocorre 
predominantemente nos processos de aumento de tecido adiposo.
 � Hipertrofia: aumento dos tamanhos celulares a partir dos processos de 
elevação funcional que ocorrem geralmente a partir das proteínas e dos 
substratos. Como exemplo, você pode considerar os ganhos de massa 
dos músculos esqueléticos que ocorrem após sessões de treinamento 
físico sistematizado em fibras do tipo II.
 � Agregação: aumento das substâncias intercelulares orgânicas e inor-
gânicas que agregam e agrupam as células. Por exemplo, a formação 
de tendões e de ossos necessita de muitas dessas substâncias que ligam 
uma célula a outra, geralmente fibras de colágeno. 
É importante você notar que esses três fenômenos, apesar de serem fun-
damentais para o crescimento, variam de acordo com o tecido envolvido. Por 
exemplo, o tecido adiposo apresenta uma hiperplasia maior em relação ao 
tecido muscular. Este último está mais ligado aos processos de hipertrofia. 
Além disso, Malina e Bouchard (2002) ainda atentam para um quarto processo 
de crescimento, que ocorre a partir da destruição celular. O corpo humano 
apresenta tanto processos em que células são geradas e/ou aumentam de ta-
manho quanto processos em que células morrem e/ou diminuem de tamanho. 
Quando há equilíbrio entre os ganhos e as perdas celulares, o que acontece 
geralmente na fase adulta, ocorre o crescimento estável. Quando ocorre um 
desequilíbrio que pende para uma perda celular em demasia sobre os ganhos 
Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação2
celulares, ocorre o crescimento negativo. Este último fenômeno normalmente 
se origina de processos patológicos ou se relaciona ao envelhecimento. 
Muitos aspectos relativos ao crescimento dependem do potencial genético de 
cada indivíduo. Assim, cada sujeito apresenta um potencial de crescimento con-
forme seus condicionantes hereditários. No entanto, estudos apontam que tais 
potenciais encontram impedimentos e possibilidades de se concretizarem em 
algumas variáveis ambientais (GLANER, 2005; GUEDES, S. P.; GUEDES, J., 
1995). Isto é, o crescimento pode ser influenciado pelas qualidades sociais, 
econômicas e políticas do contexto no qual um indivíduo vive. Glaner (2005) e 
Nahas et al (1992) ainda apontam que medidas como peso e estatura, basilares 
para se verificar o crescimento corporal, são utilizadas como indicadores de 
qualidade do bem-estar social de muitos países. É o caso dos instrumentos 
destinados a aferir as condições nutricionais de crianças, por exemplo. 
O crescimento, além de ter características hereditárias, também é influenciado por 
fatores ambientais, nutricionais e hormonais, que se relacionam ao sexo e às patologias, 
como você pode ver na Figura 1, a seguir. Esses fatores ainda influenciam os processos 
de desenvolvimento e maturação, que você vai estudar ao longo deste capítulo. 
Hereditários
Nutricionais Ambientais
Neuroendócrinos
Endógeno
Etnia Sexo
Doença
Exógeno
Crescimento,
desenvolvimento
e maturação
Figura 1. Fatores que influenciam o crescimento, o desenvolvimento e a maturação.
Fonte: Adaptada de Fundação Vale (2013, p. 14).
3Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
Fases e tipos de crescimento
O crescimento se caracteriza pelo aumento de massa ou pela divisão celular. 
Ele pode ser mensurado quantitativamente, como em centímetros e quilo-
gramas, por exemplo. O crescimento humano ocorre com muita ênfase nos 
primeiros anos de vida, em especial até cada indivíduo atingir a fase adulta. 
No entanto, ele não acontece de maneira uniforme. Assim, Moreira (2011) 
identifica quatro fases nitidamente distintas no crescimento humano, como 
você pode ver a seguir.
 � Primeira fase: ocorre da concepção até o nascimento. Nesse período, 
a divisão celular é bastante potente, caracterizando os órgãos internos, 
formando as estruturas corporais e dando início ao crescimento cerebral. 
As influências ambientais, ou seja, aquelas alheias ao organismo do 
embrião ou do feto, são bastante significativas. 
 � Segunda fase: também denominada primeira infância ou fase do lac-
tente. Inicia-se no nascimento e se estende até os dois anos, aproxima-
damente. No primeiro ano de vida, as crianças crescem, em média, 
25 cm ao ano. No ano seguinte, essa média diminui para 15 cm. A 
desaceleração vai ocorrendo gradualmente, até que o crescimento atinja 
de 4 a 6 cm ao ano. 
 � Terceira fase: também denominada segunda infância, fase da infância 
intermediária ou fase pré-puberal. Nessa fase, que se estende do terceiro 
ano de vida até os 11 anos de idade, o crescimento apresenta certo 
equilíbrio e certa uniformidade. A criança adquire cerca de 5 cm ao 
ano e o peso tende a acompanhar a sua estatura. 
 � Quarta fase: mais conhecida como adolescência, mas também referida 
como fase puberal. Nesse período, ocorre nova aceleração do cresci-
mento, que dura até os 15 anos de idade e ocorre devido às secreções 
dos hormônios sexuais e do hormônio do crescimento (somatotrofina). 
Após, ocorre uma rápida desaceleração até aproximadamente os 18 anos 
de idade, quando a fase se encerra com a fusão das epífises.
Como você viu, o crescimento é desigual mesmo naqueles indivíduos que 
possuem semelhanças genéticas e ambientais. Com isso, as idades de início e 
término das fases podem ser distintas para cada ser humano. 
Ao longo da vida de cada indivíduo, ocorrem fases que são denominadas 
saltos de crescimento ou estirões do crescimento. São períodos em que o 
crescimento é mais evidente. Na primeira infância, por exemplo, ocorrem 
Conceitosde crescimento, desenvolvimento e maturação4
vários saltos de crescimento. Neles, em um período que costuma durar de 1 a 6 
semanas, as crianças apresentam crescimento acima da média. Geralmente, os 
saltos de crescimento da infância não têm grandes distinções entre indivíduos 
de sexos diferentes. As diferenças mais notáveis que ocorrem quanto ao sexo 
se dão predominantemente no início da adolescência.
A velocidade e o ritmo do crescimento entre meninas e meninos começam 
a se diferenciar na puberdade, quando o salto de crescimento varia entre 8 e 
14 cm por ano. Comumente, a estatura de meninas avança mais cedo, entre 9 e 
14,5 anos de idade, durando cerca de 2 a 3 anos. Em meninos, esse fenômeno 
demora um pouco mais, ocorrendo geralmente entre os 11 e os 16 anos de 
idade, durando o mesmo período. O fenômeno que marca o crescimento ace-
lerado durante o início da adolescência é chamado de surto do crescimento 
adolescente (GALLAHUE; OZMUN, 2013; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 
2013). Logo, não é incomum que crianças com 12 anos de idade, por exemplo, 
tenham diferentes estaturas e que, passados alguns anos, essas diferenças se 
atenuem. 
As diferenças de crescimento durante a puberdade são cruciais para as habilidades 
motoras. No início do surto do crescimento adolescente, é comum haver pouco 
ou nenhum avanço na aquisição de habilidades motoras, o que está ligado ao pouco 
domínio de um corpo que se mostra cada vez maior em comprimento e peso. Assim, 
é fundamental o profissional de educação física motivar e encorajar os adolescentes 
até a sua adaptação às novas proporções corporais. 
Além de ter diferentes fases, o crescimento corporal pode ser classificado 
quanto às mudanças específicas que ocorrem em cada célula, cada órgão e 
cada tecido do organismo. Nesse sentido, Moreira (2011) identifica quatro tipos 
de crescimento que ocorrem conforme cada estrutura corpórea. Veja a seguir.
 � Crescimento geral somático: é a totalidade do crescimento corporal 
humano, incluindo os ganhos em tecido muscular e ósseo, volume 
sanguíneo, órgãos dos aparelhos respiratório, circulatório e digestivo, 
rim e baço. É representado por uma curva crescente, mas de velocida-
5Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
des diferentes devido às acelerações do crescimento que ocorrem na 
primeira infância e na adolescência. 
 � Crescimento neural: apresenta maior velocidade nos primeiros anos 
de vida, quando o crescimento do cérebro, do cerebelo e de estruturas 
afins, como o aparelho ocular e o perímetro cefálico, é mais evidente. 
 � Crescimento linfoide: marcado pelo crescimento de estruturas como 
o timo, os gânglios linfáticos, as amídalas, as adenoides e os folículos 
linfoides intestinais. Geralmente, ocorre mais entre os 8 e os 10 anos 
de idade. 
 � Crescimento genital: engloba o crescimento de estruturas como tes-
tículos, ovários, epidídimo, vesículas seminais, próstata, útero e seus 
anexos. Nos primeiros 8 a 10 anos de vida, o crescimento dessas es-
truturas é bastante lento. Na chegada da puberdade, elas acompanham 
a aceleração que marca essa fase. 
Como você viu, o crescimento diz respeito às alterações pelas quais o corpo 
humano passa ao longo dos anos. Essas modificações resultam de alterações 
celulares e de substâncias que as agregam, podendo ser classificadas conforme 
as fases em que ocorrem mudanças mais evidentes ou quanto aos tipos de 
células, tecidos e órgãos envolvidos. Além disso, é importante você lembrar-
-se de que tais modificações não são uniformes em todos os indivíduos. Elas 
podem ser influenciadas por fatores hereditários, pelo sexo, pelos contextos 
ambientais (tais como os nutricionais, econômicos e sociais) e, ainda, por 
patologias genéticas ou adquiridas. 
Desenvolvimento humano
O desenvolvimento humano, além de ocorrer de acordo com o crescimento 
corporal, ainda engloba as dimensões físicas, cognitivas, comportamentais, 
afetivas e sociais. Desse modo, o ser humano apresenta características de 
desenvolvimento específicas em cada fase da vida. Da mesma forma como 
ocorre com o crescimento, o desenvolvimento é distinto para cada indivíduo. 
Ou seja, se você comparar crianças em estágios de crescimento iguais, por 
exemplo, tanto pode perceber diferenças significativas quanto ao seu desen-
volvimento quanto notar características muito semelhantes.
As mudanças nas diversas dimensões humanas envolvem novas possibili-
dades de relacionamento dos sujeitos consigo próprios e com o meio em que 
estão inseridos. Gallahue e Ozmun (2013, p. 469) destacam que o desenvolvi-
Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação6
mento diz respeito às “mudanças no nível de funcionamento do indivíduo ao 
longo do tempo”. O desenvolvimento humano, portanto, trata das mudanças 
funcionais pelas quais os indivíduos passam ao longo dos anos, que podem 
ser aferidas por métodos quantitativos e qualitativos. 
Em determinados aspectos, o desenvolvimento pode apresentar avanços durante 
todo o ciclo da vida. Mesmo em condições de envelhecimento, em que os aspectos 
físicos podem enfrentar um rápido declínio, outras aptidões, como aquelas referentes 
ao vocabulário, podem continuar se desenvolvendo.
Os estudos do desenvolvimento humano começaram entre o final do século 
XIX e o início do século XX. Nesse período, alguns teóricos romperam com a 
ideia de que as crianças seriam adultos em potencial, adquirindo ao longo da 
vida apenas ganhos corporais e a habilidade de usar as novas estruturas que se 
formavam. Assim, surgiram várias teorias sobre o desenvolvimento humano, 
com perspectivas dimensionais específicas, que variam conforme os conhe-
cimentos e interesses de seus criadores. Por exemplo, a teoria psicanalítica, 
criada por Sigmund Freud em meados do século XX, busca compreender o 
desenvolvimento humano a partir de questões relativas à personalidade e ao 
funcionamento psíquico considerado anormal. 
Abordagens conceituais
A partir dos diferentes estudos sobre o desenvolvimento humano, surgiram 
alguns conceitos importantes. Para Malina e Bouchard (2002), o desenvol-
vimento se caracteriza pelas alterações adaptativas que proporcionam deter-
minadas habilidades. Malina, Bouchard e Bar-or (2004) evidenciam que o 
desenvolvimento ocorre a partir de processos de alteração e especialização 
de células, tecidos e órgãos. Para Guedes, S. P. e Guedes, J. (1995), esse é 
um processo que envolve a maturação e as experiências proporcionadas e 
vivenciadas por cada indivíduo, se estendendo da concepção até a morte. 
Baxter-Jones e Maffuli (2002) explicam que o desenvolvimento se materializa 
à medida que os sujeitos adquirem habilidades motoras e as utilizam com 
7Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
base em competências. Palafox (2009) compreende que o desenvolvimento 
depende dos comportamentos perceptivo-motores, que ocorrem por meio de 
condicionantes como a exploração lúdica, o controle motor, a noção corporal, 
espacial e temporal, entre outros fatores. 
Evidentemente, há diferentes perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento 
humano. No entanto, existem várias semelhanças entre essas perspectivas. É 
possível, então, agrupar as diferentes teorias do desenvolvimento em abor-
dagens conceituais. No Quadro 1, a seguir, você pode ver as abordagens 
conceituais a partir das teorias que ganharam maior notoriedade no meio 
científico ao longo dos anos.
Abordagem 
conceitual
Teóricos 
representativos
Foco de pesquisa
Teoria das fases/
estágios
Sigmund Freud Estudo do desenvolvimento 
psicossexual desde o nascimento 
até o final da infância.
Erik Erikson Estudo do desenvolvimento 
psicossocial ao longo da vida.
Arnold Gesell Estudo dos processos de maturação 
no desenvolvimento do sistema 
nervoso central desde o nascimento 
até o final da infância (“a ontogenia 
recapitula a filogenia”).
Teoria da tarefa 
desenvolvimental
Robert 
Havighurst
Estudo da interação entre biologia 
e sociedade na maturidade 
desenvolvimental desde ainfância até o fim da vida.
Teoria dos marcos 
desenvolvimentais
Jean Piaget Estudo do desenvolvimento 
cognitivo como um processo 
interativo entre biologia e 
ambiente desde a época de 
bebê até o final da infância.
Teoria ecológica 
(ramo dos sistemas 
dinâmicos)
Nicholas 
Bernstein; Kugler, 
Kelso e Turvey
Estudo do desenvolvimento 
como um processo transacional 
descontínuo e auto-organizado 
entre a tarefa, o indivíduo e o 
ambiente ao longo de toda a vida.
Quadro 1. Abordagens conceituais ao desenvolvimento
(Continua)
Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação8
Fonte: Adaptado de Gallahue e Ozmun (2013, p. 45).
Quadro 1. Abordagens conceituais ao desenvolvimento
Abordagem 
conceitual
Teóricos 
representativos
Foco de pesquisa
Teoria ecológica 
(ramo do 
ambiente 
comportamental)
Roger 
Barker; Urie 
Bronfenbrenner
Estudo do desenvolvimento 
como função da interpretação 
individual de condições ambientais 
específicas em transação com o 
momento sociocultural e histórico.
Teoria do 
processamento 
de informações
Schmidt e 
Lee; Kephart
Estudo do desenvolvimento 
como um processo perceptivo-
motor e dos eventos que ocorrem 
internamente entre o input 
sensorial e o output motor.
(Continuação)
A partir das diferentes abordagens teóricas, você pode perceber que, tal 
qual o crescimento, o desenvolvimento pode ocorrer ao longo da vida de cada 
indivíduo. Muitas teorias enfatizam as interações entre o organismo biológico 
e o ambiente no qual cada sujeito se encontra. Ou seja, as condições culturais, 
sociais e econômicas são fundamentais no desenvolvimento. 
Ainda que crescimento e desenvolvimento sejam processos distintos, eles se 
relacionam à medida que ocorrem as alterações celulares e de outras substâncias 
inorgânicas e orgânicas que compõem o corpo humano. O desenvolvimento, 
portanto, assume diferentes perspectivas dependendo da dimensão humana 
considerada. Ele é um processo que muitas vezes envolve parâmetros não 
numéricos, elaborados a partir de critérios qualitativos. O desenvolvimento 
se modifica com o passar dos anos, especialmente na adolescência, quando se 
intensificam os processos de maturação, que você vai ver na próxima seção.
Maturação
Além do crescimento e do desenvolvimento, um terceiro conceito é essencial 
aqui: a maturação. Para Gallahue e Ozmun (2013, p. 474), a maturação é o 
“processo de mudança desenvolvimental caracterizado por uma ordem fixa de 
progressão, em que o ritmo pode variar, mas a sequência de surgimento das 
9Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
características é a mesma”. O amadurecimento, então, está ligado aos processos 
de crescimento e desenvolvimento biológicos e também é, em síntese, muito 
influenciado por características inatas. 
Nesse mesmo sentido, Baxter-Jones, Eisenman e Sherar (2005) apontam 
que esse processo não está relacionado ao tempo em um sentido cronológico. 
Isto é, ainda que a ordem de maturação seja a mesma para muitos indivíduos, 
ela pode se apresentar em momentos cronológicos diferentes. Por exemplo, se 
você comparar o processo de maturação de diferenças crianças de 10 anos, vai 
ver que determinadas estruturas corporais estão em um processo maturacional 
mais avançado em alguns indivíduos. Assim, os mesmos autores afirmam que 
há dois componentes a serem considerados durante o processo de maturação: o 
tempo e o timing. O tempo diz respeito às velocidades em que cada indivíduo 
progride para o estágio maduro. O timing diz respeito aos exatos momentos 
em que os eventos demarcatórios da maturação acontecem, como a idade em 
que a menarca é atingida. 
Logo, embora a maturação seja abordada qualitativamente, os eventos que 
marcam o amadurecimento do corpo humano ocorrem a partir de fenômenos 
visíveis. Para verificar mudanças, geralmente são utilizados os indicadores 
de maturação, que consideram diversas partes corporais. Os indicadores 
mais utilizados são a avaliação da idade esquelética, das características se-
xuais secundárias, do status menarquiano e/ou das características somáticas 
(BAXTER-JONES; EISENMAN; SHERAR, 2005).
Idade morfológica
A idade morfológica diz respeito à comparação entre o crescimento em altura 
e peso. Esses índices são avaliados por padrões normativos. O primeiro deles, 
explicam Gallahue e Ozmun (2013), surgiu em 1948, é chamado de escala de 
Wetzel e foi usado por algumas décadas por pediatras mundiais. Atualmente, 
a escala de Wetzel é pouco utilizada devido às mudanças morfológicas popu-
lacionais que ocorreram ao longo dos anos. 
Atualmente, é muito comum os pediatras utilizarem os gráficos de desen-
volvimento físico construídos em 2006 pela Organização Mundial de Saúde 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006). Essa representação gráfica 
apresenta curvas em que os percentuais de idade classificam os indivíduos 
dentro ou fora da média geral da população.
Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação10
As cadernetas da criança e do adolescente contêm inúme-
ras informações relacionadas ao crescimento, ao desen-
volvimento e à maturação, além de dados referentes aos 
controles patológicos e epidemiológicos. No link ou código 
a seguir, você pode realizar o download desses materiais.
https://goo.gl/o18qoC
Idade esquelética
A idade esquelética, ou idade óssea, fornece informações que possibilitam 
identificar a idade biológica do esqueleto. Geralmente, ela é calculada por 
meio de radiografias dos ossos carpais que integram a articulação do pulso. 
Em termos de maturação biológica, esse método fornece informações bastante 
acuradas (GALLAHUE; OZMUN, 2013). 
Contudo, por necessitar de equipamentos laboratoriais, o acesso a essas 
medidas é mais escasso. Além disso, a exposição constante à radiação pode 
ser agressiva à saúde. Portanto, a mensuração da idade esquelética é pouco 
utilizada devido à necessidade de um laboratório, aos custos que envolvem tal 
exame, à inconveniência de deslocamento até os locais com os equipamentos 
necessários e aos efeitos cumulativos da radiação.
Características sexuais secundárias
As características sexuais podem ser descritas como primárias e secundárias. As 
características primárias são aquelas relacionadas aos órgãos sexuais e definem 
a sexualidade biológica (em masculino e feminino). As características sexuais 
secundárias são as alterações corporais — mais comuns na puberdade — que 
acentuam as particularidades masculinas e femininas, como os pelos faciais, os 
pelos auxiliares e o agravamento da voz (GALLAHUE; OZMIUN, 2013). Assim, 
o surgimento e o amadurecimento de características sexuais secundárias, tam-
bém denominado idade sexual, é outro método de aferir a maturação biológica.
O método mais comum de avaliar a idade sexual é a escala da maturidade 
de Tanner, desenvolvida em 1962. Esse método consiste em avaliar o cresci-
11Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
https://goo.gl/o18qoC
mento dos órgãos genitais e das características sexuais secundárias por meio 
de uma análise comparativa. Como tal método sugere que as partes íntimas 
sejam vistas, o que põe em cena alguns dilemas culturais e sociais, é comum 
que profissionais não se disponham a realizá-lo. No entanto, essa avaliação 
pode ser feita sem a visualização direta do avaliador. É possível solicitar que 
o indivíduo avaliado aponte a imagem que mais se aproxima de suas carac-
terísticas corporais. No entanto, ainda que essa forma seja mais confortável 
tanto para o avaliado quanto para o avaliador, ela pode gerar erros. Afinal, a 
inexperiência do avaliado ou a timidez em apontar um estágio pouco desen-
volvido pode fazê-lo indicar um nível de maturação que não condiz com o seu.
Para avaliar a maturação sexual de um menino, por exemplo, o avaliador deve ter o 
consentimento institucional e dos responsáveis do sujeito avaliado. Respeitando todos 
os aspectos éticos, ele apresenta as figuras a seguir e solicita que o menino aponte 
aquela que melhor representa o seu estado maturacional (Figura2).
G1
G2
G3
G4
G5
Pênis, testículos e escroto de tamanho e proporção
infantis.
Aumento inicial do volume testicular (>4ml). Pele
escrotal muda de textura e torna-se avermelhada.
Aumento do pênis mínimo ou ausente.
Crescimento peniano, principalmente em compri-
mento.
Maior crescimento dos testículos e escroto.
Continua o crescimento peniano, agora principalmen-
te diâmetro, e o maior desenvolvimento da glande.
Maior crescimento dos testículos e do escroto, cuja
pele se torna mais pigmentada.
Desenvolvimento completo da genitária.
Figura 2. Desenvolvimento da genitália masculina segundo a classificação de Tanner.
Fonte: Fernandes (2015, p. 13).
Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação12
Outras características maturacionais
Além da idade morfológica, da idade esquelética e do aparecimento das carac-
terísticas sexuais secundárias, outros fenômenos podem ser considerados para 
se definir a maturação de determinados indivíduos. Entre esses fenômenos, 
está a classificação das idades emocional, mental, autoconceitual e perceptiva 
(GALLAHUE; OZMUN, 2013).
A idade emocional refere-se à medida da socialização e da habilidade 
para se adequar e se desenvolver em um meio social. A idade mental é uma 
medida atribuída ao potencial mental que determinado sujeito possui para as 
funções referentes ao aprendizado. A idade do autoconceito remete ao valor e à 
dignidade que um sujeito atribui a si mesmo. A idade perceptiva é a avaliação 
do desenvolvimento perceptivo, ou seja, a capacidade que um indivíduo tem de 
identificar e dar significados aos estímulos recebidos pelos sentidos visuais, 
auditivos, olfativos, gustativos, táteis e cinestésicos — por exemplo, identificar 
o rosto da mãe, uma palavra, um alimento e um movimento esportivo.
Como você pode notar, todas as possibilidades de avaliar a maturação são 
variáveis. Ou seja, ainda que estejam relacionadas à idade cronológica, não 
dependem estritamente dela. Nesse sentido, a classificação por faixa etária 
cronológica nem sempre é a melhor opção, devido às variáveis que os diferentes 
aspectos maturacionais podem oferecer. 
Ao longo deste capítulo, você viu que existem diferenças entre o cresci-
mento, o desenvolvimento e a maturação. Compreender isso é fundamental 
para profissionais que lidam com seres humanos. Cada indivíduo cresce, 
amadurece e se desenvolve de forma específica. Ainda assim, para entender 
melhor a complexidade do corpo humano, é necessário relacionar os ga-
nhos em tamanho e número de células, as substâncias corporais, os níveis de 
funcionamento das estruturas e o aparecimento de caraterísticas sexuais às 
diferentes idades e sexos dos indivíduos.
ARRUDA, M. Factores del crecimiento físico y aptitud física en pre-escolares. Revista de 
Ciencias de la Actividad Física, v. 1, n. 1, p. 73-82, 1993.
BAXTER-JONES, A.; EISENMAN, J.; SHERAR, L. Controlling for maturation in pediatric 
exercise science. Pediatric Exercise Science, v. 17, p. 18-30, 2005. 
13Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
BAXTER-JONES, A. D. G.; MAFFULLI, N. Intensive training in elite young female athletes. 
British Journal of Sports Medicine, v. 36, p. 13-15, 2002.
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físico, desenvolvimento psicossocial, imunizações e violência. Recife: UFPE, 2015.
FUNDAÇÃO VALE. Crescimento, desenvolvimento e maturação. Brasília: Fundação Vale, 
UNESCO, 2013. (Cadernos de referência de esporte, 3).
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Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação14
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15Conceitos de crescimento, desenvolvimento e maturação
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