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Laura Ramires T6 1 BBPM IV - Daniel DEFINIÇÃO • Grupo de doenças não relacionadas que são caracterizados por uma deterioração progressiva dos neurônios no SNC, resultando em uma variedade de sinais e sintomas neurológicos e psiquiátricos DOEÇA DE ALZHEIMER • Doença neurodegenerativa caracterizada por uma perda progressiva de habilidades cognitivas, incluindo memória, pensamento e habilidades de linguagem, bem como mudanças no comportamento • É a causa mais comum de demência correspondendo a mais de 50% dos casos • Acomete 5-10% dos pacientes acima de 65 anos e 20-40% daqueles acima de 85 anos • A trissomia 21 (síndrome de Down) tem forte associação com a doença de Alzheimer (40 anos) • Doença de pessoas mais idosas de caráter lento e progressivo SUBDIVISÕES • Tipo esporádico de início tardio da doença de Alzheimer: mais comum, acomete pessoas idosas, de evolução lenta • Tipo esporádico de início precoce (antes dos 65 anos) - relacionado a um defeito do gene da Apolipoproteína E (ApoE), alelo ε4 - ApoE é produzida principalmente por astrócitos -ApoE transporta colesterol para neurônios por meio de receptores ApoE - ApoE aumenta a degradação proteolítica de beta-amilóide • Tipo familiar de início precoce (<1% dos casos) -mutações da proteína precursora de amiloide (PPA) no cromossomo 21 - mutações na presenelina 1 no cromossomo 14 - mutações na presenelina 2 no cromossomo 1 PAPEL DA PROTEÍNA BETA-AMILOIDE (ABETA) NA CAUSA DA DOENÇA ALZHEIMER A PROTEÍNA PRECURSORA DE AMILÓIDE (PPA): • É o precursor da proteína Aβ. • É normalmente codificado no cromossomo 21. • É endocitada em endossomos em neurônios, onde o ambiente ácido favorece a formação de Aβ. – O antiepilético Levetiracetam previne esta endocitose. • Defeitos no metabolismo de APP por secretases causam um aumento em Aβ e um aumento correspondente na neurotoxicidade. – α-Secretases clivam APP em fragmentos que não podem produzir Aβ, clivam a sequência q formaria beta- amiloides no meio – As β-Secretases seguidas por γ-secretetases (a presenelina é a unidade catalítica) clivam a APP em fragmentos que são convertidos em Aβ. • Locais de clivagem da proteína precursora de amiloide. As alfa-secretases clivam a proteína precursora de amiloide em fragmentos que não podem produzir Abeta. As beta- secretases seguidas por gama-secretases (presenelina é a unidade catalítica) clivam a proteína precursora de amiloide em fragmentos que são convertidos em Abeta PAPEL DA BETA-AMILÓIDE • É neurotóxica e danifica os neurônios nos seguintes locais: Laura Ramires T6 2 BBPM IV - Daniel - estruturas no lobo temporal medial - córtex frontal, especialmente o córtex entorrinal (perda de olfato) e hipocampo - os lobos occipitais geralmente são poupados • Abeta também se deposita na parede dos vasos cerebrais (angiopatia amilóide) • Abeta cora positivamente com vermelho congo e tem birrefringência verde-maça na polarização PAPEL CENTRAL DA GLICOGÊNIO SINTASE QUINASE-3BETA(GSK-3BETA) NA NEUROTOXICIDADE DO ABETA • Ativação de GSK-3beta causa fosforilação de Abeta, que por usa vez causa: - disfunção neuronal sináptica - sinalização para apoptose neuronal • O Abeta fosforilado também tem um feedback positivo sobre GSK-3beta, que mantém o ciclo de neurotoxicidade • A ativação de GSK-3beta está relacionada com a disfunção dentro da via de sinalização Wnt, que é uma família de genes normalmente envolvidos em: - desenvolvimento neuronal durante a embriogênese - função neuronal normal - tem feedback negativo com GSK-3beta, o que impede a fosforilação de Abeta e seu efeito deletério nos neurônios ENZIMA DEGRADORA DE INSULINA (IDE) • Envolvida na depuração de Abeta • As síndromes de resistência à insulina (DM tipo 2, síndrome metabólica) apresentam um risco aumentado de desenvolver a doença PAPEL DA PROTEÍNA TAU • A função normal da proteína tau é manter e apoiar os microtúbulos nos neurônios • A glicogênio sintase quinase (GSK) ativada aumenta a hiperfosforilação da proteína tau - este processo faz com que a proteína mude de forma e se agrupe em fibras - as fibras aparecem como emaranhados neurofibrilares no citoplasma - estes são melhor visualizados com colorações a base de prata - neurofibrilas causam disfunção neuronal, incluindo a morte do neurônio -a enzima Pin 1 (prolil isomerase) normalmente retira o excesso de moléculas de fosfato das neurofibrilas, restaurando-o à sua forma original → em alguns casos de doença de Alzheimer, essa enzima está ausente ou disfuncional • É uma demência do tipo cortical • Depleção de acetilcolina e neurotransmissores em neurônios do córtex cerebral: - lobos parietais e temporais - hipocampo - núcleo basal prosencefálico/ de Meynert (presente na região septal do lobo frontal) → é a principal fonte de acetilcolina cerebral e possui importantes conexões com o sistema límbico (hipocampo) • Geralmente não cursa com distúrbios motores A HIPÓTESE COLINÉRGICA • Tenta explicar muitos dos déficits cognitivos na doença (particularmente distúrbios de memória) por deficiência de neurotransmissão colinérgica • As evidências incluem o fato de que a memória fraca pode ser induzida em pessoas normais por drogas anticolinérgicas • A perda de neurônios de projeção colinérgica no núcleo basal de Meynert e a perda da atividade da colina acetiltransferase em todo o córtex de pacientes com a doença se correlacionam com a gravidade da perda de memória Laura Ramires T6 3 BBPM IV - Daniel ACHADOS MACRO E MICROSCÓPICOS • Atrofia cerebral com dilatação dos ventrículos (hidrocefalia ex vácuo = perda de massa cerebral faz um vácuo) - a atrofia é causada pela perda de neurônios nos lobos temporal, frontal e parietal - o lobo occipital geralmente é poupado na doença de Alzheimer • Presença de neurofibrilas no citoplasma dos neurônios - podem ocorrer em outros distúrbios, incluindo paciente adultos mais velhos sem demência, doença de Huntington e doença de Niemann-Pick • Placas senis (neuríticas) - consiste em um núcleo de Abeta rodeado por processos celulares neuronais contendo proteína tau, células microgliais e astrócitos localizados na substância cinzenta do córtex cerebral - Abeta cora com vermelho congo e é melhor visualizado com manchas de prata - embora presentes em idosos normais, as placas senis estão marcadamente aumentadas na doença de Alzheimer • Angiopatia amilóide - a presença de Abeta em vasos cerebrais provoca enfraquecimento dos vasos com maior risco de hemorragia Laura Ramires T6 4 BBPM IV - Daniel ACHADOS CLÍNICOS • Sinal precoce é o declínio da memória de curto prazo e perda do olfato (causado por disfunção no córtex entorrinal). • Pacientes com doença leve a moderada apresentam apenas defeitos cognitivos. • Déficits adicionais se acumulam, incluindo mudanças no comportamento, julgamento, linguagem e pensamento abstrato. • Eventualmente, os déficits funcionais se manifestam como uma capacidade reduzida para o autocuidado (nosoagnosia). • Nenhum déficit neurológico focal está presente no início da doença. • Os pacientes geralmente morrem de uma infecção (geralmente broncopneumonia). • A tomografia por emissão de pósitrons (PET) é útil para o diagnóstico diferencial da demência (presença de densidades de Aβ) • Realizar o MEEN DOENÇA DE PARKINSON • Um grupo de doenças neurodegenerativas progressivas que alteram as vias dopaminárgicas envolvidas no movimento muscular voluntário • A doença de Parkinson acomete 1% da população idosa • A incidência aumenta com a idade Laura Ramires T6 5 BBPM IV - Daniel • A doença de parkinson idiopática é o tipomais comum de parkinsnismo • Outras causas: - encefalite (inflamação do cérebro) - isquemia (diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro) - envenenamento crônico por monóxido de carbono (necrose do Globo Pálido) - doença de Wilson (distúrbio no metabolismo do cobre) - drogas antipsicóticas PRINCIPAIS VIAS ATINGIDAS • Via mesolímbica: sabe-se que a dopamina está relacionada ao pensamento. Esquizofrenia envolve aumento da atividade dopaminérgica no mesolímbico • Via nigro-estriatal: a dopamina estabiliza os movimentos. O mal de Parkinson está relacionado a escassez dopaminérgica nessa via • Via túbero-infundibular: a dopamina na hipófise inibe a prolactina. Na depressão pós-parto ocorre diminuição da dopamina • Via mesocortical: a dopamina atua no controle do apetite DOENÇA DE PARKINSON IDIOPÁTICA • Distúrbio neurodegenerativo progressivo caracterizado clinicamente por rigidez, tremor de repouso, reflexos posturais prejudicados e lentidão de movimento (bradicinesia). • Tipo de parkinsonismo mais comum (78%). • Apresenta forma esporádica (mais comum) e familiar. • O início ocorre entre 45 e 65 anos de idade. • A distribuição é igual em homens e mulheres. • A maior incidência é em brancos; a menor incidência é em asiáticos e afro-americanos • Evento inicial: degeneração progressiva da substância negra mesencefálica (degeneração e despigmentação de neurônios na substância negra). – A substância negra participa do sistema extrapiramidal (automatismo e modulação de movimentos), composto também pelos núcleos da base e pelo córtex pré-motor frontal. • Os neurônios da substância negra são dopaminérgicos e inibem os neurônios colinérgicos do corpo estriado, através do feixe nigro-estriatal (hipertonia e rigidez). • Na doença de Parkinson, o corpo estriado (putâmen e núcleo caudado) e o globo pálido interno encontram-se ativados. • Este último ativa núcleos talâmicos que, por sua vez, mandam fibras inibitórias para o córtex pré-motor (bradicinesia e hipocinesia). • Os neurônios contêm corpos eosinofílicos intracitoplasmáticos chamados corpos de Lewy. - Contêm neurofilamentos ubiquitinados (danificados), bem como agregados de proteínas mal dobradas contendo α-sinucleína, proteína tau e β amiloide. COMPONENTES DOS GÂNGLIOS DA BASE • O caudado faz parte da parede lateral do ventrículo lateral • A cápsula interna separa o caudado e o putâmen e o núcleo lentiforme e o tálamo • Observe a proximidade do núcleo subtalâmico e da substância negra com o núcleo pálido. A cápsula interna separa o núcleo subtalâmico e o globo pálido Laura Ramires T6 6 BBPM IV - Daniel Laura Ramires T6 7 BBPM IV - Daniel ACHADOS CLÍNICOS • É caracterizada pela tétrade: 1. Tremor de repouso do tipo contar dinheiro ou do tipo pronação-supinação 2. Bradicinesia 3. Rigidez em roda denteada 4. Instabilidade postural • O tremor e a rigidez frequentemente são unilaterais ou assimétricos • Marcha parkinsoniana: passos curtos, ausência de movimentos dos braços e tronco para frente (buscando o centro de gravidade) • Pode haver congelamento (acinesia) e fáscies de múmia (perda de expressão facial) • Sinal de myerson: não esgotamento do reflexo de piscar após sucessivos toques na glabela • A força muscular e os reflexos tendinosos e cutâno-plantar estão normais • A dificuldade de parar a marcha para frente, para trás ou virar para o lado é frequente, sendo chamada propulsão, retropropulsão e lateropulsão, respectivamente DOENÇA DE HUNTINGTON • Doença neurodegenerativa autossômica dominante caracterizada por um declínio na atividade cognitiva, movimentos involuntários e distúrbios psiquiátricos • Transtorno de repetição de trinucleotídeos (CAG) envolvendo o cromossomo 44 • Aparecimento tardio dos sintomas até o final dos 30 a 40 anos de idade, sem dominância de gênero • Atrofia ou perda de neurônios estriados, que incluem o caudado, o putâmen e o globo pálido • Achados clínicos: - coreia: movimentos involuntários irregulares, rápidos e não estereotipados, chamado coreoatetose se tiver uma qualidade de contorção (como uma cobra) - anormalidades oculomotoras (movimentos rápidos dos olhos) - parkinsonismo em estágios posteriores - depressão • Diagnóstico: - o teste genético está disponível - os estudos de imagem (TC, MRI) mostram atrofia do caudado e putâmen
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