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Direito Processual Civil 4 - Assuntos p2

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O agravo interno é o recurso que viabiliza o controle 
de decisão proferida monocraticamente no âmbito dos Tribunais 
pelo colegiado competente de acordo com as normas regimentais 
aplicáveis à espécie. 
 O art. 1.021, do CPC/15 prever genericamente o 
cabimento do agravo interno contra todas as decisões 
monocráticas. 
 – A decisão monocrática proferida pelo Presidente dos 
Tribunais de Justiça e Regionais Federais (ou por quem, de acordo 
com as disposições regimentais aplicáveis) que negar seguimento 
a recurso especial ou a recurso extraordinário não submetido ao 
regime da repercussão geral ou dos repetitivos não comporta 
agravo interno. A hipótese, por força de sua especificidade, é de 
agravo em recurso especial e em recurso extraordinário, cuja 
disciplina se encontra no art. 1.042 
art. 136, parágrafo único (agravo interno da decisão 
monocrática que conclui a instrução, no âmbito do Tribunal, do 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica); 
art. 1.030, § 2º (agravo interno da decisão monocrática que nega 
seguimento a recurso extraordinário ou especial sem repercussão 
geral ou contrário a tese fixada em sede de repetitivos e também 
que sobresta o andamento de recurso extraordinário e especial 
submetido ao regime dos repetitivos) 
art. 1.035, § 7º (agravo interno da decisão monocrática que não 
exclui recurso extraordinário sobrestado em razão do regime de 
repercussão geral, que deixar de inadmitir recurso extraordinário 
intempestivo naquela mesma situação ou que aplicar o 
entendimento firmado no âmbito da repercussão geral ou dos 
recursos repetitivos); 
art. 1.036, § 3º (agravo interno da decisão monocrática que 
indeferir requerimento para exclusão da decisão de 
sobrestamento e indeferimento de recurso especial ou 
extraordinário intempestivo) e 
art. 1.037, § 13, I I (agravo interno da decisão monocrática relativa 
ao prosseguimento do processo diante da distinção entre a 
questão do caso e aquela a ser julgada no âmbito do recurso 
especial ou extraordinário repetitivo). 
 
O cabimento desse recurso é evitar, qualquer tentativa de 
interpretação restritiva quanto às hipóteses de seu manejo, o que 
esbarraria, não obstante, no modelo constitucional. É uma regra 
genérica 
Previsto no art. 39 da Lei n. 8.038/90, Lei dos recursos 
 – A petição do agravo interno 
deve impugnar especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida. A exigência, feita expressamente pelo o § 1º do art. 
1.021, é manifestação pertinente do princípio da dialeticidade 
recursal. 
A falta da impugnação específica leva ao juízo negativo de 
admissibilidade do recurso, o que encontra fundamento no inc. 
ⅠⅠⅠ do art. 932, CPC/15 
Ao relator da decisão agravada, 
que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso 
no prazo de 15 dias úteis (art. 1.021, § 2º), sem prejuízo, 
consoante o caso, de o prazo vir a ser dobrado diante das 
mencionadas hipóteses codificadas 
 – pelo que é possível que o relator volte 
atrás em sua decisão. Para tanto, contudo, deve ouvir 
previamente o agravado, no que é claro o § 2º do art. 1.021. 
Ainda que não houvesse a previsão, o estabelecimento do 
prévio contraditório decorreria suficientemente do modelo 
constitucional e, no plano infraconstitucional, do art. 10 e do 
inciso V do art. 932. 
Não havendo retratação, o que pressupõe, cabe frisar, a 
oportunidade de exercício do contraditório pelo agravado, o 
relator apresentará o recurso para julgamento pelo órgão 
colegiado. A prévia inclusão em pauta é expressamente 
prevista pela parte final do § 2º do art. 1.021, que, no particular, 
enfatiza a regra genérica do art. 934, e, diante da clareza da 
regra, não aceita qualquer exceção. A pauta deve ser 
publicada com antecedência mínima de cinco dias (úteis) em 
relação à sessão de julgamento (art. 935, caput), sob pena de 
nulidade 
 – O prazo para a interposição do agravo interno é de 
15 dias úteis, regra geral prevista no § 5º do art. 1.003. 
 
Ministério Público (art. 180, caput), Advocacia pública (art. art. 
183, caput), e da Defensoria Pública (art. 186, caput), 
O prazo é dobrado para trinta dias úteis. Havendo litisconsortes 
com advogados de escritórios diversos e sendo os autos não 
eletrônicos, incide a dobra autorizada pelo art. 229, com as 
ressalvas dele decorrentes. 
Mesmo no âmbito do direito processual penal, é correto dizer 
que o prazo do agravo interno, inclusive quando interposto 
perante os Tribunais Superiores, é de quinze dias (úteis) e não 
de cinco dias, sempre observadas as dobras mencionadas, 
tendo sido derrogado o art. 39 da Lei n. 8.038/90 no que diz 
respeito ao estabelecimento do prazo recursal. 
– O § 3º do art. 1.021 veda ao relator negar 
provimento pelas mesmas razões da decisão que proferiu (prática 
infelizmente comuníssima), o que é exigência decorrente não só 
da mesma dialeticidade recursal, mas também – e superiormente, 
porque imposição constitucional – da necessária motivação 
especificada de todas as decisões jurisdicionais (art. 93, IX, da CF 
e art. 489, § 1º, IV, do CPC de 2015). 
– Nas hipóteses do § 3º do art. 937, isto é, 
quando interposto de decisão monocrática proferida em sede de 
ação rescisória, mandado de segurança e reclamação quando se 
tratar de decisão relativa a juízo de admissibilidade negativo da 
petição inicial, nos moldes dos arts. 330 e 332. 
A restrição deve ser enfatizada porque o texto do precitado § 3º 
só admite a sustentação oral “no agravo interno interposto contra 
a decisão de relator que o extinga”. A extinção aí referida conduz 
sistematicamente às hipóteses do art. 330 (indeferimento da 
petição inicial) e art. 332 (improcedência liminar do pedido). 
Se o agravo interno for provido para viabilizar recurso que 
comporte sustentação oral, contudo, não há como deixar de 
viabilizar a sua realização por ocasião do julgamento do próprio 
recurso, ultrapassado, por definição, o anterior julgamento do 
agravo interno. 
 – Nas hipóteses em que o agravo interno 
for declarado manifestamente inadmissível (juízo negativo de 
admissibilidade) ou quando sua improcedência for manifesta (juízo 
de mérito), em ambas as hipóteses por votação unânime, o órgão 
colegiado, fundamentadamente, imporá ao agravante o 
pagamento de multa em favor do agravado a ser fixada entre um 
e cinco por cento do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º). 
O advérbio “manifestamente” empregado pelo dispositivo se 
refere tanto à inadmissibilidade como à improcedência, e que o 
órgão julgador reconheça essa situação para aplicação da multa. 
Deve haver, portanto, uma valoração negativa quanto ao 
descabimento ou à rejeição do agravo para autorizar a apenação. 
O § 5º do art. 1.021 complementa a previsão prescrevendo que a 
interposição de qualquer outro recurso fica condicionada ao 
depósito prévio do valor daquela multa, excepcionando, de sua 
incidência, a Fazenda Pública e o beneficiário de gratuidade da 
justiça, que farão o pagamento ao final. 
Considerando o motivo que autoriza a multa (em última análise, 
litigância de má-fé), nada há que permita justificar o tratamento 
diferenciado. E, mesmo que se queira justificar o tratamento 
diferenciado com relação ao beneficiário da justiça gratuita – 
lembrando da genérica previsão do § 4º do art. 98 –, não há nada 
que explique o tratamento diferenciado dado às pessoas de direito 
público. 
 
 
– 
Do acórdão que julga o agravo interno caberá, conforme se 
façam presentes os seus respectivos pressupostos, embargos 
de declaração, recurso especial e recurso extraordinário. 
No âmbito do Supremo Tribunal Federal e do Superior 
Tribunal de Justiça, não há como descartar o cabimento dos 
embargos de divergência, desde que presentes os 
pressupostos autorizadores do caput do art. 1.043. Por outro 
lado, o acórdão do agravo interno pode ser utilizado como 
paradigma dos embargos de divergência perante aquelesTribunais, o que encontra respaldo no § 1º do art. 1.043. 
Fora do ambiente recursal, questão interessante que se coloca 
é sobre a aplicação da técnica de colegiamento do art. 942 
por ocasião do julgamento do agravo interno. É supor a 
hipótese de haver decisão monocrática julgando apelação, 
rendendo ensejo à interposição de agravo interno perante o 
colegiado competente. No julgamento do agravo interno, há 
divergência entre os votantes. 
Pode ocorrer, contudo, de o julgamento do agravo interno se 
limitar a viabilizar o julgamento da própria apelação. Nesse caso, 
é irrecusável que no julgamento da própria apelação, seja 
observada a técnica do art. 942. Também quando o agravo 
interno se limitar a viabilizar o julgamento de ação rescisória e 
de agravo de instrumento interposto contra decisão que julga 
parcialmente o mérito (art. 942, § 3º). 
De outra parte, o julgamento do agravo interno pode ensejar 
seu contraste por ação rescisória, desde que se façam 
presentes os respectivos pressupostos autorizadores nos 
termos do art. 966. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 – 
– o recurso que têm como objetivo o 
esclarecimento ou a integração da decisão recorrida, 
tornando-a mais clara, mais coesa e mais completa. Também 
se prestam, de acordo com o inciso III do art. 1.022, a corrigir 
erros materiais. 
É correto o entendimento que relaciona os embargos de 
declaração ao princípio da motivação (art. 93, IX, da CF) 
porque, de acordo com o modelo constitucional do direito 
processual civil, todos têm direito a que a prestação 
jurisdicional seja não só completa (art. 1.022, II) mas também 
clara e inteligível (art. 1.022, I e III), viabilizando, com isso, a 
possibilidade de as partes e eventuais terceiros saberem com 
exatidão as razões e o alcance da decisão proferida em seu 
favor ou contra, até mesmo para verificar a existência de 
interesse recursal visando à sua reforma ou anulação. 
 – Os embargos de declaração 
são recurso de fundamentação vinculada. Seu cabimento, 
destarte, relaciona-se com a alegação de ao menos uma das 
hipóteses indicadas nos três incisos do art. 1.022 
I – Esclarecimento de obscuridade ou eliminação de 
contradição 
II – Supressão de omissão de ponto ou questão sobre o qual 
o magistrado deveria ter se pronunciado, de ofício ou a 
requerimento 
III – Correção de erro material 
A hipótese do inciso I do art. 1.022 relaciona-se à intelecção da 
decisão, aquilo que ela quis dizer, mas que não ficou suficiente 
claro, devido até mesmo a afirmações inconciliáveis entre si. A 
obscuridade relaciona-se com a falta de clareza ou de precisão 
da decisão jurisdicional. Trata-se de hipótese em que a forma 
como o prolator da decisão se exprime é pouco clara, 
comprometendo o seu entendimento e, consequentemente, 
o seu alcance. 
A contradição é a presença de conclusões inconciliáveis entre 
si na decisão. É indiferente que a contradição se localize na 
parte decisória (o “dispositivo” da sentença) propriamente dita 
ou na motivação ou que ela se apresente entre a ementa da 
decisão e o corpo do acórdão 
Ambos os vícios, a obscuridade e a contradição, devem ser 
encontrados na própria decisão, sendo descabido pretender 
confrontar a decisão com elementos a ela externos para 
justificar a pertinência dos embargos de declaração. 
A omissão relaciona-se à falta de manifestação sobre ponto 
controvertido, isto é, sobre questão relevante para o 
julgamento, pouco importando que essa questão dependa de 
manifestação da parte ou de terceiro para ser conhecida ou 
se se trata de questão apreciável de ofício. 
A previsão relaciona-se com o efeito translativo do recurso, a 
permitir que, mesmo em sede de embargos declaratórios, 
questões até então não enfrentadas sejam arguidas e 
decididas. O prévio contraditório, em tais situações, é de rigor.

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