Buscar

Vigilância em saúde

Prévia do material em texto

SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
 
As informações epidemiológicas são importantes tanto no atendimento individual como nas 
ações comunitárias do médico e da equipe de saúde. 
 
O médico de família tem seu processo de tomada de decisão determinado pela prevalência e 
incidência dos problemas de saúde na comunidade. 
 
ABORDAGEM COMUNITÁRIA: os profissionais devem priorizar os problemas de saúde com maior 
impacto na saúde da população afetada, considerando a frequência com que os problemas 
aparecem e a possibilidade de atuação sobre seus determinantes. 
 
AS INFORMAÇÕES PROVENIENTES DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SÃO UTEIS NA 
ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE! 
 
Uma forma de pensar e agir, tendo como objetivo a análise permanente da situação de saúde 
da população e a organização e a execução de práticas de saúde adequadas ao 
enfrentamento dos problemas existentes, por meio de ações de vigilância, promoção, 
prevenção e de controle de doenças e agravos à saúde. 
A VS fundamenta-se na busca por respostas mais efetivas para as demandas e para os 
problemas de saúde, trabalhando a lógica de um conjunto articulado e integrado de ações que 
assumem configurações específicas de acordo com a situação de saúde da população em 
cada território, transcendendo os espaços institucionalizados do sistema de serviços de saúde. 
 
Pontos importantes sobre a VS: 
 Perfil epidemiológico 
 Riscos locais 
 Determinantes de saúde 
 Identificação de problemas 
 VS como ferramenta de trabalho 
 
Os serviços de vigilância em saúde dependem da ENTRADA DE DADOS PARA PRODUZIR 
INFORMAÇÕES (DataSUS) adequadas e oportunas para embasar as ações em saúde. 
 
O médico de família é um importante usuário das informações e uma das principais fontes de 
dados para o serviço de vigilância em saúde. Daí vem a importância do médico lidar com a 
burocracia dos protocolos da prestação de serviços na saúde, alimentando assim o sistema de 
informações público. 
 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
A vigilância em saúde viabiliza a reorientação do processo de trabalho, reconhecendo o 
território como conceito fundamental. 
Para muito além dos limites geográficos, o território deve ser considerado como um espaço 
também SOCIAL e POLÍTICO, entendendo não só os problemas de saúde em si, mas o conceito 
em que estão também inseridos. 
 
Com base nesse território que se busca para estabelecer a definição de problemas e 
prioridades, bem como o conjunto de meios para atender efetivamente as necessidades de 
saúde da comunidade: integração e organização das atividades de promoção, de prevenção e 
de reabilitação – POTENCIALIZA A INTERDISCIPLINARIDADE E INTERSETORIALIDADE. 
 
Características da VS: 
 Intervenção da equipe da APS nos problemas de saúde – danos, riscos e/ou determinantes 
 Ênfase em problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos 
 Operacionalização do conceito de risco 
 Articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas 
 Atuação intersetorial 
 Ações sobre o território 
 Intervenção sob a forma de operações 
 
Organização da VS: 
 VIGILÂNCIA AMBIENTAL: fiscalização de queimadas, lixo. 
 
 VIGILÂNCIA SANITÁRIA: fiscalização de restaurantes. 
 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: busca ativa para notificação de casos. 
 
 
 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
Vigilância e controle de agravos: 
 
O Brasil demonstrou importante avanço no controle de um grande número de doenças 
transmissíveis. Entretanto, sua vigilância continua necessária, já que esse grupo de doenças 
mantém importante magnitude e/ou transcendência no país. 
O acompanhamento do perfil epidemiológico desses agravos é essencial para que sejam 
reconhecidas e priorizadas as melhores intervenções para o seu controle, de forma a vencer o 
desafio de diminuir o impacto de morbimortalidade dessas doenças. 
Um importante foco da ação de controle desses agravos está voltado para o diagnóstico 
precoce e para o tratamento das pessoas doentes, visando a interrupção da cadeia de 
transmissão. 
Causas externas e doenças crônico-degenerativas (DCNT) configuram motivos que promovem 
crescimento do número de mortes. Essas doenças são multifatoriais e têm em comum os fatores 
comportamentais de risco modificáveis (tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, 
dislipidemia, ingestão insuficiente de frutas, hortaliças e inatividade física) e não modificáveis. 
 
 
Mortalidade por causas no Brasil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vigilância das DCNTs/DANTs: 
 
A disponibilidade de informações qualificadas sobre determinantes de saúde e impacto de 
intervenções na saúde da população de saúde e impacto de intervenções na saúde da 
população é crucial para o estabelecimento de políticas de saúde abrangentes e planejamento 
de intervenções locais. 
VIGITEL: muito utilizado na organização de fatores de risco e protetores de DCNTs. 
SINAN: sistema de vigilância de agravos transmissíveis e não transmissíveis com objetivo de 
padronizar a coleta e o processamento de dados sobre agravos de notificação obrigatória no 
território nacional, fornecer dados para a análise do perfil da morbidade, contribuir para a 
tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal. Alimentado principalmente pela 
lista nacional de doenças de notificação compulsória em todo o território nacional (LDNC). 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
 
Utilização efetiva do SINAN possibilita a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de 
um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de 
notificação compulsória, além de indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas em 
determinada área geográfica. 
 
Monitoramento das estatísticas vitais: informações relativas às condições de nascimentos e óbitos 
contribuem para o diagnóstico dos problemas de saúde da comunidade pela qual é 
responsável. Pode identificar problemas subjacentes e alertar para situações que necessitem de 
intervenção especial. 
O SINASC e o SIM são sistemas de informações aliados no monitoramento das estatísticas vitais, 
sendo eles alimentados pela declaração de nascidos vivos (DNV) e a declaração de óbito (DO). 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
Fatores que melhoraram os índices de óbitos infantil e fetal: 
 Aumento do acesso ao saneamento básico 
 Queda da taxa de fecundidade 
 Melhoria geral das condições de vida, 
segurança alimentar e nutricional 
 Maior acesso aos serviços de saúde e cobertura 
da ESF 
 Avanço das tecnologias médicas, com 
destaque para imunização 
 Aumento da prevalência do aleitamento 
materno 
 
Vigilância dos óbitos maternos: 
 
A investigação dos óbitos maternos 
contribui para a identificação do 
número real desses óbitos. 
 
Além disso, proporciona informações 
sobre os problemas que contribuíram 
para essas ocorrências e sobre a 
avaliação da atenção prestada à 
mulher em todos os níveis de 
complexidade, sendo indispensável 
para a definição de intervenções 
voltadas para evitar novas mortes. 
 
 
Outras fontes de informações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
 VIGILÂNCIA AMBIENTAL: 
Importância reconhecida em virtude da relação entre ambiente e saúde. 
A combinação de seus componentes deve ser conduzida de modo a gerar a prevenção ou a 
redução da exposição humana a fatores ambientais prejudiciais à saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Territorialização: permite a identificação dos riscos ambientais da comunidade. Permite qualificar 
o diagnóstico de risco ambiental e propicia mas efetividade no planejamento das ações de 
controle ambiental. 
 
Aspectos relacionados: 
 Qualidade da água consumida pela comunidade 
 Destino dos resíduos 
 Poluição 
 Contaminantes ambientais 
 DesmatamentoPROPÓSITO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA PREVENÇÃO DE DANOS OU AGRAVOS! 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
Integração: VS e APS 
 
Grande parte dos médicos de família devem ter também atribuições voltadas para a vigilância 
em saúde, mas também atuam em equipes multidisciplinares, de forma que todos os integrantes 
participem da VS. 
Os profissionais envolvidos deverão utilizar de forma sistemática os dados para análise da 
situação de saúde, além de diagnosticar, programar e implementar atividades sendo essas 
partes do processo de trabalho das equipes de saúde da família. 
Além disso, alguns pontos comuns a todos os profissionais da equipe são importantes: garantir a 
integralidade da atenção, realizar busca ativa e notificação, participar das atividades de 
planejamento e avaliação. 
 
Objetivos da interação VS e APS: 
 Reduzir as situações de vulnerabilidade 
 Defender a equidade 
 Incorporar a participação e controle social na gestão das políticas públicas 
 
 
SAÚDE DA FAMÍLIA ANA BEATRIZ DE MELLO MED 103A 
 
A equipe deve guiar-se pela superação das raízes estruturais das iniquidades em saúde, 
contribuindo para a garantia do acesso a bens e serviços de qualidade.

Mais conteúdos dessa disciplina