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1 Métodos de Imunodiagnóstico Walter M. R. Oelemann Depto. Imunologia –IMPPG Bibliografia: Kuby Immunology 4ª ed. capítulo 6 Vaz, Takei & Bueno Imunoensaios: Fundamentos e Aplicações Benjamini et al., Immunology, 4ª ed. http://pathmicro.med.sc.edu/mayer/ab-ag-rx.htm 2 • Interação antígeno – anticorpo = associação bimolecular • Reversível • Altamente específica • Especificidade levou ao desenvolvimento de vários imunoensáios 3 • Imunoensaios são usados para – detecção de anticorpos específicos em flúidos corporais do paciente – detecção de antígeno patógeno-específico no espécime clínico • Imunoensaios exercem papel importante – no diagnóstico de doenças – no monitoramento da resposta humoral – na identificação de moléculas de interesse biológico ou médico 4 • Imunoensaios diferem – na velocidade de sua execução – em sua sensibilidade e especificidade – no tipo de resultado obtido • qualitativo • quantitativo • Princípio: interação in vitro entre Ac e Ag e detecção subsequente dos imunocomplexos formados 5 AG AC AG AC+ 6 DETECÇÃO DE ANTÍGENOS E ANTICORPOS AG AC SISTEMA REVELADOR Precipitação Aglutinação MonoclonaisPoliclonais Enzima Radioisótopo Fixação do C` Fluorocromo Íntegro Recombinante Peptídeo Extrato Purificado 7 Visão geral de imunoensaios (1) • Interação ente Ac e Ag solúvel em solução aquosa resulta em uma rede tridimensional de imunocomplexos que, por fim, desenvolve um precipitado visível precipitação • Precipitação em líquidos • Precipitação em géis – Imunodifusão radial (método de Mancini) – Imunodifusão dupla (método de Ouchterlony) – Imunoeletroforese Tipos de epítopos (determinantes antigênicos) 8 9 10 11 12 Precipitação Excesso de anticorpo inibe a precipitação! O Ac só pode se ligar de forma monovalente Efeito pro-zona 13 Precipitação em gel 14 Visão geral de imunoensaios (2) • Interação ente Ac e Ag particulado em suspensão aquosa resulta em uma rede tridimensional de imunocomplexos que, por fim, desenvolve um precipitado visível aglutinação • Hemaglutinação: tipagem ABO • Aglutinação bacteriana: Salmonella typhi • Aglutinação passiva • Inibição da aglutinação 15 Hemaglutinação • Tipagem ABO – Misturar eritrócitos a serem tipados com anti- soro anti-A ou anti-B – Quando antígeno está presente na superfície dos eritrócitos, estes aglutinam 16 Hemaglutinação indireta (passiva) • Eritrócitos de carneiro recobertos (“sensibilizados”) com mistura de antígenos (ex.: T. cruzi) • Teste c/ soro de pacientes chagásicos em diferentes diluições seriadas • Efeito pro-zona devido a – Concentração de Ac demasiadamente alta (ligação monovalente) – Antícorpos que ligam o Ag são incapazes de aglutinar Ac incompletas (frequentemente da classe IgG) – Bons Ac aglutinadores: IgM 17 Inibição da hemaglutinação • Modificação da reação de aglutinação • Ensaio altamente sensível p/ detecção de pequenas quantidades de Ag – Teste de gravidez – Teste anti-droga: • Amostra de urina incubada c/ Ac contra a droga; Adição de hemácias sensibilizadas c/ a droga; Ausência de aglutinação sugere presença da droga na urina 18 Teste de gravidez 19 Radio-imunoensaio (RIA) em fase líquida ou sólida • Ensaio mais sensitivo p/ detecção de Ac ou Ag • Ligação competitiva entre Ag não marcado e Ag radioativamente marcado c/ Ac de alta afinidade • Ag marcado misturado c/ Ac em conc. que saturam os sítios de ligação no Ac • Adição de quantidades crescentes da amostra a ser testada contendo Ag não marcado em quantidade desconhecida • Ac interage c/ ambos os tipos de Ag • Quanto mais Ag não marcado estiver presente, mais Ag marcado vai ser substituído nos imunocomplexos RIA 20 21 Imunoensaios em fase sólida • ELISA (enzyme-linked immonosorbent assay) • = Ensaio imunoenzimático (EIA) • Western blot • Antígeno adsorvido em superfície sólida • Reação com soro de paciente • Imunocomplexo formado detectado por anti-anticorpo marcado com enzima (“conjugado”) 22 Determinantes antigênicas nas Ig • Anticorpos são glicoproteínas • São potentes imunógenos (em espécies diferentes) • Anti-anticorpos (anti-Ig) ferramentas valiosas no estudo do desenvolvimento da célula B e da resposta humoral • 3 tipos diferentes de determinantes: – Determinantes isotípicas – Determinantes alotípicas – Determinantes idiotípicas 22 23 Determinantes antigênicas nas Ig: Isotipo • Determinantes das regiões constantes de ambas as cadeias • Definem as classes de Ig • Idênticos em indivíduos da mesma espécie Geração de anti-anticorpos • Anti-anticorpos reconhecem determinantes isotípicas – Ig de humano purificado injetado em camundongo – Camundongo produz anti-Ig Humano – Anti-Ig pode ser „conjugado‟ com enzima • Fosfatase alcalina (AP) • Peroxidase (HRP) 24 25 ELISA (1) • Conjugado: – anti-IgGhum-HRP; – anti-IgAhum-HRP; – anti-IgMhum-HRP; – anti-Ig totalhum-HRP • No ELISA, a enzima transforma um substrato incolor solúvel em um produto colorido solúvel 26 27 ELISA (2) ELISPOT • ELISA tipo sandwich • Detecção de células T Mtb-específicas no sangue periférico • Indício de infecção ativa 28 29 30 Western Blot (2) Anode (+) Catode (-) 31 Western Blot (3) exemplo: doença de Chagas No WB, a enzima transforma um substrato incolor solúvel em um produto colorido insolúvel HIV 32 Percurso da infecção por HIV (1) HIV 34 Percurso da infecção por HIV (2) 36 Reatividade Cruzada Definição e Causa: • Dois Ag‟s diferentes compartilham um epítopo idêntico • Ac específico para um epítopo liga-se a um epítopo não relacionado mas com propriedade químicas semelhantes Performance de ELISA • Avaliação do protocolo com um painel de soros • 100 amostras positivas – obtidas de pacientes confirmados com sintomatologia e isolamento viral • 100 amostras negativas – obtidas de indivíduos sadios, sem sintomas (ex. doadores de sangue) 37 SENSIBILIDADE = capacidade do ensaio de identificar como positivos todos os espécimes clínicos provenientes de indivíduos doentes Doença presente Doença ausente Total Teste reativo 99 2 101 Teste não reativo 1 98 99 Total 100 100 200 38 SENSIBILIDADE S = capacidade do ensaio de identificar como positivos todos os espécimes clínicos provenientes de indivíduos doentes Doença presente Doença ausente Total Teste reativo 99 2 101 Teste não reativo 1 98 99 Total 100 100 200 39 • Das 100 amostras positivas, o teste é positivo para 99. • 1 amostra é falso-negativa • S = 99/100 = 99% ESPECIFICIDADE = capacidade do ensaio de identificar como negativos todos os espécimes clínicos provenientes de indivíduos sadios Doença presente Doença ausente Total Teste reativo 99 2 101 Teste não reativo 1 98 99 Total 100 100 200 40 ESPECIFICIDADE E = capacidade do ensaio de identificar como negativos todos os espécimes clínicos provenientes de indivíduos sadios Doença presente Doença ausente Total Teste reativo 99 2 101 Teste não reativo 1 98 99 Total 100 100 200 41 • Das 100 amostras negativas, o teste é negativo para 98. • 2 amostras são falso-positivas • E = 98/100 = 98% O ensaio apresenta 99% de sensibilidade e 98% de especificidade Doença presente Doença ausente Total Teste reativo 99 2 101 Teste não reativo 1 98 99 Total 100 100 200 42 • A “população” apresenta uma prevalência da doença de 50% (100/200). • Se o resultado do teste é positivo, qual a probabilidade de que o indivíduo testado realmente tem a doença? • Valor preditivo positivo (VPP) • VPP = VP / (VP + FP) • VPP = 99 / (99 + 2) = 98,02% Populações com diferentes prevalências Doença presente Doença ausente Total Teste reativo 99 198 297 Teste não reativo 1 9.702 9.703 Total 100 9.900 10.000 Doença presente Doençaausente Total Teste reativo 990 180 1.170 Teste não reativo 10 8.820 8.830 Total 1.000 9.000 10.000 • Prevalência: 100/10.0000 = 1% • N = 10.000 • S = 99/100 = 99% • E = 9.702/2.200 = 98% • VPP = 99/297 = 33,3% • VPN = 9.702/9.703 = 99,9% • Prevalência: 100/10.0000 = 10% • N = 10.000 • S = 990/1.000 = 99% • E = 8.820/9.000 = 98% • VPP = 990/1.170 = 84,6% • VPN = 8.820/8.830 = 99,9% 43 Linha de corte (cut-off) • Distribuição hipotética dos resultados obtidos em grupos de indivíduos sadios e doentes. 44 Linha de corte (cut-off) • Distribuição hipotética dos resultados obtidos em grupos de indivíduos sadios e doentes. • Cut-off A: S máxima, E baixa 45 Linha de corte (cut-off) • Distribuição hipotética dos resultados obtidos em grupos de indivíduos sadios e doentes. • Cut-off A: S máxima, E baixa • Cut-off B: S baixa, E máxima 46 Linha de corte (cut-off) • Distribuição hipotética dos resultados obtidos em grupos de indivíduos sadios e doentes. • Cut-off A: S máxima, E baixa • Cut-off B: S baixa, E máxima • Cut-off C: S máxima com E máxima; FP e FN são indicados 47 48 ELISA versus Western Blot • ELISA é mais sensível (Ac‟s no soro reagem com mistura de Ag‟s no mesmo poço) • WB é mais específico (separa mistura de Ag‟s em bandas discretas que reagem separadamente com Ac‟s no soro) • ELISA é bom teste de triagem: – Valor de cut-off ajustado para que não haja resultados falso- negativos – Pode haver resultados falso-positivos • WB é teste confirmatório ideal: – Discrimina entre resultados verdadeiramente positivos e falso- positivos Algoritmo para interpretação da pesquisa de Ac contra HIV (1) Algoritmo para interpretação da pesquisa de Ac contra HIV (2) E >99,5% S = 100% 51 Imunofluorescência (1) 52 Imunofluorescência (2) Vermelho: filamentos de actina Verde: microtúbulos Azul: Núcleo (DAPI) Ac contra antígeno de membrana 53 Imunocitoquímica c/ ouro coloidal: Microscopia eletrônica Linfócito B marcado com anti-MHC II (partículas de 30 nm) e anti- MHC I (partículas de 15 nm) 54
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