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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) John Santos Hipertensão Arterial Sistêmica INTRODUÇÃO Conforme Brazilian Guidelines of Hypertension 2020, a hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível (DCNT) caracterizada por níveis pressóricos elevados, associados a alterações funcionais e estruturais em órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas. Trata-se de uma condição multifatorial, a qual depende de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais. Os principais fatores de risco para a HAS são: idade; embora a prevalência seja parecida, a HAS é mais comum em homens; obesidade; sedentarismo; ingestão elevada de sódio e álcool. Além disso, é importante pontuar que os fatores genéticos podem influenciar os níveis de PA entre 30-50%. MECANISMOS DE CONTROLE DA PA A PA é regulada dentro de faixa muito estreita com a finalidade de promover a perfusão adequada nos tecidos sem causar lesões ao sistema vascular. A PA é diretamente proporcional ao débito cardíaco e à resistência vascular periférica (RVP). Nesse sentido, os fatores supracitados são controlados – principalmente – por dois mecanismos muito importantes de controle: os barorreflexos e o sistema renina- angiotensina-aldosterona. 1 BARORRECEPTORES E SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO O barorreflexo é o mais conhecido dos mecanismos nervosos de controle da PA mais conhecido, tendo em vista que é o principal responsável pela regulação momento a momento da PA. Estes estão estrategicamente situados na aorta e na bifurcação das carótidas. Uma queda da pressão determina que os neurônios sensíveis à pressão (barorreceptores) remetam menos impulsos aos centros cardiovasculares na medula espinhal. Isso determina uma resposta imediata de aumento do estímulo simpático. A atividade simpática, a qual promove vasoconstrição (↑ RVP), aumento do débito cardíaco HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) John Santos e liberação de renina. Tais mudanças resultam em um aumento compensatório da pressão sanguínea. 2 SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA Os rins, por sua vez, são responsáveis pelo controle da PA ajustando o volume sanguíneo. Os barorreceptores situados os rins respondem à pressão arterial reduzida (e (e à estimulação simpática de adrenoceptores β1), liberando a enzima renina. Essa enzima converte angiotensinogênio em angiotensina I. A angiotensina I, por sua vez, é convertida em angiotensina II na presença da enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II consiste em um potente vasoconstrictor, que contrai arteríolas e veias, resultando no aumento da pressão arterial. A angiotensina II também estimula a secreção de aldosterona, levando ao aumento da reabsorção renal de sódio e ao aumento do volume sanguíneo, o que contribui para o aumento adicional da pressão arterial. A imagem abaixo resume os mecanismos de controle da PA: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) John Santos REFERÊNCIAS BARROSO, Weimar Kunz Sebba et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol., [s. l], v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/profissional/pdf/Diretriz-HAS-2020.pdf. Acesso em: 22 out. 2021. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Regulação Nervosa da Circulação e o Controle Rápido da Pressão Arterial. In: GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Jackson: Elselvier, 2011. Cap. 18. p. 213-233. WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A.. Farmacologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Tradução e revisão técnica: Augusto Langeloh.
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