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Teoria dos Cinco Fatores (“Big Five”) ROBERT MCCRAE & PAUL COSTA Leituras da aula: 1. Feist, J.; Feist, G.J; Roberts, T (2015). Teorias da personalidade. Capítulo 13. Teoria dos Cinco Fatores de McCrae e Costa. Porto Alegre: AMGH, 8ªed. 2. Schultz, D.P; Schultz, S.E. (2015). Teorias da personalidade. Capítulo 8. [Páginas 249 a 255 do PDF]. São Paulo: Cengage Learning, 10ª ed. 3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_grandes_(psicologia) Características do modelo dos Big Five Teoria de traços e disposições, como a de Allport. Surge como taxonomia e evolui para teoria. Inspirada nos trabalhos anteriores, especialmente de Cattel (16) e Eysenck (3). Tem forte base estatística: a análise fatorial. Modelam seu estudo nos traços bifatoriais. Ex.: Liberalismo -------------------------------------------------------------------- Conservadorismo Representa um consenso atingido nos anos de 1980 sobre as 5 dimensões dominantes e principais da personalidade. Foi elaborada graças a diferentes métodos de pesquisa em psicologia: testes objetivos, autorrelatos, observações, etc. Os 5 traços foram encontrados em muitas linguagens e culturas diferentes. Modelo dos cinco (grandes) fatores de personalidade 1. Abertura para experiência (openness to experience) 2. Conscienciosidade/Realização (conscientiousness) 3. Extroversão (extraversion) 4. Neuroticismo ou Instabilidade Emocional (neuroticism) 5. Amabilidade/Socialização (agreeableness). Avaliados por testes específicos. Traços de personalidade: bidirecionais, tem distribuição em curva normal: a maioria das pessoas tem escores perto da porção intermediária de cada traço; algumas pessoas apresentam escores nos extremos. Abertura para experiência Escores altos: imaginativo, criativo, original, curioso, liberal, prefere variedade, independente, ousado, etc. Escores baixos: prático, não criativo, convencional, não curioso, prefere a rotina, conservador, fechado, apegados ao familiar e ao tradicional, etc. Conscienciosidade Escores altos: responsável, trabalhador, bem-organizado, pontual, ambicioso, perseverante Escores Baixos: negligente, preguiçoso, desorganizado, atrasado, sem objetivo, pouco persistente Uma pessoa com Conscienciosidade é ser cuidadosa, diligente. Tem o desejo de executar bem uma tarefa, e leva a sério as suas obrigações para com os outros; Pessoas conscienciosas tendem a ser eficientes e organizadas, ordeiras, focadas nas conquistas, autodisciplinadas... ... Em oposição a descontraídas e desordenadas, sem focos pessoais e sem ambição, sem persistência nas atividades e objetivos. Extroversão Escores altos: afetivo, agregador, falante, adora diversão, ativo, apaixonado. Joviais, adoram gente e atividades em grupos, são empolgados e ativos Escores baixos: reservado, solitário, quieto, sóbrio, passivo, insensível. Fechados pessoalmente e afetivamente, tendem a preferir a solidão, muito sérios e sem se divertirem muito, mais passivos e pouco sensíveis às necessidades dos outros Um dos dois traços mais fortes e onipresentes, junto com o Neuroticismo. Neuroticismo Escores altos: ansioso, temperamental, autoindulgente, inseguro, (descontrole) emocional, vulnerável Tende a ser autoconsciente (autocentrado e autocrítico), a ter transtornos relacionados ao estresse e à ansiedade, a ser emocionalmente instáveis. Escores baixos: calmo, equilibrado, satisfeito consigo mesmo, tranquilo, não emocional, resistente. Traço mais estudado em pesquisas, posteriormente: baixos escores indicam estabilidade emocional Um dos dois traços mais fortes e onipresentes, junto com a Extroversão. Amabilidade Escores altos: pessoa gentil, confiante, generosa, aquiescente, flexível, bondoso. Pessoa receptiva aos outros, bondosa nas relações pessoais. Escores baixos: pessoa insensível, desconfiada, mesquinha, antagonista, crítica, irritável. Pessoa hostil e crítica das outras, desconfiada nas relações. Da taxonomia à teoria A personalidade tem 3 componentes centrais/essenciais, e 3 periféricos. Os 3 componentes centrais: tendências básicas, adaptações características e autoconceito. Tendências básicas: os Cinco Fatores. São os maiores motivadores das vivências e comportamentos e influenciam (“processos dinâmicos) os outros componentes da personalidade. Tem base biológica e grande estabilidade ao longo do tempo e em situações diferentes. Além dos “Big Five”, também são tendências básicas: habilidades cognitivas, talento artístico, orientação sexual, processos psicológicos de aquisição da linguagem (pouco estudados). Adaptações caraterísticas ( e aprendizagens) atitudes, esforços pessoais, habilidades adquiridas, etc. mais flexíveis: mudam com influências externas. (a interação ente as TB e as AC explicam o que é estável e o que pode mudar na personalidade) Da taxonomia à teoria Autoconceito uma adaptação característica especial conhecimento, visões e avaliações do self Os 3 componentes periféricos são: bases biológicas, biografia objetiva e influências externas. Bases biológicas única influência causal sobre as tendências básicas. Biografia objetiva os eventos e experiências objetivas ocorridos durante a vida da pessoa Influências externas combinam-se com as adaptações características para motivar comportamentos Postulados básicos Das tendências básicas: Individualidade: a personalidade adulta é singular e individual: uma combinação única dos traços e padrões (em quantidades específicas). Origem: todos os traços tem origem interna (biológica) Desenvolvimento: os traços se desenvolvem mais rápido na infância, mais lento na adolescência, e na idade adulta (dos 30 anos em diante) quase param por completo – as TB não mudam mais. Estrutura: os traços se organizam numa hierarquia, dos limitados aos gerais. Das adaptações características: As adaptações feitas pelas pessoas ao longo do tempo são coerentes com as TB e adaptações anteriores. Os traços afetam nossa adaptação ao ambiente. Desajustamento: rigidez ou excesso nas AC levam à dificuldades e desadaptações. AC podem mudar com o tempo devido à: maturação biológica, mudanças ambientais, intervenções deliberadas (ex.: psicoterapia) Pesquisas e influências da teoria Tem se concentrado mais nos cinco fatores do que no resto da teoria; os outros componentes da personalidade não geraram interesse ou pesquisas importantes. Neuroticismo e extroversão ainda são os mais estudados Ex.: Extroversão e Neuroticismo foram relacionados, respectivamente, com bom humor e emoções positivas, e mau humor e emoções negativas. Mas se a pessoa agir com uma AC oposta, pode melhorar seu mau humor: “ se você está de mal humor, e quer ficar de bom humor, aja de maneira extrovertida” (p.265) Conclusão desta e de outras pesquisas: os traços predispõe para certas emoções, mas a ação da pessoa e suas ACs podem modificar seu estado emocional Testes dos cinco fatores não tiveram sua universalidade comprovada, talvez devido à tradução, especialmente na Ásia. Enfatiza mais as causas biológicas na personalidade. Visão individualista e consciente do ser humano. Pode predizer alguns comportamentos e tendências (educacionais, profissionais, etc.) mas não todos, nem de modo preciso. Leituras para a próxima aula Básica: Schultz & Schultz: Capítulo 10 – Carl Rogers: teoria da autoatualização Complementar: Feist et al.: Capítulo 10 – Rogers: teoria centrada na pessoa Assistir os 10 primeiros minutos do vídeo: https://youtu.be/GYuf6PmcVT4 (Carl Rogers - Caso Gloria completo) https://youtu.be/GYuf6PmcVT4
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