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RELATÓRIO ADPF 54

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Grupo: Luana Teixeira, João Vitor Campolina, Isadora Ribeiro, Paulo Cesar, Matheus Zuba, Ildenir Emanuel.
10º/ Noturno
RELATÓRIO- ADPF 54
O objeto de discussão da presente arguição de descumprimento de preceito fundamental é a permissão do aborto em caso de gravidez com feto anencéfalo sob pretexto de violação do princípio da dignidade da pessoa humana, já que a gravidez nesta circunstancia coloca em risco a vida da gestante. A ADPF foi julgada procedente pelo STF por 8 votos a favor e 2 contrários, com relatoria do Ministro Marco Aurélio Mello.
 A interrupção da gravidez de feto anencefálo se manteve considerada como hipótese de aborto, todavia essa situação está compreendida como causa de excludente de ilicitude prevista no Código Penal, já que resta comprovado que a gestação de feto anencefálo é perigosa à saúde da gestante. Neste viés, o ministro Gilmar Mendes que votou pela procedência da ADPF, ressaltou a necessidade de a anencefalia ser atestada por, no mínimo 2 laudos com diagnósticos produzidos por médicos distintos e segundo técnicas de exames atuais e suficientemente seguras.
Em sua manifestação o ministro Gilmar Mendes ressaltou as duas formas elencadas no Código Penal em que o aborto não é punido, sendo elas quando não há outro meio de salvar a vida da mãe e quando a gravidez é resultante de estupro, caso em que se requer o consentimento da gestante. Todavia, elenca que para o legislador de 1940, não era possível imaginar a necessidade de se incluir o aborto por anencefalia no citado código, já que eram inúmeras as limitações tecnológicas naquele tempo, por conseguinte, com o avanço das técnicas de diagnóstico é considerado relativamente simples a descoberta da anencefalia fetal, de modo que a não inclusão desta como forma de excludente de ilicitude caracteriza uma omissão legislativa não condizente com o Código Penal e com a própria Constituição, estando essa omissão presente na ofensa à integridade física e psíquica da mulher, bem como na violação ao seu direito de privacidade e intimidade, aliados à ofensa à autonomia da vontade. O ministro destacou ainda a necessidade de o Estado disciplinar a questão relativa ao diagnóstico de anencefalia fetal, visto que ele é condição necessária à realização deste tipo de aborto.
Em se tratando da omissão legislativa, estamos diante, portanto, de um hard case, já que não se encontra norma aplicável para o caso em discussão na ADPF 54. Os hard cases são considerados casos complexos, já que para analisa-los é necessário levar em consideração uma enorme quantidade de fatores e em virtude disso é necessário ainda, ir além do texto positivado e analisar também princípios jurídicos capazes de fundamentar a decisão a ser tomada, exemplo disso é o princípio da dignidade da pessoa humana bem como a autonomia da vontade que foram utilizadas para fundamentar e dar provimento a ADPF 54.

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