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São reações estimuladas pela ligação do anticorpo – IgG, IgM e IgA – diretamente a um antígeno na superfície de uma célula. Geralmente não causa doenças sistêmicas. Há 3 mecanismos mediados por tais anticorpos: ▪ Reações mediadas pelo complemento; ▪ Citotoxicidade anticorpo dependente; ▪ Disfunção celular mediada pelos anticorpos. Nas reações mediadas pelo sistema complemento os anticorpos reagem com a membrana celular dos antígenos acarretando a fixação do complemento e ativando a lise celular. Agem também opsonizando as células e estimulando a fagocitose. As reações transfusionais decorrem por meio deste mecanismo: o subtipo sanguíneo O possui anticorpos contra os grupos A e B, então quando recebem estes tipos desencadeiam a hipersensibilidade. A citotoxicidade mediada por células anticorpo-dependente, por meio dos receptores Fc dos NK, macrófagos, neutrófilos e eosinófilos, os anticorpos recobrem as células-alvo guiando tais células do sistema imune a elas (marcadas para morrer). A lise envolve a liberação de grânulos e não a fagocitose ou fixação de complemento. Alguns fármacos desencadeiam lesões citotóxicas, explicadas por este esquema. A disfunção celular mediada por anticorpos, não envolve lesão celular ou inflamação, sendo apenas uma ligação anticorpo-receptor, agindo hora como agonista, ora como antagonista, que causam os efeitos patológicos. Exemplos: doença de Graves aonde temos a ligação de anticorpos aos receptores do TSH, estimulando a célula tireoidiana a produzir e liberar os hormônios T3 e T4 causando a clinica do hipertireoidismo, e a miastenia grave ocupa o receptor ACh na terminação nervosa impedindo a contração muscular. Mediado por anticorpos IgG, IgM e IgA associados aos antígenos: imunocomplexos que se depositam nos tecidos e causam lesão tecidual. Normalmente, os imunocomplexos são eliminados do corpo via: fagocitose – Fc, sistema complemento e HRG. Na via do fagócito – Fc, o anticorpo de liga aos receptores Fc, sendo reconhecidos pelo sistema imune e são fagocitados; Pela via do sistema complemento, os eritrócitos possuem C3b que se ligam aos imunocomplexos e estes se fixam ao complemento, daí são transportadas ao fígado e removidos pelas células de Kupffer. A glicoproteina rica em histidina (HRG): proteína produzida pelo fígado e liberada no sangue para eliminar os imunocomplexos. A permanência do imunocomplexo é facilitada pelo seu tamanho reduzido e por disfunções no sistema mononuclear. Está relacionada com doenças localizadas e também sistêmicas, dependendo do local de deposição. Os locais favoritos para deposição são os rins, articulações, pele, coração e pequenos vasos, cujas principais manifestações clinicas são erupções cutâneas, artrite, glomerulonefrite, anemia hemolítica, trombocitopenia e vasculite.. Alem disso, fatores genéticos contribuem para a quebra da tolerância de linfócitos B e T autor reativos ocorrendo a produção de auto anticorpos. Fatores ambientais levam a formação de imunocomplexos, como raios UV, que causa a morte de células e libera antígenos nucleares. O ponto central para a patogenia da lesão tecidual é a fixação do complemento pelos imunocomplexos, com ativação da cascata e liberação de mais fragmentos biologicamente ativos após a lise – como as anafilotoxinas, que atraem células efetoras, principalmente neutrófilos, para o dano celular. Os c3a e c5a gerados pela ativação do complemento induzem os mastócitos e os basófilos a liberarem metabólitos do acido araquidônico e quimiocinas que atraem outras células imunológicas adicionais; os polimorfonucleares liberam suas enzimas lisossômicas na superfície do tecido afetado. Os macrófagos são estimulados a liberar TNF e IL-1 enquanto as plaquetas formam microtrombos e contribuem para a proliferação celular ao liberarem o fator de crescimento derivado de plaquetas – PDFG. No Abbas, há a exemplificação da cinética da hipersensibilidade III via doença do soro, que pode ser visualizado no gráfico abaixo: a injeção de antígenos leva à formação de imunocomplexos, que são depositados em diversos tecidos, ativam o complemento (levando à redução sérica das concentrações de proteínas do complemento) e causam lesões inflamatórias que se resolvem conforme os complexos e o antígeno remanescente são removidos e começa a aparecer anticorpo livre (não ligado ao antígeno) na circulação. Denominada também de hipersensibilidade do tipo tardia. É mediada por células: Th1, Th17 e/ou CD8+. Os efeitos podem ser causados por: inflamação mediada por citocinas ou citotoxicidade mediada por CD8+. Os principais acontecimentos envolvem 3 etapas: 1. Ativação de Th1 eTh17 antígeno-específicas em indivíduos previamente sensibilizados; 2. Produção de citocinas pró-inflamatórias pelas Th1 e Th17; 3. Recrutamento e ativação de leucócitos inflamatórios. Para que tudo isso aconteça, a exposição prévia é necessária – fase de sensibilidade – e tal ativação aumenta o numero de TH1 e TH17 antígeno-especifico; esta população aumentada produz citocinas – fase de desencadeamento – que acaba por ativas e recrutar a imunidade inata. O estágio de sensibilização acontece por 1-2 semanas, período em que ocorre o mecanismo normal de ativação das células T. O estágio de desencadeamento requer de 18-48 horas após o desafio antigênico para recrutar e ativar os leucócitos. As manifestações clínicas podem durar várias semanas ou pode se tornar crônica. Quando envolvidas, as CD8+ são ativadas e expandem na fase de sensibilização. As substâncias capazes de induzir a hipersensibilidade entram no citosol e são entregues ao MHC1. A interação do CD8+ com a célula via TCR:MHC1-peptideo e iniciam a lesão tecidual. Exemplo disso: na diabetes mellitus tipo I, a ação das CD8+ destroem as células beta-pancreáticas e a manifestação da doença (hiperglicemia crônica) só decorrem quando o numero de células beta já é mínimo. As características clínicas dependem do antígeno sensibilizante e da via de exposição: Hipersensibilidade de Contato → Órgão alvo é a pele, resultado da expansão de Th1, após o contato da hera venenosa e de bijuterias, por exemplo. Acaba por produzir um eczema local que dura de 48-72 horas após o contato. Hipersensibilidade Tuberculina → Formação de edema firme e avermelhado na pele. Atinge o seu máximo em 48-72 horas após o desafio. Hipersensibilidade granulomatosa → O granuloma acontece para isolar o antígeno, já que o organismo não consegue elimina-lo. A reação é iniciada pela ação de Th1 liberando IFN Y para ativação clássica do macrófago. Leva ao agrupamento de macrófagos que são isolados por fibroblastos. Leva em torno de 21-28 dias para se formarem; Pode resultar em necrose caseosa, como na tuberculose derivada por Mycobacterium terbuculosis.
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