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APS JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL

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APS JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
 FERNANDA PASCUCCI DOS ANJOS | RA: 8900902 | TURMA 3209C02 
 
A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa 
do patrimônio social e, particularmente, do direito à saúde de todos, mostrou-se 
inconformada com a negativa do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município 
Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram 
esse serviço. O argumento das autoridades era o de que não havia profissionais 
capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente. Em razão 
desse estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco de morte, 
a Associação resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo 
providências imediatas para a regularização do serviço público de Saúde. O 
Secretário respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que a 
comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos 
recursos públicos federais, já que a receita prevista no orçamento municipal não 
fora integralmente realizada. Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a 
negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso, as obras públicas 
da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama, nos 
quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, continuaram 
a ser realizadas. Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) 
contratado(a) pela Associação Alfa, elabore parecer para o enfrentamento do 
problema, inclusive com providências imediatas, de modo que seja oferecido 
atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do 
Posto de Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 APS JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
 FERNANDA PASCUCCI DOS ANJOS | RA: 8900902 | TURMA 3209C02 
 
PARECER 
Trata-se de reclamação que versa sobre a precariedade no atendimento 
de saúde para idosos da rede pública, em que o Município alega falta de recursos 
laboratorial, medicamentos e profissionais especializados para atendimento, 
haja vista que não há repasse de verbas federais. 
Dessarte que a Constituição Federal, logo em seu art.1º trata da dignidade 
da pessoa humana como fundamento primordial que constitui um Estado 
Democrático de Direito, em que o presente caso demonstra desprezar o princípio 
constitucional que garante a disponibilização de direitos social a saúde conforme 
art. 6º da CF. Logo vemos que há uma responsabilidade e dever de o Estado 
garantir isso a todos brasileiros, bem como o orçamento não é apenas de 
responsabilidade da União oferecer os recursos, e sim, também dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes como preconiza o art. 
198 § 1º. 
Diante do exposto, verifica que a argumentação trazida pelo Secretário 
não merece prosperar pois alega de o município não ter recebido receita, 
entretanto as obras realizadas em áreas de lazer situadas no mesmo bairro 
continuam, ao que tudo indica, com recursos municipais. 
Como prioridade, os recursos até então utilizados pelo município devem 
ser direcionados ao setor de saúde para aquisição de materiais laboratoriais e 
promover melhor qualidade nos atendimentos as pessoas idosas para proteção 
dos direitos a vida, ao bem-estar e dignidade conforme art.230 da CF. 
Importante ressaltar que a medida judicial que deve ser tomada é a ação 
cível pública com pedido liminar solicitando que o município regularize e ofereça 
de forma imediata os recursos para prestação de serviços na saúde pública 
direcionada aos idosos sob fundamento e princípio da dignidade da pessoa 
humana e o direito social a saúde.

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