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PNEUMO I ASMA E DPOC · Fisiopatologia: · Dçs crônicas com OBSTRUÇÃO de VA · reversível na asma · praticamente irreversível na DPOC · Diagnóstico: · Espirometria. · Sem uso de drogas broncodilatadoras nas últimas 24-48h · Inspiração máxima seguida por expiração forçada máxima, sendo que o primeiro segundo (VEF1) é o momento em que mais sai ar do pulmão. ESPIROMETRIA FORÇADA Volume expirado x tempo Com o gráfico de volume expirado x tempo são obtidos dois parâmetros importantes: · VEF1 = volume expiratório forçado do 1º segundo · CVF = capacidade vital forçada (quanto de ar o paciente coloca para fora em uma expiração forçada) VEF1 CVF VEF1 / CVF* OBSTRUTIVO ↓↓ ↓ ↓ <0,7 RESTRITIVO ↓ ↓ NORMAL (*) ÍNDICE DE TIFFENEAU Valores normais: · VEF1 = 4L · CVF = 5L · VEF1 / CVF = 4/5 = 0,8 · Normal: > 0,75 · Crianças: 0,8 / 0,95 dependendo da faixa etária Obstrução: · VEF1 = 1,8L · CVF = 3,2L · VEF1 / CVF = 0,5 Na obstrução, durante a expiração, a quantidade de ar que entra é menor, logo, os volumes também diminuem (se entra pouco ar, também sai pouco). · O paciente obstruído aumenta o tempo expiratório na tentativa de fazer mais ar sair dos pulmões. O índice de Tiffeneau diminui, caindo para < 0,7, diagnosticando obstrução! No padrão restritivo, VEF1 e CVF caem proporcionalmente, assim a razão fica normal! ASMA · Doença inflamatória crônica das vias aéreas · Hiperreatividade reversível das vias aéreas · =reação inflamatória · =broncoconstrição e hiperprodução de muco · Alérgenos desencadeiam crises · História de sintomas como: · sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, variáveis em intensidade e também no grau de obstrução. · As drogas de manutenção devem ser capazes de desinflamar as vias aéreas, sendo os corticoides a melhor escolha. Fenótipos: · Alérgica (>80%) · Não-alérgica · Ocupacional · Medicamentosa (AINE) · Início tardio · Obstrução persistente · Obesidade Obs.: a não alérgica e de início tardio respondem MAL ao corticóide inalatório Obs.: · O BB não induz asma, mas sim ao broncoespasmo · A melhor droga para abrir os pulmões é o beta 2-agonista · PORÉM: · um paciente betabloqueado não responde aos beta 2-agonistas · Nestes casos: utilizar antagonistas colinérgicos, como o brometo de ipratrópio Exercício: · Broncoespasmo desencadeado por exercício físico: · aquecimento adequado · utilizar b2-agonista inalatório e/ou corticóide inalatório antes do exercício Gestante asmática: · após engravidar:O uso de beta2-agonista pré-parto pode levar à hipoglicemia neonatal! · 1/3 pioram · 1/3 melhoram · 1/3 não mudam · tto: · como se não estivesse grávida · broncoespasmo no TP: se usou muito B2 bebê pode fazer hipoglicemia Quadro clínico: · Sinais obstrutivos · Dispneia · Sibilância · Tosse crônica (tende a não ser produtiva) · Desconforto torácico · Rinite · As manifestações são variáveis e intermitentes · Tendem a piorar à noite · (> contato com gatilho) · A asma pode manifestar-se clinicamente sem sibilos: · a asma leve pode cursar apenas com tosse crônica · a asma grave pode cursar com tórax silencioso (sem sibilos) Diagnóstico diferencial · Insuficiência cardíaca · TEP · Obstrução VAS · DRGE · Churg-Strauss · Aspergilose broncopulmonar alérgica Diagnóstico: · Obstrução reversível · Espirometria inicial · VEF1/CVF < 0,7 = obstrução · Espirometria pós-broncodilatador · melhora > que 12% E aumento > 200ml na VEF1 = reversão · nas crianças aumento > 12 % basta · Se a espirometria inicial for normal... · Espirometria com teste provocativo (metacolina) · ↓ 20% no VEF1 · *ex.: em um dia de pouca inflamação Tratamento de manutenção: · Baseado no GINA 2020 a. Obs.: 12 anos ou mais não utiliza-se mais beta-2 isolado (salvo exceções isoladas) O que fazer para todo mundo: · Aderência ao tratamento · Cessar tabagismo · Vacina influenza · Atividade física · Diminuir umidade e mofo · Imunoterapia SC ou sublingual · Controverso a eficácia · Melhor para asma alérgica relacionada ao ácaro Em qual passo devo começar? · PASSO 1: · Sintomas < 2 x/ mês · PASSO 2: · Sintomas ≥ 2x/ mês mas não diários · PASSO 3: · Sintomas quase diários OU · Acordou com asma ≥ 1x/ semana · PASSO 4: · Sintomas quase diários ou · Acordou com asma ≥ 1x/ semana · Função pulmonar reduzida · PASSO 5: · 5-7 dias de corticoide oral na asma descontrolada Manutenção= · droga regular · droga de resgate/ de alívio TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO ≥ 12 ANOS · PASSO 1 ou alívio: · Corticoide inalatório (budesonida) + b2 de longa (formoterol) · usar quando necessário (SOS) · PASSO 2: · corticoide inalatório DOSE BAIXA · 200 a 400 mcg/d · uso regular · PASSO 3: · corticoide inalatório DOSE BAIXA · + b2 de longa · uso regular · se crise: usa de novo outra dose (agora de alívio) · PASSO 4: · corticoide inalatório DOSE MÉDIA · budesonida 400-800 mcg/d · + b2 de longa · PASSO 5: · corticoide inalatório DOSE ALTA · budesonida > 800 mcg/d · + b2 de longa · + ESPECIALISTA (antimuscarínico de longa= tiotrópio/ anti-IgE/ anti-L4/ anti-L5) TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO 6-11 ANOS · PASSO 1 ou alívio: · corticoide inalatório DOSE BAIXA +- b2 de curta · usar quando necessário (SOS) · PASSO 2: · corticoide inalatório DOSE BAIXA · budesonida 100 a 200 mcg/d · uso regular · PASSO 3: · corticoide inalatório DOSE MÉDIA · budesonida 200-400 mcg/d OU · corticoide inalatório DOSE BAIXA (100 a 200 mcg/d) + b2 de longa · PASSO 4: · corticoide inalatório DOSE MÉDIA · budesonida 200-400 mcg/d OU · + b2 de longa · + ESPECIALISTA · PASSO 5: · corticoide inalatório DOSE MÉDIA · + b2 de longa · anti-igE TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO ≤ 5 ANOS · PASSO 1 ou alívio: · B2 de curta duração · quando necessário (SOS) · PASSO 2: · corticoide inalatório DOSE BAIXA · budesonida nebulização 500 mcg/d · PASSO 3: · corticoide inalatório DOSE BAIXA DOBRADA · PASSO 4: · corticoide inalatório DOSE BAIXA DOBRADA · + ESPECIALISTA · Método: · 0-3 anos: máscara facial · 4-5 anos: espaçador CLASSIFICAÇÃO DE CONTROLE: · Em primeiro lugar devemos saber se a asma está bem controlada (4 perguntas): 1) Atividades limitadas? 2) Broncodilatador de alívio > 2x*/semana? 3) Sintomas noturnos? 4) Sintomas diurnos > 2x*/semana? Obs.: ≤ 5 anos: trocar >2x por >1x Classificação de controle da asma Controlada Nenhum SIM Parcialmente controlada Até 2 SIM Descontrolada 3 ou 4 SIM ATENÇÃO: · Se a asma do paciente não estiver controlada: · ANTES de aumentar o passo, verificar ambiente, aderência e técnica do tratamento CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE: · Leve: · controle com passos 1-2 · Moderada: · controle com passo 3 · Grave: · controle com passos 4-5 Obs.: · Asma controlada por 3 meses: reduzir um passo · Asma parcialmente controlada: considerar subir uma etapa · Asma não controlada: subir uma etapa TRATAMENTO DA CRISE ASMÁTICA: · Broncodilatador · Nebulização · Máscara com espaçador · PS: ABC · Atrovent (Ipratrópio) · B2 de curta · Corticóide TRATAMENTO DA CRISE ASMÁTICA LEVE A MODERADA Fala frases completas Não usa musculatura acessória PFE > 50% FC: ≤ 120 SatO2: ≥ 90 FR ≤ 30 B2 de curta ação: 20/20 min por 1h Prednisolona VO · 1 mg/kg, máx. 50mg · 1-2 mg/kg, máx. 40mg (cças >5a) O2 suplementar: · Alvo: SatO2 93-95% (adultos) · 94-98% (criança, grávidas, coronariopatas) GRAVE Fala por palavras, AGITAÇÃO PFE ≤ 50% FC > 120, SatO2 < 90, FR > 30 Leve/moderada não melhorou Anteriores + acrescentar: · Ipratrópio · Trocar corticóide VO por IV (se ñ consegue engolir) Considerar: · MgSO4 EV · Corticoide inalatório dose alta MUITO GRAVE Sonolenta, confusa ↓ Consciência Tórax silencioso (MV abolido) Acidose respiratória Todos anteriores (ABC) e mais: · Preparar IOT · Indicar CTI ALTA: · Melhora clínica · PEF > 60-80% · SatO2 > 94% em AA · Não esquecer: · Iniciar tratamento ou aumentar o passo em que estava · Avaliar: medidas ambientais, aderência, técnica · 5-7 dias de corticóide VO · 3-5d em crianças · Nova consulta em 2 a 7 dias · Esclarecer dúvidas DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica GOLD: · DPOC: doença com sintomas persistentese limitação ao fluxo aéreo, devido a alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposições significativas a partículas e gases nocivos. · Possui dois tipos: · bronquite crônica obstrutiva · enfisema pulmonar · obs.: · A maioria se apresenta entre os dois extremos. Apresentação Clínica CLÍNICA FATORES DE RISCO Tosse crônica Expectoração crônica (geralmente mucóide) Dispneia Tabagismo História familiar de DPOC Def. de α1-anti-tripsina Poluição Pobreza Infecções Deficiência de α1-anti-tripsina – quando suspeitar? · Enfisema em jovem sem risco conhecido (não fumante) · Enfisema em região basal pulmonar · Hepatopatia inexplicada · Vasculite C-ANCA (+) · História familiar · Enfisema PANACINAR · enfisema do tabagismo é centroacinar! DIAGNÓSTICO: · Obstrução praticamente irreversível Passo 1: Diagnóstico · Espirometria inicial: · VEF1 / CVF < 0,7 (70%) = obstrução! · Espirometria pós broncodilatador: · VEF1 / CVF ou fica igual ou não melhora os 12% = irreversibilidade · Cuidado com pegadinha: · Se VEF1/CVF pós BD entre 0,6-,08 · GOLD= repetir exame Passo 2: Classificar gravidade da obstrução · GOLD: · VEF1 pós BD GOLD 1 VEF1 ≥ 80% GOLD 2 VEF1 ≥ 50% GOLD 3 VEF1 ≥ 30% GOLD 4 VEF1 < 30% Passo 3: Classificação (exacerbações por ano) A ou B 0 – 1 exacerbações / ano C ou D ≥ 2 exacerbações / ano Ou 1 internação · Classificação ABCD Obs.: · A- pouco sintomático, pouca exacerbação · B- muito sintomático, pouca exacerbação · C- pouco sintomático, muita exacerbação · D- muito sintomático, muita exacerbação TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO: Para todos: · Cessar o tabagismo · Vacinação: pneumococo e influenza · Atividade física · Reabilitação pulmonar (B/C/D) · Broncodilatadores · LABA: B2 agonista de longa duração · LAMA: antimuscarínico de longa duração · Reavaliações periódicas (A) Broncodilatador (qualquer um b2 ou LAMA) (C) LAMA (Tiotrópio) (B) Muito sintomático (não usa b2 de curta) LABA (b2 de longa) ou LAMA (tiotrópio) (D) LAMA (Tiotrópio) OU LAMA + b2 de longa: se CAT > 20 OU B2 de longa + corticoide inalatório: SE eosinofilia > 300 · Obs.: · C e D: usar LAMA para impedir próxima exacerbação · Se desconfiar de asma associada (eosinofilia): tratar As 3 medidas que reduzem mortalidade são: · Cessar tabagismo · O2 domiciliar - 15h/d · PaO2 ≤ 55 ou SatO2 ≤ 88% em repouso OU · PaO2 56-59 + HT > 55% (policitemia) ou cor pulmonale · Cirurgia de pneumo redução · Paciente com enfisema apical grave · Vacinação influenza · Evidência tipo B DPOC DESCOMPENSADA Principal causa? · Infecção pulmonar · Vírus ou infecção bacteriana · +Vírus · Principal bactéria no DPOC NÃO é o pneumococo: 1º Haemophilus · +Pneumococo e Moraxella · Grave ou ATB recente: cobrir Pseudomonas Como suspeitar? · Um ou mais dos sintomas cardinais · Piora da DISPNEIA · Aumento do VOLUME do escarro · Secreção mais purulenta (COR) Iniciar antibiótico se: 1) Secreção purulenta + um dos seguintes · Piora da dispneia; E/OU · Aumento do volume do escarro 2) Indicação de suporte ventilatório (IOT ou VNI) Tratamento (A) Antibiótico: a. ATB de acordo com microbiota local b. GOLD: Amox Clav ou macrolídeo 5 a 7d (B) Broncodilatador inalatório de curta a. β2-agonista de curta ou b. Antimuscarínico de curta (Ipratrópio- Atrovent) (C) Corticóide por 5-7 dias a. Prednisona 40 mg (D) Dar oxigênio a. Alvo: satO2 88-92% b. Cateter nasal com baixo fluxo · Iniciar VNI i. pH ≤ 7,35 ± PaCO2 ≥ 45 ± dispneia grave, refratário Obs.: · O paciente enfisematoso é magro pois faz catabolismo por hiperventilação. · O paciente com DPOC é um retentor crônico de CO2 e está sempre hiperventilando, porém não consegue jogar CO2 para fora. · O bulbo para de considerar acidose liquórica e começa a usar a hipóxia para aumentar o drive respiratório. · O alto fluxo de O2 pode levar à apneia. · A principal contraindicação à VNI é a principal indicação de IOT → diminuição do nível de consciência.
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