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Resumo Anestesiologia Medicação Pré-Anestésica (MPA): - É o começo de toda a anestesia (1º fase medicamentosa) - Prepara o animal para a anestesia propriamente dita - Consiste em sedação, analgesia e neuroleptoanalgesia - Proporciona maior conforto ao paciente (retira a dor do animal) - Associação de diversos medicamentos Escolha do medicamento: Vai depender do tipo de procedimento – Cirúrgico, diagnóstico; Intensidade dolorosa do procedimento; Presença de dor pré-operatória; Identificação do paciente; Grau de sedação ou tranquilização requeridos Objetivos da MPA: Sedação / tranquilização; Analgesia; Potencializar ação dos anestésicos (diminui atividade do SNC, facilitando a ação dos fármacos que serão aplicados seguidamente); Coibir o estágio II da anestesia; Diminuir vômito e regurgitação; Indução e recuperação suaves; Reduzir stress facilitando manipulação (preparo); Relaxamento muscular; Diminuir secreções de via aéreas e salivação Família dos Tranquilizantes: Acepromazina (Fenotiazínicos): Mais Utilizado Efeito Esperado: tranquilizante*, antiarrítmico, antiemético, anti-histamínico Efeito Adverso: Vai gerar hipotensão bem pronunciada, predispõe a hipotermia, diminuição de frequência respiratória e diminuição do limiar convulsivo (paciente acaba convulsionando mais). Mecanismo de Ação: Antagonista Serotoninérgico, dopaminérgico, histaminérgico e noradrenérgico Não Apresenta Reversor Período de ação: Até 6 horas (longo) OBS: Não pode ser utilizado em esplenectomia (retirada do baço) porque irá aumentar o volume do baço – sequestro de células vermelhas / Pode causar prolapso do pênis em garanhões Clopromazina (Fenotiazínicos) Efeito Esperado: Sonolência, Tranquilização (potencial tranquilizante maior), Efeito Antiemético mais pronunciado Período de ação: De 4-6hrs (longa duração) OBS: Não pode ser utilizado em esplenectomia (retirada do baço) porque irá aumentar o volume do baço – sequestro de células vermelhas Pode ser usado em todas as espécies Levomepromazina (Fenotiazínicos) Efeito Esperado: Sonolência, Tranquilização (potencial tranquilizante menor), Efeito anti-histamínico mais pronunciado Período de ação: De 4-6hrs (longa duração) Pode ser usado em todas as espécies OBS: Não pode ser utilizado em esplenectomia (retirada do baço) porque irá aumentar o volume do baço – sequestro de células vermelhas Família dos Alfa 2 Agonistas: Não deve ser utilizada em pacientes cardiopatas Xilazina: Efeito Esperado: Poder sedativo e analgésico visceral (dor abdominal) Efeito Adverso: Bradicardia, Bloqueio atrioventricular, Efeito emético (principalmente felinos), Tremores, Hipersensibilidade Ambiental Período de ação: Até 40 min (curta duração) Utilizada em Bovinos e Equinos (raramente em pequenos animais) Tem como reversor a Loimbina Detomidina: Efeito Esperado: Poder sedativo e analgésico visceral (dor abdominal) Efeito Adverso: Bradicardia, Bloqueio atrioventricular Período de ação: Até 40min (curta duração) Utilizada em Bovinos e Equinos (só é usada em grandes animais) Tem como reversor a Loimbina Dexmedetomidina: Efeito Esperado: Poder sedativo e analgésico visceral (dor abdominal) muito potente Efeito Adverso: Bradicardia, Bloqueio atrioventricular, Efeito emético (principalmente felinos), Hipertensão seguida de hipotensão Período de ação: Até 40min (curta duração) Utilizada em Cães, Gatos, Equinos... Tem como reversor o Atpamezole Família dos Opióides: Morfina: Efeito Esperado: Potente efeito de analgesia e sedação Efeito Adverso: Potente depressor do trato cardiorrespiratório, Efeito emético, Pode realizar liberação de histamina (efeitos alérgicos) Período de ação: 6-8 horas Utilizada em todos os mamíferos (cães, gatos, equinos, bovinos...) Tem como reversor a Naloxona Metadona: Efeito Esperado: Potente sedativo e analgésico (potencial maior que a morfina) Efeito Adverso: Depressão respiratória, cardíaca, efeito emético. Período de ação: 6-8 horas Pode ser utilizada em todas as espécies Tem como reversor a Naloxona Petdina: Efeito Esperado: Potencial sedativo grande, porém analgesia muito leve Efeito Adverso: Efeito emético e histamínico Período de ação: 4-6 horas Pode ser utilizado na maioria das espécies Tem como reversor a Naloxona Butorfanol: Agonista-Antagonista Efeito Esperado: Potencial sedativo grande, porém analgesia muito leve Efeito Adverso: Depressão respiratória Período de ação: 4 horas Pode ser utilizado na maioria das espécies Não tem reversores eficientes OBS: Pode diminuir o efeito analgésico dos outros opioides Família dos Anticolinérgicos: Medicamento auxiliares dos MPAs (caso se tenham muitos efeitos adversos utilizando outras famílias) Atropina: Instravenosa (ok) Intramuscular/Subcutânea (dói muito) Efeito Esperado: Aumento da frequência cardíaca, redução da secreção de vias aéreas e salivação, Diminuição da motilidade gastrointestinal Efeito Adverso: Taquiarritmias, Constipação Pode ser utilizada em Cães e Gatos (apenas) Período de ação: Tem como reversor a Neostigmina Escopolamina: Efeito Esperado: Aumento da frequência cardíaca, efeito antiespasmódico (reduz espasmos de musculatura lisa) – não é considerada analgésica Efeito Adverso: Taquiarritmias e não gera constipação Pode ser utilizada em todas as espécies Não tem reversor Glicopivolato: Efeito Esperado: Broncodilatação (melhora respiração do paciente) Efeito Adverso: Taquicardia, constipação Pode ser utilizada preferencialmente em animais selvagens e silvestres Família dos Benzodiazepínicos: Diazepam Efeito Esperado: Anticonvulsivante, Sedativo (efeito hipnótico), Relaxamento muscular (efeito mais prenunciado) Efeito Adverso: Ataxia, Depressão Respiratória Pode ser utilizada em todas as espécies Tem como reversor Flumazenil Midazolan: Raramente usado Efeito Esperado: Anticonvulsivante, Sedativo (efeito hipnótico – Efeito mais pronunciado), Relaxamento muscular Efeito Adverso: Ataxia, Agitação e Excitação, Depressão Respiratória Pode ser utilizada em todas as espécies Tem como reversor Flumazenil Flumazenil Efeito Esperado: Reversor dos dois outros benzodiazepínicos Efeito Adverso: Convulsão Pode ser utilizada em todas as espécies Anestesia Geral Intravenosa: - A via intravenosa permite distribuição rápida - Metabolizados e eliminados rapidamente - Permitem realização de ajuste na dose (plano profundo – dose maior e plano superficial - dose menor) - Não apresentam reversores (o efeito não pode ser revertido) - São os únicos fármacos utilizados na indução da anestesia em procedimentos menores, como radiografias, suturas, contenções... (tempo de duração é de até 10 min) - Podem ser utilizados como suplemento da anestesia inalatória - Um dos fármacos pode ser utilizado como único recurso medicamentoso na manutenção da anestesia, quando administrado em infusão contínua. Barbitúricos: Família dos Tiobarbitúricos Tiopental: - Potente hipnótico e anestésico em um geral - Pode ser usado por via intravenosa e via intraperitoneal (raro) - Não gera analgesia - Causará depressão do SNC interferindo na passagem dos impulsos para o córtex cerebral - Age nos receptores gabaérgicos, causando sedação (de alta potência) e nos canais de cloro, impedindo o influxo e efluxo de cloro na célula neuronal, instabilizando a membrana e impedindo a passagem do impulso. - Medicamento de curta duração (20 min): Absorção máxima ocorre após 30s de aplicação. - Taxa de metabolização hepática: 5% por hora (demora muito, por isso não é recomendada infusão continua desse medicamento). - Utilizado na anestesia clínica em anestesias de curta duração, pode ser utilizado como anticonvulsivante e pode também ser utilizado quando queremos fazer neuro-proteção. - Cruzam rapidamente a barreira placentária e hematoencefálica (feto pode nascer deprimido – cuidado!) - São altamente lipossolúveis (gordura absorve o fármaco – é preciso aumentar a dose, porém isso manterá o paciente mais tempo anestesiado) - Apresentam efeito acumulativo em tecido gorduroso(não é recomendado infusão contínua – principalmente em obesos) - Dose: 10 a 12 mg/kg para indução (se aumentar um pouco mais a dose o efeito pode durar até 20 min) - Efeitos Clínicos: Depressão respiratória, Depressão cardiovascular (cuidado com cardiopatas!), Diminuição do metabolismo basal (gasto menor de energia – célula em modo econômico) com consequente queda de temperatura, Sequestro esplênico de hemácias (para o baço), Depressão da motilidade intestinal, Diminuição do fluxo plasmático renal e filtração glomerular (reduz eliminação de alguns fármacos – cuidado com interações medicamentosas) Obs: Reduz ou não altera pressão intracraniana (diminui o risco de convulsões) – esse medicamento é indicado para indução anestésica em pacientes que tem maior risco de convulsões, trauma cranioencefálico e neoplasia intracraniana, já que tem um efeito de neuro-proteção. Não-Barbitúricos Propofol: Família dos Alquifenóis - É o mais utilizado na indução anestésica - Medicamento de curta duração e metabolização rápida (benéfico – recuperação é mais rápida e retorno tranquilo) - Medicamento seguro que não irá gerar grandes alterações no paciente, com qualidade muito boa. - Pode ser utilizado também na manutenção anestésica, com infusão contínua (não gera efeito acumulativo) - TIVA - Não gera analgesia - Permite interações medicamentosas / princípio da anestesia balanceasa (ex: propofol + quetamina) - reduz os efeitos deletérios do propofol - Via restritamente intravenosa - Propofol SEM MPA: Dose = 10 a 20 mg/kg (sem mpa se tem maiores efeitos deletérios, com risco de parada resporatória) - Possui 5 vias metabólicas: Hepática, Renal, Pulmonar, Intestinal, Proteínas plasmáticas. - Espécie felina: Tem problemas em realizar a metabolização de fármacos do grupo dos fenóis, logo, não conseguirá fazer uma metabolização adequada do propofol – pode ser utilizado, porém evitar infusão continua e aplicações repetidas - Mecanismo de ação: Agonista gabaérgico (depressor e inibidor do SNC) e Agonista Glicinérgico (relaxamento muscular muito evidente-melhor que no Tiopental) - Efeitos Clínicos: Depressão bem leve do sistema cardiovascular (podendo se utilizar o propofol em cardiopatas leves), Depressão generalizada no sistema respiratório – podendo causar parada respiratória (quanto maior a dose e mais rápida a velocidade de indução, mais deprimido o paciente ficará), Hepatotoxicidade e nefrotoxicidade reduzida em CÃES, Hepatotoxicidade moderada em GATOS. Etomidato: Família dos Compostos imidazólicos - Utilizado APENAS na indução de cardiopatas GRAVES - Não gera efeitos cumulativos, porém, também não pode ser utilizado em infusão-contínua - Via restritamente intravenosa (gera desconforto no momento da aplicação) - Não gera analgesia - Via de metabolização: Hepática e Proteínas Plasmáticas - Mecanismo de Ação: Agonista gabaérgico - Ultra curta duração: 10-15 min - Não gera relaxamento muscular (para se ter relaxamento, associar com midazolam) - Efeitos Clínicos: NÃO altera sistema cardiovascular, Aumento de frequência respiratória, Reduz o fluxo sanguíneo cerebral (não é considerado neuro-protetor por esse motivo), Reduz Pressão intracraniana, Reduz produção de cortisol por até 6 horas (quando em infusão contínua, se tem grandes chances de óbito – paciente fica sem cortisol por muito tempo). Anestesia Dissociativa - Quetamina e Tiletamina (mais potente – sempre associada a Zolazepam) - Utilizado em procedimentos diagnósticos, cirurgias pouco invasivas (biopsia de pele mais extensa, sutura de pele, retirada de espinhos e corpos estranhos perfurantes em pele...), em doses bem altas, pode ser utilizada na indução da anestesia geral (em equinos), contenção química. - Quando utilizados sozinhos, podem causar um estado de catalepsia no animal (associar com um medicamento que cause relaxamento muscular – ex: Diazepam) - Pode ser feita por via subcutânea, intravenosa, intramuscular (doi), via oral... - A CETAMINA tem efeito prolongado em nefropatas e obstruções uretrais, já que dificulta em sua excreção (animal não consegue acordar) - A TILETAMINA em gatos tem recuperação prolongada e em cães tem excitação ao final da anestesia (o zolazepam associado dura muito mais nos gatos do que nos cães). - Mecanismo de ação: Antagonismo no receptor NMDA (causa excitação e dor), Depressão do sistema tálamo-cortical e estimulação do sistema límbico (quadros de alucinação e movimentos involuntários) e do sistema reticular, Ação dopaminérgica e serotoninérgica (auxiliam na queda de consciência) - Diferentemente dos gerais, por gerar efeito antagonista no MNDA, terá um EFEITO ANALGÉSICO SOMÁTICO (não é o suficiente para cirurgias invasivas mas gera conforto no paciente) - Efeitos Clínicos: Aumento da frequência cardíaca e arterial (não se deve usar em cardiopatas), Aumento da pressão intracraniana e intraocular (não utilizar em pacientes que tenham convulsão e trauma cranioencefálico), Hipertonia Muscular (rigidez), Manutenção dos reflexos protetores (palpebral, corneal, pupilar, tosse, laringotraqueal) Anestésicos Inalatórios - Anestesia obtida por meio da absorção de um princípio ativo pela via respiratória, passando para a corrente circulatória e atingindo o SNC, se ligando aos receptores GABA e produzindo anestesia geral. Vantagens: Não necessitam de metabolização (não sobrecarrega nenhum sistema metabólico, logo, o tempo não é limitante - paciente pode ser anestesiado por várias horas que não causará nenhum problema / São fármacos eliminados do corpo durante a exalação respiratória); Melhor controle do planejamento anestésico; Indução da anestesia pacientes debilitados (fármaco muito indicado para pacientes com problemas hepáticos, que não conseguiriam metabolizar outro tipo de anestesia) Risco de sobredose é menor; Recuperação rápida da anestesia (uma vez que reduzimos a concentração na inspiração do animal, ele eliminará todo o fármaco através da expiração). Desvantagens: Necessita de um equipamento apropriado; Depressão respiratória (necessário suporte ventilatório – ventilador mecânico); Monitorização constante (muito comumente o paciente acorda e aprofunda novamente); Poluição do ambiente (molécula é eliminada na forma intacta – se o anestesista acabar inalando, terá o SNC deprimido também) Coeficiente de Partição Sangue e Gás: Coeficiente que indica a solubilidade do gás no sangue, descrevendo a capacidade para dissolver o agente no sangue. Se o fármaco tiver maior afinidade pelo sangue, ele irá preferir ficar nele ao invés de ir para o SNC e agir nos receptores GABA, logo, os fármacos com baixa solubilidade têm um coeficiente baixo, o que ocasiona induções e recuperações rápidas, e fármacos com coeficiente muito alto ocasionará induções e recuperações mais lentas CAM: Concentração Aoveolar Mínima (Indica a potência de um fármaco - É definida como a concentração de vapor mínima nos pulmões que é necessária para prevenir o movimento em 50% dos indivíduos em resposta a um estímulo cirúrgico, gerando anestesia geral. Quanto menor a CAM, maior será a potência desse fármaco). CAM Bar: 95% dos pacientes irão dormir com o fármaco (cálculo: Valor da CAM X 1,5) – aumento da dose do fármaco CAM Despertar: Momento que o animal irá acordar (cálculo: CAM X 0,5) – Se a CAM de um fármaco for de 2% e o anestesista ajustar para metade desse valor (1%), existem grandes chances de o animal despertar / abrir os olhos, já que diminuiu a dose do fármaco. Halotano (halogenados) – não promove analgesia - Mais potente (tendo também mais efeitos adversos) - É um fármaco não pungente (não possui odor desagradável) - Solubilidade sanguínea intermediária (10 min) - Não é inflamável - Oxida em luz ambiente (necessário estar em um frasco âmbar, para a luz do ambiente não degrada-lo) - Estocado em Tymol – pode causar traqueíte - Pode causar hepatite imunomediada pós anestesica já que ele gera um metabólito tóxico chamado trifluoroacetato (esse pode entrar no hepatócito lesionando o mesmo) - É um depressor respiratório (como todosos outros fármacos inalatórios) e cardiovascular Isofluorano (halogenados) – não promove analgesia - Anestésico Padrão Ouro (um dos mais utilizados) - É o segundo fármaco mais potente (tem efeitos adversos) - É o fármaco mais pungente de todos - Não é inflamável - Gera menor depressão no débito cardíaco - Não gera arritmia no paciente - Indução e recuperação rápida - Pouca metabolização 0,2% Sevofluorano (halogenados) – não promove analgesia - Odor agradável, não pungente - Potente broncodilatador (bom) - Segundo fármaco menos solúvel - Pouco potente (poucos efeitos adversos) - Não gera trifuloracetato, mas gera o hexafluoroisopropanol (metabolito tóxico, mas em tão pequena quantidade que não causa hepatite). - Baixa solubilidade lipídica (rápida indução) - Não deprime sistema cardiovascular - Tolerável mesmo em altas concentrações - Relaxamento muscular significativo - Rápida recuperação (Independente do tempo de anestesia) - Mínima irritação de vias aéreas Xenômio (Não Halogenado) – promove analgesia - Coef. de partição sangue/gás 0,14 (muito rápido) - CAM 71% (baixa potência) - Não pungente, inodoro - Não produz depressão cardiovascular - Se aproxima do conceito de gás ideal Óxido Nitroso (Não Halogenado) – promove analgesia - Inodoro - Não inflamável, suporta combustão - Não produz relaxamento muscular, mas confere analgesia - Pode gerar náusea e vômito - Pode inativar vit B12 - Pode ter efeito no desenvolvimento embrionário Circuitos Anestésicos Aparelho anestésico: Equipamento destinado à administração de gases e/ou vapores anestésicos ao animal. Tem como funções: Fornecer O2 para o animal, Titular o anestésico inalatório, Remover o CO2 do animal, Permitir ventilação mecânica. Fonte de oxigênio + Fluxômetro + Vaporizador + Circuito Anestésico Fluxômetro: Tem como função controlar o fluxo de gás que entra no circuito. É necessário 1 fluxômetro para cada gás utilizado (O2, Ar, N2O). Vaporizador: Convertem o anestésico inalatório da forma líquida para vapor (pode ser dos tipos: universal sem fluxômetro, universal com fluxômetro (Cooper Kettle), Calibrado) Universal sem fluxômetro: Não permite calcular precisamente a concentração fornecida de anestésico (Olho%) – menos seguro de todos. Não possui compensação de fluxo, temperatura e pressão Cooper Kettle: Consegue estimar a quantidade de gás encaminhada para o paciente. Permite o emprego de diferentes gases fornecendo a concentração estipulada. Calibrado: É agente específico (necessário ter um para cada tipo de anestésico). Manda exatamente a quantidade de gás exigida. Possui compensação de fluxo, temperatura e pressão – mais seguro de todos (mais caro) FGF: Fluxo de Gases Fresco (oxigênio já vaporizado com anestésico) – será encaminhado para o circuito anestésico. Circuito Anestésico: Avalvular: - Não reaproveita o gás (Paciente inspira gás fresco e elimina pra o ambiente) - Circuito de Mapleson - Eliminação do CO2 depende do fluxo de gás fresco (fluxo de gás fresco maior garante a eliminação de CO2) – gasta mais anestésico - Utilizado em animais com menos de 7kg Vantagens: Simples e barato, Fácil limpeza e montagem, Garante pouca resistência para o animal respirar, É leve e pequeno, Anestésico chega rápido ao paciente Desvantagens: Risco de hipotermia (como o gás chega muito rápido, chega também gelado ao paciente), Maior gasto de gases, Maior poluição ambiental Circuito Mapleson A: FGF próximo ao balão e escape próximo do animal. Na inspiração o gás percorre um caminho maior do que na expiração. Fluxo mínimo: 1L a 1,5L (200 a 300 ml/kg/min) – Responsável por eliminar o CO2 do circuito. É usado quando o paciente está respirando espontaneamente. Circuito Mapleson D: FGF próximo ao animal e escape próximo ao balão. Na expiração o gás percorre um caminho maior do que na inspiração. Fluxo mínimo: 2L a 3L (300 a 500 ml/kg/min) – Responsável por eliminar o CO2 do circuito. É usado quando o paciente precisa de auxílio respiratório. Valvular: - Gás é filtrado e reaproveitado - Componentes: Entrada de gás fresco, Válvulas unidirecionais (Inspiratória e Expiratória), Balão de reservatório, Traquéias corrugadas, Canister com cal sodada, Válvula pop-off - Utilizado em animais com mais de 7kg Vantagens: Economia de anestésico, Baixa poluição ambiental, Aquecimento/ umidificação dos gases inspirados Desvantagens: Vários locais onde pode ocorrer vazamentos/ desconexão, Reinalação de CO2 animais pequenos (não tem força para expulsar já que o circuito é muito grande), Maior “espaço morto" (muitas peças plásticas que não realiza trocas gasosas) Escape de gases: - Passivo (Saída da pop-off e ventilador - Transporte para fora da sala) - Passivo com absorção (Carvão ativado – inibe a molécula do halogenado e elimina em uma forma menos poluente) - Ativo (Uso de vácuo – suga o gás do bloco cirúrgico para uma central de poluentes e passa por um filtro de carvão ativado antes de ser liberado) Acesso Via aérea: Máscara ou Sonda Traqueal (com cuff ou sem cuff) Monitoração e Planos Anestésicos Profundidade Anestésica: Baseado em tônus muscular somático, padrão respiratório e sinais oculares. Estágio 1: Excitação Voluntária (corresponde a aplicação da MPA até indução anestésica – Da aplicação do anestésico até a perda de consciência (algumas vezes); Começo dos efeitos da analgesia – Conforto do paciente e ausência de sensação dolorosa; Como é um estágio de estresse ao animal, é caracterizado por liberação adrenérgica (adrenalina) podendo gerar micção e defecação, taquicardia e midríase – ativação do sistema simpático do paciente, com padrão respiratório irregular). Estágio 2: Delírio e Excitação Involuntária (Animal já está inconsciente; Corresponde a inibição dos efeitos inibitórios e liberação dos efeitos excitatórios – O fármaco irá agir primeiro sobre o sistema inibitório, fazendo o sistema excitatório se sobressair por um determinado tempo; Paciente apresenta incoordenação motora, tosse, vômito, micção e defecação, reação a estímulos externos, padrão respiratório irregular (taquicardia), vocalização, salivação (ruminantes e felinos). Estágio 3: Anestesia Propriamente Dita 1 Plano (Respiração mais regular e rítmica, menor frequência respiratória e amplitude respiratória, redução no tônus muscular, protusão de 3º pálpebra em cães devido relaxamento, reflexos oculares presentes – palpebral, corneal e pupilar, presença de movimentação do globo ocular – nistagmo: bem característico de 1 plano). 2 Plano (Respiração profunda e rítmica, relaxamento muscular intenso, centralização do globo ocular, queda da frequência cardíaca e pressão arterial, ausência de reflexo interdigital – paciente não tem resposta motora ao estímulo de dor). 3 Plano (Respiração mais superficial, queda de frequência respiratória e volume corrente, relaxamento muscular intenso, centralização do globo ocular, Inicio de midríase e ausência de reflexos interdigitais) 4 Plano (Respiração superficial podendo gerar taquipneia, Apneia e Cianose, Presença de midríase, perda de reflexo corneal, depressão cardiovascular intensa). Estágio 4: Depressão Profunda, Choque Bulbar e Morte (Caracterizado por parada respiratória, parada cardíaca, hipotermia acentuada, Midríase agônica, Respiração agônica – grandes momentos de apneia e uma única respiração longa) - Reflexo Palpebral: Tocar gentilmente o canto lateral ou medial da pálpebra. • paciente muito superficial: pisca • paciente em plano adequado: não pisca ou pisca levemente • paciente muito profundo: não pisca - Reflexo Corneal: Tocar pálpebra superior, realizando uma leve compressão da córnea • paciente plano superficial: pisca • paciente em plano adequado: pisca • paciente muito profundo: não pisca - Posicionamento do Globo Ocular: • Plano superficial: olhos rotacionados ventralmente e mediamente ou dorsalmente e lateralmente • Plano moderado: olhos ligeiramente ventrais mas posicionados centralizados • Plano profundo: olhos centralizados com pupila dilatada - Relaxamento Muscular: Abrir a boca e determinara resistência • Paciente superficial: alta resistência • Paciente profundo: ausência de resistência Monitoração Cardiovascular: - Avaliação da Frequência Cardíaca: Presença ou não de taquicardia (aumento da FC) – indicativa de plano anestésico inadequado ou até efeito de fármacos; Bradicardia (diminuição da FC) – indicativa de aumento do tônus vagal, hipertensão, hipotermia ou até efeito de fármacos. Utilização do ELETROCARDIOGRAMA (ECG), que irá mostrar presença de arritmias, isquemia e desequilíbrio eletrolítico, porém não mostrará o debito cardíaco, perfusão tecidual e atividade funcional cardíaca. - Avaliação da Pressão Arterial: Pode ser Sistólica (Máxima - contração ventricular e ejeção / 100-160 mmHg), Diastólica (Mínima – Resistencia vascular sistêmica / 60 – 90 mmHg), Média (PAD + 1/3 (PAS-PAD). Pode ser utilizado método direto invasivo (cateterização de artéria periférica / transdutor ou monômetro) ou indireto não invasivo (Oscilométrico – fornece as 3 pressões e F.C / Doppler Vascular – indica Pressão arterial Sistólica) Obs: É considerada hipotensão quando PAS = < 90 mmHg e PAM = < 60 mmHg. Monitoração Respiratória: - Avaliação da Ventilação: Utilização de Capnometria/Capnografia (Fração de dióxido de carbono expirado (EtCO2). - Avaliação da Oxigenação: Utilização de Oximetria de pulso ou Coleta de amostra de sangue (Análise de gases sanguíneos (PaO2) e Saturação de oxi-hemoglobina (SaO2).
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