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Daniela Fernandes de Souza – MedVr 73 1 Semiologia das principais síndromes abdominais Aula Professor Walter 1. Ascite a. Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal b. Podem simular ascite: i. Cisto ovariano ii. Hidronefrose iii. Cistos renais c. Podem ter múltiplas causas i. Cirrose 1. Prepondera a hipertensão portal com transudação de líquidos 2. Outros fatores: aumenta a produção de ácido nítrico gerando vasodilatação, com queda do volume circulante, com ativação do SRAA, ocasionando retenção de Na e H2O 3. Pode haver diminuição da albumina sérica ii. Cardiocirculatórias 1. ICC e trombose venosa iii. Renais 1. Síndrome nefrótica iv. Inflamatórias 1. Principalmente tuberculose v. Neoplásicas 2. Hipertensão portal a. O sistema porta recebe o sangue de todas as vísceras abdominais (exceto rins e supra renais) e o direciona para o fígado b. Classificada em: i. Pré-hepática 1. Trombose da veia porta ii. Intra-hepática pré sinusoidal 1. Esquistossomose, fibrose hepática congênita iii. Intra-hepática sinusoidal ou pós-sinusoidal 1. Cirrose hepática iv. Pós hepática 1. Insuficiência cardíaca, síndrome de Budd-Chiari, pericardite constritiva c. Consequências i. Circulação colateral tipo porta 1. Obstáculo a. Veias supra hepáticas (s. de Budd-Chiari) b. Fígado – cirrose c. Veia porta – piloflebite 2. Direção de baixo para cima (abdome para o tórax). Quando piora, pode ir para os membros inferiores ii. Circulação colateral tipo cava inferior 1. Direção de baixo para cima (parte inferior do abdome, região umbilical, flancos e face inferior do tórax iii. Varizes esofágicas e gástricas iv. Esplenomegalia v. ascite 3. Síndrome diarreica e síndrome disentérica Daniela Fernandes de Souza – MedVr 73 2 a. Fezes de um adulto normal – 150 a 200g com 70% de água b. Síndrome diarreica i. Aumento do número e do volume das evacuações, com diminuição da consistência, se tornando pastosas ou liquefeitas. ii. O nível de água pode chegar a 95% iii. Classificação 1. Agudas a. Início súbito e duração limitada b. Maioria causada por infecções virais, bacterianas ou toxinas c. Algumas vezes: excessos alimentares, alergias, medicamentos ou estresse emocional 2. Crônicas a. Início insidioso e longa duração b. Causas variadas, de diagnóstico mais difícil e exigem investigação cuidadosa 3. Exames mais utilizados: parasitológico e coprocultura 4. Altas e baixas a. Conforme a origem: intestino delgado ou cólon 5. Fisiopatológica a. Osmótica b. Secretora c. Motora d. Diabsortiva c. Síndrome disentérica i. Difere da diarreica por apresentar nas fezes muco, pus e sangue ii. Frequentemente associada a tenesmo iii. Causas comuns: shigelose, amebíase, retocolite ulcerativa, proctite e balantidíase 4. Síndrome de má absorção a. Conjunto de sinais e sintomas comuns a várias condições e doenças que interferem na absorção de nutrientes, com repercussão nutricional b. Pode ser global (todos os alimentos) ou de determinados alimentos, com carências específicas c. A combinação de perda de peso, anemia e diarreia crônica fazem suspeitar de síndrome de má absorção d. Os principais sintomas são: perda de peso, alterações da pele e cabelo, palidez, glossite, queilite angular, diminuição da acuidade visual noturna (hemeralopia), fraqueza, atrofia muscular, abdome distendido, edema de membros inferiores e diarreia com esteatorreia. Nas crianças há atraso do crescimento 5. Hemorragia digestiva a. Resultam do sangramento inicialmente para dentro da luz do tubo digestivo, podendo ser eliminado para o exterior pela boca ou reto b. Gravidade das alterações circulatórias, na pessoa normotensa, segundo a hemorragia: i. Inaparente (lenta) 1. Não altera condições hemodinâmicas nem o quadro hematológico ii. Leve 1. A PA sistólica se mantém acima de 100 mmHg, a FC abaixo de 100 bpm e as hemácias acima de 3.500.000 iii. Moderada Daniela Fernandes de Souza – MedVr 73 3 1. PA sistólica entre 80 e 100 mmHg, FC entre 100 e 110 bpm e hemácias entre 2.500.000 e 3.500.000 iv. Maciça 1. PA abaixo de 80 mmHg, FC acima de 110 bpm e hemácias abaixo de 2.500.000 6. Perfuração de víscera oca 7. Úlcera péptica perfurada 8. Impactação fecal a. Obstrução parcial ou total do reto ou cólon por fecaloma 9. Peritonite aguda a. Difusa b. Localizada 10. Oclusão intestinal a. Interrupção do trânsito intestinal para sólido, líquido ou gases b. Pode se acompanhar de estrangulamento de alça c. Agudo – comum: volvo ou vólvulo d. Progressivo – neoplasias malignas ou doenças inflamatórias 11. Íleo paralítico e íleo espástico a. Semelhante à oclusão, causado por inibição da motilidade intestinal b. O íleo espástico tem origem num espasmo segmentar do intestino, sendo mais raro, mal conhecido e com múltiplas causas 12. Síndrome ictérica a. Se manifesta pela coloração amarelada das conjuntivas, mucosas, pele e líquidos orgânicos b. Nos indivíduos afrodescendentes pode haver uma coloração amarelada normal dos olhos, que obriga a pesquisar a coloração amarelada na base da língua (frênulo lingual) c. Icterícia por aumento da bilirrubina sérica acima de 2 mg/ 100ml i. Bilirrubina não conjugada 1. Predomínio da indireta, que não é hidrossolúvel – pele menos amarelada e não há colúria ii. Bilirrubina conjugada 1. Predomínio da dieta, hidrossolúvel, dando maior coloração amarela na pele e colúria 13. Estudo dirigido a. O que pode simular ascite? i. Cisto ovariano, hidronefrose e cistos renais b. Quais são as causas da ascite? i. Cirrose, cardiocirculatória, renal, inflamatória e neoplásica c. O que é hipertensão portal? i. O sistema porta recebe o sangue de todas as vísceras abdominais e o direciona para o fígado d. Como são classificadas as hipertensões portais? i. Pré-hepática, intra-hepática pré sinusoidal, intra-hepática sinusoidal e pós hepática
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