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Anestesia inalatória

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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s 
Anestesia Inalatória 
A maioria das manutenções anestésicas 
são feitas pela anestesia inalatória. Outra 
opção seria a anestesia total intravenosa 
(TIVA), porém a inalatória é a mais usada. 
Conceito: anestesia obtida por meio da 
absorção de um princípio ativo pela via 
respiratória, atingindo a corrente 
circulatória e o SNC, produzindo anestesia 
geral. 
Anestesia geral inalatória: termo utilizado 
para designar uma condição transitória e 
reversível do sistema nervoso induzida por 
agentes inalatórios, em que ocorrem 
simultaneamente: 
 Inconsciência (hipnose) 
 Relaxamento neuromuscular 
 Analgesia 
 Presença de reflexos autônomos e 
ausência de reflexos protetores 
Evolução da anestesia inalatória: 
 
A partir do halotano foram produzidos os 
demais anestésicos inalatórios, que são 
utilizados atualmente. Os 3 mais utilizados 
na medicina veterinária são: halotano, 
isofluorano e sevofluorano. Dentre os 3, o 
mais utilizado é o isofluorano. 
Vantagens da anestesia inalatória: 
Maior controle do plano anestésico: 
diminuindo a quantidade de anestésico, 
rapidamente o paciente superficializa, o 
que não acontece quando utilizado 
anestésicos dissociativos ou TIVA. 
Velocidade de recuperação anestésica: não 
precisam ser totalmente biotransformados 
e eliminados pelos rins. A eliminação é 
feita praticamente pela via respiratória, 
sem sofrer metabolização. O halotano é 
parcialmente biotransformado, já o 
isofluorano e sevofluorano não possuem 
biotransformação, tornando bastante 
seguro para utilizar em pacientes críticos. 
Metabolização praticamente inexistente 
Desvantagens da anestesia inalatória: 
Administração de oxigênio: é preciso de 
oxigênio para ser misturado ao anestésico 
e ser enviado para o paciente. Para isso 
necessita-se de um aparelho chamado 
analisador de gases para determinar a 
fração inspirada, caso não tenha o 
aparelho acoplado ao aparelho de 
anestesia inalatória, administra-se 100% de 
oxigênio, porém a longos prazos pode 
causar atelectasia e hiperóxia. Quando se 
tem o aparelho, pode-se manter o paciente 
com a fração inspirada bem baixa, 
podendo fazer mistura com 40-60% de 
oxigênio, se usar uma quantidade menor 
há grandes riscos de acidose respiratória – 
para analisar a quantidade do oxigênio, é 
necessário abrir um pouco de ar 
comprimido e depois um pouco de 
oxigênio e ir acompanhando no monitor a 
quantidade de oxigênio que está sendo 
mandado, além de acompanhar mucosas, 
oximetria e hemogasometria. 
Aparelhagem e profissional (planos 
anestésicos) 
Características de um anestésico ideal: 
 Indução e recuperação rápidas 
 Odor agradável 
 Ausência de efeitos renais e 
hepáticos 
 Depressão cardiovascular mínima 
 Não sensibilizar o miocárdio 
 Não ser inflamável 
 Biotransformação mínima ou 
ausente 
 Estabilidade química 
 Administração fácil 
 Baixo custo 
Se o paciente começar a apresentar 
bradicardia e hipotensão grave, mesmo 
com doses baixas de um anestésico 
inalatório seguro, o indicado é mudar de 
técnica e ir para a TIVA. 
Quanto maior a dose de anestésicos 
inalatórios oferecidos, maior será os 
efeitos adversos. Se fizer uma anestesia 
balanceada com anestésico inalatório + 
infusão de analgésicos intravenosos (FLK - 
fentanil, lidocaína e cetamina e MLK – 
morfina, lidocaína, cetamina); diminui a 
dose de anestésico inalatório, diminuindo a 
probabilidade dos efeitos adversos. 
Mecanismo de ação: 
 Potencializam as sinapses 
inibitórias nos receptores GABA e 
neurotransmissor glicina. 
 Inibem sinapses excitatórias: 
NMDA e AMPA (receptores 
mediados pelo neurotransmissor 
glutamato) 
 Hiperpolarização dos neurônios 
pela diminuição da condução dos 
íons Na+ e K+, acarretando na 
diminuição do metabolismo 
celular. 
Farmacologia: características físico-
químicos 
Na anestesia inalatória não se usa dose 
(mg/kg), é utilizado a CAM = Concentração 
Alveolar Mínima (%) – concentração do 
anestésico capaz de abolir movimentos em 
resposta a um estímulo doloroso a 50% dos 
indivíduos. Para abolir 100%, deve-se usar 
uma CAM maior. 
Se for um procedimento minimamente 
invasivo e pouco doloroso, ao utilizar 
apenas 1 CAM há grandes chances de dar 
certo, em cirurgias mais cruentas, apenas 1 
CAM também pode dar certo, mas há 
grandes chances de não dar certo, é muito 
individual de cada paciente, nesses casos é 
indicado utilizar 2 CAM. 
Potência: 
 Anestesia cirúrgica requer mais de 
uma CAM 
 1 CAM: anestesia leve 
 1,5 CAM: moderada anestesia 
cirúrgica 
 2 CAM: anestesia profunda 
Quando não se tem o analisador de gases, 
não há como saber o quanto exatamente 
de CAM está sendo mandado para o 
paciente, nesses casos, observa-se se o 
paciente está superficializando ou 
aprofundado pelos estágios e planos de 
Guedel. Há também o vaporizador 
calibrado que informa o volume (%) – não 
é o mesmo que a CAM, na tabela abaixo é 
demonstrado o valor de volume (%) que 
refere-se a 1 CAM: 
 
O anestésico mais potente, é aquele que 
utiliza um menor volume (%) pra abolir 
movimentos em resposta a um estímulo 
doloroso a 50% dos indivíduos. Então, 
quanto maior o volume (%) menos potente 
ele é, pois estará usando mais volume para 
promover o mesmo efeito. 
A partir do momento que se anestesia o 
paciente, o fármaco anestésico agente 
indutor inicia sua metabolização, dessa 
forma o paciente começa a superficializar. 
Nesse momento é introduzido a anestesia 
inalatória, porém essa demora um tempo 
para saturar o circuito e atingir a 
concentração ideal, pensando nisso, 
começa-se com um volume (%) maior para 
evitar a superficialização do paciente e 
conforme ele for entrando em plano, 
diminui-se o anestésico inalatório. No início 
da cirurgia vai ser o primeiro estímulo 
doloroso que o paciente sentirá, nesse 
momento sabe-se se ele estará 
superficializado ou não, caso ele comece 
com taquicardia indicando 
superficialização, é necessário aumentar 
mais um pouco o anestésico inalatório. Em 
pacientes críticos que vão passar por 
cirurgias dolorosas, não faz necessário o 
uso de grande quantidade de anestésico 
inalatório, pois já estarão bastante 
deprimidos. 
Fatores que diminuem a CAM 
 Hipotermia 
 Prenhez 
 Idade avançada 
 Uso de depressores do SNC 
 Hipotensão (metabolismo mais 
baixo) 
 Hipóxia – deprime SNC 
 Altitude: em elevadas altitudes a 
pressão atmosférica é menor, além 
disso o anestésico se volatiliza 
rapidamente, diminuindo a CAM 
Fatores que aumentam a CAM 
 Hipertermia (aumento do 
metabolismo celular) 
 Fármacos estimulantes 
 Hipertensão 
Coeficiente de solubilidade sangue-gás 
 Quantidade de anestésico 
dissolvido nos dois meios (sangue e 
gás – alvéolo) quando eles estão 
em equilíbrio 
Coeficiente alto (muito solúvel): anestésico 
sai do alvéolo, vai para a corrente 
sanguínea e se difunde facilmente para 
outros tecidos, dessa forma a indução, 
recuperação e regulação são lentas, pois 
demora atingir o equilíbrio sangue-gás. Ex: 
halotano 
Coeficiente baixo: anestésico sai do 
alvéolo, vai para a corrente sanguínea e 
permanece por mais tempo na circulação, 
atingindo o equilíbrio mais rapidamente, 
dessa forma a indução, recuperação, 
regulação e eliminação são rápidas, pois 
atinge facilmente o equilíbrio sangue-gás. 
Ex: sevofluorano 
Pressão de vapor 
 Cada anestésico tem um valor de 
pressão de vapor 
 Indica a capacidade de volatilização 
de um anestésico 
 Quanto maior a pressão de vapor, 
maior capacidade de vaporização 
 Quanto mais baixo o ponto de 
ebulição de um anestésico 
inalatório, maior a facilidade com 
que ele se vaporiza e maior a 
pressão de vapor. 
 
 
 Halotano 
 
 Solubilidade sanguínea 
intermediária 
 Potência elevada, pois a CAM é 
baixa. Odor doce, não inflamável, não 
irritante 
 Decomposição oxidativa: 
conservante timol na sua 
composição > utilizado para evitar 
a decomposição na presença de 
luz, além disso vem em frasco 
âmbar. 
 Sensibilização as catecolaminas – 
fármaco arritmogênicos, TOMAR 
CUIDADO COM CARDIOPATAS. 
 Bradicardia: deprime os 
barorreflexos – responsáveis pelo 
equilíbrio do débito cardíaco, pois 
detectam alterações da pressão 
arterial, ativando SNA simpático 
causando taquicardia, para manter 
débito cardíaco. 
 Depressão respiratória dose-
dependente 
 É biotransformado em ácido 
trifluroacético – maior metabólito 
(eliminado na urina – pode causar 
lesão renal em cirurgias acima de 3 
hrs) 
 Está relacionado a hipertermia 
maligna: muito relatada na 
medicina humana e em suínos 
(relatada também no equino e no 
canino) – miopatia 
farmacogenética que causa o 
aumento rápido e irreversível da 
temperatura corpórea por uma 
exacerbada contração muscular 
esquelética, aumentando o 
metabolismo corpóreo, fazendo 
desnaturação da proteína. Muito 
difícil reverter, geralmente leva ao 
óbito. 
 
 Isofluorano 
 
 Odor pungente, irritante 
 Ação arritmogênica insignificante 
 Não sensabiliza o miocárdio às 
catecolaminas 
 Depressão cardiovascular dose-
dependente 
 Aparentemente mais hipotensor 
que o halotano 
 Menor depressão do débito 
cardíaco, pois não deprime os 
barorreflexos, melhora o volume 
sistólico com aumento da FC. 
 Atualmente: destaque para 
proteção miocárdica, pois promove 
vasodilatação das coronárias, 
sendo assim no momento da 
diástole, as coronárias conseguem 
receber maior volume de sangue e 
o miocárdio consegue ser melhor 
oxigenado 
 Biotransformação desprezível, 
quase totalmente eliminado pela 
expiração. 
 
 Sevofluorano 
 
 Odor agradável, não pungente, 
discreta irritação de vias aéreas, 
ótimo para induzir na máscara 
 Solubilidade lipídica baixa 
 Estabilidade hemodinâmica, bom 
relaxamento muscular 
 Indução e recuperação rápidas 
 Efeitos hemodinâmicos 
semelhantes ao Isofluorano – não 
deprime barorreflexos, portanto 
conseguem manter débito 
cardíaco. 
 
 Parâmetros hemodinâmicos 
durante a atuação dos agentes 
inalatórios 
- A pressão arterial média cai à medida que 
a CAM aumenta, isso acontece para todos 
os anestésicos. 
 
O halotano mantém mais alta a pressão 
arterial do que o isofluorano. 
- Frequência cardíaca: quanto maior a 
CAM, maior a frequência cardíaca. O 
isofluorano e sevofluorano não deprimem 
os barorreflexos, dessa forma compensam 
a pressão arterial mais baixa, pelo aumento 
da FC. O halotano não apresenta 
mecanismo compensatório para 
hipotensão, isso significa que mesmo 
mantendo a pressão mais alta por um 
tempo, ele não mantém o DC de maneira 
eficaz, dessa forma levando a hipotensão. 
 
Parâmetros pulmonares: 
 Depressão respiratória: diminuição 
da frequência e amplitude 
 Dose-dependente 
 Halotano deprime a respiração 
menos que o 
isoflurano/sevofluorano, que 
deprimem menos que o 
desfluorano. 
 Irritação da vias aéreas (odor 
pungente): isofluorano e 
desfluorano 
Musculatura: 
 Miorrelaxamento (halotano menos 
miorrelaxante) 
 Potencializa bloqueadores 
neuromusculares (de ação 
periférica) e potencializa o efeito 
de todos os fármacos que for 
administrado no transoperatório, 
então deve reduzir a dose e a CAM. 
 Hipertermia maligna 
(principalmente halotano em 
suínos). 
 
 Biotransformação dos agentes 
inalatórios: 
Halotano: decréscimo no fluxo sanguíneo 
hepático de maneira importante; diminui 
de 30 à 40% do fluxo sanguíneo renal e da 
taxa de filtração glomerular. EVITAR EM 
HEPATOPATAS, NEFROPATAS E 
CARDIOPATAS!! Utilizar em pacientes 
críticos apenas quando não tiver 
isofluorano e sevofluorano. 
Isofluorano: discreta diminuição dos fluxos 
sanguíneos hepático e renal 
Sevofluorano: semelhante ao isofluorano; 
instável em contato com a cal sodada – 
acontece no circuito circular valvular. 
Quando o fármaco entra em contato com a 
cal sodada há a formação do composto A, a 
curto prazo não gera grandes problemas, 
porém à longo prazo (mais que 4 hrs de 
anestesia) há o acumulo desse composto 
dentro do circuito de anestesia inalatória – 
é um composto nefrotóxico). Uma solução 
é limpar a cal sodada e limpar o circuito 
anestésico no transoperatório (desconecta 
o circuito do tubo orotraqueal e utiliza 
oxigênio direto – grande fluxo de oxigênio 
que limpa os gases presentes no circuito) 
 Biotransformação dos agentes 
inalatórios 
 
Isofluorano e sevofluorano são seguros 
para serem utilizados em pacientes 
críticos, sua excreção é quase total pela 
respiração. 
Óxido nitroso (N2O): o gás do riso, ou 
hilariante, produz uma suave depressão 
numa região do cérebro relacionada aos 
sentimentos e à autocensura. 
 É um gás anestésico e ótimo 
analgésico 
 Comercializado na forma de gás 
 Não é utilizado isoladamente, 
SEMPRE é realizada a mistura com 
o oxigênio. Ex: se utilizar 60% de 
N2O, se usa 40% de oxigênio. 
 Máximo de 75% da mistura 
(altamente permeável as 
membranas fisiológicas, ocupando 
facilmente o lugar do oxigênio na 
hemácia = hipóxia) 
 Não se usa muito na veterinária, 
não é tão potente pra deprimir 
SNC 
 Excelente analgésico 
 De forma experimental, vem sendo 
associado o oxido nitroso com 
outras técnicas de anestesia: TIVA 
ou com isofluorano/sevofluorano, 
no intuito de ter a propriedade 
analgésica desse fármaco e 
diminuir a dose e a CAM dos 
outros fármacos associados. 
 
 Efeitos fisiológicos 
 
Riscos da equipe cirúrgica à exposição aos 
anestésicos inalatórios: 
Aborto e teratogenicidade: há 
controversas, não há estudos. 
Não se sabe se há longo prazo em 
exposição diária com essa poluição, há o 
risco de causar prejuízo na saúde do 
profissional, mas o indicado, é evitar!! 
Há alguns fatores a serem respeitados para 
diminuir a poluição (anestésico vazado) no 
ambiente: 
 Cuff inflado, exceto em aves, pois 
elas não possuem camada 
muscular nos anéis traqueais 
 Evitar uso de máscaras para 
anestesia – sempre que possível 
deve-se entubar o paciente. 
 Sistemas antipoluentes

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