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Digest5_abs-hidrossalina

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Absorção de água e íons
Epitélio transportador do intestino
	O epitélio intestinal apresenta células assimétricas, mantidas coesas em monocamadas.
	As células desse epitélio apresentam diferenças estruturais e funcionais entre suas membranas luminais (ML) e basolaterais (MBL). Essas diferenças se referem principalmente a distribuição dos canais iônicos, proteínas transportadoras (carregadores) e bombas moleculares associadas às bicamadas lipídicas. Desta forma ocorre uma assimetria entre as permeabilidades das duas membranas (ML e MBL).
	Quando se estuda o transporte trans-epitelial deve-se considerar duas vias possíveis: a transcelular (através das duas membranas, ML e MBL) e a inter- ou paracelular (através das "tight-junctions" ou espaços intercelulares).
	Uma característica comum aos epitélios transportadores é a localização da Na/K/ATPase na MBL.
	O epitélio intestinal apresenta um gradiente decrescente na permeabilidade passiva a íons do duodeno ao reto. A via paracelular é imensamente responsável por essa diminuição na permeabilidade. A via paracelular exibe permeabilidade seletiva aos diferentes íons: PK > PNa >> PCl.
Intestino Degado
	O NaCl da luz intestinal provem das secreções digestivas (aproximadamente 30g por dia) e da dieta (4 a 5 g por dia). É extensivamente absorvido ao longo do intestino, predominantemente no duodeno e jejuno, e em menor escala, no íleo e cólon. Do que chega ao cólon 90% é reabsorvido. Sua absorção é regulada por corticóides que têm pouco efeito no delgado e maior efeito sobre o cólon.
	No delgado a absorção de sódio ocorre por vários processos, muitos deles independentes da absorção de cloreto. A absorção do sódio ocorre em duas etapas: transporte pela ML e depois pela MBL.
	Os modelos descritos para o transporte de Na pela ML no delgado são:
Cotransporte de Na+/Cl-.
Cotransporte paralelo: Na+/H-, Cl-/HCO3- ou Cl-/OH-.
Cotransporte Na+/substratos orgânicos.
Cotransporte Na+/ânions inorgânicos multivalentes.
Transporte desacoplado de Na+.
	Na MBL o sódio é transportado pela Na/K/ATPase.
Cotransporte Na+/Cl-: Ocorre nos epitélios mais permeáveis como vesícula biliar e intestino delgado. Acredita-se que no homem este transporte ocorra no jejuno e íleo. Desta forma o influxo de Na+ dissipa a energia utilizada para que uma proteína carregadora da ML possa transportar o Cl-. Cerca de 20% do Na+ absorvido no intestino delgado depende diretamente da absorção acoplada ao Cl-
Cotransporte paralelo Na+/H+ e Cl-/HCO3- ou Cl-/OH-
	O acoplamento dos fluxos absortivos de Na+ e Cl- também ocorre de maneira indireta, em uma via na qual o Na+ é trocado por H+ (entra Na+ pela ML e sai H+), enquanto o Cl- é trocado por HCO3- (bicarbonato) ou por OH-, endógenos. Estes processos resultam na absorção de NaCl. Os transportes de Na+ e Cl- são mediados na ML por carregadores distintos. A hidratação do CO2 celular mediado pela anidrase carbônica resulta em H2CO3 que se dissocia em H+ e HCO3- que serão excretados na luz intestinal. Na luz intestinal o H2CO3 difundirá para dentro da célula na forma de CO2 e H2O por ação da anidrase carbônica do bordo em escova. Há fortes indícios que em seres humanos estes processos são restritos ao íleo.
Cotransporte Na+/substratos orgânicos: Os substratos orgânicos hidrossolúveis cotransportados com o Na+ são: 1. Monossacarídeos; 2. Aminoácidos com cadeia lateral apolar; 3. Acidos dicarboxílicos; 4. Vitaminas hidrossolúveis; e 5. Sais biliares, no íleo distal. Estes processos já foram vistos pela turma (M3) na aula de absorção de elementos orgânicos.
Transporte desacoplado de Na+: O influxo desacoplado de Na+ pela ML dos enterócitos do intestino delgado é muito pouco definido. Acedita-se que ocorra através de canais iônicos específicos para sódio.
Absorção de Cloreto
	O íon cloreto levado para o interior das células do delgado pelos processos citados no ítem anterior, eleva a concentração intracelular do cloreto para valores 2 a 4 vezes maiores que a condição de equilíbrio eletroquímico. Isto faz com que seu efluxo na MBL ocorra passsivamente, a favor do gradiente. Como a permeabilidade da MBL parece ser baixa ao Cl- é possível que o transporte seja mediado por carregador. Acredita-se que haja na MBL a troca Cl-/HCO3-.
Absorção de HCO3-
	Está estabelecido que o HCO3- é absorvido no jejuno enquanto que é secretado no duodeno e no íleo. A absorção de HCO3- é parcialmente dependente de Na+. A presença de HCO3- na luz intestinal estimula a absorção de Na+ e vice-versa. Como já foi visto, graças ao cotransporte Na+/H+ na ML. Na verdade, na luz intestinal ocorrem as seguintes reações:
CO2 + H2O ──── anidrase carbônica ──── H2CO3 ──── HCO3- + H+
	Assim, na verdade, a absorção feita é de CO2 e água, que no meio intracelular, por ação da anidrase carbônica volta rapidamente a formar H+ e HCO3-.
Absorção de K+
	O K+ é mantido em concentrações intracelulares elevadas pela ação da Na/K/ATPase da MBL. No intestino delgado ocorre absorção passiva de K+ provavelmente acoplada a influxo de água, dependendo da concentração luminal de K+. Há também a proposta do cotransporte Na+/K+/2Cl- no bordo em escova. O K+ poderia ser trocado por H+ na ML pela H/K/ATPase ou seguir para dentro da célula acoplado ao Na+ e Cl- pelo carregador Na+/K+/2Cl-.
Absorção de íon FERRO
	O ferro da dieta deve representar cêrca de 10 a 15 mg por dia. Desta quantidade apenas 10 a 12% são absorvidos, ou seja, 1,0 a 1,5 mg por dia, o suficiente para repor as perdas diárias.
	Cêrca de 50% do ferro da dieta são ingeridos ligados aos radicais prostéticos dos grupamentos heme das porfirinas (hemoglobina, peroxidase, catalase, etc.). Uma grande parte vem complexada, na forma de Fe3+, a ácidos orgânicos e aminoácidos. Também pode ser ingerido na forma inorgânica.
	A secreção gástrica potencializa a absorção intestinal do ferro, convertendo-o em Fe2+ que, quelado pela frutose, ácido cítrico, succínico e ascórbico, se mantém solúvel no pH intestinal, facilitando sua absorção.
	Um grande número de substâncias intraluminais diminui a disponibilidade de ferro por formar complexos insolúveis, precipitando-o na forma de tanato, fitato, fosfato ou hidróxido.
	A absorção do ferro ocorre predominantemente no duodeno e jejuno, reduzindo-se progressivamente em direção ao íleo.
A velocidade de absorção do ferro é extremamente lenta, o que significa que apenas uma percentagem do ferro ingerido é absorvida.
	O ferro absorvido, complexado as porfirinas (50% do ferro absorvido) é reduzido a íon ferroso pelas hemeoxidases citoplasmáticas. O restante do ferro é absorvido como íon ferroso.
	O ferro intracelular pode ser encontrado associado a membranas de organelas, ou livre no citosol, complexado a uma beta-1-globulina, a apoferritina; ou quelado a um aminoácido de baixo peso molecular.
	A apoferritina cataliza a oxidação do Fe2+ a Fe3+ armazenando-o na forma de oxi-hidróxido protegido por uma capa de apoferritina. Esta forma é denominada ferritina.
	Quando há grande disponibilidade de ferro, praticamente toda apoferritina se combina ficando indisponível. Este processo resulta na queda acentuada na absorção do ferro, porque a transferrina não pode liberar o ferro para os tecidos.
	Quando há carência de ferro, há falta de ferritina livre, e assim há grande quantidade de apoferritina o que eleva a taxa de absorção. A ferritina é denominada "o regulador mucoso" do ferro. Quando há muito ferro acumulado o fígado também reduz a secreção da transferrina, o que diminui também a absorção do íon.
	
Absorção do íon CALCIO
	O cálcio é o quinto mais importante elemento do organismo e o principal cátion divalente do meio extracelular. Sua concentração plasmática é de 4,5 a 5,5 mM, circulando sob três formas: ligado a proteínas (principalmente albumina), complexado a ânions (lactato, bicarbonato, sulfato, fosfato ou citrato) e na forma iônica (Ca2+). Esta última representa menos da metade do cálcio total e é a forma fisiologicamente ativa. Sua atividade plasmática é 2 a 3 x10-3 M, e a citossólica é de 10-6 a 10-7 M.
	O gradiente entre o meio intra- e extracelular é mantido pela Ca++/ATPase das membranas celulares e dos retículos endoplasmáticos e mitocondrias.
	A quantidade diária de Ca++ ingerida é de cêrca de 1.600 mg. Na luz intestinal, junta-se o Ca++ das secreções digestivas e da descamação celular (600 mg) atingindo então 2.200 mg. Diariamente são absorvidos 700 mg, sendo o restante excretado nas fezes.
	O Ca++ é absorvido ao longo de todo o delgado e também no cólon, mas a maior taxa de absorção ocorre no íleo. Seu processo de entrada é mediado por uma proteína ligadora de Ca++: é um processo ativo com concentrações luminais de 1 a 5 mM, e é passivo com concentrações luminais superiores a 5 mM. Na membrana basolateral a absorção é ativa, pela Ca++/ATPase e por cotransporte 2Na+/Ca++.
	A síntese de proteína carregadora na ML é efetuada por células da mucosa e depende da forma fisiologicamente ativa da vitamina D, a 1,25-di-hidroxicolecalciferol.
	A síntese da vitamina D é geralmente iniciada na pele, como consequência da ação dos raios ultravioletas no composto 7-desidrocolesterol, originando o colecalciferol, que no fígado é convertido em 25-hidroxicolecalciferol; passando no rim a 1,25-dihidroxicolecalciferol (vitamina D ativa). A etapa renal da converção depende da presença de hormônio da paratireóide. Quando o nível sanguíneo de Ca++ é alto, não há liberação do hormônio pela paratireóide, e consequentemente, não haverá vitamina D ativa. Se o nível de Ca++ for baixo haverá liberação do hormônio e produção da vitamina D. Sem vitamina D a absorção de Ca++ é muito baixa. Logo, a absorção do Ca++ é regulada pelos níveis séricos deste íon.
	A absorção intestinal de cálcio é regulada pelos níveis no organismo. É nula quando a ingesta é baixa (0,1 mM ou 4 mg/Kg de peso) e é maxima a 3 mM ou 120 mg/Kg de peso. Aumenta durante o crescimento, gestação e lactação e diminui com a idade, após 40 anos, em ambos os sexos.
Absorção dos íons Magnésio e Cobre
	Cêrca de 10 mM (243 mg) de Mg++ são ingeridos diariamente numa dieta equilibrada; destes, 40% são absorvidos no intestino delgado e estômago. Não se conhecem seus processos absortivos, mas são independentes dos do Ca++.
	O Mg++ é secretado na bile a taxa de 25 microgramas/Kg de peso por dia.
	O íon cobre é secretado pela bile e o não absorvido é excretado nas fezes. Acúmulo de cobre no organismo é perigoso.
Absorção de água
	Cêrca de 5 a 10 litros de água chegam por dia ao intestino delgado, provenientes dos alimentos, da água ingerida na forma líquida e das secreções do trato gastrointestinal.
	A água é totalmente transportada no intestino delgado pelo processo de "difusão". Essa difusão obedece as leis gerais da osmose. Além disso, as secreções do aparelho digestivo atuam de tal forma que a osmolaridade na luz intestinal se apresenta isotônica ou levemente hipotônica em relação ao plasma.
	Quando substâncias do lumem que estavam dissolvidas são absorvidas para o sangue, a água acompanha estes solutos absorvidos, difundindo-se rapidamente pelo epitélio do intestino delgado. Este epitélio apresenta grande permeabilidade devido a presença das "tight junction" existentes entre as células epiteliais. Assim, à medida que os íons e nutrientes são absorvidos, verifica-se também a absorção de seu equivalente isoosmótico de água.
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Intestino Grosso
Absorção de Na+
	Dos 500 a 1500 ml de fluido rico em eletrólitos provenientes diariamente do íleo, o cólon absorve água (80%) e NaCl (90%), secretando K+ e HCO3-.
	A função absortiva mais importante do cólon é a absorção do Na+. Esta absorção está intimamente relacionada a absorção de água e secreção de K+. Desta forma o epitélio do intestino grosso participa da homeostase hidrossalina do meio interno do organismo.
	O epitélio do cólon, além de ser bem menos permeável que o do intestino delgado, apresenta características absortivas que variam ao longo do seu comprimento; a absorção é mais intensa nos segmentos proximais do que nos distais.
	Ao contrário do que ocorre no intestino delgado o fluido luminal colônico apresenta hipotonicidade significativa em relação ao plasma.
	O epitélio do cólon apresenta uma ML com alta permeabilidade passiva ao Na+ e baixa ao K+, ao contrário do que ocorre na MBL onde a permeabilidade passiva ao K+ é mais elevada do que ao Na+.
	Há quatro processos básicos de transporte do Na+. a) Na+ desacoplado; b) cotransporte Na+/Cl-. c) cotransporte paralelo Na+/H+ e Cl-/HCO3- ou Cl-/OH-. d) trocador de cloreto 
(contratransporte Na+/Cl-).
Absorção de água
	Como o epitélio é pouco permeável o transporte por via intercelular é pouco significativo.
	Uma regulação hormonal tem sido proposta. A aldosterona tem efeito estimulador da absorção de sódio, além de elevar a atividade da Na/K/ATPase da MBL. É possível que a absorção de água seja secundária a do Na+.
	Tem sido também proposta uma regulação pelo hormônio antidiurético pela formação de canais de água, como ocorre no nefron distal.
	É bem estabelecido que o epitélio do cólon desempenha papel na regulação do volume do fluido extracelular, embora os mecanismos hormonais e celulares envolvidos na absorção de água neste segmento ainda não sejam bem estabelecidos.

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