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Lição 07 Ostra, Vôngoles, Vieira e Mexilhões Cozinha de frutos do mar Começar a aula 1. Ostra A ostra é um molusco das águas marinhas, da família Ostreidade. Ela tem um corpo mole, que se desenvolve dentro de conchas, com formatos irregulares, que ficam fechadas; através do músculo adutor elas possuem a característica de serem muito calcificadas. A ostra é um filtrador do mar. Em média, ela tem a capacidade de filtrar até 5 litros de água em uma hora. Ela é encontrada nos diversos mares do mundo, mas evita águas poluídas e muito frias. Na forma de “cativeiro”, ela é bastante produzida na Itália, Portugal, França, Inglaterra, Holanda e Bélgica. Esse molusco se alimenta de plâncton, algas e diversos alimentos suspensos. A fabricação de pérolas é, sem dúvida, uma das caraterísticas que mais nos chama a atenção na ostra. Porém, o mexilhão também consegue produzir, mesmo que raramente. Quando um corpo estanho entra em contato com o corpo da ostra, de imediato, ela produz uma resina, chamada madrepérola, que acaba o envolvendo. Com o passar do tempo e pelo processo de solidificação da madrepérola, ela se transforma em pérola. Encontramos pérolas em diversas cores, como preta, azul, branca, cinza e verde. No Pacífico Sul, encontramos as ostras aladas. Elas produzem pérolas perfeitas para elaboração de joias. Uma característica importante destas pérolas é que elas são de formato bem esférico e de extrema beleza. Nesta região, é encontrada a ostra tridacna, uma ostra gigante, que pode alcançar até 500kg. Ela se alimenta de algas que crescem no próprio interior de sua concha. As ostras produzem substâncias úteis às algas, isso constitui uma relação perfeita para seu desenvolvimento. Quanto às características nutricionais, a ostra tridacna é rica em zinco, um dos nutrientes importantes para a produção de testosterona (hormônio masculino). Além disso, é rica em proteína, ferro, selênio, vitamina B12, vitamina D, cobre e manganês. É uma importante fonte do colesterol bom, ômega-3, antioxidantes e ainda um poderoso afrodisíaco, pois o seu consumo melhora a circulação sanguínea. O ideal é consumir as ostras cruas imediatamente após serem colhidas, mas, caso isso não seja possível, você deve se certificar de que ela tenha sido colocada em refrigeração imediatamente após serem colhidas. Refrigerada, ela se mantém viva por até doze dias. Porém, você pode consumir com total segurança até em cinco dias, após esse tempo deve ser fervida e congelada. A ostra pode ser mantida no freezer por até três meses. Aprendendo mais uma! A ostra, quando refrigerada, deve ser mantida em água do mar ou com um pano úmido sobre ela. Como a ostra vive nas águas marinhas, caso você coloque a água da torneira, inevitavelmente ela irá morrer. 1.1. Principais Tipos de Ostras OSTRA KUMAMOTO Esse tipo de ostra tem um formato de uma tigela e vive em águas quentes e mais doces. Essa ostra se assemelha à ostra do Pacífico, porém as do Pacífico vivem em águas mais geladas e salgadas. Ostra do Pacífico ou Crassostrea Gigas Essa é a ostra mais encontrada no Brasil. Ela é cultivada também nos Estados Unidos e em diversas outras partes do mundo. Ostras do Atlântico As espécies Bluepoints, Wellfleets, Malpeques e Beausoleils são conhecidas como ostras do Atlântico Ostra Kumamoto. Ostra do Pacífico. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img06-768x512.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img02-768x512.jpg Ostra Flat Europeia Essa ostra possui uma casca lisa e plana. Possui um sabor marcante de algas e é muito carnuda. Ostra Wellfeet. Ostra Flat Europeia. 2. Vôngole ou Vôngola O vôngole compõe um dos pratos clássicos da culinária italiana: o spaghetti alle vôngole. Aqui no Brasil, ele é também conhecido como berbigão ou amêijoa, mas, na verdade, existem pequenas diferenças: na região do Mediterrâneo, encontra-se a vôngola, que chamam de “verace” (Venerupis decussata); já o berbigão tem um nome científico (Anomalocardia brasiliana) e pode ser encontrado em toda costa brasileira. Apesar de serem parecidos e possuírem características de sabor e textura semelhantes, não são da mesma espécie. O vôngole é altamente perecível, por isso, é importante ter muito cuidado ao consumi-lo, uma vez que, logo após a morte, ele produz toxinas maléficas à saúde. Se o vôngole for comprado fresco, deve ser utilizado no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img03-768x512.jpg Quando for comprar, observe se o produto apresenta cheiro de amônia, ovo ou enxofre, pois, se tiver, ele não deve ser adquirido. A cor do vôngole pode variar nas mais amarelada ou escura. O molusco possui as seguintes características nutricionais: minerais, como cálcio, fósforo, zinco, flúor, cobre, iodo, potássio e magnésio. Além disso, é rico em vitaminas do complexo B e apresenta apenas 75 calorias por 100 gramas. Aprendendo mais uma! Para realizar a limpeza do vôngule, você pode deixá-lo coberto com água limpa e salgada (coloque duas colheres de sal e dois litros de água para cada quilograma). O vôngole deve permanecer submerso por 15 minutos e, após isso, deve ser lavado em água corrente. Em seguida, coloque-o em uma panela com água fervente, por cinco minutos, e vá retirando a espuma que se forma na superfície. As conchas que não se abrirem é porque estão estragadas, por isso, devem ser descartadas. Vôngole. 3. Vieira Esse molusco possui uma concha em formato de leque e ficou mundialmente conhecido por ser símbolo da petrolífera Shell. A vieira é um dos moluscos mais valorizados em todo mundo, possui uma carne branca, sabor suave, levemente amendoado e uma textura mais macia que a da ostra. Existem várias espécies de vieiras. Elas são classificadas em dois grupos: Vieiras de baía – são raras e mais valorizadas, possuem carne adocicada. São pequenas e mais suculentas que as vieiras de mar. Vieiras de mar – possuem uma coloração que vai do rosado ao bege pálido. Têm a carne adocicada e úmida. Na hora de escolher as vieiras, você deve observar se elas têm um bom brilho e odor doce e fresco. Ao adquirir vieiras frescas, você deve armazená-las na geladeira e consumir no mesmo dia. Se forem congeladas, elas permanecem boas por até três meses. A produção de vieiras em cativeiro está crescendo a cada ano, com importantes produtores no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do sul. Vieira. 4. Sururu ou Mexilhão O mexilhão (Mytilus edulis) é um molusco bivalve da ordem Mytiloida. Este molusco é encontrado em todo litoral brasileiro, em especial nas rochas costeiras. A coloração da sua concha é negra azulada e não tem ornamentação a não ser as linhas de crescimento. Ele possui a capacidade de produzir pérolas, assim como a ostra, e tem como predador natural a estrela do mar. A espécie encontrada no Brasil é o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), que é originária da Ásia. É provável que tenha chegado à América do Sul na água de lastro de navios cargueiros e acredita-se que a Argentina foi a porta de entrada para os demais países. Quando a concha está fechada, o mexilhão pode sobreviver bastante tempo fora da água. A maioria das espécies de mexilhões bombeia vários litros de água por dia. Desta forma, ele extrai não só oxigênio e alimento, mas também poluentes, como bactérias nocivas e substâncias químicas tóxicas. O mexilhão é um indicador fácil da qualidade da água, sendo muito utilizado para limpar lagos sujos, pois ele elimina as algas flutuantes e permite que plantas verdes subaquáticas voltem a crescer, reconstituindo um ambiente propício para as demais espécies. Quando for consumir o mexilhão, certifique-se da sua procedência e nunca os apanhe você mesmo na praia, a não ser que tenha total confiança sobre a qualidade da água. Ao escolher o sururu, observe se a casca está fechada e se vai abrir ao colocar na água fervente. Os que abrirem estão adequados para o consumo e os que permaneceremfechados devem ser descartados. Se o mexilhão for industrializado, é importante checar se possui o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal, concedido pelo Ministério da Agricultura). https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img04-768x512.jpg Os mexilhões contêm nutrientes importantes – como as vitaminas A e C – e minerais, como cálcio e ferro. Possuem pouca gordura, baixo colesterol e ainda são ricos em proteínas e sódio. Mexilhão ou sururu. A receita clássica preparada com mexilhões na França é a moules marinière. Ela é preparada com mexilhões ao vapor de vinho branco e cebolinha. Na Espanha, ele é referenciado pelo seu prato de maior expressão, a paella. Já na Bélgica, ele é servido em um caldeirão borbulhante, acompanhado de batatas fritas. 5. Conclusão Neste tópico, você pode aprender sobre as características dos bivalves, em especial a ostra, o sururu, o vôngole e a vieira. Cada uma destas iguarias possui peculiaridades de sabor e cuidados especiais no seu armazenamento e formas de preparo. Por serem os bivalves produtos altamente perecíveis, se faz necessário um especial cuidado com o seu frescor e forma de estocagem. Aproveitem ao máximo esse ingrediente que faz parte dos mais apreciados em cardápios de todo mundo. PARA REFLETIR: No Brasil, temos 7.367km de costa e uma variedade grande de mariscos. Será que temos também uma diversidade de receitas típicas com esses ingredientes? https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img05-768x512.jpg 6. Referências ARAUJO, Elenice Barbosa de. Salmão/tradução. Manole, 2004. BOTINI, Renata Lucio. Chef Profissional. Senac Editoras, 2017. KÖVESI, Betty. 400 g. Companhia Editora Nacional, 2007. 7. Receitas do Chef INGREDIENTE UNIDADE QUANTIDADE MEXILHÕES FRESCOS KILOGRAMA 01 VINHO BRANCO SECO MILILITROS 250 ALHO PICADOS GRAMAS 30 FOLHAS DE LOURO UNIDADE 02 CEBOLAS PEQUENAS UNIDADE 02 TOMATES KILOGRAMA 01 PIMENTA DEDO-DE-MOÇA GRAMAS 20 AZEITE DE OLIVA MILILITROS 100 COENTRO PICADO MAÇO 1/4 SALSINHA PICADA MAÇO 1/4 Modo de Preparo: OSTRA A PROVENÇAL Número de Porções: 02 1. Lave os mexilhões em água corrente, esfregando-os com uma escova de cerdas duras. Com uma faca, retire todas as barbinhas das conchas. Faça isso na hora de preparar. 2. Leve uma frigideira grande de bordas altas ao fogo médio, com um fio de azeite. Junte a cebola e o alho e refogue, rapidamente. Acrescente os mexilhões e regue com o vinho branco. Adicione o louro e o salsão (se for usar coentro, não use salsão, porque os dois são muito aromáticos). Espere até os mexilhões começarem a abrir (cerca de 3-4 minutos). Descarte os que não abrirem e coloque os demais em uma travessa. 3. Coe o caldo em um pano fino e limpo ou numa peneira bem fina. Coloque novamente na frigideira, junte os tomates (sem pele e sem semente) e deixe por 2 minutos. Acrescente os mexilhões e desligue o fogo. Polvilhe com coentro e salsinha e sirva em seguida, acompanhado de pão. INGREDIENTE UNIDADE QUANTIDADE OSTRA UNIDADE 06 GELO GRAMAS 1000 ABRICÓ GRAMAS 50 CEBOLA ROXA UNIDADE 01 CHICÓRIA DO PARÁ MAÇO 1/4 COENTRO MAÇO 1/4 ALHO GRAMAS 20 PIMENTA DE CHEIRO UNIDADE Q.B. TUCUPI MILILITROS 100 SAL GRAMAS Q.B. MODO DE PREPARO: 1. Em uma panela, coloque o tucupi. Pique a chicória do pará, o coentro e reserve um punhado para decorar. 2. Descasque e pique o alho. Adicione na panela com o tucupi e coloque sal. Leve a panela ao fogo, para ferver. Em seguida, desligue o fogo e reserve na geladeira. 3. Descasque e corte a cebola em meia lua, em fatias bem fininhas e coloque de molho na água, para tirar a acidez. Reserve por 15 minutos. 4. Corte a pimenta ao meio e retire as sementes e pique bem pequena. 5. Corte o abricó em cubinhos pequenos e reserve. 6. Abra as ostras, cortando o músculo. Despreze o líquido. Coloque-as em um recipiente. CEVICHE DE OSTRA Número de Porções: 02 https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img10.jpg 7. Escorra toda a água da cebola e junte-as às ostras. Adicione também a pimenta e o abricó. Regue com o tucupi reservado na geladeira e decore com o restante do coentro picado. 8. Sirva em seguida. INGREDIENTE UNIDADE QUANTIDADE MANTEIGA GRAMAS 40 AZEITE MILILITROS 40 VIEIRAS SEM A CONCHA GRAMAS 200 CEBOLA UNIDADE 01 SAL GRAMAS Q.B. TARTARE DE VIEIRA Número de Porções: 02 https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img09.jpg INGREDIENTE UNIDADE QUANTIDADE ALHO GRAMAS 20 COENTRO MAÇO 1/4 CEBOLINHA MAÇO 1/4 SUCO DE LIMÃO MILILITROS 50 PIMENTA JALAPENHO GRAMAS 40 MODO DE PREPARO: 1. Tempere as vieiras com sal e reserve-as. Pique e descasque os dentes de alho, a cebola, o coentro com a cebolinha e a pimenta. Reserve-os. 2. Em uma frigideira, coloque a manteiga e leve ao fogo, para aquecer. Deixe a manteiga esquentar bem. Em seguida, adicione as vieiras para serem seladas. Sele os dois lados das vieiras e retire-as da frigideira. 3. Adicione o azeite na frigideira, para aproveitar a manteiga. Adicione o alho, a cebola e a pimenta. Tempere com sal e deixe refogar por alguns estantes e coloque o coentro e a cebolinha. 4. Adicione o suco do limão e volte com as vieiras para a panela. Retire a frigideira do fogo. Após 3 minutos, o tartare de vieira estará pronto para servir. INGREDIENTE UNIDADE QUANTIDADE CEBOLA UNIDADE 02 ALHO GRAMAS 20 MEXILHÕES FRESCOS GRAMAS 1000 SALSA PICADA GRAMAS 50 AZEITE MILILITROS 20 VINHO BRANCO SECO MILILITROS 350 SAL E PIMENTA MOÍDA GRAMAS Q.B. MODO DE PREPARO: MEXILHÕES AO VINHO BRANCO Número de Porções: 04 https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/10/aula_cozmar_top07_img08.jpg 1. Num tacho largo e fundo, refogue a cebola e o alho com azeite. Quando a cebola estiver dourada, junte o vinho branco, tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar a cebola, por cerca de cinco minutos. 2. Em seguida, adicione os mexilhões, tape o tacho e deixe cozinhar por cerca de 6 minutos ou até que estejam abertos. 3. Retire os mexilhões e coloque-os num prato de servir fundo. Polvilhe com a salsa picada. 4. Coe o molho, para evitar grãozinhos de areia que ficam no fundo do tacho e coloque-o por cima dos mexilhões.
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