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A ARTE DE LIDAR COM PESSOAS Prof. ESP. SONIA SUELIA ABREU SANTOS Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenadora Pedagógica do Curso Verona Ferreira Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia G915b Sobrenome, Nome autor Titulo Disciplina [livro eletrônico] / Nome completo autor. - Marília: Unimar, 2020. PDF (XXX p.) : il. color. ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X 1. palavra 2. palavra 3. palavra 4. palavra 5. palavra 6. palavra 7. palavra 8. palavra I. Título. CDD – 610.6952017 2 005 Aula 01: 014 Aula 02: 021 Aula 03: 032 Aula 04: Autoconhecimento – reconheça seus pontos fortes Conhecendo os perfis Controle de estresse Traga pessoas para o seu time 3 Introdução Tive uma motivação muito especial para preparar e apresentar esse material para você, aluno e futuro profissional da engenharia, e penso que é importante você entender o porquê. Quando tive a proposta deste projeto, o desafio seria proporcionar a você uma experiência e um aprendizado que fosse além do conhecimento técnico da sua área. Trata-se de um projeto no qual você vai perceber suas aptidões pessoais e também das pessoas com quem se relaciona, além de se ver no ambiente profissional em situações práticas e desafiadoras, tendo a oportunidade de se perceber, vivenciar, decidir como reagir e, com essas experiências, adquirir confiança para tomadas de decisão mais pensadas e menos reativas, conseguindo ter mais controle das situações, ou seja, vai se tornar uma pessoa melhor e um profissional competente. Essa desconstrução do antigo modelo de educação já vem acontecendo, e uma das grandes evoluções é esse nosso movimento agora. Estou conversando virtualmente com você nesta aula, e este modelo de educação veio para ficar, mas sugere algumas mudanças nos comportamentos em duas vias: aluno e professor – ou facilitador, já usando essa nova visão de ensinar, que será a proposta destas aulas. Como profissional da Engenharia, você vai ter uma rotina bem dinâmica. Processos em andamento, projetos novos, prazos para cumprir, conhecer normas e regras específicas, lidar com orçamentos enxutos e para que tudo ocorra bem, precisa ter a habilidade de lidar com pessoas, de todos os níveis sociais, intelectuais e econômicos. Para você usar o melhor do seu potencial, na aula 1 vamos estudar o autoconhecimento e reconhecer os padrões de comportamento e seus pontos fortes. Na aula 2, veremos os perfis das pessoas, suas motivações e individualidades. Na 3, você vai conhecer alguns princípios universais para conseguir lidar com pressão e ter controle de estresse e na 4 aula, veremos algumas técnicas para você ter a cooperação espontânea das pessoas. Serão conhecimentos que vão te apoiar em todos os momentos. Minha sugestão é a aplicação imediata, no ambiente em que você está hoje, para que você já tenha resultados transformadores e se prepare para atuar profissionalmente com excelência. Espero que aproveite o máximo desse conhecimento. Vai ser transformador! Conte com meu apoio! 4 01 Autoconhecimento – reconheça seus pontos fortes 5 Olá a todos! Vamos iniciar nossos estudos falando de autoconhecimento para que você entenda seu padrão de comportamento e reconheça seus pontos fortes. Importância do autoconhecimento Em entrevista com Alan Abreu, engenheiro de produção que trabalha em uma indústria alimentícia de Marília, ele me contou que “Além do conhecimento técnico, o Engenheiro precisa saber lidar com muitas situações de pressão, de prazos e vender ideias. E nesse contexto precisa lidar com diversos perfis de pessoas, liderados e liderança, e entender suas individualidades”. Para você lidar com tudo isso, nosso primeiro passo será o autoconhecimento. Como o assunto é muito amplo, vou apresentar para vocês um “pedacinho” do estudo do Eneagrama sobre padrões de comportamento, que acredito ser muito relevante neste momento. Para começar, vamos conhecer os 3 centros de inteligência. Centros de inteligência Nosso perfil está relacionado com a maneira com que usamos nossos 3 centros de inteligência. São eles: Centro instintivo: concentra-se na ação, no corpo físico: pessoas que agem, que são proativas e ágeis. Tendem a ser cumpridoras de regras. Em alguns casos, devem desenvolver a flexibilidade. Centro emocional: concentra-se nos sentimentos e em valores pessoais: são pessoas prestativas, que dão valor aos relacionamentos e trabalham com espírito de equipe. Também valorizam o contato físico. 6 Fonte: a autora. Centro do raciocínio: teórico. Pessoas que focam no conhecimento e na informação. São mais centradas e não agem por impulso ou emoção. Podem ser de pouca conversa, pois são muito objetivos. Desequilíbrio dos centros Devido ao padrão de comportamento que adotamos desde o primeiro ano de vida, passamos por um desequilíbrio dos centros, que nos faz utilizar: um deles como dominante, determina nosso jeito, nossa reação automática. o outro centro, temos como apoio. e temos o terceiro centro, que não reconhecemos no padrão automático, mas podemos utilizá-lo conscientemente. 7 Vou dar o meu exemplo: meu centro dominante é o emocional, pois tenho facilidade em me relacionar, empatia e gosto de ajudar pessoas. Meu segundo centro de apoio é o instintivo: se eu sinto que o aluno não está gostando da aula ou está distraído, já penso em uma atividade e mudo o contexto da aula. Perceberam? Eu sinto (emocional) e ajo (ativo). Mas tenho o terceiro centro, que não está no automático. No meu caso, é o centro teórico. Para mim, é um desafio planejar e organizar situações muito burocráticas que exigem bastante esforço intencional. Ou seja, não sou muito boa em organização e planejamentos ou pensar em longo prazo, mas quando preciso fazer isso, eu faço, embora exija de mim mais atenção e esforço. Diante disso, vamos identificar seu padrão de comportamento? Reconheci meu padrão, e agora? Com esse conhecimento, o que podemos fazer com ele? a. RECONHEÇA SEUS PONTOS FORTES: perceba o seu padrão dominante e o que apoia. São comportamentos que você tem espontaneamente e determinam ações que você faz com facilidade, sem esforço. Aqui estão os seus talentos e provavelmente seus pontos fortes. 8 Usando o meu exemplo, como sou o perfil emocional e ativo, eu tenho facilidade de empatia, facilidade de relacionamentos, boa comunicação e sorriso fácil. Tenho aptidões naturais para trabalhar com pessoas – no meu caso, na área de vendas, recepção e também na liderança, pois trabalho em grupo e não tenho perfil individualista. b. CUIDE DOS EXCESSOS: Conhecendo o nosso padrão dominante e vendo como ponto forte, torna-se possível perceber os excessos. Embora o centro dominante detenha poderosas habilidades, ele pode pecar pelo excesso se usado de maneira inadequada (BERGHOEF, 2019, p. 22). 9 Será que esse padrão faz sentido em qualquer pessoa? Eu, como sou emocional e prestativa, no meu excesso, posso ser muito boazinha, querer agradar demais e não me posiciono. Essa falta de objetividade e clareza pode irritar outras pessoas. Percebem que é o excesso, e não o perfil, exatamente? É o comportamento em excesso, e não a pessoa,que pode causar algumas animosidades. E qual seria o excesso do centro instintivo, da ação? Perceba que o próprio nome já diz. Pessoas ativas em alguns momentos se tornam instintivas, ou seja, agem por impulso. Sabe aquela pessoa que quando vê, já falou? Quando percebe, já comprou e gastou mais do que devia? E quanto ao centro do raciocínio, ou teórico, qual é o excesso? Imagine essa pessoa que analisa tudo antes de tomar decisões e não é impulsiva, é racional. Na prática, qual é o cuidado? Em alguns momentos, se ela pensar demais, pode perder oportunidades ou não realizar algo para não correr riscos. Como exemplo, conheci uma pessoa que viajava todo ano para a mesma cidade, praia e hotel. Ele era racional, o objetivo era descansar, sair de casa, e naquele lugar ele já conhecia o esquema, a estrada, o serviço do hotel. É isso! Faça sua análise, valorize seu padrão automático, e pense em que momentos você pode fazer ajustes nos seus excessos. c. CONTROLE DE DANOS Descubra o que não é seu ponto forte, ou seja, o que não está no seu padrão automático. 10 Continuando com meu exemplo, eu não tenho facilidade com planejamento e com planos em longo prazo. Organização de materiais, para mim, é um desafio e não gosto de usar muito meu tempo com isso. Tendo essa consciência, eu não me castigo por não ser tão hábil nisso, mas também não posso usar como desculpa. Quando preciso, eu procuro mecanismos que me ajudem para não atrapalhar meus resultados. (Ex: eu uso a agenda, preciso dela. Adaptei-me à agenda do celular, que não exige muita organização, mas atende ao que preciso, que é cumprir meus compromissos.) Esse cuidado de fazer algo para não interferir seus resultados pode ser chamado de controle de danos (BUCKINGHAM, 2008, p. 32) Para você entender melhor, conto aqui uma história de Tiger Woods, conhecem? É um esportista americano considerado um dos melhores golfistas de todos os tempos. Sua tacada longa e constante é seu ponto forte, mas não tem a mesma aptidão para tacadas curtas. Para não correr o risco de prejudicar sua performance no jogo, Woods treinou muito para melhorar a tacada curta, ou seja, fez o “controle de danos”. Assim que atingiu o nível que precisava, voltou sua atenção para o que sabia fazer de melhor: refinar ainda mais a tacada longa. Esse caso sugere que nem sempre podemos delegar ou ignorar o que não gostamos de fazer ou não é nosso ponto forte, pois talvez ele faça parte do seu jogo. Precisamos fazer o controle de danos. 11 Dessa forma, Buckingham (2008, p. 32) sugere que você e eu façamos o mesmo: “Tirar proveito de seus pontos fortes, sejam eles quais forem, e administrar seus pontos fracos, sejam eles quais forem.” E você, o que não é seu ponto forte? Atuando na sua área da Engenharia, o que vai exigir mais esforço intencional? Ou talvez possa delegar, mas até para isso, precisa entender sobre o assunto. O importante é pensar em soluções. Faça a sua análise: o centro de inteligência que não é automático, mas está em nós e só pede mais atenção de nossa parte! Reflexão para mudança Você pode estar pensando: “como pode ser possível entender o outro se eu não concordo com o que ele faz?” Sim, entendo seu ponto de vista. Eu também pensava assim. Mas olha só: entender o outro não significa que você deve concorda com ele. Entender é respeitar que ele é diferente de você, que pensa e age de outras formas, só isso. Não necessariamente você deve concordar, e esse é o primeiro passo. A partir disso, você vai ter inúmeras ferramentas para se posicionar, mas esse é o primeiro passo. Só esse ajuste na sua reação já pode gerar menos impulsividade quando houver algum conflito. 12 Fonte: Freepik. Ao entender que somos diferentes, entendo que a maneira como reajo ao outro diz mais sobre mim do que sobre ele. E, com treino, posso controlar essa reação – e isso muda tudo! 13 02 Conhecendo os perfis 14 Olá a todos! Entender de pessoas não é uma tarefa simples, mas com o conhecimento dos perfis, vai ser possível identificar suas motivações, respeitar diferenças e como líder, desenvolver o melhor delas. Mude o seu jeito de ver Entender de pessoas e seus perfis pede um estudo aprofundado, pois sabemos que é um assunto complexo. Mas você vai ter aqui, de forma resumida, algumas características dos 9 perfis existentes. O objetivo é mudar o olhar para o outro, é ter empatia, tornando-nos menos reativos e com mais saúde e produtividade. E vai ser possível! Ao ler sobre os perfis, procure lembrar de pessoas que você conhece ou se reconhecer em algum (ou alguns, já que normalmente temos um padrão que nos define e mais dois que também reconhecemos em nosso comportamento, como já visto). Conhecendo os 9 perfis Leia os perfis listados segundo Berghoeff (2019) e veja que cada um tem características positivas, inclusive o seu. Esse exercício é importante para que depois você possa buscar seu equilíbrio e também apoiar e se comunicar com outras pessoas. 1. Perfeccionista: padrão centrado na ação, senso prático e exigente, prioriza tarefas. Cobra a perfeição de si mesmo e dos outros, podendo em alguns momentos agir com rigidez e intolerância. 2. Prestativo: centrado na emoção. Muito solícito, às vezes não reconhece as próprias necessidades. Sofre quando tem que pedir algo, tem dificuldade de se posicionar. Tem olhar para o outro e valoriza contatos físicos. 15 3. Bem sucedido: perfil vaidoso, centrado na ação e no planejamento. Valoriza a própria imagem e o valor que ela traduz. Comprometido com metas, não mede esforços para ter sucesso profissional, tornando-se, em alguns momentos, impessoal. 4. Romântico: emocionalmente instável, busca a singularidade, o que o torna insatisfeito e queixoso. A autocrítica e a exigência da originalidade definem essas pessoas como autênticas. 5. Observador: pouco expressivo, é movido à lógica e extremamente racional. Como evita expressar ou considerar sentimentos, pode se tornar distante, dá respostas curtas e diretas Tem ótimas percepções analíticas e de planejamento. 6. Questionador: evita correr riscos. Muito atento e desconfiado, busca segurança obtendo o máximo de informações possíveis para tomar decisões. 7. Sonhador: tem agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo e dá prioridade ao prazer. Evita a rotina, e seu otimismo e criatividade são muito úteis na busca de novas soluções. Pode ser visto como inconsequente em alguns momentos, principalmente por pessoas mais rígidas e cumpridoras de regras. 8. Controlador: possui atitude dominadora, centrada na ação. Determinado, tem facilidade em dar ordens e expressa de forma objetiva e direta aquilo que quer. Nem sempre considera o que os outros pensam ou sentem. 9. Preservacionista: tem atitude mediadora e evita conflitos em nome da paz e da tranquilidade. Normalmente não reconhece suas reais necessidades e se anestesia para não sofrer atritos com os outros e com a realidade. 16 Fonte: Freepik. Vamos analisar: como seres humanos, mesmo sabendo que somos diferentes e devemos respeitar nossas diferenças, temos a expectativa de que as pessoas pensem e façam as coisas como nós mesmos faríamos. Como assim? Se você se vê perfeccionista, cumpridor de regras, como seria trabalhar com uma pessoa do perfil sonhador (7), que é ágil e criativa, tem soluções de improviso, é rápida, ou seja, não segue tão à risca algumas regras? Você é o perfil questionador, pensa, faz perguntas e analisa para trocar o carro por outro mais novo, por exemplo. Já sua esposa ou seu esposo é o perfil controlador (8), dominador, se expressa com objetividade, às vezes de forma agressiva, e normalmente não considera outras opiniões. Diante desses exemplos, podemos entender porque temos tantos conflitos entre pessoas no ambiente profissional, pessoal e social? Com esse conhecimento, fica mais fácil entender o perfil do outro, e principalmente o seu. Assim, torna-se possível entender o outro para gerar ganhos nas relações humanas e evitar estresse! 17 Nosso perfil é sempre o mesmo? Essepadrão da nossa personalidade pode ter alterações, claro, pois nós vamos nos desenvolvendo e evoluindo com o tempo. Ademais, as experiências, as necessidades e o ambiente nos propõem algumas mudanças. A partir desse momento, quando você conhece o seu perfil, fica mais fácil se perceber e valorizar suas ações, e quando precisar, desenvolver ou fazer o que precisa de forma mais intencional. Afinal, não podemos sofrer da “síndrome da Gabriela”, vocês conhecem? Vem da música “Modinha para Gabriela” (1975), de Dorival Caymmi, que diz: “Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim, Gabriela.” Que bom que não somos Gabriela! Será que ela sobreviveria na realidade atual, onde tudo muda o tempo todo e precisamos nos adaptar? E o que fazemos com isso? Esse conhecimento é uma fração de um amplo estudo das personalidades, e seguem algumas sugestões importantes para sua aplicabilidade: 1. Como identifica motivações individuais profundas, você deve olhar as pessoas sem estereotipar ou julgar. É possível entender o que faz sentido para o outro, respeitar e não cobrar como se o outro tivesse que pensar como você. 2. Torna-se possível perceber os excessos de cada perfil, e passamos a “entender” que a pessoa precisa melhorar em alguns aspectos, afinal, ela provavelmente tem seus problemas. Mas, tirando o excesso, ela tem atitudes que merecem respeito e sua aprovação. 3. Procure valorizar sempre o diferencial individual. 4. Quando precisar corrigir, valorize o que a pessoa é sugira que ela aja diferente em algum momento específico. 18 Uma nutricionista escolar, vamos chamá-la de Juliana, participou de um treinamento de liderança comigo e tinha um problema sério com a diretora da escola em que trabalhava. Juliana disse que estava iniciando um quadro de depressão, pois ficava nervosa para ir trabalhar e evitava falar com a diretora, que era grossa, queria tudo no tempo dela e não considerava o seu lado. Com o treinamento, ela entendeu o perfil da diretora, que era controladora, e que o seu era prestativo. Com muito esforço, ela começou a tentar ver o lado positivo da diretora, tirando o excesso do perfil. Foi muito esforço mesmo, pois ela não conseguia enxergar nada de bom. Mas aos poucos ela foi se aproximando, conhecendo um pouco mais a diretora e entendeu que ela tinha muitas responsabilidades e era muito correta no que falava. Começou a se comunicar com respeito e interesse, e aos poucos tudo se acertou. Juliana, que era prestativa, foi se posicionando aos poucos, informando sobre alguns procedimentos que precisavam acertar, e a comunicação clara e objetiva (a partir da Juliana) fez toda a diferença para melhorar o relacionamento e a produtividade. Se você trabalha com alguém e se irrita com seu jeito, faça as seguintes perguntas: “O que isso diz sobre mim? O que posso mudar para que isso não atrapalhe meus resultados?” Não queira apontar para o perfil do outro, não faça isso. Quando você se pergunta o que essa reação diz sobre você, é uma ótima oportunidade de se desenvolver, respeitar o outro e agir de forma adequada, sem ser reativo. 19 Como Acadêmico Hoje você está tendo as disciplinas da faculdade e certamente tem as suas facilidades e algumas dificuldades. Lembre-se que, se você tem dificuldades em Cálculo, ou outra disciplina, talvez vai precisar de mais tempo para estudar, se concentrar e praticar os exercícios. Mude seu olhar para essa disciplina: o primeiro passo é se conscientizar de que é importante aprender! A partir disso, organize-se, peça ajuda, pratique. A prática traz novas habilidades. Não dá para fazer só o que gostamos ou temos facilidade. Eu, por exemplo, amo dar aulas e ajudar pessoas a se desenvolver. Tenho empatia e facilidade em me apresentar em público, mas nem tudo são flores: a organização de materiais, fechamento de notas, etc. nunca foi minha paixão – nem vai ser, mas faz parte do pacote e eu tomo todos os cuidados para cumprir da melhor forma. Dou esse exemplo para você não se achar melhor ou pior que ninguém. Cada um de nós tem inteligências múltiplas, e todos temos algo a desenvolver. Ninguém é perfeito em tudo. O que podemos é ser o melhor de nós! Foco nas disciplinas! 20 03 Controle de estresse 21 Olá novamente! Controlar o estresse não é uma tarefa simples, mas com conhecimento e a aplicação dos princípios desta aula, você vai entender que é possível. Adversidades Adversidades sempre acontecem. O profissional de qualquer área, em especial o engenheiro, vive rotinas de pressão que normalmente causam estresse: discordâncias pessoais, pressão em cumprir prazos e depender do trabalho de terceiros, entre outras mil situações que geram preocupações e estresse. Mas você não precisa se formar para entender isso, concorda? Hoje, eu e você convivemos com muitas situações que causam estresse, em variadas situações. Ao conhecer e se comprometer a praticar os princípios desta aula, comprovados há mais de 100 anos, você vai diminuir o estresse em todo o processo e vai viabilizar um ambiente voltado para os resultados, sem enroscar em discordâncias e situações mal resolvidas. Para começar, você precisa entender o primeiro passo para essa mudança: “Há um único caminho para a felicidade, e esse caminho é deixar de nos preocuparmos com as coisas que estão além da nossa vontade.” - Epiteto Não temos controle do que nos acontece. A todo momento, você se depara com situações com as quais não concorda e com pessoas fazendo coisas que podem te incomodar ou até ofender. Entenda que não temos controle sobre o que acontece, mas podemos decidir o que fazer a partir disso. 22 Ganhos de saúde e produti�dade Para entender as consequências de não saber lidar com preocupações ou situações de pressão, não é necessário pesquisar em livros ou na internet. É só olhar as pessoas ao nosso redor: vemos pessoas com depressão, problemas cardíacos, úlceras, gastrites, etc. Talvez você mesmo tenha algum problema ou sintoma desse tipo, e são doenças causadas por preocupações. Em contrapartida, imagine seus ganhos quando começar a aplicar o conhecimento que teremos nesta aula, quando conseguir pensar em soluções e ter o controle das suas atitudes e reações. Você ama a vida? Quer ter saúde para viver suas conquistas profissionais e pessoais? Pois trago aqui as palavras de Carrel: “Aqueles que conservam a paz interior em meio ao tumulto da vida moderna estão imunizados contra as doenças nervosas” (apud Carnegie, 2012, p. 50). Você deve estar pensando: “Será que isso é possível?” Se você é uma pessoa normal, sim, é possível! Somos mais fortes do que imaginamos e possuímos recursos interiores que muitos de nós desconhecemos. Trago também as palavras de Thoreau: “Não conheço fato mais animador do que a capacidade inquestionável que o homem tem de elevar a sua vida mediante um esforço consciente” (apud CARNEGIE, 2012, p. 50). Eu conheci esses princípios e tudo mudou em minha vida – e eu trabalho com eles há 10 anos, apoiando pessoas em seus negócios. E você, quer se tornar um profissional de sucesso em todos os aspectos? Vamos juntos! 23 Princípios para controlar o estresse Seguem os 4 Princípios do autor Dale Carnegie que fundamenta um treinamento de liderança reconhecido em 80 países. 1 - Viva o hoje Coloque sua energia e atenção no momento presente. Talvez você já tenha ouvido essas palavras, não é nenhuma novidade. Mas a intenção do nosso estudo não é trazer nenhum segredo, e sim propor a aplicação e motivá-lo por meio da percepção dos ganhos e de evidências. Segundo Carnegie (2012), veja como este princípio mudou a vida de um estudante: Em 1871, William Osler, um estudante de medicina de Montreal, estava preocupado em passar no exame final e quanto ao que deveria fazer, como iria lidar com as dificuldades da sua profissão, e como ganharia a vida. Ele conheceu 24 palavras, ainda como estudante, que o ajudaram a se tornar um dos médicos mais famosos da sua geração, com reputação mundial por sua contribuição profissional. Tornou-seprofessor régio de Medicina em Oxford, a maior distinção concedida a um médico no Império Britânico. Também foi feito cavaleiro pelo rei da Inglaterra. Eis as 24 palavras que ele leu, de Thomaz Carlyle, e que acabaram com suas preocupações: “O nosso principal objetivo não é ver o que se encontra vagamente à distância, mas fazer o que se acha claramente ao nosso alcance.” Osler, mesmo com tantas conquistas, dizia aos amigos que seu cérebro era dos mais medíocres. Então, qual era o seu sucesso? Era o que ele chamava de viver em “compartimentos diários hermeticamente fechados”, ou seja, vivendo o dia, sem o fardo das preocupações de ontem e sem o fardo das ansiedades de amanhã. 24 E usando as palavras de um discurso de Osler: “O melhor meio de nos prepararmos para o futuro é nos concentrarmos com toda a nossa inteligência e entusiasmo no trabalho que estivermos realizando hoje para que ele seja o mais magnífico possível.” Então, convido você a pensar: onde pode aplicar esse conselho de Osler hoje? Esse conselho pode te ajudar em momentos do dia a dia e na concentração da tarefa que está executando agora! Se estiver preocupado com algo do futuro, conseguir um trabalho ou recuperar uma nota, pense em Osler: “o que é possível fazer hoje, para que eu consiga o que quero no futuro?” Fracione e organize as tarefas, vai te ajudar na execução. 2 - Coopere com o ine�tável Esse princípio sugere uma mudança na forma automática que reagimos aos problemas que já existem. Normalmente, ficamos indignados e às vezes gastamos energia e tempo com coisas que já aconteceram e não vão mudar. Nesse momento, simplesmente aceite e coopere. O que já aconteceu é passado e não vai mudar. Aproveitando o dito popular: “não adianta chorar sobre o leite derramado”. Parece óbvio, não é? Mas temos uma tendência a usar nosso tempo lamentando, reclamando do que já passou: o seu carro que teve um problema no motor, uma compra que você fez e se arrependeu ou se foi demitido e acha que foi injusto. 25 Perceba que são problemas corriqueiros, e como normalmente reagimos? Ficamos um tempo querendo provar que o outro está errado, que isso ou aquilo não poderia ter acontecido. Percebe que “choramos pelo leite derramado”? E quanta energia gastamos nisso? Dale Carnegie entrevistou Henry Ford, que disse: “Quando nada posso fazer em relação aos acontecimentos, deixo que eles se resolvam por si.” (CARNEGIE, 2012, p. 10) Vamos aprender com esses grandes mestres? Uma sugestão para a mudança: coopere com o inevitável. O que não pode mudar, resolvido está. Não gaste sua energia e nem tempo com o que já passou e, a partir disso, pense: “quais são as soluções a partir desse ocorrido?” Para ajudar a identificar essas soluções, segue a fórmula de Willis Carrier: 3. Fórmula para resolver problemas Você gostaria de conhecer uma receita simples e rápida para usar em situações difíceis, em que algo inesperado acontece e você fica tão preocupado que não consegue raciocinar? Acredito que sua resposta seja “sim”. Então vamos conhecer um método usado pelo engenheiro Willis H. Carrier, o fundador da famosa indústria de ar-condicionado Carrier, conhecida e atuante até hoje. 26 Willis Carrier Fonte: Wikipedia Disponível aqui Willis Carrier, ainda jovem, trabalhava para uma Empresa em Nova York e foi encarregado de instalar um aparelho de purificação de ar em uma fábrica em Missouri avaliada em milhões de dólares. Durante a instalação, ocorreram alguns problemas, pois se tratava de um método novo de purificação de ar, e como as condições no ambiente eram diferentes, não ficou como esperado, nem dentro das garantias que foram dadas. “Fiquei petrificado ante o meu fracasso. Era como se tivesse recebido uma cacetada na cabeça,” contou ele. Sentiu enjoos, contorções no estômago e ficou um bom tempo sem dormir. Até que recuperou o bom senso e entendeu que ficar daquele jeito não 27 https://pt.wikipedia.org/wiki/Willis_Carrier#/media/Ficheiro:Willis_Carrier_1915.jpg resolveria o problema. Então se propôs a pensar numa saída, e o método que usou o ajudou a resolver o problema e ele o adotou por mais de 30 anos, como técnica para combater as preocupações (CARNEGIE, 2012). Vamos conhecê-la? O método de Carrier consiste em três etapas, e você pode aplicar quando tiver numa situação de preocupação, quando ficar com tanto medo do que possa ocorrer que chega a paralisar. 1. Faça uma pergunta a si mesmo: o que de pior poderá me acontecer? 2. Prepare-se para aceitar o pior. 3. Depois, calmamente, procure melhorar a situação, partindo do pior (CARNEGIE, 2012, p. 40). Mesmo que esteja muito nervoso e apavorado com uma situação, pense nessa fórmula de Carrier. Essa fórmula ajuda quando surgem preocupações ou medos do que ainda não aconteceu. Por exemplo: conheci um homem, que fez meu Treinamento, e tinha quase 60 anos, e como estava tendo demissões na empresa, ele começou a ficar muito preocupado, apavorado mesmo com a ideia de perder o trabalho. Essa fórmula o ajudou: o que de pior poderia acontecer se fosse demitido? Quando ele se fez essa pergunta, saiu dos medos (ele não ia passar fome, os filhos já trabalhavam e se sustentavam) e viu que se perdesse o trabalho, poderia ter a possibilidade até de trabalhar por conta própria, já que ele gostava muito de marcenaria. Quando ele entendeu isso, a mente aliviou, voltou a se concentrar no trabalho e foi promovido. É um caso verídico. 28 Quando fazemos perguntas a nós mesmos, nos vemos obrigados a pensar na resposta. Nesse momento, já estamos saindo do estado emocional para o racional. Isso ajuda a acabar com alguns fantasmas! Quando pensamos no pior que pode acontecer e aceitamos, vai gerar um alívio, quase um desarme físico e mental. A partir disso, temos calma para pensar em soluções. Técnica para analisar as preocupações Siga esses passos básicos: 1. Reúna todos os fatos 2. Analise-os e tome uma decisão 3. Depois da decisão tomada, aja! Essa técnica pode ajudar você a não tomar decisões por impulso, sem analisar todos os fatos, verdadeiramente, de forma imparcial. 29 Carnegie (2012, p. 56) cita uma frase de Herbert Hawkes que pode ajudar a acabar com as nossas preocupações: “Se um homem dedicar o seu tempo para conhecer os fatos de maneira objetiva, imparcial, as suas preocupações habitualmente se dissiparão à luz do conhecimento.” Quando fazemos a análise de todos os fatos de forma imparcial, a solução surge automaticamente. Outra técnica útil: se você tiver um problema, escreva respostas para as seguintes perguntas: 1. Qual é o problema? 2. Quais são as causas do problema? 3. Quais são as possíveis soluções? 4. Qual é a melhor solução? Essa técnica vai te ajudar em vários momentos, sabe qual é o segredo? A preocupação altera nossas emoções: ficamos ansiosos, com medo, nervosos ou apavorados. O que muda? Faz você pensar, racionalmente, em soluções. 30 Uma reunião improdutiva, com reclamações e conflitos pessoais, a partir de um problema, toma muito tempo das pessoas, gera estresse e não resolve nada.Você já vivenciou uma situação parecida? Essa última técnica foi aplicada por um empresário que perdia muito tempo atendendo colaboradores e gerentes que traziam problemas e reclamações. Ele avisou que, quando o procurassem, primeiro teriam que responder por escrito, às perguntas: 1- qual o problema; 2- causas do problema; 3- possíveis soluções e 4-melhor solução. Sabe o que aconteceu? Ele ganhou 50% do tempo dele, pois no momento em que respondiam às questões encontravam a melhor solução e não precisavam procurar o empresário. E quando o procuravam, já havia uma direção clara para pensar em soluções. “Aqueles que conservam a sua paz interior em meio ao tumulto da vida moderna estão imunizados contra as doenças nervosas.” Alex Carriel Estude, aplique os Princípios, e vai sentir essa paz interior! 31 04 Traga pessoas para o seu time 32 Olá a todos! Para finalizar nossos estudos, vamos contextualizaro ambiente do engenheiro, onde você precisa trazer as pessoas para o seu time, ou seja, conseguir a cooperação das pessoas. Reuniões de projetos Quando você faz parte de uma equipe, sempre vão existir ideias diferentes sobre determinado projeto ou situação a ser decidida. Para que a reunião seja produtiva, deve-se alinhar objetivo da reunião, tempo previsto e condução definida. Como normalmente acontece: (ALEXANDER, 2015) 1. Quando uma ideia é lançada, todos devem ouvir, e quando surgir a segunda ideia, essa deve se relacionar ou considerar a primeira. Isso é brainstorm, uma forma eficaz de expandir, criar e ter opções disponíveis. 2. Quando um membro da equipe apresentar uma ideia, os outros possuem três tarefas: escutar cuidadosamente, fazer perguntas que possam esclarecer o que foi apresentado e dar uma informação adicional. 3. Conformidade: a equipe confirma a transição das opções individuais para uma solução em conjunto, ou seja, todos devem estar em conformidade com o projeto. Assim, todos os membros terão que fazer concessões para que a equipe chegue a uma única solução. 4. Documentar: a solução da equipe para o projeto deve ser escrita e distribuída para todos os membros e dessa forma garantir a boa comunicação do que foi decidido e como cada membro vai participar da implementação. 5. Desempenho: As principais atividades dessa etapa são: A equipe se compromete com as metas e a completar o projeto. Os membros conferem as tarefas definidas e começam a trabalhar em espírito de cooperação O líder avalia o trabalho em progresso e incentiva seu término. Os membros da equipe comunicam os resultados aos níveis de gerência. 33 Fonte: Freepik. Breve análise Eu trouxe o contexto de uma reunião para você perceber que em vários momentos podem ocorrer discordâncias e conflitos. A forma de falar pode gerar agressividade para quem está ouvindo, ou a pessoa que deu uma ideia nem sempre aceita que alguém discorde, pois realmente acredita que a sua ideia é a melhor. As ideias são diferentes, e para discordar de forma adequada, vamos conhecer algumas técnicas que vão servir para essa reunião e para outros momentos, quando for conversar com pessoas ou precisar da cooperação delas. Vai servir para você tanto como parte de uma equipe quanto quando estiver no papel de liderança, afinal, “um dos principais papéis do líder de uma equipe é manter a equipe nos trilhos” (ALEXANDER, 2015, p.196). 34 Como ter cooperação espontânea da outra pessoa Segundo Carnegie (2012), seguem 4 Princípios que vão te ajudar a trazer pessoas para o seu time. 1. EVITE DISCUSSÕES, VOCÊ NUNCA SERÁ O VENCEDOR Normalmente, quando duas pessoas ou mais discordam, pode gerar uma discussão em que cada uma vai defender sua ideia com convicção, e provavelmente não haverá um acordo entre as partes. O sábio Benjamin Franklin costumava dizer: “Quando você discute, o outro inflama-se e contradiz. Você pode, algumas vezes conseguir uma vitória; mas será uma vitória sem proveito, porque nunca contará com a boa vontade de seu oponente.” (CARNEGIE, 2012, p. 146) Segue um roteiro que pode nos ajudar a evitar discussões, além de manter o canal aberto de comunicação e cooperação: 35 Acolha a divergência: se alguém apresenta alguma questão, ponto de vista diferente do seu, acolha e agradeça. Talvez seja uma oportunidade de corrigir um erro ou ver a mesma situação de outro ângulo. Desconfie da sua primeira impressão instintiva: nossa reação espontânea numa situação divergente nos colocar na defensiva. Perceba que isso é mental e vai para o físico, gerando muita energia. Mantenha a calma e analise racionalmente, e não no quadrante emocional. Ouça em primeiro lugar: dê ao outro a oportunidade de falar, deixe-o terminar o que tem a dizer. Não se defenda, faça perguntas para ter a real compreensão. Mantenha a conversa sem barreiras de desentendimento. Procure áreas de concordância: depois de ouvir, identifique, mesmo de forma fracionada, pontos em que há concordância. Depois você pode colocar o que pensou sobre o assunto. Seja honesto e imparcial: prometa que vai estudar sobre as ideias sugeridas e faça isso cuidadosamente. Adie a ação para ambas as partes terem tempo de repensar sobre a questão e marque a próxima reunião para entrarem num consenso. (CARNEGIE, 2012, p. 148). 2. NUNCA DIGA QUE O OUTRO ESTÁ ERRADO Ninguém, nem eu e nem você, gostamos de ouvir que estamos errados. Quando temos uma ideia, colocamos um alto grau de importância nela. Quando falamos “Você está errado”, é como se diminuísse o seu grau de importância, levando a pessoa a se sentir inferior e envergonhada. Ela vai tentar se defender, se justificando, impulsivamente. Claro que, como profissional da Engenharia, você vai precisar corrigir pessoas, e o que estou sugerindo aqui é para você não começar dizendo que a pessoa está errada, pois isso já gera reação de defesa. 36 Como estamos estudando a “arte de lidar com pessoas”, neste caso, vamos corrigir de forma indireta para evitar o revide. Se uma pessoa da equipe precisa ser corrigida, você pode iniciar dizendo: “João, talvez não fui claro nas instruções que te passei. Pode me passar o que você entendeu?” Você vai ouvir até o final, fazer algumas perguntas ou colocações do que foi passado e definir o novo procedimento. Ou na reunião do projeto: “Pedro, entendi sua colocação. Fiquei em dúvida quanto ao tempo de início que você propõe. (Traga alguma evidência que confirme sua opinião contrária). Acompanhei a obra xx, e nela precisamos de 3 meses a mais. Penso que poderíamos aumentar esse prazo em mais 3 meses, para não corrermos riscos. Como você vê isso?” 37 Você pode pensar: “Não vou ter paciência para fazer rodeios e não ir direto ao erro da pessoa” ou “Não tenho tempo para tudo isso”. Ok, entendo seu ponto de vista! Mas a questão é: nas situações que você vivencia atualmente, você consegue sempre ter cooperação da maneira que você faz? A sugestão é que você entenda outras formas de fazer, comprovadas, e que pode evitar discussões e brigas de opiniões. 3. SE ESTIVER ERRADO, RECONHEÇA IMEDIATAMENTE Agora, vamos analisar o outro lado, quando nós estamos errados. Mesmo que o outro aponte, mesmo que a pessoa seja um subordinado, seu diretor, cliente, ou seu filho, você terá mais ganhos se reconhecer seu erro naturalmente. Não se sinta menos por isso, nem se preocupe com julgamentos. Simplesmente reconheça. Não precisa de justificativas, demonstre seus gestos de humildade e posicionamento honesto com a situação. O que você acredita que vai acontecer? Que vai perder e credibilidade, vai receber mais críticas? 38 Para responder essas questões, vamos conhecer a história de um homem de Hong Kong que, por problemas de vício, brigou com o filho e este se afastou por muitos anos. Na tradição chinesa, o idoso não poderia dar o primeiro passo de reconciliação, pois essa iniciativa teria que partir do filho. O homem tinha muita vontade de rever e voltar a morar com o filho e os netos que não conhecia. Depois de entender e estudar esse princípio, foi colocado a ele que, se errou no passado, admita e reconheça o erro, pois nunca é tarde. Ele tinha receio do desprestígio em pedir perdão a um jovem e se preparou para o filho não aceitar, mas iria reconhecer o erro. Ele procurou o filho, pediu e recebeu o perdão, e passou a morar com ele, a nora e os netos. (CARNEGIE, 2012, p. 166) Um profissional que assume um erro não se torna menor. Nesse momento, ele assume que é humano, e se já admitiu, acabou o assunto, não gera conversas paralelas. Muito pelo contrário: ele pode ser admirado por isso, principalmente quando é um líder. 4. COMECE A CONVERSA DE FORMA AMISTOSA Se você for objetivo demais ao corrigir ou passar informações para sua equipe, pode passar agressividade, e isso pode colocar em risco a efetivação da ordem ou do procedimento combinado. Talvez, se perder a calma e precisar dizer a alguém algumas coisas, será uma oportunidade de descarregar suas queixas e sua insatisfação. Até aí, tudo bem,você tem liberdade e precisa se posicionar. A questão é: o que você espera dessa pessoa a partir disso? Espera que ela concorde e coopere com você? Em alguns momentos, talvez não. 39 Mesmo que você precisa falar de assuntos que vão gerar discordâncias, não comece a conversa ou a reunião dessa forma. Prepare-se e estude alguma situação para começar a reunião de forma leve. Isso vai gerar um clima de conversa mais agradável, buscando deixar a comunicação aberta. A partir disso, coloque com clareza, objetividade e cuidado a situação a ser discutida. Com essa habilidade, você vai conduzir a reunião minimizando resistências. Fonte: CARNEGIE, 2012, p. 172. O engenheiro O.L.Straub decidiu mudar de apartamento pois não conseguiria continuar pagando o valor do aluguel, e nem ia pedir a redução, pois soube que o proprietário era uma pessoa intratável. Outros inquilinos já haviam tentado a redução, mas nada conseguiram. Ele estava estudando os princípios e resolveu ir conversar com o proprietário, aplicar e analisar os resultados. Na conversa, buscou falar com boa vontade e cordialidade. Não começou falando do exagero do aluguel, mas sim do quanto gostava de morar no prédio e falou sinceramente. Cumprimentou-o pela maneira correta como administrava o prédio e falou sobre sua vontade de continuar o contrato, mas não seria possível, pois não conseguiria pagar. Como nunca tivera essa receptividade vinda de um inquilino, o proprietário ficou surpreso e sem saber o que fazer ou falar. Ele começou a contar sobre seus transtornos, queixou-se das cartas que recebia com insultos dos outros inquilinos, que não o respeitavam e faziam inúmeras reclamações do prédio. Contou do seu alívio em ter um inquilino satisfeito como ele. E sem que houvesse nenhum pedido, ofereceu-se para fazer uma pequena redução do aluguel. Ele disse que precisava de mais desconto, passou o valor que seria possível, e ele aceitou sem relutância. 40 Fonte: Gregory Berns. “Uma pessoa pode ter a melhor ideia do mundo, totalmente original e inovadora, mas se ela não for capaz de convencer as outras pessoas, a ideia não terá nenhuma importância.” 41 Conclusão Quando estava finalizando esse material, conversei com Thiago Trindade, engenheiro civil formado aqui na Unimar em 2012, e perguntei sobre seus desafios na profissão. Ele me respondeu: “Na profissão de Engenharia, temos que lidar com a comunicação de pessoas de diversos perfis, precisamos conversar com clientes que são de padrões econômicos diversos, a mão de obra, na maioria das vezes, são pessoas de baixo grau de escolaridade. Então, em cada situação, vamos ter que conversar de uma maneira diferente! Devemos nos adaptar ao momento e à pessoa que estamos nos comunicando, pois o maior estresse ocorre quanto à mão de obra não qualificada, os clientes querem tudo para ontem, e dependemos de órgãos e entidades, ou seja, não depende só de nós.” Nessa conversa, entendi que o conhecimento que eu trouxe para você é essencial. Busque o seu equilíbrio! Aja sempre com fatos, de forma racional, e também cuide dos relacionamentos, da forma de falar e vender ideias. Pratique esse aprendizado! Como diz Augusto Cury: “Não tropeçamos nas grandes montanhas, mas nas pequenas pedras.” Assim, não tropece nas pequenas pedras de hoje: estude as disciplinas que pedem mais foco e atenção, não desanime!! Não deixe essas pequenas pedras te atrapalharem. Vale a pena o esforço! Como profissional, você vai realizar muitas coisas, e deixo aqui uma frase que ouvi da minha irmã Marcia, uma pessoa que me motiva muito e tem me ajudado muito no foco – desculpem-me se ela por acaso pegou de outra fonte: “Quando nos propomos a estudar e aprender algo que pode servir para as pessoas, não desista, pois já tem pessoas precisando e aguardando por você.” Seja curioso e tenha espírito aprendiz, sempre! Espero que tenha contribuído com sua evolução! Se precisar, conte comigo! @sonia.transformese / sonia.suelia@hotmail.com 42 Material Complementar Livro Os 7 Hábitos das pessoas altamente eficazes Autor: Stephen R. Covey Sinopse: Um livro com leitura agradável, com muitos exemplos práticos. Ele apresenta Princípios universais que faz pensar e agir. São atitudes que estão ao nosso alcance, e levam ao desenvolvimento pessoal e profissional. Editora: Best Seller Ltda Livro Gestão do amanhã Autor: Sandro Magaldi e José Salibi Neto Sinopse: Esse livro mostra, numa linguem simples, as transformações atuais das relações das organizações, diante da 4ª Revolução Industrial. Oferece uma visão clara das transformações digitais, onde precisamos entender para acompanhar essas mudanças e aproveitarmos todas as oportunidades. Editora: Gente Filme Divertidamente Ano: 2015 Sinopse: Conta a história de uma menina de 11 anos, Riley, que passa por algumas situações, onde muda suas emoções: tristeza, alegria, medo, raiva. Parece ser infantil, mas não é: uma reflexão incrível sobre como funciona nossas emoções e como podemos lidar com elas. 43 ALEXANDER, Charles K. Habilidades para uma Carreira de Sucesso na Engenharia. Charles K. Alexander, James A. Watson- Porto Alegre: AMGH 2015. Editado como livro impresso em 2015. BERGHOEF, Kacie. O Eneagrama moderno: descubra quem você é e quem você pode ser através do sistema dos nove tipos de personalidade/ Kacie Berghoef, Melanie Bell; tradução Claudia Gerpe Duarte, Eduardo Gerpe Duarte- São Paulo: Cultrix, 2019. BUCKINGHAM, Marcus. Descubra seus pontos fortes/ Marcus Buckingham e Donald O. Clifton. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. CARNEGIE, Dale. Como Evitar Preocupações e Começar a Viver, tradução de Breno Silveira. 38. ed. São Paulo : Companhia Editora Nacional, 2012. CARNEGIE, Dale. Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, tradução de Fernando Tude de Souza. 52 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2012 Referências 44 Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico Título tópico
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